UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PRÓ-REITORIA DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL E RECURSOS HUMANOS DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS PROPOSTA DE MODELO DE ALOCAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DE TÉCNICOS ADMINISTRATIVOS EM EDUCAÇÃO NA UFG Julho de 2014
APRESENTAÇÃO As atividades de planejamento da força de trabalho em organizações públicas são essenciais para garantir o atendimento das necessidades (a) institucionais, (b) pessoais dos servidores que compõem o quadro de pessoal e (c) da sociedade receptora do bens/serviços prestados. Para isso, a constituição e a legitimação de uma comissão responsável pela liderança de tais atividades se faz necessária. Segundo a legislação, dimensionamento é o processo de identificação e análise quantitativa e qualitativa da força de trabalho necessária ao cumprimento dos objetivos institucionais, considerando as inovações tecnológicas e modernização dos processos de trabalho no âmbito da IFES (BRASIL, 2006a, art.3º, VIII). Dimensionar significa calcular ou preestabelecer as dimensões ou proporções de algo. Tarefa bastante complexa quando se trata de força de trabalho na Administração Pública Federal, tanto pelo tamanho de sua estrutura quanto pela complexidade de suas atividades. (BRASIL, 2006b, p. 09). O planejamento da força de trabalho busca estimar o quadro ideal de pessoal de uma organização, de uma área ou que efetuam determinado processo de trabalho, incluindo a definição de conhecimentos, habilidades e atitudes competências individuais adequadas para o desempenho das tarefas requeridas competências institucionais, de forma a contribuir para o alcance das metas organizacionais (ROCHA e MORAIS, 2009, p. 03). A aplicação de fórmulas matemáticas aspecto quantitativo do dimensionamento e a análise do perfil adequado aspecto qualitativo do dimensionamento é condição necessária no desenvolvimento das atividades de dimensionamento de pessoal dentro das organizações (ROCHA e MORAIS, 2009, p. 03). O dimensionamento, de modo abrangente, deve compreender um conjunto de procedimentos e ações para o alcance das necessidades futuras de pessoal definidas de acordo com as metas e os objetivos da organização. Para tanto essa iniciativa deve estar alinhada ao planejamento estratégico e apoiada pela alta administração (BRASIL, 2006b, p. 09; ROCHA e MORAIS, 2009, p. 03). No cenário de gestão universitária, uma vez que o ordenamento federal institui o planejamento da força de trabalho no âmbito de todas as IFES, o dimensionamento será direcionado e balizado por meio dos seguintes dispositivos: lei nº 11.091/05 e decreto n 5.825/06. A lei nº 11.091/05 em seu artigo 4º atribuiu às IFES a responsabilidade em viabilizar o (re)dimensionamento do quadro de pessoal. Art. 4o Caberá à Instituição Federal de Ensino avaliar anualmente a adequação do quadro de pessoal às suas necessidades, propondo ao Ministério da Educação, se for o caso, o seu redimensionamento, consideradas, entre outras, as seguintes variáveis: I - demandas institucionais; II - proporção entre os quantitativos da força de trabalho do Plano de Carreira e usuários; III - inovações tecnológicas; e
IV - modernização dos processos de trabalho no âmbito da Instituição. (BRASIL, 2005, art. 4º, I ao IV) Esse artigo da mencionada lei, em seus incisos I ao IV, enfatiza ainda as variáveis que devem ser observadas no planejamento da força de trabalho. Por se tratar de legislação específica pertinente à carreira dos servidores Técnico- Administrativos em Educação (TAEs) das IFEs, as atividades de planejamento da força de trabalho deverá se restringir, inicialmente, ao âmbito dos cargos da carreira de TAE. Segundo Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2006, p. 151) ainda não existe na literatura acadêmica uma metodologia completa no qual se possa aplicar à definição e execução do dimensionamento da força de trabalho. Mediante essa constatação dos autores, organizações públicas diversas têm trabalhado o planejamento da força de trabalho com metodologias próprias para atender à legislação. O que se observa, até o presente, é a realização de ações isoladas que integram este processo, mas que estão desatreladas e, portanto, não configuram um planejamento integral e abrangente da força de trabalho (MARCONI, 2003, p. 04). Não obstante, o artigo 24 destaca que cada IFES deveria conter o Plano de Desenvolvimento dos Integrantes da Carreira de Técnico-Administrativo em Educação vinculado ao Plano de Desenvolvimento Institucional e, dentro do primeiro plano citado, o dimensionamento das necessidades institucionais com a definição dos modelos de alocação de vagas (BRASIL, 2005, art. 24, 1º, I; 2006a, art. 5º, I). Estabelece ainda às IFES, prazo de execução de 360 dias a partir da publicação da referida lei (BRASIL, 2005, art. 24, 3º, III). Dessa forma, ao assumir o caráter de urgência e importância que tal demanda representa à Universidade Federal de Goiás, apresenta-se, no anexo subsequente, uma proposta de modelo de dimensionamento da força de trabalho, utilizando metodologia própria e original, de fácil compreensão e padronização. Este último elemento, necessário à realidade institucional que é bastante heterogênea.
REFERÊNCIAS BIOBLIOGRÁFICAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%c3%a7ao.htm>. Acesso em: 12 mar. 2012.. Decreto no 5.825, de 29 de junho de 2006. Estabelece as diretrizes para elaboração do Plano de Desenvolvimento dos Integrantes do Plano de Carreira dos Cargos Técnico- Administrativos em Educação, instituído pela Lei n 11.091, de 12 de janeiro de 2005. 2006a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/_ato2004-2006/2006/decreto/d5825. htm>. Acesso em: 12 mar. 2012.. Lei no 11.091, de 12 de janeiro de 2005. Dispõe sobre a estruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação, no âmbito das Instituições Federais de Ensino vinculadas ao Ministério da Educação, e dá outras providências. 2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11091. htm>. Acesso em: 12 mar. 2012.. Textos de referência em gestão de pessoas: dimensionamento de força de trabalho. Brasília: Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, 2006b. MARCONI, N. Diagnóstico do sistema de serviço civil do governo federal no Brasil. In: Congresso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, VIII, 2003, Panamá. Panamá. Anais. Panamá: CLAD, 2003. ROCHA, A. M. C.; MORAIS, M. R. A construção de uma metodologia para o planejamento da força de trabalho no âmbito da administração pública do Estado de Minas Gerais. In: Congresso CONSAD de Gestão Pública, II, 2009, Brasília. Brasil. Anais. Brasília: CONSAD, 2009. TACHIZAWA, T.; FERREIRA, V. C. P.; FORTUNA, A. A. M. Gestão com pessoas: uma abordagem aplicada às estratégias de negócios. 5 ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
ANEXO: PROPOSTA DE MODELO DE DIMENSIONAMENTO (E ALOCAÇÃO) DA FORÇA DE TRABALHO DA UFG Número de TAE na UFG (=somatório de todos os TAE em cada UA/OA) = corresponde ao total de servidores necessários a UFG; corresponde número de servidores necessários na é UA/OA. Número de TAE na UA/UA (=somatório dos TAE necessários a cada processo [j] multiplicado por um fator que representa o absenteísmo [ausência na UA/OA]) =, (1+ ) corresponde ao número de TAE necessários na é UA/OA;, corresponde ao número de TAE na é UA/OA vinculado aos é processos/atividades (padronizados); corresponde ao índice de absenteísmo (fator de adoecimento, licenças e afastamentos) da é UA/OA, varia entre 0 e 1. Número de TAE vinculados ao j-ésimo processo na UA/UA ou mais especificamente, = (. ) 180, = (. ) + (. ) + (. ) 180 180 180, corresponde ao número de TAE na é UA/OA vinculado aos é processos/atividades (padronizados);
corresponde ao número ideal de processos/atividades do tipo é realizados na UA/OA realizados por TAE nível C; corresponde ao número ideal de processos/atividades do tipo é realizados na UA/OA realizados por TAE nível D; corresponde ao número ideal de processos/atividades do tipo é realizados na UA/OA realizados por TAE nível E cabe o registro de que cada tipo de processo/atividade será padronizado, p. ex.: NIPC =1 são processos demandados por TAE nível C e levam h horas para sua realização, NIPC =2 são processos demandados por TAE nível C e levam o horas para sua realização; NIPD =1 são processos demandados por TAE nível D técnicos de laboratório e levam r horas para sua realização; NIPD =2 são processos demandados por TAE nível D e levam a horas para sua realização; corresponde ao tempo real do processo/atividade do tipo é realizado na UA/AO por TAE nível C; corresponde ao tempo real do processo/atividade do tipo é realizado na UA/AO por TAE nível D; corresponde ao tempo real do processo/atividade do tipo é realizado na UA/AO por TAE nível E; corresponde ao tempo não trabalhado (descanso, lanche, banheiro) Número ideal de processos (=dentro de um mês é a média anual do executado ou planejado) = /12 ou = /12 é o número de processos/atividades do tipo j realizados em um ano; é o número de processos/atividades do tipo j planejado em um ano.