NOVAS ESTRATÉGIAS DE VULGARIZAÇÃO

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Transcrição:

NOVAS ESTRATÉGIAS DE VULGARIZAÇÃO O desenvolvimento durável tanto nas zonas urbanas como rurais impõem uma série de mudanças tais como: novos métodos de trabalho, em todos os domínios da vida econômica, social, política estratégica etc... a fim de se conseguir um equilíbrio entre os objectivos sociais, econômicos e entre outros, onde se deve tomar em consideração instituições multisectoriais, participativas e mecanismos que permitam associar todos os actores Poderes tradicionais, governamentais, associais de base, sector privado etc. Só assim é possível elaborar um conjunto de estratégias e das suas aplicabilidades. Mas às vezes essas mudanças tornam-se difíceis por muitas razões; seja por falta de recursos ou falhas quando não for metrizada ou por surgir outros aspectos que possam bloquear ou conduzir o abandono ou rejeição de uma das partes. Foi por exemplo que surgiram muitos projectos com a expectativa de solucionar muitos problemas nas zonas de maiores carências. Projectos esses de carácter social na sua maioria com objectivos bem fixados para que no futuro possam ser atingidos. Foi caso do Sul em que AD a partir de uma certa altura pensou lançar a fruticultura nos sectores de Cubucaré e Cacine introduzindo variedades de mangas, citrinos e mais frutas, introdução que no início não estava bem aceita não por falta de sensibilização, mas por serem puramente orizicultores tanto no planalto como de Mangrove. Gradualmente começa-se a nova aderência e a conversão de orizicultores em fruticultores, mas de pequena escala que na primeira não ultrapassou 3Ha. E só mais tarde com os resultados a ser visíveis é que nota-se uma conversão integral. Pode-se citar o caso de Ansumane Culubali, Camissa Mara, Tchara Camara, Suleimane Cassama e mais. Mas essa conversão deu frutos até uma certa altura em que se abateu um flagelo que não é só no Sul, mas em toda Guiné Bissau, Senegal e mais países; isto é, mais eminente foi a partir de 2006

aqui no Sul que se começou a fase de decepção; queda generalizada de fruta sem que ninguém saiba o por quê? Afinal foi por causa da mosca da fruta que muito mal conhecida pelos técnicos e na altura mesmo com tratamento fitosanitários por pulverizadores ou atomizadores não se resolvia o problema. Mas a partir de 2007/2008 é que já se sabe mais ou menos o por quê dessa perda de frutas. E tivemos a oportunidade de participar numa conferência internacional realizada em Dakar sobre a mosca da fruta é que se tomou seriamente a decisão de criar, a nível da AD, um programa talvez um dos mais privilegiados e com maior implicação de fundos, tanto para formação, visitas de intercâmbio para o Senegal, já com experiências avançadas na luta contra a mosca da fruta. Então foram mais privilegiados os maiores produtores/fruticultores para visita à Casamança acompanhados de 2 Técnicos que serviriam de Formadores e vulgarizadores na primeira fase e mais tarde passar essa tarefa aos senhores citados a serem formadores nas suas zonas. Logo após a visita de Casamança iniciou-se o seguinte: Acções: 1. Formação no domínio de fabrico de armadilhas; 2. Manipulação e utilização de produtos de tratamento; 3. Colocação das armadilhas; 4. Seguimento das armadilhas; 5. Substituição de produtos e identificação de espécies; 6. Criação de brigadas de intervenção e vulgarização das técnicas de combate; 7. Avaliação do pico de ataques e eficácia de combate; 8. Sensibilização renovada do uso da tecnologia via Rádio ou Tv Massar. Para dizer que em todas capturas efectuadas nota-se o seguinte : - na primeira posição fica a Bachocera invadens: 85% - na segunda posição fica a Ceratitis Cosyra: 15%

Para pôr em prática e a divulgação dessa técnica de combate criou-se 4 grandes brigadas: Brigada de Iemberem: de Amidara até Catchamba (9 Tabancas); Brigada de Farusadjuma: de Sintchã Coré Bedanda até Caboxanque (8 Tabancas); Brigada de Guiledje: de Balana, Gadamael Cacine (11 Tabancas); Brigada de Cafal: de Cabante Daressalam Cabedu (8 Tabancas). Material e Método - garrafas vazias de água mineral - tinta amarela - fio de ferro - pincel, biatas não fumadas de cigarro - algodão - faca de poda - Methyl Eugenol, Malathion (produtos = atrativo e combativo) - luvas, máscaras, botas, fato macaco, óculos, seringas. NB: A armadilha é colocada acima de 2m de altura, em cada 10 árvores, se o compasso de plantação for respeitado, isto num espaçamento ou intervalo de 10m, e o período de renovação do produto dentro da armadilha é de 15 em 15 dias; aí é que se faz a recolha da captura e possível contagem e identificação das espécies. Essas contagens e identificação permitem não só saber ou conhecer as espécies, mas de determinar o pico de infestação. Conclusão: Em todas as armadilhas conclui-se de que os dois meses (Julho-Agosto) são os períodos de maior picos, isto é, de maior precipitação pluviométrica, e outro factor é consoante a zona, conforme avançamos para as zonas de maior pluviometria temos mais captura em Relação às outras zonas, isto é, Castanhez tem mais ataques em Relação à Guiledje. Outro aspecto é a densidade de plantação e o cumprimento das técnicas culturais (poda, limpeza, recolha de frutos atacados etc...)

Mais uma vez queremos alertar de que nessa zona a Bachocera invadens e a Ceratitis Cosyra é que causam mais danos por serem mais capturadas em todas brigadas. A luta continua. Obrigado Domingos Fonseca AD Sul

MAPA DE CONTAGEM E OBSERVAÇÃO DE CAPTURAS BRIGADA JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO 1 a. Quinz. 2 a. Quinz. 1 a. Quinz. 2 a. Quinz. 1 a. Quinz. 2 a. Quinz. 1 a. Quinz. 2 a. Quinz. Farusadjuma 120 270 312 329 420 495 311 210 Guiledje 94 180 207 302 400 434 209 180 Iemberem 180 211 304 413 520 600 420 204 Cafal 118 213 290 311 364 426 262 180 TOTAL 512 874 1113 1355 1704 1955 1202 774 1386 2468 3659 1976