Meritíssimos. Excelentíssimos Senhores

Documentos relacionados
CARTA DE MISSÃO Ministério da Saúde Serviço/Organismo: Cargo: Período da Comissão de Serviço: Missão do Organismo Principais serviços prestados

MS - Gabinete do Ministro - Despacho n.º 6447/2012 Grupo Coordenador de Controlo Interno GCCI

Inspeção-Geral das Atividades em Saúde

MISSÃO VISÃO VALORES 1/5

O PROCESSO DE RESPONSABILIZAÇÃO FINANCEIRA: perspetiva externa IGAS. Leonor Furtado Inspetora-Geral

Carta de Missão. b) Realizar inquéritos, averiguações e outras ações que lhe sejam superiormente determinadas;

Conteúdos sobre segurança e saúde no trabalho Organismos e instituições

Unidade Local de Saúde de Matosinhos, E.P.E. Serviço de Auditoria Interna. Plano de atividades. Página 1 de 12

IGAS Plano de Atividades

CARTA DE MISSÃO. c) Colaborar na elaboração do Plano Nacional de Saúde e acompanhar a respetiva execução a nível regional;

Identificação da empresa

PLANO TRIENAL 2008/2010

a) Emitir normas e orientações, quer clínicas quer organizacionais, desenvolver e promover a

Relatório de Controlo Interno

Identificação da empresa

O PROCESSO DE RESPONSABILIZAÇÃO FINANCEIRA IGAS. Leonor Furtado - Inspetora Geral

Carta de Missão. Página 1 de 6

CARTA DE MISSÃO. - Desenvolver estudos sobre a organização pedagógica das escolas e propor medidas de reorganização;

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA DIRECÇÃO NACIONAL

CARTA DE MISSÃO. Colaborar na elaboração do Plano Nacional de Saúde e acompanhar a respetiva execução a nível regional.

RELATÓRIO DE ACOMPANHAMENTO DO PLANO DE PREVENÇÃO DE RISCOS DE CORRUPÇÃO E INFRAÇÕES CONEXAS ( )

Diretora do Serviço de Auditoria Interna. Fernandina Oliveira

Objetivos operacionais

Ministério da Comunicação Social;

Ministério da Ciência e Tecnologia

INSPECÇÃO GERAL DAS ACTIVIDADES EM SAÚDE. Plano Estratégico

DESPACHO. Para o triénio constituem áreas prioritárias, estratégicas, da atuação

Carta de Missão. Secretário-Geral Adjunto do Ministério da Defesa Nacional

IPAI - II Forum dos Auditores Internos do Sector da Saúde

Ações de fiscalização a realizar em matéria de armas e explosivos

Última actualização: (2009/12/04)

SERVIÇO DE AUDITORIA INTERNA

CARTA DE MISSÃO. Ministério: Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social

Ministério da Defesa Nacional. Secretaria-Geral do Ministério da Defesa Nacional. Cargo e Titular: Secretário-geral do Ministério da Defesa Nacional

CARTA de MISSÃO 1. MISSÃO

Bem-Vindos. Seminário - Cônsules Honorários (16 e 17 abril 2018) INSPEÇÃO GERAL DIPLOMÁTICA E CONSULAR

nocontexto dasorientaçõesestratégicas Plano Nacional de Saúde (PNS)

Novo modelo de financiamento e apoio ao movimento associativo Apresentação das linhas gerais

Anexo Único. Estrutura e modelo de funcionamento de Co- Governação para os Gabinetes de Apoio aos Bairros de Intervenção Prioritária

NOTA TÉCNICA N. º 1/ACSS-POPH/2013

ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A QUALIDADE NA SAÚDE

CARTA DE MISSÃO. 1. Missão do organismo. 2. Principais atribuições

Compromisso com as Pessoas: Mais e Melhor Vida

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 Ministério da Saúde

João Gomes Cravinho Ministro da Defesa Nacional

APRESENTAÇÃO PLANO DE ATIVIDADES P á g i n a

Capital Estatuário: ,00 Euros - NUIMPC CÓDIGO DE ÉTICA

Exmo. Sr. Ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, Uma primeira palavra de boas-vindas à Universidade de Aveiro, e de

Última actualização: (2010/02/08)

COMISSÃO DO MERCADO DE VALORES MOILIÁRIOS PLANO DE PREVENÇÃO DE RISCOS DE GESTÃO, INCLUINDO RISCOS DE CORRUPÇÃO E INFRAÇÕES CONEXAS

A nível nacional a definição evoluiu desde.

NAER NOVO AEROPORTO, S.A. Orientações específicas. I. Introdução

Política de Coesão

Exmo. Senhor Secretário de Estado da Saúde, Dr. Manuel Teixeira,

Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E.

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 - Ministério da Saúde

A PERSPETIVA DO SETOR DA JUVENTUDE E DO DESPORTO PARA AGENDA Ministério da Educação Instituto Português da Juventude e Desporto

PROPOSTA DE METODOLOGIA E CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DO POR LISBOA 2020 TIPOLOGIA DE AÇÕES DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA

PROGRAMA OPERACIONAL DE APOIO À PROMOÇÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO (PROAP)

Ver será sempre a melhor metáfora de conhecer. Fernando Pessoa

Regulamentos internos e externos a que a empresa está sujeita. Transacções relevantes com entidades relacionadas

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 - Ministério da Saúde

DECRETO-LEI N.º 147/2008, DE 29 DE JULHO Regime Responsabilidade Ambiental POSIÇÃO APETRO

CARTA DE MISSÃO. Ministério da Saúde. Serviço/Organismo: Administração Regional de Saúde do Norte. Cargo: Vice-presidente do Conselho Diretivo

Visão. Ser uma Entidade Reguladora de Referência

CONSELHO DE MINISTROS PROPOSTA DE LEI Nº /IX /2017 DE DE

Avaliação Externa das Escolas

Tomada de posse do Director-Geral das Alfândegas e dos Impostos Especiais sobre o Consumo

Deliberação do Conselho de Ministros

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 - Ministério da Saúde

Medidas antifraude e de combate à corrupção nos FEEI

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO E RESPETIVA METODOLOGIA DA ASSISTÊNCIA TÉCNICA

PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO ENTRE A DIREÇÃO-GERAL DA SAÚDE

Relatório de boas práticas de governo societário - ano de 2014

Controlo das Administrações Públicas Novo Paradigma

Síntese do Relatório Anual de Auditoria Interna Serviço de Auditoria Interna 25/03/2016

CARTA DE MISSÃO. Serviço\Organismo: Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, I.P. (IGFEJ, I.P.)

Centro Nacional de Cibersegurança: um desígnio nacional

Programa Operacional Regional do Algarve Critérios de Seleção das Candidaturas e Metodologia de Análise

DESPACHO ISEP/P/48/2010 REGULAMENTO PARA CARGOS DE DIRECÇÃO INTERMÉDIA DO INSTITUTO SUPERIOR DE ENGENHARIA DO PORTO

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 - Ministério da Saúde

Plano de Contingência

Princípios de Bom Governo

UNIÃO DAS FREGUESIAS DE MONTE REAL E CARVIDE

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 - Ministério da Saúde

INTERVENÇÃO DO CONSELHEIRO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE CONTAS, VITOR CALDEIRA CICLO DE SEMINÁRIOS. Relevância e efetividade da jurisdição financeira no

de Auditoria de Seguimento (PAS); - Processo de Apoio à Gestão (PAG); - Apoio Técnico IGAS (AT IGAS); - Processo de Monitorização (PM).

Orçamento do Estado 2016

Quadro de Avaliação e Responsabilização (QUAR) - SIADAP 1 - Ministério da Saúde

Convite Público. Convite nº Centro-SAU Eixo Prioritário 2 Valorização do espaço regional. Regulamento Específico Saúde

Circular Informativa

Inspeção-Geral das Atividades em Saúde. Mª do Rosário Raposo

Plano Nacional de Saúde Contributo da Ordem dos Farmacêuticos

eis Comiss:ío para a Cidadania e Igualdade de Gênero Presidência do Conselho de Ministros

UMA VISÃO SOBRE AUDITORIA INTERNA

Manual Técnico Das Equipas Locais de Intervenção

Sessão de Abertura do X Congresso. Ordem dos Revisores Oficiais de Contas. Ética e responsabilidade. 21 de outubro de 2010

Estatuto e Financiamento da ADSE

DESPACHO. Projeto ETHOS. Plataforma ETHOS - Corrupção e Criminalidade Económico-Financeira

Transcrição:

Senhor Ministro da Saúde, Excelência Senhor Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Excelência Senhor Secretário de Estado da Saúde, Excelência Meritíssimos Presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, Juiz Desembargador, Dr. Luís Vaz das Neves Juiz Conselheiro Diretor-Geral do Tribunal de Contas, Dr. José Tavares Presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, Juiz Desembargador Dr. Eurico Reis Excelentíssimos Senhores Diretor do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, Procurador-Geral Adjunto Dr. Amadeu Guerra Diretor Nacional Adjunto da Polícia Judiciária, Dr. Pedro do Carmo Secretária-Geral do Ministério da Saúde Inspetores-Gerais, Caros Colegas Diretor-Geral da Saúde Presidente do Infarmed Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P. Presidente da Administração Central do Sistema de Saúde Presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação Presidentes das ARS Representantes dos Bastonários das Ordens profissionais Senhores dirigentes do Ministério da Saúde e de outros Ministérios Exmªs Senhoras e Exmºs Senhores Sinto-me honrado por V.Ex.ª, na sequência dos procedimentos concursais realizados pela CRESAP, ter decidido conferir-nos posse, nas instalações desta instituição, construídas nos finais do seculo XIX pela Rainha D. Amélia para sede do Serviço de Luta Antituberculose, onde nos encontramos desde 1988, por decisão da então titular da pasta, Dr.ª Leonor Beleza.

Cumpre-me, em primeiro lugar, agradecer a confiança demonstrada quer na nomeação para o cargo de Inspector-Geral, em regime de substituição, na sequência da aposentação do anterior titular do cargo, quer na escolha que entendeu fazer dentre os nomes que integraram a short list que resultou dos procedimentos atrás referidos. Saúdo, igualmente, os profissionais desta casa, dando expressão pública do meu reconhecimento pelo apoio que senti ao longo destes quatro meses e que reforçaram a minha decisão de assumir as responsabilidades que agora me são confiadas. Todos conhecemos o grau de exigência de V.Ex.ª na condução da política da saúde em Portugal nestes tempos tão difíceis mas também nos honra procurar responder aos desafios que nos lança com o objectivo último de maximizar os recursos afectos à saúde, de modo a garantir às pessoas a prestação de cuidados que permitam manter os relevantes ganhos em saúde alcançados pelo nosso país nas décadas recentes. E porque é para elas que trabalhamos todos os dias, a IGAS continuará a pautar-se pelo lema Servir a saúde, servindo as pessoas. A obtenção de resultados traduzidos em cuidados prestados com qualidade e em segurança aos utentes, bem como a promoção das respostas a dar pelas instituições de saúde às questões colocadas pelos cidadãos que diariamente nos chegam, permitirão manter e reforçar a confiança entre os cidadãos e as instituições de saúde. Criada, como organismo central do Ministério da Saúde (MS), em 19 de setembro de 1980, a Inspecção-Geral, desde o início, teve um papel relevante na instrução dos processos de natureza disciplinar sempre que estivessem em causa dirigentes dos serviços, ou envolvessem infrações de natureza criminal ou a que correspondessem penas expulsivas. Em 1987, através de nova lei orgânica, viu desenvolvidas e sistematizadas, de forma inovadora, as competências na área inspetiva. Em 1993, viu a sua área de intervenção, no âmbito da ação inspetiva, alargada ao sistema de saúde, e não apenas ao SNS, e passou, ainda, a prever-se, expressamente, a realização de auditorias de gestão e, na área disciplinar, explicitou-se a realização de auditorias disciplinares. Na sequência do PRACE, com a entrada em vigor do DL n.º 275/07, de 30 de Julho, foi criada com a actual designação, alargando-se o seu âmbito de

actuação aos organismos e serviços do próprio Ministério da Saúde e às entidades privadas. As alterações introduzidas pela atual Lei Orgânica, decorrentes das linhas de orientação do PREMAC, refletiram um maior incremento do exercício da função inspetiva e um enfoque no caráter preventivo e pedagógico junto dos estabelecimentos e serviços de saúde, visando uma melhoria na eficiência e na qualidade dos serviços prestados aos cidadãos, ressaltando inequivocamente a responsabilidade, agora acrescida, em função da nova vertente de atuação - a da fiscalização das unidades de saúde do sector privado e social, em particular no domínio dos comportamentos aditivos e dependências, a par da articulação com a Direcção-Geral da Saúde, autoridade competente nas áreas do sangue, tecidos e células, bem como do reforço das atribuições em matéria de controlo financeiro, designadamente na sequência do Despacho n.º 6447/2012, de 15 de Maio, do Ministro da Saúde, que confere à IGAS a coordenação do Grupo Coordenador do Sistema de Controlo Interno Integrado (GCCI) do MS. Também em diplomas avulsos ou mediante protocolo, têm sido atribuídas competências à Inspecção-Geral, nomeadamente em termos de inspeções, fiscalizações e instrução de processos de contraordenação, v. g., no que respeita aos estabelecimentos onde se realiza interrupção voluntária da gravidez (IVG), aos centros que ministram técnicas de procriação medicamente assistida (PMA) e às discriminações no exercício de direitos, por motivos baseados na raça, cor, nacionalidade ou origem étnica e discriminações em razão da deficiência e do risco agravado de saúde. Na vertente disciplinar, salienta-se ainda o inequívoco apelo a uma atuação mais pedagógico-preventiva e de apoio aos órgãos de gestão dos estabelecimentos do SNS, em termos de acompanhamento do exercício da sua ação disciplinar (que, em primeira linha lhes compete), através da realização de ações atípicas de prevenção da fraude e de ações de cariz formativo. No que concerne ao universo de controlo, a cobertura integral do seu campo de intervenção vai dos serviços da administração directa do Estado até aos particulares, estendendo-se a todas as entidades que integram o Sistema Português de Saúde e incidindo sobre todas as actividades em saúde.

Em termos financeiros, o sector da saúde apresenta um peso significativo na despesa do Estado. A dotação orçamental do MS para 2013 atingiu o montante de 7 873,01 milhões de euros, representando cerca de 4,28% da despesa pública do Estado 1, o que aliado às especificidades das despesas inerentes à prestação de cuidados de saúde, justifica o reforço de meios que V. Exª entendeu conceder-nos. No plano dos princípios, pautamo-nos pelos valores da integridade, respeito, confiança, espírito de equipa e profissionalismo, procurando difundir uma cultura de controlo que minimize o desperdício e fomente a qualidade, o acesso e a segurança do doente. No plano estratégico, a nossa atividade está alinhada com os vectores estratégicos definidos pelo MS e, em particular, com as Orientações emanadas do Gabinete do Senhor Secretário de Estado Adjunto e da Saúde (SEAS), sem esquecer as especificidades decorrentes da inserção no Sistema de Controlo Interno da Administração Financeira do Estado (SCI). Nestes termos, a IGAS tem vindo a programar as suas atividades no sentido de contribuir para a sustentabilidade da despesa e para o aperfeiçoamento do reporte financeiro das instituições do SNS, para a otimização da gestão dos recursos bem como para a promoção da acessibilidade, da segurança dos doentes e da qualidade na prestação de cuidados, orientando os seus escassos recursos humanos (face ao universo de controlo) para as áreas de maior relevância financeira e de maior risco, de modo a proteger os interesses financeiros do Estado. Com a nossa nomeação assumimos, pois, as Cartas de Missão superiormente definidas, e que se traduzem em objectivos específicos, detalhados e quantificados, com metas exigentes a alcançar no período de duração do mandato. Do objectivo estratégico (OE1), de eficácia, desdobrado em 5 objectivos específicos, realço: 1. O trabalho a desenvolver no seio do Grupo Coordenador do Controlo Interno Integrado do MS, que constitui uma inovação substantiva e mesmo uma mudança de paradigma, a operacionalização de um modelo sistémico de controlo interno no MS, integrado e coerente, entre entidades de monitorização, controlo e avaliação da situação 1 OE 2013 - Despesa do Estado, segundo a classificação orgânica.

económico-financeira e patrimonial, com a definição de objetivos quantificados para os controlos a desenvolver e comprometemo-nos a dar prioridade: - por um lado, à operacionalização de unidades de auditoria interna nos organismos do MS, designadamente nas instituições onde não ainda não existem, ou são incipientes, em articulação com as entidades de monitorização, designadamente com a ACSS; - e, por outro lado, à monitorização do cumprimento dos objetivos de controlo definidos, nomeadamente no que respeita às metas definidas para o volume de fluxos financeiros a controlar (esforço de controlo das instituições do sector da saúde) e ao reporte à tutela dos resultados alcançados. Esta atividade é tanto mais importante quanto é sabido que cabe aos gestores, sobre os quais impendem diversas formas de responsabilidade, incluindo a financeira e criminal, adotar as medidas de controlo interno adequadas de modo a garantir a legalidade dos procedimentos e a boa gestão dos recursos públicos. Em contrapartida, à IGAS caberá preferentemente avaliar o autocontrolo exercido pelas unidades de auditoria interna inseridas nos serviços públicos. Importa não esquecer que é impossível dar resposta a todas as solicitações de intervenção de inspectores da IGAS, por parte dos CA, para suprir a falta de controlos ou para instruir processos, de natureza disciplinar ou outra, pelo que se reitera aqui o entendimento de que este organismo não pode nem deve substituir-se aos gestores. 2. Quanto ao segundo objectivo específico, relacionado com o incremento do esforço de controlo de auditoria, importa, em especial, reforçar a auditoria ao desempenho organizacional, direcionada à maximização da capacidade instalada, em recursos humanos e em equipamentos, com o objectivo de contribuir para eliminar desperdícios e para proporcionar maior oferta de cuidados de saúde prestados às pessoas com os recursos existentes.

3. Quanto ao terceiro, no âmbito do combate à fraude e ao desperdício através de acções inspetivas e da responsabilização disciplinar, daremos continuidade à colaboração entre entidades do MS e entre estas e o Ministério da Justiça no quadro do Grupo de Trabalho Combate à Fraude na área dos Medicamentos e MCDT, integrado pela Polícia Judiciária e pela IGAS, ACSS, SPMS, INFARMED, de modo a reforçar a Capacidade de deteção de casos suspeitos e de proceder à respetiva comunicação às entidades competentes, a qual tem permitido alcançar resultados substantivos e com sucesso. Nunca será de mais reforçar o papel do MS, designadamente através do Centro de Conferência de Faturas (CCF) e, em particular, da Unidade de Exploração de Informação (UEI), que já permitiu sinalizar e/ou comunicar às entidades competentes IGAS, MP e/ou PJ mais de 130 casos suspeitos representando cerca de 135 Milhões de Euros. 4. No que se refere ao quarto objectivo específico do OE1, direcionado à melhoria do acesso aos cuidados de saúde e à redução das desigualdades, visando a equidade, em alinhamento com os eixos estratégicos do Plano Nacional de Saúde, é do conhecimento generalizado os resultados que esta Inspecção-Geral tem vindo a alcançar neste âmbito, contribuindo para a redução das desigualdades em saúde, atividade que prosseguirá em estreita articulação com a Direcção-Geral da Saúde, não só no âmbito das reclamações inseridas no Sistema Sim.cidadão como, inclusive, na avaliação da execução/implementação do anterior PNS vigente em 2004-2010. 5. No que concerne à contribuição da IGAS para a obtenção de elevados níveis técnicos de atuação, nas áreas da qualidade e da segurança dos doentes, na linha do reforço das funções de inspecção e fiscalização do Estado, cumpre-me salientar a articulação com a Direcção-Geral da Saúde, as autoridades de saúde pública e Ordens profissionais, que tem permitido a obtenção de resultados relevantes, pelos quais todos nos devemos congratular. Por impossibilidade de tempo, mas não de vontade, não posso detalhar mas não quero deixar de mencionar o segundo e o terceiro objectivos estratégicos que integram a Carta de Missão, ambos direcionados à gestão interna e com metas igualmente ambiciosas, mas alcançáveis, permitindome destacar aqui a obtenção de ganhos de eficiência na atividade da IGAS, através da padronização e normalização de metodologias, o

desenvolvimento do repositório organizacional, sem esquecer a capacitação dos serviços do SNS ou do MS para o adequado exercício da ação disciplinar, mediante a realização das ações de sensibilização e de auditorias disciplinares, o que nos permitirá optimizar os recursos internos, em particular o corpo inspetivo, direcionando a sua atividade para as áreas prioritárias já largamente mencionadas. Por fim, é grato realçar o reforço do orçamento para 2013 que nos permitirá preencher mais 10 postos de trabalho afectos à área operacional, de modo a dar resposta à crescente diversidade e complexidade das situações em investigação, que envolvem designadamente, a prevenção e o combate à fraude no SNS. Deste modo, acreditamos que iremos dar resposta aos novos desafios, não podendo deixar de destacar o papel dos profissionais da IGAS, cujo reconhecimento e confiança futura no respetivo desempenho profissional, constitui a maior garantia para defesa da legalidade e dos direitos dos cidadãos, na sua dupla qualidade de contribuintes e de utentes do SNS. Muito obrigado pela vossa atenção e presença nesta casa, o que muito nos honrou.