Copolímeros de Etileno-Propileno Amorfos Obtidos com Catalisador à Base de Tetracloreto de Titânio e Cloreto de Magnésio Anidro

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Transcrição:

A R T I G o Copolímeros de Etileno-Propileno Amorfos Obtidos com Catalisador à Base de Tetracloreto de Titânio e Cloreto de Magnésio Anidro José Luiz L. Xavier e Fernanda M.S. Coutinho Resumo: Copolímeros de etileno-propileno amorfos foram obtidos através de catalisadores Ziegler-Natta à base de tetracloreto de titânio e cloreto de magnésio tratado com fosfato de tri(n-butila)(tbp). Preliminarmente, foram estudados os efeitos do teor de TBP, cocatalisador e temperatura de polimerização sobre as propriedades dos copolímeros E-P. Adição de TBP ao suporte permitiu controle da cristalinidade do copolímero, sem reduzir significativamente a atividade catalítica. Temperatura baixa favoreceu a obtenção de E-P amorfo. Trietilalumínio foi o melhor cocatalisador para a obtenção de copolímero mais aleatório. Palavras-chave: Copolímero de etileno-propileno, catalisador Ziegler-Natta, modificador, fosfato de tri(nbutila), copolímero amorfo Introdução Os sistemas catalíticos Ziegler-Natta heterogêneos são tradicionalmente usados na produção de poliolefmas cristalinas. Nesse contexto, os catalisadores heterogêneos suportados em cloreto de magnésio (MgCh) destacam-se como os mais eficientes na produção industrial de polipropileno isotático e com controle morfológico de partícula. Importantes trabalhos têm sido dedicados à modificação de catalisadores heterogêneos suportados em cloreto de magnésio para aplicações como a síntese de poliolefmas elastoméricas i,2,3, em substituição a sistemas homogêneos baseados em compostos de vanádio que, além de apresentarem, baixa produtividade, não propiciam controle da morfologia da partícula de polímero. As modificações dos sistemas catalíticos heterogêneos suportados em MgCh i,4, direcionadas para a produção de poliolefinas elastoméricas referenciadas neste trabalho visam à obtenção de copolímeros amorfos ou com cristalinidade controlada, de distribuição de pesos moleculares estreita e controle de composição de comonômeros, uma vez que é conhecido que catalisadores tradicionais Ziegler Natta produzem polímeros cristalinos, propiciam distribuição de pesos moleculares (DPM) muito larga e composição heterogênea de comonômeros. Os copolímeros amorfos, de peso molecular baixo e DPM estreita, e principalmente os de etileno-propileno, são aplicados como melhoradores de índice de viscosidade de óleos lubrificantes, pois apresentam vantagens como solubilidade em hidrocarbone- José L.L. Xavier, CENPES - Petrobrás, Quadra 7, Ilha do Fundão, CEP 21949-900, Rio de Janeiro - RJ; Fernanda M.S. Coutinho, Instituto de Macromoléculas, UFRJ, C.P. 68525, CEP 21945-970, Rio de Janeiro - RJ, Brasil. 22 Polfmeros: Ciência e Tecnologia - Abr/Jun - 95

tos, alto poder de espessamento, boa resistência ao cisalhamento, custo baixo etc. Neste trabalho foi estudado o efeito do fosfato de tri(n-butila) como agente modificador do sistema TiCl4 suportado em MgCh, sobre as propriedades dos copolímeros etileno-propileno produzidos. Objetivo o objetivo deste trabalho foi então o estudo do efeito da adição de fosfato de tri(n-butila) durante a etapa de ativação do suporte catalítico (MgCh) para a síntese de catalisadores à base de tetracloreto de titânio para a produção de copolímeros etileno-propileno amorfos. Experimental Materiais O n-hexano comercial foi purificado através de passagem em peneira molecular (3D). Tetracloreto de titânio grau extra puro e fosfato de tri(n-butila) (TBP) foram utilizados sem purificação adicional. Triisobutilalumínio (TIBA), trietilalumínio (TEA) e, cloreto de dietilalumínio (DEAC) foram diluídos em n-hexano e utilizados na concentração de 1,6 M. Argônio, etileno e propileno foram purificados através de passagem por coluna com peneira molecular 3D e catalisador BASF para remoção de água e oxigênio, respectivamente. Cloreto de magnésio da TOHO Titanium foi moído em moinho de bolas, em câmara de cerâmica, com TBP, durante 48 horas. Preparação do Catalisador Catalisadores altamente dispersos foram obtidos através de impregnação de TiCl4 em MgCh (moído com TBP), a temperatura de refluxo, sob atmosfera inerte, de acordo com procedimento descrito na literatura 5.. Teor de titânio dos catalisadores: O teorde titânio do catalisador foi determinado através de espectrometria de absorção atômica, utilizando-se um espectrofotômetro Perkin-Elmer, modo 5100. Polimerizações As copolimerizações foram efetuadas em um reator Parr de 300 ml, de aço inox, com controle de temperatura. Foram adicionados n-hexano, cocatalisador e catalisador, nesta ordem, sob atmosfera de argônio. A mistura de etileno e propileno a 50% e pressão total de 4 Kgf/cm 2 foi preparada em um cilindro de 1L e alimentada ao reator a 80,50 e 35 cc. O tempo reacional foi de 15 rnin para todas as reações. Caracterização dos Copolímeros Análise térmica: A temperatura de fusão (Tm) e a entalpia de fusão dos copolímeros (H m ) foram medidas em um calorímetro Perkin-Elmer DSC-7. O calorímetro foi calibrado com padrões de índio e zinco para a faixa de 25 cc a 400 cc. As amostras, cerca de 10 mg, foram colocadas em cápsulas de alumínio. A taxa de aquecimento e resfriamento foi de 10 cc/mino Foi seguido o procedimento descrito no método ASTM D-3417 para a medida da entalpia e do ponto de fusão. A medida da temperatura de transição vítrea (Tg) foi efetuada num calorímetro DuPont modelo 910 e adotou-se o método ASTM D3418-82. A massa de amostra empregada nas análises foi de 10 mg, e a taxa de aquecimento e de resfriamento foi de 20 cc/mino A cristalinidade dos copolímeros (Xc) foi estimada, para fins de comparação das amostras, adotando-se como padrão o calor de fusão de polietileno de alta densidade (PEAD) 100% cristalino (68,4 J/g) e efetuando-se o seguinte cálculo 6 : onde: Xc = (~Hm / ~HPE).100 ~Hm = calor de fusão da amostra, em J/g, medido no DSC; ~HPE = calor de fusão de PEAD 100 % cristalino. Neste cálculo, admitiu-se que a cristalinidade dos copolímeros foi devida somente à seqüências cristalinas de etileno. Ressonância magnética nuclear (13C-NMR): A incorporação de propileno (%C3), o teor de díades EE(%EE), EP(%EP) e PP(%PP) e de tríades EEE (%EEE) e PPP (%PPP) foi determinada através de medidas de 13C por NMR, utilizando-se um espectrofotômetro Varian de 300 MHz. Razões de reatividade: As razões de reatividade fi e r2 foram calculadas através das seguintes expressoes - 1: sendo: 2.(EE) fi = (EP).X f2 = 2.(PP).X (EE) Polfmeros: Ciência e Tecnologia - Abr/Jun - 95 23

EE: teor de díades etileno-etileno; EP: teor de díades etileno-propileno; PP: teor de díades propileno-propileno; X: razão de concentração de etileno para propileno na mistura de monômeros. Fração solúvel dos copolímeros: O teor de fração solúvel dos copolímeros foi determinado através da extração do polímero total com n-hexano em Soxhlet após 8 h, e foi calculado de acordo com a seguinte relação: Ps S= Pt.100 onde: S: teor de fração solúvel do copolímero (%); P s : massa de polímero solúvel (g); P t : massa de polímero total (g). Cromatografia de exclusão de tamanho - GPC: A determinação dos peso..!.moleculares médios numérico (M n ) e ponderai (M w ) e da polidispersão (M w / M n ) dos copolímeros foram realizadas num cromatógrafo WATERS 150 C, acoplado ao acessório VISKOTEC. As medidas foram realizadas em triclorobenzeno a 135 C. Resultados e Discussão A adição de TBP na etapa de ativação do suporte levou à diminuição da atividade catalítica da copolimerização, o que mostra a ocorrência de envenenamento de sítios ativos pelo TBP. Observa-se também que o teor de titânio do catalisador aumentou gradativamente à medida que aumentou o teor de TBP empregado na moagem, devido provavelmente ao fato do TBP (ou composto derivado da reacão com TiCI4) estar complexado com o MgCh e favorecer o aumento da incorporação de titânio ao catalisador, conforme mostram os dados apresentados na Tabela 1. O efeito do TBP sobre a dispersão de pesos moleculares dos copolímeros também é mostrado na Tabela 1. Foi observado que o aumento do teor de TBP provocou o decréscimo da polidispersão, ou seja, tomou a distribuição de pesos moleculares dos copolímeros mais estreita. Isto pode ser explicado através do envenenamento de sítios ativos do sistema catalítico pelo TBP ou por composto derivado da reação com TiCI4. Observa-se ainda que o aumento do teor de TBP, até 5%, favoreceu a incorporação de etileno, indicada pela diminuição da Tg do copolímero, e promoveu o aumento da atividade catalítica. Este aumento na atividade catalítica deveu-se provavelmente ao aumento da incorporação de titânio no catalisador. É interessante notar que quando se utilizou um teor de 5% de TBP na moagem obteve-se um copolímero com cristalinidade mais baixa. Este fato pode ser atribuído àformação de um copolímero alternado, como demonstra o valor do produto fi.r2 próximo de 1,00. A Tabela 2 apresenta os resultados obtidos no estudo sobre a influência da temperatura de copolimerização sobre a composicão e cristalinidade dos copolímeros. A Fig. 1 mostra o efeito da temperatura Tabela 1: Efeito do teor de TBP empregado na ativação do suporte catalítico na copolimerização de E-P Catalisador # Teor de TBP na Teor de Ti no Corrida Atividade TgeC) Xc(%) Mw/MN ativação do catalisador (%) (código) catalítica suporte (%) (p/p) (g.pol/g.ti.h) (I) TiCI4!MgCh O 0,38 CP80 16300-36 0,80 15,9 (2) TiCI4!MgCh-TBP 5 1,45 CP114 22500-46 0,0 15,4 (3) TiCI4!MgCh-TBP 10 1,63 CP105 8400-42 0,10 (4) TiCI4!MgCh-TBP 18 2,17 CP89 3300-51 3,60 11,9 Condições: 85 C; 2,0 Kgf/cm 2 de etileno; 2,0 Kgf/cm 2 de propileno; AI/Ti = 15; cocatalisador, TEA. Tabela 2: Efeito da temperatura sobre a estrutura do copolímero E-P Corrida (código) Temperatura de reação Teor de fração solúvel do Xc(%) ec) copolímero (%) CP89 85 55 3,6 CP91 50 81 0,1 CP96 35 73 0,0 Teor de propileno no copolímero (%) 51 79 81 Condições: 85 C; 2,0 Kgf/cm 2 de etileno; 2,0 Kgf/cm 2 de propileno; AI/Ti = 15; cocatalisador, TEA; catalisador, (4) da Tabela 1. 24 Polímeros: Ciência e Tecnologia Abr/Jun - 95

Tabela 3: Efeito do cocatalisador sobre as características do copolímero E-P Cocatalisador Corrida (código) Teor de fração Tg("C) Teor de propileno ri.1'2 solúvel de polímero (%) (%) TEA CPC14 90-46 75,4 0,89 DEAC CPC02 76-32/-98 80,6 1,73 TIBA CPC27 55-28 74,6 0,90 Condições: 85 C; 2,0 Kgf/cm 2 de etileno; 2,0 Kgf/cm 2 de propileno; AVfi = 25; catalisador, (4) da Tabela I. Catalizador (4) da Tabela 1 Temp. de 35 C Temp. de 50 C Temp. de 85 C Temp. de 35 C Temp. de 50 C Temp. de 85 C ppp 15,6 15,5 13,4 pp 42 39,7 25,8 EEE 20,7 19,6 21 EE 26,1 27,1 38,7 Tipos de díades e tríades Figura 1. Efeito da temperatura sobre a composição dos copolímeros E-P. sobre o teor de tríades e díades dos copolímeros formados. Observa-se que o aumento de temperatura de polimerização de 35. C para 85 C resultou na redução do teor de frações solúveis. Isto pode ser atribuído ao aumento do teor de etileno incorporado, que favorece o acréscimo da cristalinidade e conseqüentemente a redução da solubilidade do copolímero. O aumento da temperatura de 35 C para 85 C promoveu a diminuição do teor de propileno no copolímero, um resultado cineticamente inesperado considerando-se que o aumento de temperatura deveria favorecer a incorporação do monômero menos reativo, nesse caso, o propileno. O efeito no teor de polímero solúvel, observado quando se variou a temperatura reacional de 35 C para 50 cc, está sendo melhor investigado e será publicado num próximo trabalho. Pollmeros: Ciência e Tecnologia - Abr/Jun - 95 Analisando-se ainda o efeito do aumento da temperatura de polimerização, verifica-se que a cristalinidade do copolímero aumentou, provavelmente devido ao aumento do tamanho das seqüências de etileno, o que é uma indicação da redução da incorporação de propileno. A Tabela 3 mostra os resultados do estudo do efeito do tipo de cocatalisador (TEA, TIBA e DEAC) sobre as características dos copolímeros E-P obtidos neste trabalho. Esse efeito foi observado através dos resultados de teor de fração solúvel, da temperatura de transição vítrea do copolímero (Tg) e do produto dàs razões de reatividade (fi.r2). Os valores do produto r).r2 próximo de 1,00, da Tg (próxima à dos copolímeros com 50% de etileno7) e do teor de frações de solúveis (mais alto) (Tabela 3) indicam que TEA propicia a formação de copolímeros mais aleatórios que DEAC ou TIBA. 25

A ativação com DEAC apresentou a tendência para promover a formação de copolímero em bloco, identificado pelos dois valores de Tg que demonstram a existência de duas fases distintas no copolímero. O valor da Tg do copolímero obtido com TIBA (mais próxima do valor da T g do polipropileno) indica a existência de seqüências mais longas de propileno. O teor de fração solúvel desse copolímero foi o mais baixo observado. Esse fato poderia ser atribuído à formação de copolímero de peso molecular mais elevado e/ou à formação de regiões mais cristalinas, o que o tomaria mais insolúvel. Conclusão A utilização de fosfato de tri(n-butila) como modificador do catalisador possibilitou o controle da cristalinidade do copolímero etileno-propileno. Foi verificado ainda que a adição de TBP, nas condições empregadas neste trabalho, exerce efeito sobre a polidispersão e sobre a solubilidade dos copolímeros, entretanto esses efeitos necessitam serestudados com maior detalhe. Agradecimentos Os autores agradecem ao CEPG-UFRJ, ao PADCT/CNPq e ao CENPES - PETROBRÁS pelo apoio recebido para a realização deste trabalho. Referências Bibliográficas 1. Soga, K; Sano, T.; Ohnishi, R.; Kawata, T.; Ishii, K; Shiono, T. & Doi., "Synthesis ofe-p rubber using Ti-catalysts". Proceedings of The Intemational Symposium on the Future Aspects of Olefin Polymerization, (Tokyo, Japan, 1985), vol. 25, pp. 109-122. 2. Terano, M. And Ishii, K,"A study on the active ofa primary type ofmgch- supported catalyst by ethylene-propylene copolymerization". Proceedings of The Intemational Symposium on The Future Aspects of Olefin Polymerization, (Tokyo, Japan, 1985), vol. 25, p. 277. 3. Koivumaki, J.; Seppãla, J.V. & Vaananem, T., "Preparation and Studies on E-P Rubber", Polymer Technology Publication. (Helsink University oftechnology; no. 2, 1989). 4. Xingfa, Z.; Degheng, Y.; Yun, X.,Shijian, L. & Hefu, G., Chinese Joumal ofapplied Chemistry 1 (4),41-46 (1984). 5. Chien, J.C.W. & Hsieh, J.T.T., J. Polymer Science, 14, 1915 (1976). 6. Brennam, W.P. & Jarrett, R.M. "Characterization ofpolyethylene films by differential scanning calorimetry", Technical Communication, Perkin-Elmer Corporation Instrument Division. 7. Encyc10pedia ofpolymer Science and Engineering."Ethylene-propylene copolymers", John Wiley & Sons, NY, 1986, vol. 6, p. 532, 2 a ed. 26 Polímeros: Ciência e Tecnologia - Abr/Jun - 95