Transporte de nutrientes, clorofila a

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Transcrição:

Transporte de nutrientes, clorofila a e sólidos em suspensão na foz do Rio Mira, Vila Nova de Milfontes, ao longo de um ciclo de maré viva, Outubro 2013 A. Rosa, C. Pereira, N. Simões, A. Ovelheiro, A. Silva, L. Curralo, A. Cravo e J. Jacob

Índice Importância dos estuários Local de Estudo Objectivos Material e Métodos Resultados e Discussão Conclusões Trabalho Futuro

Introdução Importância dos estuários Ecossistemas produtivos; Transição entre a água doce e a água oceânica; Fortes gradientes temporais e espaciais; Trocas com o oceano adjacente; Forte relação entre os nutrientes, fitoplâncton e outros níveis tróficos; Cálculo dos balanços de massa permite estimar a magnitude das trocas através destes ecossistemas e sua influência na produtividade biológica. Fig. 1 Foz do Rio Mira. Fonte: Google search: http://olhares.uol.com.br/client/files/foto/big/159/1593647.jpg 1

Local de Estudo Rio Mira Serra do Caldeirão; SW da costa portuguesa; Ext: 145 km; Área: 1576 km 2 ; Não estratificado; 60 km a montante - Barragem de Santa Clara. Estuário do Rio Mira Pequeno, Ext. 30 km; Área: 4.5 km 2 ; Volume: 27 x 10 6 m 3 ; Marés semi-diurnas (1 m 3 m); Profundidade média: 4 m; Largura da zona inferior do estuário: 150 m; Ligação ao Oceano Atlântico; Ecossistema pouco estudado a nível oceanográfico, desconhece-se a sua contribuição para a zona costeira. Fig. 2 Localização do Rio Mira. Adaptado de: Google Earth. 2

Objetivos Caracterizar a variação dos parâmetros físico-químicos (T, S, ph, O 2, nutrientes, Clor a e SS) na foz do rio Mira, ao longo de um ciclo de maré semi-diurno (~12,5 h), em maré-viva, 7 de Outubro 2013; Quantificar o transporte residual de massa (água, nutrientes, clor a e SS) numa secção transversal ao longo desse ciclo de maré, para avaliar o comportamento deste estuário e sua influência na zona costeira. Fig. 3 - Foz do Rio Mira. Fonte: Google Earth. 3

Material e Métodos Zona de amostragem Fig. 4 - Zona de amostragem no estuário do rio Mira, Vila Nova de Milfontes. Recolha e processamento das amostras Medições in situ com sonda multiparamétrica (T, S, ph e O 2 ); Recolha de amostras de água com garrafa de Niskin (~ 1m de profundidade) para análise de nutrientes, Clor a e SS, e confirmação de O 2 ; Medição da altura da maré (régua graduada); Medição da velocidade da maré método lagrangeano; Análise laboratorial dos parâmetros com métodos específicos: Nutrientes (Grasshoff et al., 1983), Clorofila a (Lorenzen, 1967) Sólidos em Suspensão (APHA, 1992). Adaptado de: Google Earth. 4

Resultados e Discussão Max T ao meio dia, próximo da BM, varia em antifase com a maré, valores típicos de final verão; Max Salinidade às 13h20, em enchente, valores > 35 contribuição mínima de água doce (caudal do rio: ~0 m 3 s -1 ); Min ph - início do dia domínio da respiração; Max ph durante a tarde domínio da fotossíntese valores 8,1, típicos de águas costeiras; %Sat O 2 varia em fase com a maré; valores próximos da sat. Min 96% em BM; 5 Max 107% em PM oxigenação durante a enchente.

Resultados e Discussão Nitrato, Fosfato e Silicato antifase com a altura da maré; Nitrato concentração mais elevada dos compostos de N; Fosfato concentração mais baixa; Silicato - concentração mais elevada dos nutrientes; Valores relativamente baixos. 6

Resultados e Discussão Clor a e SS antifase com a altura da maré; Max Clor a 11h15 e 13h20 Max temperatura e feop; ~1 µg/l em Outubro. Max SS potenciado por possivel ressuspensão dos sedimentos em BM; SS (+) amónia, nitrito e silicato mesma fonte, estuário. 7

Resultados e Discussão Qual é a influência destas concentrações no Transporte de massa? 8

Resultados e Discussão Exportação ~ 5 x 10 6 m 3 água 0,8 kg Clorofila a ~ 350 kg Nitratos ~ 15 kg Fosfatos 260 kg Silicatos 15 ton Sólidos em Suspensão Tabela I Prisma de enchente, vazante e residual dos transportes de nutrientes, sólidos em suspensão e clorofila a durante ciclo de maré semidiurno em condições de maré-viva em 7 de Outubro de 2013. Valores positivos reflectem importação e valores de negativos exportação do estuário para o oceano adjacente. Estuário de Vazante 9

Conclusões Variabilidade temporal dos parâmetros ao longo do ciclo de maré; Sistema bem misturado e oxigenado; Nutrientes, clorofila a e os sólidos em suspensão variaram em antifase com o ciclo mareal; Comportamento de Estuário de vazante para as condições de maré observadas, exportação de quantidades significativas de matéria para o oceano, o que pode contribuir para aumentar a produtividade biológica nesta zona de estudo; Mas... os resultados podem alterar-se em função de diferentes condições ambientais (oceânicas e atmosféricas) e das características da maré. 10

Trabalho Futuro Google search: http://1.bp.blogspot.com/- obtoebov48a/t8zaqxuuqpi/aaaaaaaaek4/imwd4en4w0 4/s1600/shhhhh-quiet-everyone-study-wallpaper.jpg Google search: http://www.enfimcasada.com.br/wpcontent/uploads/2013/07/ec115.jpg Google search: http://jasminenemma.files.wordpress.com/2012 /01/rain-cloud.png Diferentes condições de maré (Maré-viva; Maré-morta); Diferentes condições ambientais/sazonais; Variação espacial/longitudinal dos parâmetros analisados; Análise da influência antropogénica a nível das fontes externas ao estuário (agricultura vs. águas residuais) 11

Agradecimentos Ao Colégio Nossa Senhora da Graça e ao Professor João Vasco Cabecinha que nos proporcionou a utilização dos laboratórios para processamento das amostras! 12

Obrigada pela vossa atenção!