Prevalência do uso de anti-hipertensivos em pacientes acompanhados em Unidade Básica de Saúde, Canoas, RS, Brasil



Documentos relacionados
Prevalência, Conhecimento, Tratamento e Controle da Hipertensão em Adultos dos Estados Unidos, 1999 a 2004.

PERFIL MEDICAMENTOSO DE SERVIDORES HIPERTENSOS DA UEPG

Políticas de saúde: o Programa de Saúde da Família na Baixada Fluminense *

CRS Leste/ST Guaianases UBS Jd. Aurora

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES CADASTRADOS NO SISTEMA HIPERDIA DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA, RS

EPIDEMIOLOGIA DO USO DE MEDICAMENTOS NO BAIRRO SANTA FELICIDADE, CASCAVEL PR.

DIABETES MELLITUS NO BRASIL

05/05/2014 NOTA TÉCNICA

TÍTULO: "SE TOCA MULHER" CONHECIMENTO DAS UNIVERSITÁRIAS SOBRE O CÂNCER DE MAMA

GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO SERVIÇO DE SAÚDE COMUNITÁRIA APOIO TÉCNICO EM MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

PALAVRAS-CHAVE: Mortalidade Infantil. Epidemiologia dos Serviços de Saúde. Causas de Morte.

IMPACTO DO PROGRAMA HIPERDIA NO ACESSO A MEDICAMENTOS DE USO CONTÍNUO EM IDOSOS DO SUL E NORDESTE DO BRASIL

VI CONGRESSO DE HIPERTENSÃO DA. HiperDia, desafios futuros e o que esperar?

DIABETES MELLITUS E HIPERTENSÃO ARTERIAL: Prevenção, Consciência e Convivência.

Consulta de Enfermagem para Pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica. Ms. Enf. Sandra R. S. Ferreira

Sumário Executivo Pesquisa Quantitativa Regular. Edição n 05

1. RESUMO EXECUTIVO. Data: 19/03/2014 NOTA TÉCNICA 48/2014. Medicamento Material Procedimento Cobertura

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: HÁ DIFERENÇA NA DISTRIBUIÇÃO ENTRE IDOSOS POR SEXO?

METODOLOGIA RESULTADOS E DISCUSSÃO

PLANEJAMENTO E AVALIAÇAO DE SAÚDE PARA IDOSOS: O AVANÇO DAS POLITICAS PÚBLICAS

OBJETIVO. Palavras-chave: Saúde pública, perda auditiva e linguagem

Palavras- chave: Vigilância epidemiológica, Dengue, Enfermagem

Saúde da mulher em idade fértil e de crianças com até 5 anos de idade dados da PNDS 2006

CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DE DEFESA DA SAÚDE CESAU

Internações por Hipertensão Essencial em homens idosos no Brasil: estudo comparativo entre as regiões nordeste e sudeste no período de 2008 a 2012.

Pesquisa Mensal de Emprego PME. Algumas das principais características dos Trabalhadores Domésticos vis a vis a População Ocupada

GRUPOS DE ATIVIDADES EDUCATIVAS PARA OS PROGRAMAS DE ASSISTÊNCIA AO HIPERTENSO, DIABÉTICOS E IDOSO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE JATAÍ-GO*.

A EVITABILIDADE DE MORTES POR DOENÇAS CRÔNICAS E AS POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS AOS IDOSOS

O USO DE MEDICAÇÃO ANTI-HIPERTENSIVA NA GESTAÇÃO

PERCEPÇÃO DO CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA E ACOMPANHAMENTO DE ATIVIDADES VOLTADAS À SAÚDE DO COLETIVO

AUTOMEDICAÇÃO EM IDOSOS NA REGIÃO SUL DO PARANÁ Gisele Weissheimer, Luciane Erzinger de Camargo

NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS ENFERMEIROS SOBRE A SAÚDE DO HOMEM NO MUNICÍPIO DE CAJAZEIRAS-PB.

Linha de Cuidado da Obesidade. Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas

MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA COORDENAÇÃO NACIONAL DE HIPERTENSÃO E DIABETES

CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS DE IDOSAS. UM OLHAR PARA VIÇOSA, MINAS GERAIS, BRASIL

Identificar como funciona o sistema de gestão da rede (espaços de pactuação colegiado de gestão, PPI, CIR, CIB, entre outros);

PNAD - Segurança Alimentar Insegurança alimentar diminui, mas ainda atinge 30,2% dos domicílios brasileiros

CARACTERIZAÇÃO DOS USUÁRIOS QUE FAZEM USO DE PSICOTRÓPICOS DE UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

MINISTÉRIO DA SAÚDE SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO BÁSICA COORDENAÇÃO NACIONAL DE HIPERTENSÃO E DIABETES

AIDS E ENVELHECIMENTO: UMA REFLEXÃO ACERCA DOS CASOS DE AIDS NA TERCEIRA IDADE.

MODELO PROJETO: PRÊMIO POR INOVAÇÃO E QUALIDADE

O CONHECIMENTO DOS ENFERMEIROS DAS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA REALIZAÇÃO DO EXAME CLÍNICO DAS MAMAS

Doença de Alzheimer: uma visão epidemiológica quanto ao processo de saúde-doença.

Título: Autores: Unidade Acadêmica: INTRODUÇÃO

EXAME DE INGRESSO AO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA. Nome:... Data:... Assinatura:...

Nara Rubia Borges da Silva Vitória Maria Lobato Paes

ATUALIZA ASSOCIAÇÃO CULTURAL ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA ÍRIA CRUZ PIMENTEL

CORRELAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA RENAL E ANEMIA EM PACIENTES NORMOGLICEMICOS E HIPERGLICEMICOS EM UM LABORATÓRIO DA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE, CE

III Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí III Jornada Científica 19 a 23 de Outubro de 2010

O MANEJO DO DIABETES MELLITUS

DIABETES MELLITUS: ADESÃO E CONHECIMENTO DE IDOSOS AO TRATAMENTO

Abra as portas da sua empresa para a saúde entrar. Programa Viva Melhor

AVALIAÇÃO DA EPIDEMIA DE AIDS NO RIO GRANDE DO SUL dezembro de 2007

AVALIAÇÃO DA EPIDEMIA DE AIDS NO RIO GRANDE DO SUL dezembro de 2007

Caracterização dos doentes toxicodependentes observados pela equipa de Psiquiatria de Ligação - análise comparativa dos anos de 1997 e 2004

Experiências Nacionais na Abordagem de Hipertensão e Diabetes na Rede de Atenção Primária A Experiência de São Bernardo do Campo

DIABETES AUTORREFERIDO EM IDOSOS: SEGUIMENTO TERAPÊUTICO E FATORES ASSOCIADOS

Saúde. reprodutiva: gravidez, assistência. pré-natal, parto. e baixo peso. ao nascer

Fatores que interferem na qualidade de vida de pacientes de um centro de referência em hipertensão arterial

PROMOÇÃO DA SAÚDE COM FOCO EM DIABETES MELLITUS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Experiência: VIGILÂNCIA À SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Inovação nas Médias Empresas Brasileiras

Avaliações Pós Periódicos Ferramenta utilizada como melhoria da saúde dos empregados da Coelba

RASTREAMENTO DO CÂNCER DE COLO UTERINO EM MULHERES IDOSAS NO MUNICÍPIO DE LAGOA SECA/PB

Seminário de Doenças Crônicas

REDUÇÃO DE DANOS EM SERVIÇOS DE SAÚDE

Envelhecimento populacional e a composição etária de beneficiários de planos de saúde

Apresentação. Introdução. Francine Leite. Luiz Augusto Carneiro Superintendente Executivo

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Longo caminho. Acontece no mundo inteiro. Os doentes crônicos

O CUIDADO PRESTADO AO PACIENTE ONCOLÓGICO PELA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

NTRODUÇÃO MATERIAL E MÉTODOS

FATORES QUE INTERFEREM NA QUALIDADE DO SERVIÇO NA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA RENATO AUGUSTO PEDREIRA LEONNI EM SANTO AMARO DA PURIFICAÇÃO-BA.

TÍTULO: ALUNOS DE MEDICINA CAPACITAM AGENTES COMUNITÁRIOS NO OBAS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

Faculdade da Alta Paulista

HANSENÍASE EM IDOSOS NO BRASIL NO ANO DE 2012

Título do Projeto: Triagem das Principais Causas de Cegueira em uma Unidade de Atenção Básica de Saúde de Goiânia através da Telemedicina.

PROJETO DE LEI Nº,DE 2014

UNIVERSALIDADE. O Modelo de Atenção á Saúde ESF INTEGRALIDADE

Morro do Bumba Niterói RJ,

PROCESSO DE PRESCRIÇÃO E CONFECÇÃO DE ÓRTESES PARA PACIENTES NEUROLÓGICOS EM UM SERVIÇO DE TERAPIA OCUPACIONAL

PERFIL DE IDOSOS COM ALTERAÇÕES PODAIS ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE GERIATRIA

Atraso na introdução da terapia anti-retroviral em pacientes infectados pelo HIV. Brasil,

A situação do câncer no Brasil 1

INDICADORES SOCIAIS E CLÍNICOS DE IDOSOS EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

CAUSAS DE MORBIDADE HOSPITALAR POR DOENÇAS DE INTERNAÇÃO EVITÁVEL EM CRIANÇAS DE 1 A 4 ANOS

PRÊMIO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA DO SUS/ MG- PRÊMIO ALUÍSIO PIMENTA-ANO 2009/2010

Você conhece a Medicina de Família e Comunidade?

"ANÁLISE DO CUSTO COM MEDICAMENTOS E DO RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES MORBIDAMENTE OBESOS ANTES E APÓS A REALIZAÇÃO DA CIRURGIA BARIÁTRICA"

Lucas Garcia. Gerente de Produto EPIMED - Segurança do Paciente Departamento de Enfermagem SOTIERJ


2. HIPERTENSÃO ARTERIAL

Construção de Redes Intersetoriais para a atenção dos usuários em saúde mental, álcool, crack e outras drogas

PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DO CÂNCER DE PRÓSTATA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA FEIRA DE SAÚDE. Palavras chave: Saúde, Promoção da Saúde, Saúde do Homem.

Lidando com o paciente oncológico C A M I L A M A N O S S O F U N E S J É S S I C A D E O L I V E I R A S T O R R E R

5.4 Transplantes. 1 Rim. Os dados dos transplantes serão analisados por grupos de órgãos.

SITUAÇÃO DOS ODM NOS MUNICÍPIOS

TERAPÊUTICA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

Transcrição:

PREVALÊNCIA DO USO DE ANTI-HIPERTENSIVOS... Iuppen et al. Prevalência do uso de anti-hipertensivos em pacientes acompanhados em Unidade Básica de Saúde, Canoas, RS, Brasil Prevalence of use of antihypertensive drugs in patients followed in a Basic Health Unit of Canoas, RS, Brazil Lisiane Specht Iuppen 1, Fernanda Herbstrith de Sampaio 1, Bianca Zandoná 1, Christian Teixeira Nicoletti 1, Maurício Canez Pires 2 RESUMO Introdução: Considerada uma doença crônico-degenerativa, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um problema de saúde pública em países desenvolvidos, sendo responsável por um grande número de mortes. É uma das doenças mais prevalentes no mundo, afetando um em cada cinco brasileiros, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). A investigação constante sobre informações epidemiológicas dessa doença é importante para os gestores públicos. O objetivo deste estudo foi investigar a prevalência de uso contínuo de medicamentos anti-hipertensivos entre os pacientes atendidos no serviço de Medicina de Família e Comunidade (MFC) da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de Canoas (RS). Métodos: O estudo realizado é do tipo inquérito epidemiológico, em que a amostra foi composta por todos os pacientes maiores de 18 anos, que foram atendidos no serviço de MFC da ULBRA, em uma UBS do município de Canoas (RS), no período de janeiro a março de 2010, totalizando 371 pacientes. A coleta de dados foi feita através da revisão dos prontuários dos pacientes atendidos no referido período. Resultados: O uso de anti-hipertensivos estava presente em 48,5% (118 casos) da população estudada. A maioria (33,4%) já fazia uso de algum desses medicamentos há mais de 18 meses. Os mais utilizados foram captopril (66,1%) e hidroclorotiazida (61,7%). Conclusões: A prevalência do uso de anti-hipertensivos na população assistida por essa UBS é alta (48,5%). Captopril foi o medicamento mais prescrito, o que está em desacordo com a terapêutica recomendada atualmente. UNITERMOS: Anti-Hipertensivos, Hipertensão, Pressão Arterial, Doença Crônica, Atenção Primária à Saúde. ABSTRACT Introduction: Considered as a chronic degenerative disease, hypertension (HBP) is a public health problem in developed countries, accounting for a large number of deaths. It is one of the most prevalent diseases worldwide, affecting one in every five Brazilians, according to the World Health Organization (WHO). The continual research on epidemiological information of this disease is important for policy makers. The aim of this study was to investigate the prevalence of the continuous use of antihypertensive medications among patients seen in the service of Family and Community Medicine (FCM) of the Lutheran University of Brazil (ULBRA) in a Basic Health Unit (BHU) in Canoas (RS). Methods: We conducted an epidemiological survey in which the sample consisted of all patients aged over 18 years who visited the FCM service of ULBRA in a BHU in Canoas (RS) from January to March 2010, with a total of 371 patients. Data collection was done by reviewing the medical records of patients seen in that period. Results: The use of antihypertensive drugs was present in 48.5% (118 cases) of the population studied. The majority (33.4%) had been using some of these drugs for more than 18 months. The most used drugs were Captopril (66.1%) and hydrochlorothiazide (61.7%). Conclusions: The prevalence of use of antihypertensive drugs in this population is high (48.5%). Captopril was the most prescribed drug, which is at odds with the currently recommended therapy. KEYWORDS: Antihypertensive Agents, Hypertension, Blood Pressure, Chronic Disease, Primary Health Care. INTRODUÇÃO Estima-se que até o ano de 2050 a proporção de idosos no Brasil duplique, representando assim 15% da população. Como consequência, espera-se observar uma mudança no perfil de saúde da população, em que as doenças crônicas e suas complicações serão predominantes (1). Considerada uma doença crônico-degenerativa, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um problema de saúde pública, sendo responsável por um grande número de mortes (2, 3). É uma das doenças mais prevalentes no mundo, afetando um em cada cinco brasileiros, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Tendo-se por base apenas a população com mais de 50 anos, é considerada a doença mais comum nessa faixa etária (4). A prevalência no Brasil é alta, variando de 11 a 43,9% dos adultos (5, 6), havendo cerca de 17 milhões de portadores de HAS. 1 Acadêmico(a) da Faculdade de Medicina da Universidade Luterana do Brasil. 2 Médico de Família e Comunidade, Professor e Regente do Estágio de MFC ULBRA. 42 Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 55 (1): 42-47, jan.-mar. 2011 014-686 - Prevalência do uso...brasil.pmd 42

A HAS é uma das causas de maior redução da qualidade e expectativa de vida dos indivíduos. Está associada a doenças cardiovasculares e renais, uma vez que é fator de risco para doenças decorrentes de trombose e aterosclerose (5). Sabe-se que as doenças cardiovasculares representam 65% do total de óbitos em indivíduos com idade entre 30 e 69 anos no país. Dessa forma, a HAS insere-se em um grupo de doenças que representa a principal causa de mortalidade da população brasileira (7). Considera-se que a HAS ocorra quando os níveis de tensão arterial ultrapassam aqueles estimados pela OMS e os adotados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) como valores de referência para a população em geral, atingindo valores superiores a 140 x 90 mmhg (3, 4). A maior parte dos casos de níveis elevados de tensão arterial é detectada na consulta médica de rotina (4, 8). Ainda assim, por ser uma doença que na maior parte das vezes cursa sem produzir sintomas, o diagnóstico é negligenciado e a adesão ao tratamento é dificultada. Estima-se que, entre os hipertensos, 30% desconhecem ser portadores da doença (9). A taxa de morbidade nessa doença é grande (3). Em 2005, houve 1.180.184 internações hospitalares por doença cardiovascular, gerando um custo global de R$ 1.323.775.008,28 (3). Níveis altos de tensão arterial estavam relacionados a 80% das outras causas de internação hospitalar (10). O impacto social também é importante: a HAS é responsável por cerca de 40% dos casos de aposentadoria precoce e de faltas ao trabalho (9, 10). Os Programas de Saúde da Família (PSFs) representam uma importante porta de entrada de doentes crônicos ao sistema público de saúde e são responsáveis pela sua manutenção, prevenção de complicações e reabilitação (11). O PSF é uma estratégia que objetiva e preconiza ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, atuando de forma integral e longitudinal. Nesse sentido, auxilia na detecção precoce da HAS na população assistida, por meio de medidas regulares da pressão arterial, controle de outras doenças crônicas e no controle de suas complicações (9, 12). O recomendado é que de 60 a 80% dos casos de HAS sejam tratados de forma resolutiva e com qualidade, ainda na rede básica (9). O tratamento da HAS, que inclui tanto medidas farmacológicas como não farmacológicas, é caracteristicamente contínuo, uma vez que a HAS é uma doença silenciosa e, ao manifestar sintomas, geralmente já tem acometimento e desfechos mais graves e, às vezes, não reversíveis (5). A investigação constante sobre informações epidemiológicas dessa doença é importante para os gestores públicos (2). Investimentos em medidas cada vez mais eficazes de prevenção, diagnóstico e manejo em nível de saúde pública devem ser estimulados. Contribuindo nesse sentido, objetiva-se com este estudo investigar a prevalência de uso contínuo de medicamentos anti-hipertensivos entre os pacientes atendidos no serviço de Medicina de Família e Comunidade (MFC) da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de Canoas (RS). Foi investigado o tipo de medicamento, a dose e o tempo de uso, assim como o perfil (gênero e idade) dos usuários e dos pacientes atendidos. MÉTODOS O estudo realizado é do tipo inquérito epidemiológico, em que a amostra foi composta por todos os pacientes maiores de 18 anos, atendidos no serviço de MFC da ULBRA, em uma UBS do município de Canoas (RS), no período de janeiro a março de 2010, totalizando 371 pacientes. A coleta de dados foi feita através da revisão dos prontuários dos pacientes atendidos, no referido período, numa UBS, localizada no bairro Mathias Velho, no município de Canoas (RS), Brasil. Com as informações obtidas através dos prontuários de atendimento montou-se um banco de dados. A digitação foi realizada por dois pesquisadores e, terminada essa fase, foi feito um back-up do banco de dados e os mesmos foram conferidos com as informações previamente coletadas. Depois de terminado o controle de qualidade, realizou-se a análise de consistência e coerência dos dados. Os resultados foram analisados segundo a frequência absoluta e relativa de cada variável através do programa SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão V.15.0 (Chicago, EUA). Os dados foram apresentados através de tabelas de frequência absoluta e relativa em cada variável. A análise da existência de associação entre variáveis categóricas foi feita através do teste X 2 (Qui-quadrado de Pearson). Para as variáveis quantitativas foram calculadas as medidas de tendência central e dispersão e comparadas as médias dos grupos através do teste t-student. Foi considerada significância quando p < 0,05. O projeto foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas, RS (116H) e obedece às determinações da Resolução n o 196 do Conselho Nacional de Saúde. RESULTADOS Durante o período de janeiro a março de 2010 foram atendidos 371 pacientes no serviço de MFC da ULBRA, sendo a maior parte (67,7%) do gênero feminino. Com relação à idade, notou-se que a maioria dos pacientes (45,8%) tinha entre 51 e 70 anos. A média de idade foi de 56,3 anos e o desvio-padrão foi de 15,3, sendo que a idade mínima observada foi de 18 e a máxima de 90 anos. O uso de anti-hipertensivos estava presente em 48,5% (118 casos) da população estudada. A maioria (33,4%) já fazia uso de algum desses medicamentos há mais de 18 meses. O Gráfico 1 apresenta os anti-hipertensivos mais usados pelos pacientes. Observa-se que 66,1% dos hipertensos do estudo faziam uso do captopril. O segundo medicamento mais usado foi a hidroclorotiazida (61,7%), seguido de outros inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA) (16,1%). Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 55 (1): 42-47, jan.-mar. 2011 43 014-686 - Prevalência do uso...brasil.pmd 43

100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 66,1 61,7 % 16,1 11,1 10,0 4,4 4,4 2,8 2,2 1,7 0,6 0,6 0,6 Captopril Hidroclorotiazida Outros inibidores da Eca Propranolol Outros betabloqueadores Betabloqueadores canal de cálcio Furosemida Hidralazina Outros vasodilatadores da ação direta Outros diuréticos de alça Metildopa Outros antagonistas-2 de ação central Outros diuréticos tiazídicos GRÁFICO 1 Anti-hipertensivos mais utilizados na Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de Canoas (RS), no período de janeiro a março de 2010. Através dos resultados do teste Qui-quadrado (x 2 ), verifica-se que existe uma associação significativa entre as variáveis idade e uso de anti-hipertensivo. O Gráfico 2 mostra que o uso está mais associado a pacientes com 51 anos ou mais (p=0,000). No entanto, não existe uma associação significativa entre as variáveis gênero e uso de anti-hipertensivo. O tempo de uso da maioria dos anti-hipertensivos foi de mais de 18 meses (Tabela 1), em todas as faixas etárias (Tabela 2). DISCUSSÃO A média de idade da população estudada foi de 56,3 anos, sendo que a maioria (45,8%) encontrava-se na faixa etária entre 51 e 70 anos e pertencia ao sexo feminino (67,7%). Essa maior participação feminina pode estar relacionada ao fato de as mulheres identificarem melhor seus problemas e procurarem mais frequentemente os serviços de saúde (13, 14). A HAS mostrou-se mais prevalente no sexo feminino neste estudo, corroborando com outros encontrados na literatura (4, 14-20). Alguns autores associam esse aumento de HAS no sexo feminino pela mudança de papel da mulher na sociedade nos últimos anos. O fato de ter uma profissão e ainda de ser a responsável pela família e pelas tarefas domésticas favorece o estresse, fator predominante na HAS (4, 16). A maioria dos hipertensos estudados encontra-se na faixa etária entre 51 e 70 anos (45,8%). Sabe-se que há uma tendência ao aumento progressivo da prevalência de HAS conforme o avanço da idade (14, 15, 18, 21, 22). Outros estudos mostram que a maioria dos hipertensos tem mais de 50 anos de idade (13, 17, 18). A prevalência de pacientes atendidos em uso de antihipertensivos neste estudo foi de 48,5%, o que evidencia a elevada prevalência dessa doença na população. Estima-se que, no Brasil, haja um número elevado de adultos com HAS em tratamento. Embora não existam dados de prevalência dessa doença como um todo, já que os estudos são poucos e não representativos, os resultados mostram variações de 22,3 a 43,9% (3, 14, 23). Os diferentes critérios de classificação e instrumentos de medida realizados e o tipo de população estudada são fatores que podem justificar essa grande variação nos resultados (24). As taxas de uso de anti-hipertensivo pela amostra foram maiores que os valores encontrados em outros estudos. Um estudo que avalia o uso de medicação crônica para HAS na região Sul mostra que 34% dos adultos e 40,6% dos idosos fazem uso desses fármacos (25). Deve-se considerar que as taxas de uso de anti-hipertensivos podem ser menores que a prevalência de HAS, já que pode haver problemas na adesão ao tratamento ou uso apenas de tratamento não farmacológico (26). O diagnóstico autorreferido pode ser outra provável explicação, significando que o paciente possa não ter compreendido o diagnóstico corretamente ou um profissional não habilitado pode ter passado um diagnóstico errôneo quanto ao mesmo, não existindo de fato necessidade de tratamento (26). Fatores socioeconômicos também causam divergências no que diz respeito à adesão ao tratamento, ou seja, quanto menores os níveis, mais baixas são as taxas de adesão ao tratamento anti-hipertensivo, devido ao menor conhecimen- 44 Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 55 (1): 42-47, jan.-mar. 2011 014-686 - Prevalência do uso...brasil.pmd 44

100 90 80 70 60 100 68,4 58,8 66,7 Sim Não % 50 41,2 40 31,6 33,3 30 20 10 0 18 a 30 anos 31 a 50 anos 51 a 70 anos Mais de 70 anos Faixa de Idade GRÁFICO 2 Uso de anti-hipertensivo de acordo com a faixa etária dos usuários na Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de Canoas (RS), no período de janeiro a março de 2010. to da doença e ao difícil acesso aos serviços de saúde e à medicação (8, 15). Estudos mostram que apenas 27% dos hipertensos mantêm um controle de pressão arterial satisfatório e apenas 50% utilizam medicação regular, apesar de serem devidamente diagnosticados (15). Nesse sentido, deve-se adaptar um projeto de atenção que seja efetivo e de baixo custo. As prioridades devem incluir ações e estratégias para o controle da hipertensão como diagnóstico de casos, cadastramento dos portadores, busca ativa, tratamento, diagnóstico precoce de complicações, atendimento de urgências e medidas preventivas (24). Quanto ao uso de fármacos anti-hipertensivos na população estudada, 49,8% dos usuários de anti-hipertensivos eram do sexo feminino. Um estudo que avaliou usuários de anti-hipertensivos no Paraná mostrou que 51% eram mulheres (27). As mulheres e os indivíduos de mais idade são os que aderem melhor ao tratamento (24). O tempo de uso de anti-hipertensivo ultrapassou o período de 18 meses em 33,4% dos hipertensos estudados. Esse achado pode ser justificado pelo fato de o tratamento da HAS ser contínuo, já que se trata de uma doença crônica que silenciosamente pode levar a desfechos graves e irreversíveis (11). Verificou-se, ainda, que existe uma associação significativa entre as variáveis idade e uso de anti-hipertensivo. O uso é mais frequente em pacientes com 51 anos ou mais. Isso pode ser explicado pelo fato de a doença acometer, principalmente, indivíduos com mais de 50 anos (13, 17, 18) e de sua prevalência na população aumentar com a idade (14, 15, 18, 21, 22). TABELA 1 Percentuais do tempo de uso dos anti-hipertensivos Tempo de uso Anti-hipertensivo Menos de 1 mês De 1 a 5 meses De 6 a 11 meses De 12 a 18 meses Mais de 18 meses Captopril 6,4 2,8 0,9 11,0 78,9 Outros inibidores da Eca 4 12 8 76 Propranolol 6,7 93,3 Outros betabloqueadores 11,8 88,2 Bloqueadores canal de cálcio 100 Metildopa 100 Hidralazina 100 Outros vasodilatadores de ação direta 25 75 Hidroclorotiazida 6 2 3 9 80 Outros diuréticos tiazídicos 100 Furosemida 14,3 85,7 Outros diuréticos de alça 100 Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 55 (1): 42-47, jan.-mar. 2011 45 014-686 - Prevalência do uso...brasil.pmd 45

TABELA 2 Percentuais do tempo de uso dos anti-hipertensivos segundo faixa etária Tempo de uso Faixa de Idade Menos de 1 mês De 1 a 5 meses De 6 a 11 meses De 12 a 18 meses Mais de 18 meses 31 a 50 anos 4,0 4,0 16,0 76,0 51 a 70 anos 7,8 4,4 1,1 11,1 75,6 Mais de 70 anos 6,7 2,2 4,4 4,4 82,2 Estudos mostram que o tratamento farmacológico da HAS inicia geralmente em monoterapia, com diuréticos. Isso se deve, principalmente, ao seu baixo custo, poucos efeitos adversos e fácil posologia; no entanto, é eficaz em apenas 40 a 50% dos casos (6, 26). Assim, a associação de outro anti-hipertensivo torna-se necessária em muitos casos (5). Um estudo do interior do Paraná mostra que os diuréticos foram a classe de droga mais prescrita (48%), já que são a primeira escolha na monoterapia e apresentam maior frequência na terapêutica hipertensiva por serem efetivos e contrabalançarem a retenção hídrica (27). Outro estudo que avaliou prevalência do tratamento anti-hipertensivo em idosos mostrou que a droga mais utilizada foi a hidroclorotiazida, seguida do captopril e do propanolol (19). Na amostra estudada, o captopril, um inibidor da enzima conversora de angiotensina (IECA), foi o mais utilizado (66,1%) mesmo resultado encontrado em outro estudo (18), seguido da classe dos diuréticos (61,7%). Em um estudo que avaliou a farmacoterapia anti-hipertensiva em pacientes diabéticos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em um município do interior de São Paulo, o anti-hipertensivo mais prescrito foi também o IECA, que é considerado superior aos outros esquemas de monoterapia pela prevenção cardiovascular em pacientes hipertensos e diabéticos (20). Entretanto, o fármaco mais prescrito entre os IECA também foi o captopril, fato que está em desacordo com a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) do Ministério da Saúde, que afirma que o mesmo deve ficar restrito a situações de emergências hipertensivas e que para o uso ambulatorial é recomendado o enalapril (20). Esse estudo também mostra que o captopril é o fármaco com maior erro de prescrição e menor adesão, uma vez que a posologia é mais complexa (20). Devem-se considerar ainda as limitações inerentes aos trabalhos retrospectivos de revisão de prontuários. Podem ocorrer equívocos por falta de anotações por parte da equipe que assiste o paciente. Além disso, os resultados deste estudo são limitados à população estudada e não podem ser generalizados. CONCLUSÕES Finalmente, com os resultados alcançados neste estudo, pode-se concluir que a prevalência do uso de anti-hiperten- sivos na população assistida por essa UBS é alta (48,5%), representando quase metade de todos os pacientes atendidos. Desses, a maioria utiliza o(s) fármaco(s) há mais de 18 meses. Os anti-hipertensivos mais prescritos foram o captopril (66,1%) e a hidroclorotiazida (61,7%), o que está em desacordo com a terapêutica recomendada atualmente. Esses resultados salientam a necessidade da padronização do tratamento da HAS pelos profissionais da saúde e a importância de educar a população quanto à gravidade e às possíveis consequências dessa doença, além de despertarem a atenção dos gestores públicos para esse grave problema de saúde pública. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Chaimowicz F. A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI: problemas, projeções e alternativas. Rev Saúde Públ. 1997; 31(2):184-200. 2. Boing AC, Boing AF. Hipertensão arterial sistêmica: o que nos dizem os sistemas brasileiros de cadastramentos e informações em saúde. Rev Bras Hipertens. 2007; 14(2):84-88. 3. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Arq. Bras. Cardiol. [periódico na Internet]. 2007 Set [citado 2010 Out 04]; 89(3): e24-e79. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=s0066-782x2007001500012&lng=pt. doi: 10.1590/S0066-782X2007001500012. 4. Santos AJM, Rosa C, Oliveira EL, Almeida JR, Schneider RM, Rocha SSL, et al. A não adesão de pacientes hipertensos ao tratamento em Unidade Básica de Saúde (UBS). Rev Inst Ciênc Saúde. 2009; 27(4):330-337. 5. Fuchs FD. Hipertensão Arterial Sistêmica: avaliação e tratamento. In Duncan BB, Schimidt MI, Giugliani ERJ e colaboradores. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseada em Evidências. 3ª ed. São Paulo: Artmed; 2006, capítulo 66. 6. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica Hipertensão Arterial Sistêmica. DF, Brasília; 2006. 7. Calista AA, Vasconcelos ASS, Oliveira MRL. Hipertensão arterial sistêmica: fatores contribuintes para o tratamento. Rev Tema. 2008; 7(10/11):101-110. 8. Machado CA. Adesão ao tratamento tema cada vez mais atual. Rev Bras Hipertens. 2008; 15(4):220-221. 9. Paiva DCP, Bersusa AAS, Escuder MML. Avaliação da assistência ao paciente com diabetes e/ou hipertensão pelo Programa Saúde da Família do Município de Francisco Morato, São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2006; 22(2):377-385. 10. Monteiro HL, Rolim LMC, Squinca DA, Silva FC, Ticianeli CCC, Amaral SL. Efetividade de um programa de exercícios no condicionamento físico, perfil metabólico e pressão arterial de pacientes hipertensos. Rev Bras Med Esporte. 2006; 13(2):107-112. 11. Brasil. Ministério da Saúde. Portal da Saúde. 2010. [acesso em 3 mar. 2010]. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/area.cfm?id_ area=149. 46 Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 55 (1): 42-47, jan.-mar. 2011 014-686 - Prevalência do uso...brasil.pmd 46

12. Mano GMP, Pierin AMG. Avaliação de pacientes hipertensos acompanhados pelo Programa Saúde da Família em um Centro de Saúde Escola. Acta Paul Enferm. 2005; 18(3):269-275. 13. Mousinho PLM, Moura MES. Hipertensão arterial: fatores relacionados à adesão do cliente com hipertensão ao tratamento medicamentoso. Saúde Coletiva. 2008; 5(025):212-216. 14. Fortes AN, Lopes MVO. Análise dos fatores que interferem no controle da pressão arterial de pessoas acompanhadas numa Unidade Básica de Atenção à Saúde da família. Texto & Contexto de Enf. 2004; 13(01):26-34. 15. Bossay D, Rondon ER, Goldoni F, Oliveira GSM, Vendas JP, Cheade LM, et al. Fatores associados à não adesão ao tratamento da hipertensão arterial. Ensaios e Ciência. 2006; 10(3):73-82. 16. Araujo JC, Guimarães AC. Controle da hipertensão arterial em uma unidade de saúde da família. Rev Saúde Públ. 2007; 41(3):368-374. 17. Alves VS, Nunes MO. Health education in connection with medical attention to hypertensive patients in the family health program. Interface Comunic., Saúde, Educ. 2006; 10(19):131-147. 18. Carlos PR, Palha PF, Veiga EV, Beccaria LM. Perfil de hipertensos em um núcleo de saúde da família. Arq Ciênc Saúde. 2008; 15(4):176-181. 19. Volquind GG, Lazzari CA, Souza LNS. Tratamento anti-hipertensivo de idosos em Unidade Básica de Saúde. Mom. & Perspec. Saúde. 2005; 18(2):14-23. 20. Obreli Neto PR, Franco WPG, Cuman RKN. Avaliação da farmacoterapia anti-hipertensiva em pacientes diabéticos atendidos no Sistema Único de Saúde (SUS) na rede municipal de saúde de Salto Grande, SP. Rev Ciênc Farm Básica Apl. 2009; 30(3):323-329. 21. Fuchs FD, Moreira LB, Moraes RS, Bredemeier M, Cardozo SC. Prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica e Fatores Associados na Região Urbana de Porto Alegre. Estudo de Base Populacional. Arq Bras Cardiol. 1994; 63(6):473-479. 22. Castro RAA, Moncau JEC, Marcopito LF. Prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica na Cidade de Formiga MG. Arq Bras Cardiol. 2007; 88(3):334-339. 23. Silva TR, Feldman C, Lima MHA, Nobre MRC, Domingues RZL. Controle de Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial com Grupos de Intervenção Educacional e Terapêutica em Seguimento Ambulatorial de uma Unidade Básica de Saúde. Saúde e Socied. 2006; 15(3):180-189. 24. Araújo GBS, Garcia TR. Adesão ao tratamento anti-hipertensivo: uma análise conceitual. Rev Eletr de Enferm. 2006; 08(02):259-272. [acesso em: 29 jul. 2010]. Disponível em: http:// www.fen.ufg.br/revista/revista8_2/v8n2a11.htm. 25. Paniz VMV, Fassa AG, Facchini LA, Bertoldi AD, Piccini RX, Tomasi E, et al. Acesso a medicamentos de uso contínuo em adultos e idosos nas regiões Sul e Nordeste do Brasil. Cad. Saúde Pública. 2008; 24(2):267-280. 26. Carneiro MFG. Uso de anti-hipertensivos e hipoglicemiantes por idosos, em Belo Horizonte, MG. Tese de mestrado (2010). Belo Horizonte, UFMG. 27. Tasca RS, Soares DA, Cuman RKN. Prescrição de fármacos antihipertensos em unidade básica de saúde em Maringá-Paraná. Acta Scientiarum. 1999; 21(2):383-387. Endereço para correspondência: Lisiane Specht Iuppen Rua Cel. Alfredo Born, 238 96170-000 São Lourenço do Sul, RS Brasil (53) 9116-1920 lisi_iuppen@hotmail.com Recebido: 19/8/2010 Aprovado: 2/11/2010 Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 55 (1): 42-47, jan.-mar. 2011 47 014-686 - Prevalência do uso...brasil.pmd 47