1 Instituto de Biologia UNICAMP Campinas - SP. 2 Instituto de Geociências UNICAMP Campinas - SP

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Transcrição:

183 Regeneração de espécies lenhosas do cerrado em plantios de Pinus sp e Eucaliptus sp no município de Itirapina, Estado de São Paulo. ALMEIDA, A. C. A 1. CHABES, M.L. 1 KUNIYOSHI, T.M. 1 RODRIGUES, P.E. 1 TRAD, I.L. 2 Resumo Áreas cultivadas de Pinus sp e Eucaliptus sp possuem características específicas quanto à densidade luminosa e à cobertura do solo. Na Estação Experimental de Itirapina, São Paulo, talhões plantados com estas espécies exóticas estão em contato direto com fragmentos de cerrado remanescentes. Nosso estudo objetivou conhecer e comparar as espécies nativas de cerrado que se regeneram nesses talhões, assim como calcular os índices de riqueza e diversidade para essas áreas. Para isso selecionamos duas áreas de Pinus sp, uma de Eucaliptus sp e uma área de Pinus sp recentemente queimada e cortada. Em cada delas foi amostrado 100 indivíduos pelo Método dos Quadrantes, com espaçamento de cerca de dez metros entre cada ponto, considerando apenas espécies lenhosas, sem limitações de tamanho. Nossos resultados mostraram que há maior similaridade entre uma das áreas de Pinus sp e Eucaliptus sp do que entre as áreas de Pinus sp, indicando que não há uma significativa diferença entre as espécies de cerrado que se regeneram nestas áreas. Os maiores índices de riqueza e diversidade foram encontrados para a área de Eucaliptus sp e uma das áreas de Pinus sp, enquanto os menores foram encontrados na área de Pinus sp cortado. Palavras-Chave: Regeneração, Cerrado, Sub-bosque 1 Instituto de Biologia UNICAMP Campinas - SP 2 Instituto de Geociências UNICAMP Campinas - SP

184 Introdução Os cerrados brasileiros perfazem uma área de cerca de 25% do território nacional, se estendendo de Roraima ao Paraná, do Amazonas ao Pernambuco. Apresentam fisionomias que variam desde campos limpos até formações florestais (cerradão), com vegetação oreádica e grande riqueza florística (GIANNOTTI, 1988). A busca pelo desenvolvimento econômico do território nacional como um todo e da região de Itirapina a partir da década de 1950 fez com que grande parte da vegetação original local cerrado stricto sensu fosse devastada e em seu lugar a cultura de Pinus sp. e Eucaliptus sp. desenvolvida, a fim de oferecer alternativas para a indústria diante da devastação das matas de araucária no Estado de São Paulo (LUTGENS, 2000). O objetivo deste estudo foi conhecer as espécies nativas que estariam se regenerando nas áreas de plantio de Pinus sp. e Eucaliptus sp, visando estimar a capacidade de regeneração do Cerrado, e, também, saber como elas são dispersas nessas áreas. Considerando-se que a densidade luminosa e a cobertura do solo são diferentes nesses plantios, esperamos que haja baixa similaridade florística entre eles. Material e Métodos Local estudado O estudo foi realizado em talhões de Pinus sp e Eucaliptus sp contidos na Estação Experimental de Itirapina, Estado de São Paulo. O município de Itirapina está contido no Domínio do Cerrado. O clima desta região é tropical (estacional). A Estação Experimental e a Estação Ecológica de Itirapina, administradas pela Divisão de Florestas e Estações Experimentais do Instituto Florestal (IF), possuem uma área conjunta de aproximadamente 5.500 ha (LUTGENS, 2000). O presente estudo foi desenvolvido em quatro talhões da Estação Experimental: 79c e 20: Respectivamente, Pinus I e Pinus II, plantados em 1964, tendo sido realizado o último desbaste de ambos os talhões em 1993. Através de um Densiômetro foi estimada a densidade luminosa (DL) de todos os talhões. Em Pinus I foi verificada DL de 29% e em Pinus II, 36%. Através de GPS foi verificada a posição em escala global de todos os talhões: Pinus I,S 22 o 14'03,9", W 47 o 49'09.0" e Pinus II, S 22 o 14'01,4", W 47 o 49'11,2". 79a:Eucaliptus plantado inicialmente em 1964, tendo sido realizado o último replantio em 1988. DL de 44% e posição no GPS: S 22 o 14'05,9", W 47 o 49'06,7". 21: Pinus que há três anos sofreu um incêndio e posterior corte. Até então, por falta de verba para mudas, não foi replantado. DL de 100%, a 1,5m do solo. Posição em GPS de S 22 o 13'41.5", W 47 o 48'39.0". Método de coleta: A partir da borda de cada talhão adentramos cerca de 10 m e demarcamos um ponto do qual partiam quatro quadrantes (método de quadrantes; MARTINS, 1991). Em cada quadrante foi identificado um indivíduo arbóreo ou arbustivo o mais próximo do ponto sem limite mínimo do diâmetro na altura do solo ou altura. A cada 10 (dez) passos demarcava-se outro ponto e assim sucessivamente, vinte e cinco (25) vezes em cada amostra, resultando em um total de cem (100) indivíduos amostrados por área.

185 Análise de dados: Comparamos a similaridade entre as amostras pelo método de Sφrensen (PERES NETO, 1995); a riqueza, pelo método da rarefação, usando Jack-knife e estimador Chao I (SANTOS, 2003). Ilustramos a distribuição dos indivíduos amostrados por síndrome de dispersão (MARTINS et. al, 2004; LORENZI, 2002) em gráfico, utilizando planilhas do Excel. Resultados Observamos maior similaridade florística entre as áreas Eucalipto e Pinus II e menor entre as áreas Eucalipto e Pinus cortado (Anexo 1). Encontramos maior número de espécies nas áreas Pinus II e Eucalipto (cerca de 35 e 30 espécies, respectivamente, para 90 indivíduos). Nas áreas Pinus I e Pinus cortado, o número esperado de espécies para 90 indivíduos foi 15 e 17, respectivamente (Anexo 2). Os índices de diversidade ( Anexo 3) foram maiores nas áreas Eucalipto - número máximo de 95,0 ± 33,0 espécies - e Pinus II, cujo número máximo de espécies foi 81,1 ± 25,1. Encontramos predominância de zoocoria em todas as áreas (Anexo 4). Em Pinus I, cerca de 97% dos indivíduos são de espécies que apresentam dispersão zoocórica. Em Pinus II, a zoocoria foi a síndrome de 96% dos indivíduos. Nas áreas Pinus cortado e Eucalipto, as proporções de indivíduos com dispersão zoocórica foram 88% e 76%, respectivamente. Discussão Analisando e comparando os dados relativos aos locais estudados (Pinus I, Pinus II, Pinus cortado e Eucalipto) verificamos que não houve diferenças significativas entre as espécies que estão regenerando sob estas áreas. Portanto, nossa hipótese inicial de regeneração diferenciada entre talhões de Pinus sp e Eucaliptus sp foi refutada, devido principalmente à alta similaridade entre as áreas Pinus II e Eucalipto. Pudemos constatar também que mais de 50% das espécies de cada área que estão regenerando pertencem ao grupo das espécies mais freqüentes nos fragmentos de cerrado de Itirapina (Anexo 5), ou seja, são espécies oportunistas, que podem ocorrer em locais com diferentes ambientes abióticos. Além disso, verificamos que a regeneração de espécies nativas em áreas de cultivo de Pinus sp e Eucaliptus sp se dá por dispersão zoocórica, a qual é mais eficiente frente às distâncias entre os fragmentos de cerrado e os talhões e, também, frente à barreira ao vento constituída pela mata de exóticas. Assim, concluímos que o sub-bosque dos plantios de Pinus sp e Eucaliptus sp pode abrigar uma grande diversidade de espécies nativas do cerrado, principalmente aquelas mais generalistas. Referências bibliográficas GIANNOTTI, E. 1988. Composição florística e estrutura da vegetação de cerrado e de transição entre cerrado e mata ciliar da Estação Experimental de Itirapina (SP). Tese de Mestrado, Instituto de Biologia UNICAMP, Campinas - SP. LORENZI, H. 2002a. Árvores brasileiras - Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Ed. Platarum. 2 a ed. Vol - 1. LORENZI, H. 2002b. Árvores brasileiras - Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Ed. Platarum. 2 a ed. Vol - 2.

186 LUTGENS, H. D. 2000.Caracterização ambiental e subsídios para o manejo da zona de amortecimento da Estação Experimental e Ecológica de Itirapina SP. Tese de Mestrado, Centro de Estudos Ambientais UNESP, Rio Claro SP. MARTINS, F.Q. RODRIGUES, G.B., GARCIA, E., CIANCIARUZZO, M.V. 2004. Síndromes de dispersão no extrato arbustivo-arbóreo de fragmentos de Cerrado, no município de Itirapina, São Paulo. MARTINS, F.R. 1991. Estrutura de uma floresta mesófila. Ed. UNICAMP. Campinas, SP. PERES NETO, P. R.; VALENTIN, J. L. & FERNANDEZ, F. 1995. Oecologia brasiliensis Tópicos em tratamento de dados biológicos, Vol. 2. Pós-graduação, Instituto de Biologia UFRJ, Rio de Janeiro, RJ. SANTOS, K. 2003. Caracterização florística e estrutural de onze fragmentos de mata estacional semidecidual da Área de Proteção Ambiental do município de Campinas SP. Tese de Doutorado, Instituto de Biologia UNICAMP, Campinas, SP.

187 Anexo 1 Indíces de similaridade entre as quatro áreas de plantio de Pinus sp e Eucaliptus sp. Pinus I 1 Pinus I Pinus II Eucalipto Pinus cortado Pinus II 0,46 1 Eucalipto 0,47 0,66 1 Pinus cortado 0,57 0,41 0,32 1

188 Anexo 2 Índices de riqueza para as quatro áreas de estudo Índices de Riqueza Número de espécies esperado 40 35 30 25 20 15 10 5 0 0 20 40 60 80 100 Eucaliptus Pinus I Pinus II Pinus cortado Número de indivíduos

189 Anexo 3 Índices de riqueza (CHAO I) para as quatro áreas de plantio de Pinus sp e Eucaliptus sp Indices de Riqueza (CHAO I) Área ^S max Desvio Eucalipto 95,0 33,0 Pinus I 22,1 5,2 Pinus II 81,1 25,1 Pinus cortado 38,3 14,0

190 Anexo 4 Distribuição das síndromes de dispersão entre os indivíduos de cada área Proporcao de individuos por sindrome de dispersao em cada area Porcentagem de individuos 100% 80% 60% 40% 20% 0% Pinus I Pinus II Pinus cortado AreasEucalipto Aut Ane Zoo

191 Anexo 5 Lista das espécies encontradas em cada uma das áreas de estudo Em vermelho estão as espécies que ocorrem em pelo menos três dos seguintes fragmentos de cerrado de Itirapina: Graúna, Estrela, Valério 1, Valério 2 e Presídio (espécies frequentes). Pinus I Pinus II Pinus cortado Eucaliptus Aegiphila lhotzkyana Acosmium subelegans Anemopaegma arvenses Acosmium subelegans Annona coriacea Aegiphila lhotzkyana Annona coriacea Aegiphila lhotzkyana Attalea gearensis Alibertia sesselis Attalea gearensis Alibertia sesselis Bauhinia rufa Annona coriacea Bauhinia rufa Annona coriacea Byrsonima intermedia Attalea geraensis Duguetia furfuracea Attalea geraensis Diospyros hispida Byrsonima intermedia Eugenia aurata Byrsonima intermedia Duguetia furfuracea Campomanesia pubescens Hancornia speciosa Campomanesia pubescens Eugenia punicifolia Caryocar brasiliense Licania rigida Caryocar brasiliense Memora peregrina Connarus suberosus Memora peregrina Connarus suberosus Miconia albicans Dimorphandra mollis Myrcia lingua Dimorphandra mollis Ouratea spectabilis Diospyros hispida Ouratea spectabilis Diospyros hispida Peritacea campestris Duguetia furfuracea Peritacea campestris Duguetia furfuracea Pouteria torta Eriotheca gracilipes Piptocarpha rotundifolia Eriotheca gracilipes Psidium cinereum Erythroxylum suberosum Pouteria ramiflora Erythroxylum suberosum Solanum lycocarpum Eugenia punicifolia Pouteria torta Erythroxylum tortuosum Syagrus petrea Eugenia tomentosum Sapium glandulatum Eugenia bimarginata Guapira noxia Solanum lycocarpum Eupatorium sp Número de espécies: 16 Jacaranda caroba Syagrus petrea Jacaranda caroba Espécies freqüentes: 56,3% Jacaranda decurrens Memora peregrina Lacistema hasslerianum Número de espécies: 18 Myrcia lingua Licania rigida Espécies freqüentes: 50,0% Ouratea spectabilis Memora peregrina Palicoure rigida Myrcia bella Pouteria torta Myrcia lingua Psidium cinereum Myrcia pallens Rapanea guianensis Ouratea spectabilis Senna rugosa Peixotoa tomentosa Stryphnodendron obovatun Peritacea campestris Syagrus petraea Pouteria ramiflora Tabernaemontana hystrix Pouteria torta Tocoyena formosa Psidium cinereum Xylopia aromatica Rapanea guianensis Rapanea umbellata Número de espécies: 31 Sapium glandulata Espécies freqüentes: 61,3% Solanum lycocarpum Syagrus petraea Xylopia aromatica Número de espécies: 37 Espécies freqüentes: 51,4%