VENDA PROIBIDA DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Pesquisa ANO VIII N 32 SETEMBRO DE 2015 Sistema promete otimizar uso de energia solar na iluminação de ambientes Entrevista: Luis Fernandes Presidente da Finep diz que País precisa investir e produzir soluções tecnológicas Artigo: André Pereira Neto Pesquisador defende criação de selo de qualidade para sites com informações sobre Saúde Desigualdade social: Vencer fosso que separa classes é possível, aponta pesquisa na Uerj GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
Foto: www.shutterstock.com/donatas Dabravolskas... área a uente da capital uminense, na Zona Sul da cidade, evidencia longa ausência de políticas públicas para a área de Habitação expectativa de vida e na expansão de diversos direitos sociais. Tudo isso contribuiu para a mobilidade social. A despeito de o País ainda permanecer no incômodo ranking dos dez mais desiguais do mundo, no Brasil vem se observando uma tendência de diminuição dessas desigualdades desde 1994 e, mais acentuadamente, a partir de 2002, assim como vem acontecendo em vários países da América Latina. Esses dados, no entanto, dizem respeito basicamente à desigualdade de resultados, ou seja, a distribuição de bens socialmente valorizados educação, renda ou acesso a serviços básicos entre indivíduos ou entre famílias. Como os capitais econômico (renda e patrimônio), cultural (acesso aos diferentes níveis de educação formal) e social (acesso a redes de contatos sociais) não são igualmente distribuídos entre todas as famílias, os indivíduos começam a vida a partir de condições iniciais bastante distintas e também são expostos a oportunidades e chances bastante desiguais, explica o sociólogo. Para entender, basta pensar que o lho de um pro ssional liberal urbano terá mil vezes mais chances de se tornar um pro ssional que o lho de um trabalhador rural. Essa vantagem, no entanto, diminuiu consideravelmente entre a década de 1970 e a de 2000. Hoje em dia, essa vantagem é ainda muito alta, de cerca de 50 vezes mais chances, mas certamente menor que na década de 1970. Para Costa Ribeiro, o principal fator que leva à redução da desigualdade de oportunidades entre os indiví- duos é a educação. As condições educacionais disponíveis para as pessoas são centrais no processo de estrati cação. Embora as características das famílias de origem tenham in uência nas chances de acesso e progressão no sistema educacional, as relações sociais que se estabelecem nas escolas por exemplo, o aprendizado, os estímulos cognitivos e a atenção por parte de professores e colegas podem contribuir para diminuir os efeitos das desigualdades iniciais. Para a maioria da população, escolas boas e de qualidade são fundamentais para compensar as desvantagens que se encontram nas famílias de origem. E enfatiza: Assim, a qualidade do ensino oferecido é de extrema importância no processo de superação das desigualdades. Rio Pesquisa - nº 32 - Ano VIII 21
Foto: Lécio Augusto Ramos PERFIL Uma vida dedicada à química Nascido em Portugal, o químico Angelo da Cunha Pinto escolheu o Rio para viver, construindo uma carreira que virou referência na área Alda de Almeida U ma vida dedicada à química. A frase resume a trajetória do pesquisador Angelo da Cunha Pinto, 66 anos, professor titular do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e cientista reconhecido quando o assunto é a busca por produtos naturais utilizados como fármacos. Não seria exatamente uma surpresa se entre os medicamentos que você ingere ou já ingeriu, haja alguma substância descoberta em pesquisa em que o nome de Angelo aparece associado. Em uma conversa enriquecedora no apartamento em que mora, em Niterói, emoldurada pela vista da Baía de Guanabara e decorada por uma linda coleção de quadros, o professor conta que a pesquisa de fármacos tem sido a obra de toda a vida. A paixão pela química começou ainda criança, fazendo experiências simples em casa. O resultado foi o reconhecimento da comunidade cientí ca e uma coleção de prêmios. Outro motivo de orgulho são os três lhos, Manuel, Mariana e Alice, e os netos, Maria Carolina e Luca. Rio Pesquisa - nº 32 - Ano VIII 27