A Justiça em Pauta: O Poder Judiciário Brasileiro na Mídia Impressa 1



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Transcrição:

A Justiça em Pauta: O Poder Judiciário Brasileiro na Mídia Impressa 1 Maira Pereira Ferreira Universidade Metodista de São Paulo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social São Bernardo do Campo - SP, 2009 RESUMO O artigo apresenta os principais resultados da pesquisa realizada em veículos da mídia impressa nacional, entre os meses de julho e dezembro de 2007, com o objetivo de verificar qual é a imagem do Poder Judiciário Brasileiro divulgada pelos veículos no período, interpretando os principais temas abordados nas publicações e a angulação das matérias. Utilizou-se a análise de conteúdo e a ferramenta da auditoria de imagem na mídia. Concluiuse que o Poder Judiciário é foco da mídia impressa principalmente quando analisa processos relativos a pessoas públicas, especialmente do campo político. Embora a análise seja referente a um período delimitado, evidenciaram-se falhas na comunicação do judiciário e foram apresentadas sugestões para aprimorar essa comunicação. ABSTRACT The article discusses the communication of the the Brazilian Judiciary Power, presenting the results of a research that was carried out in the main Brazilian printed media, between the months of July and December of 2007, in order to verify the image of the Brazilian Judiciary Power disclosed by the media, interpreting the main themes approached in the publications and angulation of the subject-matters. The content analysis and the media image auditing tool were used. The research concluded that the printed media focuses on the Brazilian Judiciary Power mainly when it analyses legal proceedings that involve public persons, especially parliamentarians. In spite of the fact that the analysis refers to a delimited period, the faulty communication within the judiciary power was evident and suggestions were presented to improve the mentioned communication. PALAVRAS-CHAVE: 1. Poder Judiciário Brasil 2. Mídia Impressa 3. Imagem (Política). 1 Trabalho submetido ao GT ABRAPCORP 6 Comunicação pública, governamental e política

Introdução Todos os dias milhares de novas ações, das mais diversas naturezas, ingressam no Judiciário Brasileiro, resultado de conflitos que não puderam ser resolvidos fora da esfera judicial. Em 2007, mais de 67 milhões de ações tramitavam em varas e tribunais de todo o País. O Brasil é o país do litígio, afirmou o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, José Antônio Toffoli, em entrevista concedida ao Jornal O Estado de S. Paulo, em setembro de 2007. Num país com a extensão territorial do Brasil, com culturas das mais diversas, com tantas desigualdades sociais e diferenças, é natural que existam divergências e conflitos de interesses, que quando não são solucionados por meio de acordos ou por algum mecanismo de regulação, acabam indo parar na Justiça. Mas, para Toffoli (2007, p. B11), o problema é que existe no Brasil um estímulo para que até mesmo questões que poderiam ser resolvidas pela administração pública e por agências reguladoras sejam sempre encaminhadas para o Judiciário, denunciando existir no Brasil uma espécie de cultura da litigiosidade. Qualquer ameaça de lesão ao direito pode ser levada ao Judiciário, sem esgotar a instância administrativa. O que eu falo é que há uma cultura do conflito. Vou dar um exemplo. No mundo inteiro, tirando o Brasil, existem 2 milhões de estudantes de Direito. Só no Brasil, existe 1,8 milhão. Essas escolas ensinam o quê? Ensinam processo, disputa judicial, aquela coisa de filme americano que um tem de derrotar o outro. Mesmo recorrendo tanto à justiça, a população ainda tem uma imensa dificuldade em compreender o papel do Poder Judiciário na nossa sociedade. As pessoas ainda confundem órgãos, termos, decisões, autoridades, enfim, a comunicação entre o Judiciário e a população ainda é precária, carente de ajustes, de mediações competentes e efetivas. A divulgação das notícias do Poder Judiciário costuma ser realizada sem uma análise mais aprofundada dos resultados. Este trabalho é uma tentativa de mostrar como os membros e órgãos do Judiciário têm aparecido na mídia impressa, quais setores da Justiça têm recebido mais destaque e, ainda, se o Poder Judiciário, na visão dos jornalistas, tem realmente cumprido o seu papel de resolver conflitos e distribuir justiça e se tem tomado decisões a favor de uma sociedade mais justa e igualitária.

1) A Comunicação no Poder Judiciário Uma democracia pressupõe a efetiva participação dos cidadãos nas atividades dos poderes estatais. O Poder Judiciário, ao exercer a função jurisdicional, emite atos de governo, que devem ser tornados públicos. Por isso, é dever do Judiciário dar publicidade a seus atos e ações, incluindo-se aqui decisões e andamentos processuais. Além disso, a publicidade é também um meio de se coibir abusos praticados pelo Estado e de se garantir um julgamento justo e independente. Assim como em todos os órgãos públicos, também no Judiciário a regra deve ser a de máxima informação excetuando-se os processos em que houver segredo de justiça decretado, casos em que a publicidade das informações pode prejudicar o correto andamento processual ou em ações que envolvam crianças e adolescentes. Os processos judiciais, salvo nestas hipóteses, são públicos e devem ser abertos à consulta, mesmo que não seja pelas partes envolvidas diretamente na disputa. Abordou-se até aqui as informações que o Poder Judiciário tem a obrigação de prestar à população, seja de maneira direta ou através dos meios de comunicação, com a finalidade de dar transparência, de proporcionar julgamentos mais justos e, ao mesmo tempo de legitimar a instituição junto à opinião pública. No entanto, as instituições públicas de um modo geral também têm percebido a importância de se expressar e de mostrar os resultados do seu trabalho à sociedade. Como não podem dispor dos mesmos instrumentos de publicidade e propaganda utilizados pela iniciativa privada e, muitas vezes impedidos legalmente de se manifestarem diretamente pelos meios de comunicação, os magistrados tem percebido a necessidade de recorrer a uma assessoria de comunicação que possa divulgar corretamente as suas iniciativas e até mesmo explicar determinadas ações que possam ter uma repercussão negativa ou que possa ser incorretamente compreendida, tendo em vista os aspectos técnicos que envolvem uma decisão judicial. No Poder Judiciário Brasileiro atualmente os principais canais de divulgação são as assessorias de comunicação e a TV Justiça.

1.1) As Assessorias de Comunicação É crescente o número de profissionais trabalhando em assessorias de comunicação da justiça em todo o país. Essas assessorias têm sido de grande importância para o judiciário, pois além de atenderem às demandas da imprensa, atuam como verdadeiras agências de comunicação, fabricando produtos dos mais diversos tipos para ampliar a divulgação das ações dos juízes e tribunais. Frederico Vasconcelos (2008) aponta as principais vantagens das assessorias de comunicação do judiciário e os obstáculos na relação com a imprensa: Percebo que há uma profissionalização maior. Algumas assessorias possuem profissionais competentes e interessados em ajudar o jornalista. O problema maior, a meu ver, é que a cada mudança na cúpula dos tribunais, muda o assessor de imprensa, um cargo de confiança, e varia muito o grau de preocupação com a transparência. Nas cortes superiores, a imprensa conta com assessores preparados. Acho que o melhor desempenho das assessorias reside no papel de permitir ao jornalista o acesso aos autos e à informação precisa do processo. O acesso aos juízes sempre dependerá da disposição de cada magistrado em se relacionar com a mídia (salvo nas entidades de classe, que têm interesse em manter aproximação com a mídia). Grande parte dos esforços empreendidos pelas assessorias de imprensa do judiciário hoje consiste em despertar o interesse dos colegas jornalistas por alguns assuntos que a instituição quer divulgar e que poderiam ser de interesse público. Entretanto, muitas iniciativas importantes acabam tendo sua divulgação restrita aos sites institucionais. Por isso a necessidade, cada dia maior, de estabelecer uma relação de confiança e respeito com os órgãos da imprensa. Afinal, dentre todos os espaços por onde circula a informação, a imprensa é sem dúvida o mais valorizado e desejado pelas instituições públicas. Por outro lado, os profissionais que atuam nas assessorias de imprensa de órgãos públicos, como no Judiciário, por exemplo, não podem esquecer que também são funcionários públicos e há deveres com a sociedade e a população que certamente se sobrepõem às suas atividades como assessores das instituições. Ou seja, ainda que representem os interesses da instituição para a qual trabalham, os assessores de órgãos públicos tem, sim, uma grande responsabilidade social que não pode ser ignorada. Há limites éticos que devem ser

respeitados no desenvolvimento do seu trabalho, para que a população não seja prejudicada em nome de interesses pessoais de promoção. 1.2) A TV Justiça A TV Justiça foi criada em 2002 com a finalidade de "informar, esclarecer e ampliar o acesso à Justiça, buscando tornar transparentes suas ações e decisões". Destacamos aqui as principais iniciativas e esforços empreendidos pelo Poder Judiciário brasileiro, nos últimos anos, numa tentativa de formar e consolidar uma imagem positiva junto à população brasileira e, assim, legitimar-se como um poder a serviço da sociedade e da democracia; o que justificaria a sua existência como uma instituição capaz de ajudar a promover a tão almejada paz social e a participar da formação de uma sociedade mais justa baseada na democracia e na cidadania. Entretanto, a comunicação nos órgãos do poder judiciário brasileiro ainda se encontra em fase embrionária e ainda há um longo caminho a percorrer para que se estabeleça uma aproximação entre a mídia e o judiciário, capaz de proporcionar um mínimo de confiança e de respeito mútuos entre essas importantes instituições do nosso país. 2) Auditoria de imagem do Poder Judiciário na Mídia Impressa 2.1 Descrição da Pesquisa e Metodologia Foi realizada uma auditoria de imagem no Poder Judiciário brasileiro nas revistas semanais e nos jornais impressos de maior circulação no País, durante o período de julho a dezembro de 2007. Optou-se, então, pelas revistas: Veja, Época, Isto É e Carta Capital; e os jornais: O Globo, Jornal do Brasil, Folha de São Paulo, Estado de S. Paulo. O jornal Correio Braziliense, de Brasília, também foi incluído na pesquisa devido à localização, naquela cidade, dos tribunais superiores: Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Tribunal Superior Eleitoral e Tribunal Superior do Trabalho. Foram analisadas todas as edições das revistas semanais Carta Capital, Época, Isto É e Veja, publicadas durante os meses de julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro de 2007. Tabela 1 Quadro demonstrativo das revistas utilizadas na análise REVISTA JUL. AGOS. SET. OUT. NOV. DEZ. TOTAL

REVISTA JUL. AGOS. SET. OUT. NOV. DEZ. TOTAL CARTA CAPITAL 4 5 4 5 4 4 26 ÉPOCA 5 4 4 5 4 5 27 ISTO É 4 5 4 5 4 4 26 VEJA 4 5 4 5 4 5 27 TOTAL 17 19 16 20 16 18 106 Quanto aos jornais, foram analisados todos os cinco jornais em cinco dias de cada mês. Por exemplo, durante o mês de julho, foram analisados os jornais Folha de São Paulo, Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil, O Globo e o Correio Braziliense do dia 07 ao dia 11 de julho. Os dias são aleatórios, obtidos através de um sorteio, porém com o cuidado de observar os dias da semana, para que se tenha um número equilibrado, senão igual, de segundas, terças, quartas, quintas, sextas, sábados e domingos. Isto por que, com relação ao Judiciário, há determinados dias em que são publicadas mais decisões sobre sessões realizadas no dia anterior. Procurou-se, então, estabelecer um equilíbrio entre esses dias. Tabela 2 - Quadro demonstrativo dos jornais utilizados na análise JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO JORNAIS 2 a 06 07 a 11 19 a 23 25 a 29 02 a 06 15 a 19 Inicialmente, foi realizado um clipping para selecionar e classificar todas as matérias referentes ao Poder Judiciário, publicadas no período pré-selecionado. A seleção das unidades de análises foi baseada no tema, ou seja, foram analisadas todas as matérias que contivessem qualquer referência ao poder judiciário. Foi elaborada uma planilha, uma espécie de questionário para ser respondido a partir da análise do material selecionado. As variáveis foram construídas de forma a atender aos objetivos da pesquisa e responder às principais questões constitutivas do problema. Assim, pretendeu-se que fossem excludentes entre si e exaustivas, ou seja, permitissem o enquadramento de todos os conteúdos manifestos nos veículos estudados. Além disso, todas elas foram definidas operacionalmente, ou seja, foi previamente indicado o que deveria estar presente no conteúdo para que ele fosse enquadrado em determinada categoria.

As categorias de análise foram definidas de acordo com os objetivos e precisamente identificadas. Além disso, pretendeu-se que fossem exaustivas, ou seja, cobrissem todas as possibilidades para que se pudesse classificar todas as unidades de informação. A técnica utilizada é a análise de conteúdo, que teve a sua relevância destacada por Fonseca Júnior (2005, p. 280): A formação do campo comunicacional não pode ser compreendida sem se fazer referência à análise de conteúdo. Desde sua presença nos primeiros trabalhos de communication research às recentes pesquisas sobre novas tecnologias, passando pelos estudos culturais e de recepção, esse método tem demonstrado grande capacidade de adaptação aos desafios emergentes da comunicação e de outros campos do conhecimento. A principal ferramenta utilizada é a auditoria de imagem na mídia. Bueno destaca a importância do planejamento para utilizar essa ferramenta de pesquisa: Como toda pesquisa, a auditoria de imagem (e/ou presença) na mídia pressupõe um planejamento que inclui, necessariamente, os seus objetivos, as suas hipóteses, as variáveis, o padrão de medida e mesmo, como temos apontado, o conhecimento prévio dos veículos que integrarão a amostra realizada. (BUENO, 2005, p.351) É necessário esclarecer, com relação a esta pesquisa, que a mesma procurou verificar a imagem do Poder Judiciário nos veículos impressos relacionados na pesquisa, mas apenas durante o período delimitado para a realização da mesma (julho a dezembro de 2007), ou seja, não se pretendeu aqui estabelecer uma verdade absoluta a respeito da imagem do Poder Judiciário na mídia impressa, mas a partir da análise dos dados do período pré-determinado, abordar alguns aspectos do relacionamento do Poder Judiciário com um dos seus mais importantes públicos, a imprensa, que podem auxiliar na compreensão desses aspectos e, conseqüentemente, ajudar no aperfeiçoamento da comunicação pública do Poder Judiciário. Bueno também destaca que existem três tipos de imagem: a imagem pretendida, que seria o objetivo que se pretende atingir, a imagem real, aquela que é vista pelo público e, por último, a auto-imagem, que seria a imagem da instituição vista pelo seu público interno. De acordo com os objetivos que devem orientar a conduta do judiciário, é possível chegar a uma conclusão prévia sobre como seria uma imagem ideal ou pretendida do Poder Judiciário: Um poder que distribui justiça sem olhar a quem (impessoalidade), que decide

conflitos, que luta para fazer cumprir a lei, um guardião da Constituição. Uma instituição que decide com imparcialidade e julga com independência e celeridade. O objetivo dessa pesquisa é saber até que ponto a imagem do Poder Judiciário retratada pela mídia chega perto ou se distancia ainda mais dessa imagem ideal. O problema central da pesquisa é observar se, no período analisado, o Judiciário é retratado como um poder que realmente resolve ou é visto como mais um componente de um sistema social falido, que não resolve e não corresponde às expectativas da população, que enxerga a justiça como a sua última chance de ver a sua demanda atendida e o seu problema resolvido, quando todas as alternativas de solução se esgotaram. A partir daí traçou-se as principais etapas de desenvolvimento da pesquisa: 01) Definição do corpus 02) Seleção e reunião das amostras 03) Seleção das unidades de análise 04) Construção das variáveis 05) Elaboração da planilha 06) Codificação 07) Tabulação dos dados 08) Elaboração do relatório de auditoria de imagem 09) Elaboração da conclusão Resultados: total de matérias sobre o Poder Judiciário Ao todo foram encontradas 1.171 matérias referentes ao Poder Judiciário publicadas nos jornais impressos analisados na pesquisa. Como foram examinados 150 jornais, a média seria de aproximadamente 8 matérias por exemplar analisado. Tabela 3 Matérias analisadas ou encontradas no período JORNAIS JUL. AGOS. SET. OUT. NOV. DEZ. TOT. % O GLOBO 53 54 36 28 27 29 227 19,38 JORNAL DO BRASIL 26 43 39 20 25 17 170 14,51 FOLHA DE SÃO PAULO 29 53 40 40 32 36 230 19,64

ESTADO DE S. PAULO 29 70 47 59 31 20 256 21,86 CORREIO BRAZILIENSE 40 55 36 60 38 59 288 24,59 TOTAL 177 275 198 207 153 161 1.171 O Jornal Correio Braziliense foi o impresso que publicou mais matérias sobre o Poder Judiciário. Esse resultado já era previsto, tendo-se em vista que, por ser em Brasília e estar mais próximo dos tribunais superiores, tem uma facilidade maior para apurar as matérias e fazer um acompanhamento mais próximo dos processos. Como a maior parte das matérias eram a respeito de processos em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, sem dúvida a localização do Correio Braziliense é favorável a uma cobertura diária dos assuntos. Tabela 4 Matérias sobre o Poder Judiciário nos jornais por Estado JORNAIS JUL AGOS. SET. OUT. NOV. DEZ. TOTAL % RIO DE JANEIRO 79 97 75 48 52 46 397 33,89 SÃO PAULO 58 123 87 99 63 56 486 41,50 BRASÍLIA 40 55 36 60 38 59 288 24,59 Quanto à cobertura por Estado, os jornais de São Paulo publicaram no período mais matérias a respeito do Poder Judiciário que os jornais do Rio de Janeiro. Entre os jornais paulistas, o Estado de S. Paulo foi o que mais veiculou conteúdo a respeito do Judiciário. Nas 106 revistas pesquisadas, foram encontradas 238 matérias sobre o Judiciário, a maior parte na Revista Isto É, (31,09% das matérias), seguida pela Revista Época (28,15%). Tabela 5 Matérias sobre o Poder Judiciário nas revistas semanais REVISTAS JUL AGOS. SET. OUT. NOV. DEZ. TOTAL % 04 08 03 01 12 13 41 17,22 CARTA CAPITAL 04 11 19 04 15 14 67 28,15 ÉPOCA 03 05 19 06 22 19 74 31,09

ISTO É VEJA TOTAL 02 03 13 07 12 19 56 23,52 13 27 54 18 61 65 238 Temas Abordados nas matérias sobre o Poder Judiciário Dividimos as matérias pesquisadas pelos temas mais relevantes e procedemos à análise, destacando os mais abordados durante o período analisado. O tema que mais se destacou no segundo semestre de 2007 foi, sem dúvida, os processos judiciais contra políticos envolvidos em escândalos, especialmente o ex presidente do senado, Renan Calheiros. Considerações Finais A imprensa tem por obrigação ética e profissional manter a população bem informada, promover o debate público e veicular informações de interesse público. É verdade que a atividade jornalística se converteu num mercado, mas, atenção, esse mercado é conseqüência e não o fundamento da razão de ser da imprensa. Do direito fundamental a que corresponde a imprensa, o direito à informação, resulta a ética que deveria reger os jornalistas e as empresas de comunicação e deveria reger também os vínculos que ambos estabelecem com as suas fontes (as pessoas que fornecem as informações aos jornalistas), com o público e, sobretudo, com o poder (econômico, político ou estatal). (BUCCI, 2000, p. 33) Entretanto, parece ainda não ter percebido a importância de uma instituição como o judiciário para a sociedade e, mais, não se deu conta de que, como uma instituição que presta serviço à população, a Justiça pode e deve ser cobrada, fiscalizada, deve ser vista. Como afirma o jornalista Frederico Vasconcelos: O funcionamento do Judiciário não tem sido prioridade da mídia. Ela não fiscaliza esse poder com a mesma disposição demonstrada ao examinar os fatos do Executivo e do Legislativo. A imunidade dos parlamentares facilita declarações de impacto e denúncias que rendem manchetes. O Executivo está mais exposto à mídia. Em geral, o Judiciário só merece destaque quando absolve ou condena figuras notórias. Ou, mais recentemente, quando magistrados estão sob investigação. (VASCONCELOS, 2008, p. 93) As idéias de Frederico Vasconcelos são compartilhadas por Flavio Damiani (2008), ex- presidente do Fórum Nacional de Comunicação e Justiça:

A Justiça é prestação de serviço, é a resposta a reclames da sociedade. É pouco cobrada, é pouco questionada e quase nunca provocada e fica numa situação confortável. (...) a Justiça só é cobrada quando os casos envolvem gente de influência como o Daniel Dantas, por exemplo, que teve sua prisão aliviada pelo presidente do Supremo dentro do uso das suas atribuições. Aí houve uma comoção nacional. Mas todos os dias os juízes tem decisões iguais ou aproximadas e fica por isso mesmo. Pergunta-se: onde estão os processos envolvendo direitos do consumidor, planos de saúde, telefonia, de óbvio interesse público? Porque quase não se fala das ações movidas contra e pelo Estado, maior demanda do judiciário hoje e, sem dúvida, o que mais colabora para a sobrecarga de processos e pelo congestionamento da justiça? E os crimes de preconceito, assédio sexual? E as cadeias públicas, porque quase ninguém se interessa pelos direitos dos presidiários, que cedo ou tarde voltarão ao nosso convívio? É preciso divulgar mais questões que dizem respeito à coletividade, como direitos da mulher, direitos do consumidor, trabalho infantil, trabalho escravo, direito de família, legislação eleitoral, além de todos os conflitos que podem ser resolvidos pelos juizados especiais sem a necessidade de advogados. A imprensa precisa entender a importância de divulgar iniciativas do tipo o que a justiça pode fazer por você e calendário de mutirões e atendimentos jurídicos gratuitos. Além disso, é importante a população ter conhecimento do que pensa o judiciário sobre determinados assuntos até mesmo para decidir se entra ou não com uma ação na justiça. É preciso que a população tenha pleno conhecimento de seus direitos e deveres e como cada um destes podem ser cobrados através do poder judiciário. É necessário que a população saiba que os magistrados são servidores públicos e que estão a serviço da sociedade. É preciso que haja uma mudança no modo como os juízes encaram a mídia e a comunicação pública, desmistificar a figura do jornalista como aquele que tudo distorce e que interpreta a seu bel prazer as informações que lhe são transmitidas. Não que esses profissionais não existam mas não representam a maioria. Por outro lado, os jornalistas têm que vencer o preconceito contra os juízes e contra todos os que exercem o poder público, em suas mais variadas versões. A comunicação dos jornalistas com o judiciário teve progressos, mas ainda enfrenta muitos percalços, em ambas as instituições. De um lado, profissionais da mídia que em sua maioria não entendem o funcionamento do poder judiciário, não entendem o comportamento

dos juízes, não conseguem escutar por que não entendem a linguagem, não conseguem transmitir porque não sabem traduzir e, acima de tudo, não compreendem por que um juiz precisa de tanto tempo para decidir algo que para eles parece tão simples. São comuns conclusões como: Mas se o delegado já disse que foi ele, se o promotor já apresentou a denúncia, por que o indivíduo ainda está livre? Essa justiça é lenta, mesmo. E, na imprensa, lentidão é sinônimo de ineficiência. De outro lado, profissionais do judiciário, magistrados que trancados em seus gabinetes analisando páginas e mais páginas de processos que às vezes se arrastam por anos a fio, perdidos entre códigos de processo e de conduta, tentando decidir o destino de pessoas e de bens, sem conseguir entender a urgência do jornalismo: quando procurados, marcam entrevistas como agendam audiências: que tal conversarmos amanhã, às 13h30min? Juízes não são como políticos e, em sua maioria, não fazem a menor questão de estampar as páginas dos jornais. Ao contrário, preferem, como eles mesmo dizem, falar através de sentenças, de decisões. Alguns acham, inclusive, que a publicidade midiática, embora permitida, pode ser muito ruim para o bom andamento do processo e ser, inclusive, extremamente prejudicial para as partes envolvidas, como de fato ocorre em alguns casos. Por outro lado, o Judiciário, assim como outros órgãos públicos, tem que estar preparado para essa nova era que estamos vivendo, da visibilidade e da superexposição. Com a importância do Poder Judiciário crescendo a cada dia no nosso País, até mesmo se envolvendo em questões que antes diziam respeito aos poderes executivo e legislativo, os profissionais da mídia devem procurar se aperfeiçoar nos assuntos que envolvem o campo jurídico. Por outro lado, mesmo com todas as dificuldades envolvidas, é obrigação dos agentes do judiciário promover a comunicação entre os seus tribunais, a mídia e a população, divulgar os seus atos e facilitar a compreensão das ações da justiça, garantindo, assim, a sua participação efetiva na formação da verdadeira cidadania. Seguem algumas sugestões que surgiram após a pesquisa e que poderiam ajudar a aprimorar a cobertura que a mídia faz hoje do Poder Judiciário: Reivindicar que os tribunais instalem o sistema push (programa que avisa aos interessados sobre eventuais movimentações processuais), aperfeiçoar-se na linguagem jurídica e nos trâmites processuais, especializar-se, procurar apurar as notícias de forma mais cuidadosa, explicar o andamento processual. Dar maior visibilidade às decisões judiciais, mesmo as que não envolvam figuras notórias, mas que se refiram a assuntos de interesse público. Dar o mesmo destaque a eventuais absolvições de suspeitos apontados pelos próprios

jornalistas. Responsabilizar-se pelo que é publicado, ainda que as fontes sejam autoridades, como delegados de polícia, promotores. Dar oportunidade ao contraditório, assim como faz a Justiça, ouvir todas as partes envolvidas. Outro ponto que considero importante ressaltar com relação aos assuntos do poder judiciário é a divulgação de matérias que digam respeito à administração dos tribunais. Os diários da justiça, a maioria já eletrônicos (disponíveis na Internet) são uma fonte rica para a imprensa. Trazem publicações de licitações, convênios, contratos e também de atos administrativos, como nomeações, concessões de diárias, instauração de processos administrativos, exonerações, decisões judiciais, férias de magistrados, licenças, convocação para reuniões, pautas das sessões, fechamento e inaugurações de fóruns, instalação de varas, suspensão de prazos processuais, etc. Com relação a sugestões para o Poder Judiciário, primeiramente, sem dúvida, aprimorar os seus serviços, modernizar o seu sistema de trabalho, imprimir agilidade aos seus julgamentos, enfim, mudar o que puder se modificado em termos de gestão administrativa, já que não adianta contar com uma excelente assessoria e um bom relacionamento com os órgãos da imprensa se a organização não cumpre de forma satisfatória o seu papel social. Como medidas mais relacionadas especificamente à comunicação, instalar o sistema push, incluir as assessorias de comunicação na área de planejamento estratégico dos tribunais, promover debates entre seus pares para familiarizá-los com as necessidades e prioridades da imprensa, promover media training com os magistrados, abrir os seus bancos de dados, dar o direito de acesso aos processos, que são públicos, o que, segundo Frederico Vasconcelos, é tão ou mais importante que fazer os juízes falarem: Mais importante do que chegar ao magistrado, a meu ver, é o acesso aos autos. E mais, é hora de facilitar a comunicação. Quem quer ser ouvido tem que falar com clareza, objetividade e simplicidade. O juridiquês precisa ser combatido com determinação. Não se pode falar em acesso à informação se não se entende o que é permitido acessar. É o mesmo que sonegar informações. Às assessorias cabe acompanhar as sessões dos tribunais, pedir sugestões de pauta a juízes, principalmente os do interior do Estado, que estão distantes do trabalho das assessorias e costumam ter boas histórias para divulgar. Aos Magistrados cabe dar conhecimento de boas práticas na justiça; facilitar o trabalho da imprensa, dar publicidade aos seus atos, que são públicos.

O grande incentivo à busca por uma relação mais próxima entre judiciário e imprensa deve ter como princípio o direito à informação e como objetivo principal tornar a população mais bem informada sobre os seus direitos, ciente das atribuições e funções dos órgãos do poder judiciário e consciente de que a justiça existe para prestar serviços, resolver conflitos e, principalmente, promover a justiça social.

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