A TERCEIRIZAÇÃO DA FROTA DE VEÍCULOS



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Transcrição:

Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF 25, 26 e 27 de março de 2014 A TERCEIRIZAÇÃO DA FROTA DE VEÍCULOS OFICIAIS: A EXPERIÊNCIA MINEIRA COM A LOCAÇÃO DE VEÍCULOS ADMINISTRATIVOS, OPERACIONAIS E DE REPRESENTAÇÃO FERNANDO SILVESTRE DE BRITO JEAN MATTOS DUARTE MARCOS EDUARDO SILVA SOARES

2 Painel 32/096 As inovações na gestão da frota de veículos oficiais em Minas Gerais, a partir da aplicação da metodologia Strategic Sourcing A TERCEIRIZAÇÃO DA FROTA DE VEÍCULOS OFICIAIS: A EXPERIÊNCIA MINEIRA COM A LOCAÇÃO DE VEÍCULOS ADMINISTRATIVOS, OPERACIONAIS E DE REPRESENTAÇÃO Fernando Silvestre de Brito Jean Mattos Duarte Marcos Eduardo Silva Soares RESUMO Em 2009, o Governo de Minas Gerais realizou estudo a fim de levantar a viabilidade econômica da locação em relação à aquisição de veículos oficiais. Para isso desenvolveu ferramenta de análise de investimentos que compara os custos totais de cada modelo de compra, considerando o contexto do setor público e, além disso, variáveis geralmente deixadas de lado como os custos de oportunidade e de ociosidade. Na ferramenta são inseridos o tipo e a quantidade de veículos que se pretende obter via compra ou locação, a quilometragem mensal a ser percorrida e o tempo de uso, bem como outros itens de custo, chegando-se ao custo total final. O estudo indicou que a locação de longo prazo (por período superior a 12 meses), também conhecida como terceirização de frota, era a modelo de compra mais econômico para veículos administrativos e de representação e embasou o processo licitatório realizado no ano seguinte. Com a experiência obtida neste processo, foi possível ampliar a análise realizada, incorporando aos processos seguintes outros modelos de veículos, inclusive operacionais. As ações realizadas em Minas Gerais garantiram contratações econômicas, que devem ser compartilhadas. Palavras-chave: StrategicSourcing, Processo de Compras; Locação de veículos; Terceirização de frota; Análise de investimentos; Projeto GES.

3 1 INTRODUÇÃO A reforma do Estado, segundo Bresser-Pereira (2006), em seus artigos A reforma do Estado nos anos 90 e Da Administração Pública burocrática à Gerencial visa contribuir para a formação no Brasil de um aparelho de Estado mais forte e eficiente. A reforma do Estado tornou-se necessária, principalmente depois da grande crise da década de 80, que veio a ficar conhecida como Década Perdida. Mais que uma crise financeira, tratou-se de uma crise do conceito de Estado. Para cumprir sua missão em um mundo globalizado seria necessário (e ainda o é) rever sua missão, suas funções e sua capacidade de efetivo cumprimento de suas obrigações com os recursos disponíveis. Faz parte do novo papel do Estado apontar metas compatíveis com os anseios sociais além de prestar os serviços básicos à população. Para atender às demandas da sociedade, fazendo-se cumprir seu papel, a Administração deve se reorganizar, adotando critérios de gestão capazes de reduzir custos, articulando-se com os cidadãos, estabelecendo prioridades e cobrando os resultados (CARDOSO apud BRESSER-PEREIRA, 2006). Com relação à dimensão legal da Reforma do Estado, Abrúcio (2007), afirma que, sob esse aspecto, a reforma se deveu muito a reestruturação constitucional de 1988 que proporcionou a construção de um cenário legal sólido e coerente para que a mesma pudesse ser realizada. Sendo assim, a Constituição de 1988, além de propiciar as condições para reforma, ao mesmo tempo, significou o rompimento com os governos militares, onde o modelo burocrático de gestão era a regra. Entre as medidas tomadas pelo governo, Abrúcio (2007) enfatiza as: Medidas que implicaram tetos para o gasto com funcionalismo, alterações no caráter rígido e equivocado do Regime Jurídico Único e a introdução do princípio da eficiência entre os pilares do direito administrativo. Tais mudanças constituíram peças essenciais na criação de uma ordem jurídica que estabeleceu parâmetros de restrição orçamentária e otimização das políticas (ABRUCIO, 2007, p.5).

4 Com relação aos benefícios da reforma gerencial do Estado, um dos principais focos se voltou para o aperfeiçoamento da estrutura das organizações públicas, bem como dos inúmeros processos que se dão no âmbito do Estado. Tal aperfeiçoamento visa a realização dos serviços públicos de forma mais eficiente possível, trazendo o benefício esperado pela sociedade, ao realizar a entrega do valor real proporcionado pelas políticas públicas. (KETL, 2006) Reduzir o tamanho do Estado e modernizar a administração pública tornaram-se pontos importantes de uma nova agenda política. Ao contrário das experiências anteriores, essa modernização se inspirou fortemente nos modelos de gestão privada, considerados superiores e mais eficazes. Assim, as principais mudanças seriam transferir funções estatais para a área privada e as restantes seriam administradas com formas o mais próximo possível das praticadas nas empresas privadas. (MOTTA, 2007, p.92) Nesse momento da administração pública gerencial, torna-se cada vez mais evidente a necessidade de respeitar os princípios da administração pública, sobretudo o princípio da eficiência descrito pelo art. 37 da Constituição de 1988: A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Assim, esclarecese que o princípio da eficiência administrativa deve ser interpretado de forma a balizar a melhor utilização dos inputs administrativos (recursos, meios e esforços) bem como os seus outputs (resultados). Segundo Alexandre de Morais apud Celso Antônio Bandeira de Mello: Princípio da eficiência é o que impõe à administração pública direta e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade, rimando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para melhor utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior rentabilidade social. (MORAIS apud MELLO, 2010, p. 327) Leal (2003) também faz considerações a respeito do principio da eficiência ao afirmar que:

5 O principal fundamento do princípio da eficiência é o rendimento maximizado dos recursos, enquanto o desperdício representa o antiprincípio da eficiência. No setor empresarial, o desperdício do processo produtivo aumenta o custo final dos produtos e transforma-se em fator restritivo de competitividade, razão pela qual os métodos de gestão estratégica de custos estão sendo aperfeiçoados diariamente. No setor público, a eficiência dos meios com significativa redução dos desperdícios deverá contribuir para ampliar os benefícios sociais com a mesma parcela de recursos, sem aumentar a carga tributária. (LEAL, 2003, p. 11) Segundo Aragão (2006): A eficiência não pode ser entendida apenas como maximização do lucro, mas sim como um melhor exercício das missões de interesse coletivo que incumbe ao Estado, que deve obter a maior realização prática possível das finalidades do ordenamento jurídico, com os menores ônus possíveis, tanto para o próprio Estado, especialmente de índole financeira, como para as liberdades dos cidadãos. (ARAGÃO, 2006, p.1) Conforme mencionado até aqui, torna-se evidente que desenvolver e implementar sistemas de controle de custos é condição sine qua non para gestão responsável dos recursos públicos. No escopo do Estado, as decisões a serem tomadas, deveriam focar nas alternativas que demandassem o menor volume de recursos e gerasse o maior beneficio social. No âmbito estadual, o governo de Minas Gerais definiu, a partir de 2003, através do Choque de Gestão (Vilhena et.al, 2006), um conjunto de medidas dirigidas para deter a tendência crescente das despesas através de um controle rígido das despesas com pessoal, custos operacionais e a inevitável redução das despesas de investimento. O controle de gastos em todas as esferas do serviço público estadual deixou de ser bônus de produtividade e passou a ser meta em todas as unidades públicas. Esforços produzidos pelo Estado propiciaram a retomada do equilíbrio das contas públicas. O Choque de Gestão, de acordo com Vilhena et al (2006), se insere no contexto da reforma gerencial do Estado, bem como no cenário da constante busca do cumprimento do princípio da eficiência, pois além da contenção de gastos e enxugamento da máquina burocrática, propõe a reorganização e modernização do aparato estatal através da busca de novos modelos de gestão governamental.

6 Segundo Quirino (2010), durante o Governo Aécio Neves, que abrangeu o período de 2003 a 2010, foi implementado o Choque de Gestão no Governo do Estado de Minas Gerais que estabeleceu uma série de metas de médio prazo e projetos estruturadores, de caráter estratégico. Além disso, o Choque de Gestão contém os desafios e prioridades do governo que serão tratadas com o estabelecimento de áreas de resultados, bem como metas para serem atingidas em cada uma das áreas. O Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), um instrumento de planejamento de longo prazo, que, em sua terceira versão, possui a vigência de 2011 a 2030, tem como grande preocupação a questão fiscal. O ajuste fiscal é tido como elemento chave para o desenvolvimento de longo prazo do Estado. Dessa maneira várias metas foram acordadas e estabelecidas visando racionamento e corte de gastos em prol de uma qualidade fiscal que gere uma maior estabilidade e sustentabilidade nas contas públicas ao longo do tempo. (MINAS GERAIS/BDMG, 2013) Nos últimos anos o governo de Minas Gerais tem orientado sua gestão pública para os resultados, desenvolvendo sua estratégia sob dois pilares fundamentais: a qualidade fiscal e a inovação na gestão pública. O PPAG (Plano Plurianual de Ação Governamental), responsável pelo planejamento de médio prazo no âmbito do Estado, tem duração de quatro anos e consta de projetos estruturadores, que são os de maior importância e de caráter estratégico no cenário do Estado, sendo assim, considerados prioritários. Com vistas a melhorar o processo de compras do Estado de Minas Gerais, o Projeto Gestão Estratégica de Suprimentos (GES) se encontra na Área de Resultados de Qualidade Fiscal do PPAG 2008-2011. O objetivo do presente projeto está ligado a melhorias no modelo das diversas famílias de compras do Estado, visando à redução dos gastos públicos, melhorando a qualidade do gasto setorial, de acordo com o princípio da economicidade e, sobretudo, da eficiência (QUIRINO, 2010).

7 O projeto GES, em 2014, continua vigente, e, quando criado estabeleceuse que o mesmo seria operacionalizado em suas duas ondas (fases) abordando várias categorias (famílias) de compras que eram consideradas de alto impacto na despesa do Governo de Minas Gerais, a saber: 1ª onda: Passagens Aéreas, Material de Escritório, Softwares Prontos, Refeições Coletivas, Betuminosos, Medicamentos e Equipamentos de Informática; 2ª onda: Diárias e Hospedagem, Serviços da PRODEMGE, Materiais Médico-Hospitalares, Equipamentos Médico-Hospitalares, Frota e Combustíveis. Nesse sentido, ao abordar locação de veículos, estamos inseridos no contexto da 2º onda do supracitado projeto ao objetivar a melhoria dos processos de compras dos itens referentes à frota de veículos. Ao pensar no panorama da Reforma gerencial do Estado, que propõe novos mecanismos de gestão, revestidos do princípio da eficiência, visa-se gerar melhores resultados à sociedade, verificando que o governo de Minas se preocupa em gerar novos modelos de gestão e novas roupagens aos processos, tornando-os mais eficientes. Ao contratar, visando o suprimento da demanda de bens e serviços, a Administração deve sempre prezar para o cumprimento do principio da economicidade em seus processos de compra. A preocupação com o corte de gastos e a eficiência obtida no processo de compras é fundamental, principalmente num cenário onde a escassez de recursos faz com que haja, cada vez mais, uma necessidade de planejamento acerca da maneira como o setor público realiza seus gastos. Com o advento do choque de gestão, a alocação mais eficiente de recursos, evitando desperdícios, está ligada diretamente ao ajuste fiscal da máquina pública, sobretudo quando os recursos são destinados à área meio, uma vez que essa, embora indispensável, não beneficia diretamente o cidadão. Pensar o processo de compras visando a economicidade e eficiência vai além da utilização dos mecanismos licitatórios previstos na legislação como o pregão e o registro de preços. Essas são, por força da lei, ferramentas essenciais e indispensáveis para obtenção da economicidade em um processo de compras.

8 Porém a eficiência é atingida de fato, e maximizada, quando se pensa em um modelo de compra para determinado bem e serviço. Ao pensar num modelo para um item de compra, é essencial buscar as necessidades e demandas internas dos órgãos e entidades bem como avaliar como o item em questão é ofertado no mercado. Cabe aqui, ao gestor, analisar a aplicabilidade do que é ofertado para aquilo que é demandado e procurar coadunar demanda com oferta, buscando o modelo ótimo a ser aplicado, tendo sempre como premissa a qualidade do gasto, ou seja, onerar pouco o Estado e obter bons níveis de serviço. Dessa forma, quando se busca um modelo de compras, a economia trazida pelo processo licitatório ao se levantar a demandar de diversos órgãos/entidades para determinado item de compra através de um registro de preços obtendo-se ganhos de escala, bem como aquela obtida através da disputa entre os licitantes ao diminuírem o valor de seus lances em um pregão, são insuficientes. Essa economia, inerente ao certame, pode ser otimizada, quando se pensa num modelo eficiente de compra para o item em questão. Para se obter o melhor modelo, é importante se pensar na fase anterior ao processo licitatório em si, definindo-se, o que se irá comprar. 2 OBJETIVO O objetivo principal desse trabalho é mostrar o porquê da adoção do modelo de locação de veículos no âmbito do governo do Estado de Minas Gerais entre os demais modelos de suprimento de frota de veículos disponíveis no mercado. Abordar-se-á detalhes de sua concepção e desenvolvimento relatando o caso da aplicação bem sucedida deste modelo nos órgãos/ entidades do Estado de Minas Gerais bem como as modificações que o mesmo sofreu do momento de sua adoção, em 2010, até o presente.

9 3 METODOLOGIA 3.1 O projeto Gestão Estratégica de Suprimentos GES Na 2ª. Onda do Projeto GES, foram selecionadas as seguintes famílias de compras, que seria alvo de estudo por parte da consultoria contratada da empresa PricewaterhouseCoopers - PwC: Materiais Médico-Hospitalares, Odontológicos e Laboratoriais Equipamentos Médico-Hospitalares, Odontológicos e Laboratoriais Frota de Veículos (aquisição de veículos, abastecimento e manutenção) Diárias e Hospedagem (com foco em hospedagem de grupos de servidores) Serviços Prodemge (empresa de tecnologia da informação do Governo de Minas). Segundo Moura (2011), o contrato com a PwC alocou aproximadamente 13 pessoas no Projeto GES e teve duração de 15 meses nos anos de 2009/10. O projeto teve como objetivo principal a elaboração de novos modelos de suprimentos para famílias de compras públicas estratégicas, observando as leis e normas gerais de licitações e contratos, execução orçamentária e financeira, assim como o conjunto de regulamentos relativos aos processos de suprimentos do setor público. Faz parte desse objetivo: a definição e implantação de metodologias e modelos de gestão de suprimentos, com base nas melhores práticas nacionais e internacionais; o aprimoramento dos mecanismos de relacionamento com o mercado fornecedor em seus diversos segmentos; a capacitação de servidores estaduais para atuarem como agentes multiplicadores do modelo (MOURA et al, 2011) O projeto foi desenvolvido em três etapas, a saber: diagnóstico, desenvolvimento e implantação. Foram selecionadas quais famílias de compras seriam estudadas, através da análise da situação atual acerca das aquisições no Estado, bem como a apresentação das melhores práticas da gestão de suprimentos junto ao mercado privado em relação aos praticados pelo Estado. Após isso, foram selecionados os melhores modelos para cada item das famílias e desenvolvido editais para contratação dos itens visando a implantação de cada novo modelo de aquisição.

10 Verificou-se, no diagnóstico, que a frota de veículos do Governo do Estado de Minas Gerais despendia muito em gestão da frota, sobretudo com manutenção corretiva. Além disso, observou-se falta de sintonia e coplanejamento entre órgãos e entidades, que por muitas vezes realizavam processos de compras em separado para itens semelhantes, num curto espaço de tempo, perdendo em ganhos de escala, que poderiam ser obtidos caso a comunicação entre os órgãos fosse otimizada. Observou-se também uma falta de padronização de fornecedores e veículos. Bem como não foi raro identificar diferentes tipos de veículos para desempenhar uma função, ou seja, não há diretrizes que orientam que tipo de veículo deve ser destinado a que tipo de atividade. Outro apontamento da consultoria refere-se no que tange a falta de uma política de renovação da frota, que contava com grande quantidade de veículos velhos, gerando altos gastos com manutenção bem como altos índices de indisponibilidade de frota. Por fim, de uma maneira geral, a Administração aloca muita força de trabalho e recursos financeiros em serviços de gerenciamento da frota. Vale a pena ressaltar que o advento da Cidade Administrativa, reunindo grande parte dos órgãos e entidades do Poder Executivo do Governo mineiro, é uma importante janela de entrada para padronização de processos e um grande facilitador para comunicação entre os órgãos / entidades a fim de escolherem os modelos mais eficientes, como no caso da frota de veículos. 3.2 A frente Aquisição na Família Frota de Veículos da 2ª onda do Projeto GES No tocante à aquisição de veículos para a frota de veículos oficiais do Governo do Estado de Minas Gerais, observou-se a existência de três principais possibilidades oferecidas pelo mercado: aquisição, locação ou serviço de táxi. Com relação à locação observou-se que o mercado oferecia esse serviço de diferentes maneiras, sendo as mais relevantes: Locação + manutenção + combustível + motorista Locação + manutenção + combustível Locação + manutenção

11 Pelo fato da terceira opção ser mais utilizada por grandes empresas e por ser bastante difundida no mercado por haver grande concorrência entre os fornecedores, deu-se por entender que essa seria a mais adequada para ser aplicada ao Governo de Minas Gerais. Segundo análise mercadológica da consultora PwC, as locações se dividem em locação de curto e longo prazos: O segmento de terceirização de veículos oferece basicamente dois produtos: Locação de veículos: apresenta características de um negócio de varejo, atendendo pessoas físicas e jurídicas, mediante contratos de curto prazo; Terceirização da frota (ou locação da frota), com características de um negócio de atacado, operando principalmente com empresa em contratações de longo prazo (acima de 12 meses). (PwC, 2010) Dessa forma, devido à continuidade do serviço e ao alto grau de investimento (desembolso inicial) do fornecedor para fornecer os veículos ao Estado, estabeleceu-se que os contratos de locação deveriam ser de longo prazo (acima de um ano). Por fim, caso a locação fosse adotada como modelo de suprimento da frota de veículos do Governo de Minas, estabeleceu-se que seria no molde Locação+manutenção de longo prazo (2 ou 3 anos). 3.3 A análise de investimentos Comparação dos custos totais Para se estabelecer se esse tipo de locação predefinido seria utilizado em detrimento da aquisição de veículos utilizou-se de análise de viabilidade econômica, que foi desenvolvida à quatro mãos entre a SEPLAG/MG e a PwC, através de uma ferramenta no formato Excel que compararia a viabilidade entre locar versus adquirir veículos. Para decidir entre as duas opções tal ferramenta consiste em uma análise de investimentos. Isso nada mais é do que a comparação da viabilidade econômica de se adotar um modelo em detrimento do outro. A avaliação de alternativas de investimento (adquirir ou locar) é feita a partir da análise dos fluxos de caixa de cada um, mediante a aplicação de alguma técnica de análise de investimento. As técnicas de análise preferidas são as que consideram o valor do dinheiro no tempo, que é, grosso modo, a constatação de que

12 uma unidade monetária vale mais hoje do que amanhã devido à elevação generalizada do nível de preços da economia, isto é, devido à inflação. As mais utilizadas são a Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Valor Presente Líquido (VPL); sendo esta, a técnica escolhida para as análises deste caso. (SOARES, 2005) Segundo Soares (2005), o Valor Presente Líquido (VPL) é uma técnica matemática, onde todos os componentes de gasto e receita são referenciados ao período inicial (tempo zero), por meio de taxas de desconto. O que se busca saber é quanto os pagamentos ou recebimentos em períodos futuros valem hoje. Dessa forma, cada variável de gasto dos modelos de locação e aquisição que existissem ao longo da vida útil do veículo seriam trazidos ao Valor Presente Líquido, através da aplicação do índice de inflação (utilizaremos o IPCA) a fim de analisar o custo total de cada um dos modelos. Ao descontar todos os fluxos de entradas e saídas de caixa por uma faixa de desconto mínima aceitável, o NPV [ou VPL] denota, em última análise, o resultado econômico da alternativa financeira expressa em moeda atualizada. (FARIA, 2002, p.284). Para um comparativo honesto, é importante ressaltar que, em cada análise de investimento, deve-se ter como base para fins de comparação entre o modelo de locação e aquisição: o mesmo tipo de veículo (Ex: Hatch 1.0); a mesma intensidade de uso (Km rodado/mês) e o mesmo tempo de uso (Ex: 2 anos). variáveis de custos: Para o modelo de aquisição de veículos utilizaremos as seguintes Valor da aquisição: valor de compra do veículo, obtido através de cotação de mercado. Valor da oportunidade: é o valor equivalente ao montante financeiro que o Governo receberia do mercado financeiro caso aplicasse o valor desembolsado na aquisição dos veículos. Utiliza-se como índice de retorno do investimento a Taxa Selic. Custo de indisponibilidade: refere-se ao custo gerado devido a ausência do veículo quando este se encontra indisponível (por estar em manutenção, por exemplo). Tal custo foi estimado em 10% do valor total da aquisição.

13 Custo do seguro DPVAT: referente ao desembolso do pagamento do seguro que possui valor unificado para veículos de passeio. Custo administrativo: refere-se aos gastos administrativos, de rotina, dos veículos, estimado por um valor simbólico de R$ 50,00/mês. Custo de manutenção: custo das manutenções preventivas e corretivas do veículo estimada em R$0,08/Km para veículos de passeio devido a inexistência de dados confiáveis de histórico de manutenções na central de dados do Governo (SIAD e BO). Esse valor aumenta com o avançar da idade do veículo. Valor da venda: é a receita da venda do veículo nos leilões administrativos. Tal valor é obtido através da tabela FIPE (referente à marca/modelo e ano do veículo) descontado o Deságio do leilão que é uma taxa estimada pela SEPLAG (equivalente a 25% sobre o valor da FIPE). Dessa forma, o valor total de venda a ser considerado equivale a 75% do valor FIPE para o veículo a ser alienado. Para a locação, há uma única variável de custo, a saber, o valor da locação no período considerado. É importante ressaltar que os valores referentes à abastecimento e ao gasto com motorista foram desconsiderados pelo motivo de que seriam variáveis equivalentes. Ambos modelos contemplariam esses gastos, de forma que se anulariam no cálculo do custo total de cada um. Observação: Foi desconsiderada a variável seguro devido ao fato da legislação mineira verdar a aquisição desse serviço para a frota de veículos do Governo do Estado de Minas Gerais, embora essa variável conste no modelo de locação.

14 3.4 Os índices inseridos e o imput de dados na Ferramenta de VPL De acordo com a Ferramenta acima, para fim de análise do modelo mais vantajoso, deverão ser preenchidos os campos relativos à variáveis fixas (que não dependem da utilização do veículo), a saber: "Modelo do veículo", "Quantidade de veículos", "Valor do veículo (aquisição)", "Valor de venda do veículo (mercado)", "DPVAT (ano)", "Custo de gestão (mês)", "Valor mensal da locação". O Campo "Quantidade final de veículos próprios" é resultante da "Quantidade de veículos" acrescida do índice de indisponibilidade, no caso, estimado em 10%. Isso significa que, ao se contratar o serviço de locação haverá sempre a reposição de veículo em casos de manutenção, acidente ou perda total. Porém, quando se adquire veículos, é necessário adquirir, em média, 10% a mais a fim de suprir essa indisponibilidade nos casos supracitados, mantendo o mesmo padrão se comparado com a utilização da locação. Deverá também proceder com o preenchimento das variáveis relacionadas à utilização do veículo, na porção superior esquerda da ferramenta.

15 Nela, deverão ser preenchido os campos: "Distância percorrida (por mês)", "Tempo de posse (em meses)", "Tipo de combustível" e "Média de consumo do veículo (km/ l)". Os campos "Preço do combustível (R$/ l)", "Custo do combustível por km (R$/ km)" e "Custo do motorista (mês) - MGS (salário + encargos)" não foram preenchidos (ou preenchidos com valor zero), devido ao modelo desconsiderar as variáveis de abastecimento e serviços de motorista, cujo porquê já foi relatado. Por fim, deverá se estabelecer os índices/taxas, que serão utilizados na ferramenta no quadro localizado na porção inferior esquerda. São eles: "Taxa de juros p/ oportunidade (anual)" representado pela taxa SELIC, "Inflação (anual)" representada pelo IPCA, "Indisponibilidade (%) - frota reserva" estimada em 10%, "Preço Venda - Deságio do Gov. x Mercado" estimado em 25%, "Custo de venda (% sobre valor de venda)" estimado em 5% sobre o valor da venda, "Seguro - Prêmio", "Seguro Franquia", "Manut. - Fator" e "Manut. - Taxa Cresc. Exp anual". Os campos relativos ao seguro foram desconsiderados pelo fato que é vedado a contratação do serviço de seguro veicular para toda frota da Administração Pública Estadual. O quadro localizado na porção inferior direita da ferramenta indica valores estimados de manutenção por quilômetro rodado, considerando a idade do veículo. Ao se inserir todos os dados na ferramenta, o calculo do valor presente é feito, e ao se exibir o resultado, o gestor pode observar qual modelo é o mais econômico e eficiente para cada tipo de veículo analisado:

16 3.5 A evolução do modelo: de 2010 a 2013 Para o primeiro registro de preços realizado pela SEPLAG, em 2010, o estudo da viabilidade econômica se deu através da ferramenta aqui relatada, sendo considerada apenas a locação de dois tipos de veículos administrativos, veículo de serviço e de representação. O período de locação considerado para este RP foi de 36 meses (3 anos) e houve significativa demanda para os itens considerados devido ao advento da Cidade Administrativa- CA que concentrou a atividade administrativa do Poder Executivo do Governo de Minas Gerais em um mesmo local. Dessa forma procurouse padronizar a frota de serviço que iria atender à CA a fim de realizar o deslocamento dos servidores. A descrição dos itens, quantidades registradas e o valor registrado de cada (locação de uma unidade pelo período de 36 meses com manutenção incluída) pode ser verificada conforme dados da tabela a seguir:

17 Código Descrição do Item Quantidade Registrada Preço Pesquisado (Unitário) 29084 LOCAÇÃO DE AUTOMÓVEIS PARA TRANSPORTE DE PASSAGEIROS: VEÍCULO SERVICO, TIPO HATCH, VERSAO STANDARD; COM MOTOR DE 1000CC, 04 PORTAS, 05 LUGARES. COM MANUTENÇÃO. COR DA LINHA DE PRODUÇÃO, MOVIDO A ÁLCOOL/GASOLINA (BICOMBUSTÍVEL). 1.806 R$ 50.184,00 35084 LOCAÇÃO DE AUTOMÓVEIS PARA TRANSPORTE DE PASSAGEIROS: VEÍCULO DE REPRESENTACAO; PRETO; SEDAN; 4 PORTAS; MOTOR MIN. DE1790CC; POTÊNCIA MIN.DE 120CV.; BICOMBUSTÍVEL(ÁLCOOL/GASOLINA) EQUIPADO COM AR CONDICIONADO; TRIO ELÉTRICO; DIREÇÃO HIDRÁULICA; AIR BAG DUPLO, COM CAPACIDADE PARA 05 (CINCO) LUGARES;COM MANUTENÇÃO. 109 R$ 114.048,00 Após o sucesso do modelo incipiente, em sua primeira edição, foi ampliado o escopo do segundo e terceiro RP ocorrido em 2012 e 2013, respectivamente, sendo acrescentados itens de veículos operacionais àqueles de representação e administrativos utilizados inicialmente. As principais mudanças e adaptações se deram, principalmente, em três frentes: a) No tocante ao período de locação, reduzido de 36 para 24 meses (2 anos) por se considerar tal período mais razoável e atrativo para os órgãos e entidade participantes. b) Em relação à quantidade de itens de veículos, ampliando a utilização do serviço de locação não apenas abrangendo o transporte de representação e de servidores na região metropolitana de Belo Horizonte, mas aumentando o escopo da contratação para diferentes tipos de utilização da frota como em viagens, transporte de maior número de passageiros, e veículos destinados às regiões rurais (estradas não pavimentadas). Vale ressaltar que, embora tenha havido o levantamento de demanda entre os órgãos/ entidades, a caminhonete 4x4 (item código 43680) se mostrou economicamente inviável no modelo de locação no processo de 2012, não sendo levada como lote do pregão. Porém o referido item foi reinserido no processo de 2013 e levado à sessão do pregão.

18 c) A partir do RP de 2012 tomou-se a decisão de que o registro de preços para locação de veículos se consolidaria e ocorreria anualmente, embora a vigência dos contratos continuassem a ser de 24 meses (2 anos). Tal iniciativa deve-se ao fato de que, o Decreto Estadual nº 46.311, de 16 de setembro de 2013 - que regulamenta o Sistema de Registro de Preços disciplinado no art. 15 da Lei federal nº. 8.666, de 21 de junho de 1993, estabeleceu, em seu art. 14: Art. 14. O prazo de validade da ARP será contado a partir da publicação e não poderá ser superior a doze meses, incluídas eventuais prorrogações, nos termos do inciso III do art. 15 da Lei Federal nº 8.666, de 1993. Dessa forma, um órgão interessado no serviço de locação que não aderiu ao RP vigente e não foi possibilitado de aderi-lo como carona, não teria de esperar 24 meses para contratar, uma vez que a Administração terá uma ata de RP para o serviço de locação de veículos anualmente. Com base nos dados do Sistema de Registro de Preços SIRP, do Portal de Compras do Governo de Minas Gerais (www.compras.mg.gov.br), segue abaixo a descrição dos itens, quantidades registradas e o valor registrado de cada (locação de uma unidade pelo período de 24 meses com manutenção incluída) para os RPs de 2012 e 2013: Código Descrição do Item Quantidade Solicitada Preço Pesquisado (Unitário) 2012 2013 2012 2013 29084 VEÍCULO SERVIÇO,TIPO HATCH,VERSÃO STANDARD;COM MOTOR DE 1000CC, 04 PORTAS, 05 LUGARES. COM MANUTENÇÃO COR DA LINHA DE PRODUÇÃO, MOVIDO A ÁLCOOL/GASOLINA (BICOMBUSTÍVEL) 451 231 R$ 26.646,07 R$25.368,45 35084 VEICULO REPRESENTAÇÃO; PRETO;SEDAN;4 PORTAS; MIN.1790CC; POTÊNCIA MIN.120CV, COM MANUTENÇÃO; TRIO ELÉTRICO; AR CONDICIONADO DIREÇÃO HIDRÁULICA, AIR BAG DUPLO, ÁLCOOL/GASOLINA (BICOMBUSTÍVEL), CAPACIDADE PARA 05 (CINCO) LUGARES. 145 169 R$ 52.477,62 R$51.524,40

19 21350 VEÍCULO SERVIÇO,TIPO SEDAN, VERSÃO STANDARD; COM MOTOR DE NO MÍNIMO 1300CC, 04 PORTAS, 05 LUGARES. COM MANUTENÇÃO COR DA LINHA DE PRODUÇÃO, MOVIDO A ÁLCOOL/GASOLINA (BICOMBUSTÍVEL) 360 110 R$ 33.774,13 R$32.044,39 43680 CAMIONETA, CARROCERIA ABERTA, STANDARD, TRAÇÃO 4X4, CAPACIDADE ACIMA 0,8TONELADAS, COR LINHA DE PRODUÇÃO,CABINE DUPLA, 4 PORTAS LATERAIS., MÍNIMO DE 2000CC, ÁLCOOL/ GASOLINA/ DÍESEL, COM MANUTENÇÃO 191 88 R$100.000,00 R$100.470,70 29122 VEÍCULO SERVIÇO, TIPO MONOVOLUME, VERSÃO STANDARD; COM MOTORNO MÍNIMO DE 1800CC, 04 PORTAS, 07 LUGARES. COM MANUTENÇÃO, COR LINHA PRODUÇÃO, MOVIDO A ÁLCOOL/GASOLINA (BICOMBUSTÍVEL) 94 143 R$ 54.169,45 R$56.449,42 43672 43699 43702 VEICULO SERVIÇO, TIPO HATCH,VERSAO STANDARD; MOTOR NO MÍNIMO1300CC, 04PORTAS,05 LUGARES, COM MANUTENÇÃO, COR DA LINHA DE PRODUÇÃO, MOVIDO A ÁLCOOL/GASOLINA (BICOMBUSTÍVEL) FURGÃO,CARROCERIA FECHADA, MOTOR MÍNIMO 1300CC, STANDARD, CARGA ATÉ 0,8TON., COM MANUTENÇÃO, BICOMBUSTÍVEL (ÁLCOOL/GASOLINA) PINTURA NA COR DA LINHA DE PRODUÇÃO VEÍCULO SERVIÇO, VAN, 3P LATERAIS, COM MOTORNO MÍNIMO DE 2000CC, MÍNIMO 15 LUGARES, COM MANUTENÇÃO, COMBUSTÍVEL DÍESEL, COM AR CONDICIONADO, PINTURA NA COR DA LINHA DE PRODUÇÃO. 413 85 R$ 28.997,50 R$30.747,46 55 77 R$ 40.343,68 R$37.913,06 24 37 R$ 122.552,78 R$ 97.849,3600 3.6 Principais características do modelo Após a pesquisa de mercado (para locação e aquisição), a consolidação da demanda interna e a análise do custo total comparativo de cada modelo é elaborado edital de licitação na modalidade Pregão Eletrônico para Registro de Preços, do tipo Menor Preço apresentando o seguinte objeto: a locação de veículos automotores para transporte de pessoas e pequenas cargas em atendimento aos órgãos e entidades do Poder Executivo do Estado de Minas Gerais e suas unidades, em todo território estadual.

20 A locação de veículos destinou-se ao atendimento da demanda de transporte contínua dos órgãos/ entidades para a prestação de serviços públicos permanentes ou de longa duração. Dessa forma o período de locação de cada veículo será de 24 (vinte e quatro) meses após a verificação de que tal prazo é o mais viável de ser adotado, podendo ser acordado prazos inferiores entre contratantes e contratada, desde que não acarrete ônus aos contratantes. Estes firmarão contratos individuais com a contratada com vigência igual ao período de locação, embora a gestão do RP seja centralizada na SEPLAG. O período de locação inicia-se a partir da data de entrega dos veículos pela contratada e aceite formal da contratante, sendo que a contratada possui prazo de até 60 dias para a entrega (que poderá ser total ou parcelada dependendo da necessidade do contratante) dos veículos após a assinatura do contrato. Devido a esse prazo, a vigência dos contratos celebrados poderá ser revista a fim de garantir o cumprimento do período de locação, respeitando-se o limite estabelecido pelo art. 57, II da Lei n. 8.666/93. Os editais previam que os veículos pertencentes ao mesmo item deverão ser da mesma marca/ modelo. Tal medida visa a padronização da frota, sendo que os veículos deverão ser zero quilômetro (com até cinqüenta quilômetros rodados até o local das entregas feitas em Belo Horizonte) e corresponder à marca/ modelo e ano indicados na proposta comercial, na data de assinatura do contrato. Foi prevista a utilização do regime de quilometragem livre por veículo locado, sendo que a contratada deverá autorizar a instalação de dispositivos que permitem o controle do abastecimento nos veículos locados, bem como arcará com as despesas relativas ao emplacamento e licenciamento dos veículos durante o período de locação e deverá manter atualizada a respectiva documentação. Caberá à contratada entregar o veículo caracterizado conforme modelos adotados pelos órgãos e entidades do Estado de Minas Gerais, sem ônus ao contratante. Todos os veículos locados deverão possuir seguro com cobertura total, para os casos de furto, roubo, incêndio e colisão, sem limite de indenização, porém terceiros e motoristas não serão cobertos pelo seguro.