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Transcrição:

Constituição Federal Artigo 5º X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

Direito de autodeterminação informacional = o consumidor tem o direito de saber quem sabe o que sobre ele. REsp 22.337

Constituição Federal Artigo 5º XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

Dec 2181/97 Art. 13. Serão consideradas, ainda, práticas infrativas, na forma dos dispositivos da Lei nº 8.078, de 1990: X - impedir ou dificultar o acesso gratuito do consumidor às informações existentes em cadastros, fichas, registros de dados pessoais e de consumo, arquivados sobre ele, bem como sobre as respectivas fontes; XI - elaborar cadastros de consumo com dados irreais ou imprecisos; XII - manter cadastros e dados de consumidores com informações negativas, divergentes da proteção legal; XIIII - deixar de comunicar, por escrito, ao consumidor a abertura de cadastro, ficha, registro de dados pessoais e de consumo, quando não solicitada por ele; XIV - deixar de corrigir, imediata e gratuitamente, a inexatidão de dados e cadastros, quando solicitado pelo consumidor; XV - deixar de comunicar ao consumidor, no prazo de cinco dias úteis, as correções cadastrais por ele solicitadas;

APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. TELEFONIA FIXA. AÇÃO ANULATÓRIA C/C REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. COBRANÇA DE FATURA ADIMPLIDA. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM CADASTROS RESTRITIVOS DE CRÉDITO. DANO MORAL PURO CARACTERIZADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO MANTIDO. Há total verossimilhança na alegação do autor quanto ao pagamento da fatura cobrada pela ré. O autor comprovou ter quitado as parcelas antes de ter seu nome inscrito indevidamente no SPC. Dano moral puro, segundo farta jurisprudência a respeito da cobrança e negativação indevidas, não prescindido de prova quanto ao dano efetivo. Valor da indenização mantido. APELO DESPROVIDO. (Apelação Cível Nº 70029133063, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Romeu Marques Ribeiro Filho, Julgado em 03/06/2009) AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL. CHEQUE DEVOLVIDO, DUAS VEZES, POR INSUFICIÊNCIA DE FUNDOS, QUANDO HAVIA SALDO DISPONÍVEL NA CONTA. DESORGANIZAÇÃO DA OPERAÇÃO DE TRANSFERÊNCIA DO SALDO DA CONTA CORRENTE PARA APLICAÇÃO FINANCEIRA. DEVER DE INDENIZAÇÃO. Caso em que a Cooperativa procedeu à devolução de cheque, duas vezes, quando havia saldo disponível na conta corrente da autora suficiente para cobrir o valor do título. Evidente a desorganização da ré na realização da operação de transferência de valores da conta corrente para a aplicação financeira, acarretando a devolução do cheque emitido pela sua cliente. DANO MORAL. Fato gerador de dano moral porque acarretou a devolução do título (alínea 12), bem como a inscrição negativa perante o SPC. Incidência do art. 333, II, do CPC, visto que a ré não se desincumbiu de provar causa legítima que explicasse os transtornos pelos quais a autora passou. DANO MATERIAL. Demonstrada a cobrança de valores indevidos (taxas e outras despesas), relativa à devolução de cheque sem provisão de fundos, quando, na verdade, havia fundos suficientes para o seu desconto VALOR DA INDENIZAÇÃO. Redução do valor da indenização compatível com o fato originador do dano. APELAÇÃO PROVIDA EM PARTE. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70021798012, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Augusto Monte Lopes, Julgado em 14/11/2007)

Informação Verdadeira CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. INSCRIÇÃO NO SPC. MANUTENÇÃO DO NOME DA DEVEDORA POR LONGO PERÍODO APÓS A QUITAÇÃO DA DÍVIDA. DANO MORAL CARACTERIZADO. PARÂMETRO. CDC, ART. 73. I. Cabe às entidades credoras que fazem uso dos serviços de cadastro de proteção ao crédito mantê-los atualizados, de sorte que uma vez recebido o pagamento da dívida, devem providenciar, em breve espaço de tempo, o cancelamento do registro negativo do devedor, sob pena de gerarem, por omissão, lesão moral, passível de indenização. II. Ressarcimento, contudo, fixado em valor proporcional ao dano, a fim de evitar enriquecimento sem causa. III. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 432.062) Dano moral. Cadastro negativo. Art. 73 do Código de Defesa do Consumidor. 1. Não tem força a argumentação que pretende impor ao devedor que quita a sua dívida o dever de solicitar seja cancelado o cadastro negativo. O dispositivo do Código de Defesa do Consumidor configura como prática infrativa "Deixar de corrigir imediatamente informação sobre o consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata". Quitada a dívida, sabe o credor que não mais é exata a anotação que providenciou, cabendo-lhe, imediatamente, cancelá-la. 2. A intervenção da Corte só tem cabimento para controlar o valor do dano quando abusivo, exagerado, em desacordo com a realidade dos autos, o que não ocorre no presente feito. 3. Não é protelatório o recurso de embargos quando tem o claro fito do prequestionamento (Súmula n 98 da Corte). 4. Recurso especial conhecido e provido, em parte. (REsp 292.045)

Direito a Comunicação APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. INSCRIÇÃO EM ÓRGÃO PROTETIVO DE CRÉDITO SEM PRÉVIA NOTIFICAÇÃO. CDL POA. ART. 43, 2º CDC. 1. Legitimidade Passiva. A CDL POA é integrante do SPC Brasil, sendo com as demais componentes desse, conjuntamente responsável pelos danos causados àqueles que prejudicarem por seus serviços, inobstante ao credor ser seu associado ou de outra das componentes. 2. Dever de Cancelar. Pelo disposto no CDC, artigo 43, 2º, a inscrição do nome de devedor em cadastro de órgãos de proteção ao crédito não dispensa a notificação prévia, cuja falta pode acarretar a responsabilidade da entidade que administra o banco de dados. A apelada trouxe documentos nos quais realiza notificação à parte autora. No entanto, as missivas foram enviadas para endereço divergente ao da inicial. Para que o espírito da lei seja atingido, nos precisos termos do artigo 43, 2º, do CDC, não basta que o arquivista demonstre simplesmente a remessa prévia da carta de cientificação, mas, sim, que a dirigiu ao endereço informado pelo credor associado. Logo, a parte ré não comprovou ter realizado a prévia notificação, devendo cancelar os registros que não restaram notificados. APELO PROVIDO. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70029354487, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Léo Romi Pilau Júnior, Julgado em 27/05/2009)

Direito de Acesso APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS. BANCOS DE DADOS CADASTRAIS. SPC. INTERESSE. O consumidor tem direito de acesso às informações sobre os registros existentes em seu nome em bancos de dados cadastrais, nos termos do art. 43 do CDC. E fez solicitação extrajudicial sem ser atendido. Interesse demonstrado. Apelo provido. (Apelação Cível Nº 70018202390, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Roberto Felix, Julgado em 12/12/2007) Lei 9507/97 Art. 7 Conceder-se-á habeas data: I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

Gratuidade do Acesso Constituição Federal Artigo 5º (...) LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. Dec 2181/97 Art. 13. Serão consideradas, ainda, práticas infrativas, na forma dos dispositivos da Lei nº. 8.078, de 1990: X - impedir ou dificultar o acesso gratuito do consumidor às informações existentes em cadastros, fichas, registros de dados pessoais e de consumo, arquivados sobre ele, bem como sobre as respectivas fontes;

Prazo para Retificação Lei 9507/97 Art. 4 Constatada a inexatidão de qualquer dado a seu respeito, o interessado, em petição acompanhada de documentos comprobatórios, poderá requerer sua retificação. 1 Feita a retificação em, no máximo, dez dias após a entrada do requerimento, a entidade ou órgão depositário do registro ou da informação dará ciência ao interessado.

DIREITO PRIVADO NÃO-ESPECIFICADO. REGISTRO EM CADASTRO DE INADIMPLENTES. COMUNICAÇÃO PRÉVIA. ENUNCIADO N. 359 DA SÚMULA DO STJ. 1. As Câmaras de Dirigentes Lojistas, como divulgadoras dos registros incluídos no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) de todo o território nacional, agem como arquivistas da informação, independentemente da localização física do banco de dados e da origem das informações. 2. O arquivista responsável por cadastros de inadimplentes também responde pela veiculação de registros do banco de dados do Cadastro de Cheques Sem Fundos - CCF/BACEN. 3 A inobservância do disposto no 2º do art. 43 do Código de Proteção e Defesa do Consumidor caracteriza abuso de direito, porquanto elimina a oportunidade conferida pela lei ao consumidor de proceder ao pagamento do débito antes que seja efetuado o registro negativo em seu nome. Enunciado n. 359 da Súmula do STJ. 4.Consoante a orientação da jurisprudência do STJ, cuja função constitucional precípua é a uniformização da interpretação da legislação infraconstitucional (Constituição da República, art. 105, inc. III), a mera expedição prévia de correspondência ao devedor informando-o acerca da possível inclusão de seu nome em cadastros de proteção ao crédito satisfaz à norma do 2 do art. 43 do Código de Proteção e Defesa do Consumidor. 5.Hipótese em que a parte-ré não logrou êxito em comprovar a efetiva comunicação da parte-autora acerca dos registros ora controvertidos, o que caracteriza a prática de ato ilícito - criação irregular de cadastros, impondo-se, por conseqüência, o seu imediato cancelamento. 6. Provimento do apelo. (Apelação Cível Nº 70030172514, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Sérgio Scarparo, Julgado em 04/06/2009)

SERASA. Inscrição de nome de devedora. Falta de comunicação. A pessoa natural ou jurídica que tem o seu nome inscrito em cadastro de devedores tem o direito de ser informado do fato. A falta dessa comunicação poderá acarretar a responsabilidade da entidade que administra o banco de dados. Recurso conhecido e provido, para julgar procedentes as ações. (REsp 285 401) SPC. Inscrição indevida. Responsabilidade civil. O SPC deve indenizar pelo dano decorrente da indevida inscrição de inadimplência inexistente. A comunicação do registro ao devedor é obrigação também do SPC, ainda que os seus estatutos imponham tal providência ao lojista. RECURSO ESPECIAL. Inexistência de seus pressupostos. Recursos não conhecidos. (REsp 273250) DIREITO DO CONSUMIDOR. SERASA. INSCRIÇÃO DO NOME DO DEVEDOR. COMUNICAÇÃO PRÉVIA. NECESSIDADE. ART. 43, 2o, CDC. DANO MORAL CARACTERIZADO. RECURSO PROVIDO. I - A inscrição do nome do devedor no cadastro do Serasa deve ser precedida da comunicação exigida no art. 43, 2o do Código de Defesa do Consumidor. II - O interstício de mais de dois anos entre a inscrição do nome no Serasa e a posterior notificação judicial ao devedor, além de não ser razoável, não afasta o constrangimento que advém da inscrição, notadamente se esta for indevida, tornando cabível a indenização por dano moral. (RESp 373219)

Portaria n. 5 de 27/08/02 SDE/MJ Art. 1º Considerar abusiva, nos contratos de fornecimento de produtos e serviços, a cláusula que: I - autorize o envio do nome do consumidor, e/ou seus garantes, a bancos de dados e cadastros de consumidores, sem comprovada notificação prévia;

CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. INSCRIÇÃO NO SPC. NOTIFICAÇÃO PRÉVIA. AUSÊNCIA. ILEGITIMIDADE PASSIVA DO BANCO CREDOR. ART. 43, 2º, DO CDC. (...) 4. Conforme entendimento firmado nesta Corte, a comunicação ao consumidor sobre a inscrição de seu nome, nos registros de proteção ao crédito, constitui obrigação do órgão responsável pela manutenção do cadastro, e não do credor, que apenas informa a existência da dívida. Reconhecida a ilegitimidade passiva do banco recorrente. Aplicação do 2º, do art. 43, do CDC. 5. Recurso parcialmente conhecido e, nesta parte, provido. (REsp 768838)

CIVIL. BANCO DE DADOS. SERASA. REGISTRO. PRAZO. ARTIGO 43, 1º E 5º, DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. A "prescrição relativa à cobrança de débitos ", cogitada no 5º do artigo 43, CDC, não é da ação executiva, mas de qualquer ação de cobrança. O registro de dados negativos em serviços de proteção ao crédito deve ser cancelado a partir do quinto ano ( 1º do artigo 43, CDC). Recurso conhecido e provido. (REsp 535645) APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CANCELAMENTO DE REGISTROS EM ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. SPC. SERASA. PRAZO MÁXIMO DE MANUTENÇÃO DOS REGISTROS. CINCO ANOS. (ART. 43, 1º e 5º, DO CDC, SÚMULAS Nº 11 DO TJRS e Nº 323 DO STJ). CANCELAMENTO EM PRAZO INFERIOR. INVIABILIDADE. PRESCRIÇÃO DA AÇÃO EXECUTIVA. POSSIBILIDADE DE COBRANÇA PELA VIA ORDINÁRIA. IMPLEMENTO DO PRAZO LEGAL NO CURSO DO PROCESSO. EXTINÇÃO DO PROCESSO. Os prazos prescricionais que a A. utiliza para demonstrar a prescrição de suas dívidas dizem tão-somente com a prescrição da ação cambiária, o que não induz à impossibilidade de cobrança por meio de outra ação, motivo pelo qual devem ser mantidos os registros negativos durante o prazo máximo de 5 anos. PROVIMENTO ÀS APELAÇÕES. UNÂNIME. (Apelação Cível Nº 70025015926, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nara Leonor Castro Garcia, Julgado em 07/08/2008)