AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA MINAS GERAIS RELATOR : MIN. TEORI ZAVASCKI AUTOR(A/S)(ES) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO GERAIS

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Transcrição:

AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1.834 MINAS GERAIS RELATOR : MIN. TEORI ZAVASCKI AUTOR(A/S)(ES) :UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO RÉU(É)(S) :ESTADO DE MINAS GERAIS PROC.(A/S)(ES) :ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS DECISÃO: 1. Trata-se de ação de execução de título extrajudicial proposta pela União, em face do Estado de Minas Gerais, com base em obrigação certa, líquida e exigível, consubstanciada no Acórdão 2009/2004 proferido pelo Tribunal de Contas da União no âmbito do processo de tomada de contas especial n 004.953/92-4, que condenou o réu ao pagamento da quantia, atualizada segundo o autor até 31/7/2011, de R$ 34.026.491,81 (trinta e quatro milhões, vinte e seis mil, quatrocentos e noventa e um reais e oitenta e um centavos), por julgar irregulares as contas apresentadas pelo Estado mineiro na execução do Convênio CRT/MG/3006/87, celebrado com o extinto Ministério da Reforma Agrária e do Desenvolvimento Agrário (MIRAD) para a execução do Plano Nacional de Reforma Agrária e implantação do Programa Básico de Assentamento de Trabalhadores Rurais. Citado, o réu interpôs embargos à execução sustentando, preliminarmente, a ilegitimidade ativa da União, uma vez que o convênio a que se refere a execução foi firmado com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA, autarquia federal, dotada de personalidade jurídica própria. No mais, alega: (a) a ocorrência da prescrição, (b) o cerceamento de defesa na fase instrutória do procedimento; (c) a aplicação retroativa do art. 3º da Decisão Normativa 57/2004 do TCU; (d) a ausência de desvio de finalidade e de dano ao erário, haja vista que as alterações implementadas por meio dos termos aditivos receberam a anuência do Ministério da Agricultura; (e) que eventuais sanções devem ser aplicadas ao gestor responsável, e não ao ente federal; e (f) que é indevida a cobrança de juros moratórios antes da citação, como prevê o art. 219 do CPC/73.

2. O art. 102, I, f, da Constituição, estabelece a competência originária desta Corte para as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta. De acordo com o deliberado no julgamento da ACO 1295, é preciso distinguir o (a) conflito entre os entes da Federação, que se restringe ao litígio intersubjetivo, do (b) conflito federativo, que ultrapassa os limites subjetivos e possui potencialidade suficiente para afetar os demais entes e até mesmo o pacto federativo: (...) 3. Diferença entre conflito entre entes federados e conflito federativo: enquanto no primeiro, pelo prisma subjetivo, observa-se a litigância judicial promovida pelos membros da Federação, no segundo, para além da participação desses na lide, a conflituosidade da causa importa em potencial desestabilização do próprio pacto federativo. Há, portanto, distinção de magnitude nas hipóteses aventadas, sendo que o legislador constitucional restringiu a atuação da Corte à última delas, nos moldes fixados no Texto Magno, e não incluiu os litígios e as causas envolvendo municípios como ensejadores de conflito federativo apto a exigir a competência originária da Corte. Precedente. 4. Agravo regimental a que se nega provimento (ACO 1295-AgR-segundo/SP, Pleno, rel. Min. Dias Toffoli, j. 14/10/2010, DJe de 02/12/2010). No mesmo sentido: (...) - A Constituição da República confere, ao Supremo Tribunal Federal, a posição eminente de Tribunal da Federação (CF, art. 102, I, "f"), atribuindo, a esta Corte, em tal condição institucional, o poder de dirimir as controvérsias, que, ao irromperem no seio do Estado Federal, culminam, perigosamente, por antagonizar as unidades que compõem a Federação. Essa magna função jurídico-institucional da Suprema Corte impõe-lhe o gravíssimo dever de velar pela 2

intangibilidade do vínculo federativo e de zelar pelo equilíbrio harmonioso das relações políticas entre as pessoas estatais que integram a Federação brasileira. A aplicabilidade da norma inscrita no art. 102, I, "f", da Constituição estende-se aos litígios cuja potencialidade ofensiva revela-se apta a vulnerar os valores que informam o princípio fundamental que rege, em nosso ordenamento jurídico, o pacto da Federação. Doutrina. Precedentes. (...) (ACO 1048 QO/RS, Pleno, rel. Min. Celso de Mello, j. 30/08/2007, DJe de 31/10/2007). COMPETÊNCIA DEFINIÇÃO. A definição da competência concernente à ação proposta decorre das balizas objetivas e subjetivas da lide. COMPETÊNCIA ALÍNEA F DO INCISO I DO ARTIGO 102 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Não se enquadra, na previsão constitucional, o processamento e o julgamento de ação na qual, embora figurem como partes adversas Estado-membro e União, a contenda não revele em xeque a unidade e a harmonia inerentes ao pacto federativo (RE 664.206 AgR/DF, 1ª Turma, rel. Min. Marco Aurélio, j. 11/12/2012, DJe de 06/02/2013). A hipótese dos autos revela causa de evidente natureza patrimonial, sem exposição do pacto federativo a risco de ruptura, o que afasta a competência originária da mais alta Corte do País para processamento e julgamento. Nesse sentido: EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NA AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. CONSTITUCIONAL. PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. DECISÃO EM TOMADA DE CONTAS ESPECIAL NO ÂMBITO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. NÃO INCIDÊNCIA DO DISPOSTO PELO ARTIGO 102, I, f, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. O MERO CONFLITO PATRIMONIAL ENTRE ENTES FEDERATIVOS NÃO É CAUSA BASTANTE A JUSTIFICAR A COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DESTA CORTE. PRECEDENTES. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 3

1. A competência constitucional originária do Supremo Tribunal Federal para a ação prevista no art. 102, I, f, da Constituição Federal demanda a existência de situação de conflito capaz de abalar o pacto federativo. Precedentes: ACO 1.364, Rel. Min. Celso de Mello, Pleno, DJe de 6/8/2010; ACO 1.140, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 26/5/2010; ACO 1.295- AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, Pleno, DJe de 2/12/2010; ACO 1.480 QO, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 20/08/2010; Rcl 3.152, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 13/03/2009; RE 512.468 AgR, Rel. Min. Eros Grau, DJe de 06/06/2008. 2. In casu, verifica-se que o objeto do pedido revela interesse eminentemente patrimonial, dissociado de qualquer questão capaz de por em risco o princípio federativo, não se justificando a competência originária do STF. 3. O regime de direito estrito da competência originária do Supremo Tribunal Federal não autoriza a execução, em sede originária, no âmbito desta Corte, de decisões oriundas de outros órgãos. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (ACO 2430/DF-AgR, Rel. Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, DJe de 2/6/15). seguinte: No voto condutor desse acórdão, o Ministro-relator consignou o Ocorre que o título executivo extrajudicial que tenha sua gênese em procedimento de tomada de contas especial instaurado em decorrência da necessidade de se apurar supostas irregularidades em prestação de contas relativas a convênios firmados entre os entes federados não possui o condão de estremecer o vínculo decorrente do pacto federativo, mormente quando a imputação de débito, como na hipótese presente, dá-se de forma individualizada e o inadimplente passa a ser o gestor, pessoa física diversa do Estado, cuja condenação se deu de forma solidária, em razão de expressa previsão legal (art. 16, 2º, da Lei 8.443/92). 4

O fato de o executado, Estado-membro, ser devedor solidário, não possui a densidade político-institucional necessária a tornar essa relação apta a vulnerar o pacto federativo e, assim, atrair a competência originária desta Corte para conhecer e julgar a causa. A execução do referido título em nenhum momento se coloca como elemento fragilizador do pacto federativo. Apenas se deu concretude a mandamento constitucionalmente previsto no art. 71, VI, da Carta, pelo que se constituiu título judicialmente exequível, igualmente por opção do constituinte, nos termos do 3º do referido dispositivo. 3. Ante o exposto, com fundamento no art. 21, 1º, do RISTF, determino a remessa dos autos à Justiça Federal do Estado de Minas Gerais, a quem compete processar e julgar o pedido inicial. Publique-se. Intime-se. Brasília, 19 de agosto de 2016. Ministro TEORI ZAVASCKI Relator Documento assinado digitalmente 5