Mas você já parou para pensar na importância do seu voto?

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Transcrição:

Desenvolvimento: APOENA Empreendimentos Sociais (www.apoenasocial.com.br) Coordenação técnica: Andrea Goldschmidt e Marcia Hirata Nos próximos dias, todos os brasileiros com 18 anos ou mais irão participar de um novo processo eleitoral. Você pode estar pensando que gostaria de um programa melhor do que passar o seu domingo na fila, esperando para votar. Redação de conteúdo: Valéria Maria Trezza Projeto Gráfico: Julianna Guimarães Os direitos autorais deste material são reservados ao Apoena Empreendimentos Sociais. A reprodução é vedada sem autorização prévia. Realização: Unimed do Brasil Fundação Unimed Informações: Unidade de Responsabilidade Social (responsabilidadesocial@cfd.unimed.com.br) Esta é uma ação da Comissão Institucional Unimed subsidiada pelo FIU. Seu voto é tão importante que você pode deixar de ir ao seu serviço por até 2 dias, sem prejuízo de salário, para tirar ou transferir o Título de Eleitor. Nesse caso, você precisa informar a empresa em que trabalha com 48 horas de antecedência. Mas você já parou para pensar na importância do seu voto? O Brasil é uma democracia. Democracia é o regime em que o poder está na vontade do povo. Por muitos anos, o Brasil viveu sob um regime de ditadura. Durante esse período, as decisões eram tomadas por autoridades que conquistaram esse poder por meio da força. O povo não tinha direito de escolher seus representantes e, conseqüentemente, o futuro do país. Em 1984, o Brasil reconquistou a democracia e o povo voltou a ter em mãos o direito de votar. É pelo voto que você escolhe para quais representantes quer transferir o seu poder. Deixando de votar, você está abrindo mão de seu direito de escolher seus representantes e terá que aceitar aqueles escolhidos por outras pessoas. Certamente você já foi votar várias vezes num ato automático. Você pode estar tão desconfiado e descrente da política e dos políticos que não acha que seu voto fará qualquer diferença. O que você precisa saber é que apenas com o seu voto é possível mudar o futuro do Brasil e torná-lo um país melhor, com mais igualdade e mais justiça. Se você perder essa chance agora, terá que esperar mais quatro anos. Mas não basta pensar no voto apenas no dia da eleição. Você precisa se preparar para votar, analisando bem os candidatos e fazendo uma escolha consciente.

Como fazer isso? Aí vão alguns passos que você pode seguir... 1) Verifique quais são os candidatos para cada cargo político. Você encontra essa informação nos Cartórios Eleitorais e nos sites do Superior Tribunal Eleitoral e dos Tribunais Regionais Eleitorais. 2) Procure informações sobre os candidatos. Algumas coisas importantes de se saber sobre um candidato são: - qual sua trajetória: quando iniciou sua carreira na política, a quais partidos já foi filiado, quais cargos já ocupou, etc. - qual sua atuação política: quais ações realizou, quais projetos propôs, em que áreas atuou mais, etc. - outras informações: está ou esteve envolvido com alguma irregularidade, já correu o risco de perder o mandato por causa disso, já renunciou ao seu mandato alguma vez, etc. 3) Examine quais as ações que ele se propõe a realizar caso seja eleito. Todos os candidatos possuem um programa ou propostas de ações. Você encontra essas informações nos sites dos partidos políticos e nos comitês eleitorais dos candidatos. Outra forma de saber as propostas dos candidatos é assistindo ao horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão. PRESTE ATENÇÃO! Quando você estiver analisando as propostas de um candidato, preste bastante atenção para as coisas que ele promete. Nem todas as promessas são possíveis de se realizar, seja porque estão fora de sua esfera de atuação, por se tratar de questões que a lei não permite alteração ou outros motivos. Situações especiais: - Condenados por crime: os brasileiros que tiverem sido julgados e condenados por algum crime têm seus direitos políticos suspensos, ou seja, não podem votar durante o período em que estiverem em estabelecimento prisional. - Convocados pelo serviço militar obrigatório: durante o período em que os homens estiverem cumprindo o serviço militar obrigatório, não podem votar. - Brasileiros morando no exterior: os brasileiros com mais de 18 e menos de 70 anos que estiverem residindo no exterior votam somente para Presidente da República. Por exemplo: não adianta um prefeito prometer abrir um curso de ensino superior em seu município, pois a Constituição Federal diz que os municípios atuam no ensino fundamental e na educação infantil. Outro exemplo: não adianta um deputado federal ou senador dizer que irá criar uma lei que instituirá a pena de morte para determinados crimes, pois a Constituição Federal proíbe esse tipo de pena no Brasil. 4) Escolha os seus candidatos. Com essas informações em mãos, você pode escolher os candidatos que considerar melhores, seja porque têm um passado político honesto, boas propostas de ação ou por você se identificar ideologicamente com suas idéias. Tendo feito a escolha, anote o número de cada um e leve com você no dia da eleição. Votar, além de ser um direito, é um dever. Isso quer dizer que o voto é obrigatório para todos os homens e mulheres com 18 anos ou mais. O voto é facultativo para: - os jovens entre 16 e 18 anos incompletos - as pessoas com 70 anos ou mais - os analfabetos Você precisará votar mesmo que tenha perdido seu Título. Nesse caso, você pode pedir uma segunda via junto ao Cartório Eleitoral da sua região, até 10 dias antes da eleição. Se você se esquecer de pedir a segunda via, ou perder o Título poucos dias antes da eleição, pode votar levando outro documento de identidade com foto (por exemplo, a Carteira de Identidade ou a Carteira de Motorista).

Para poder votar, você tem que estar inscrito no Cartório Eleitoral. Ou seja, você tem que tirar o Título de Eleitor. Para isso, você deve ir ao cartório da sua região levando um documento de identidade, um comprovante de residência e, no caso dos homens, o comprovante de quitação do serviço militar. Se você mudou de cidade terá que transferir seu Título de Eleitor para o novo município. Nesse caso, os documentos necessários são: um documento de identidade, um comprovante de residência, o Título de Eleitor e o comprovante de votação ou justificação. Em ano de eleições, é possível tirar o Título de Eleitor ou transferi-lo para outro município somente até 151 dias antes do dia da votação. Se você perdeu esse prazo, terá que justificar o voto ou ficará em falta com a Justiça Eleitoral. Se você não puder votar, terá que justificar o motivo de sua ausência Como fazer isso? - Se estiver viajando dentro do Brasil, vá a qualquer seção eleitoral e justifique. - Se estiver viajando fora do Brasil, você deverá comparecer ao Cartório Eleitoral da sua região até 30 dias após seu retorno ao Brasil, levando uma cópia do passaporte com carimbo de entrada no Brasil e/ou o ticket de passagem que comprove o dia do retorno. - Se for por outros motivos, como doença ou falecimento de algum parente, você deverá comparecer ao Cartório Eleitoral da sua região até 30 dias após a eleição. - Os candidatos a Presidente, Governador e Prefeito possuem um número com dois dígitos. - Os candidatos a Senador possuem um número com três dígitos. - Os candidatos a Deputado Federal possuem um número com quatro dígitos. - Os candidatos a Deputado Estadual e Vereador possuem um número com cinco dígitos. Não há limite de vezes para o eleitor justificar ausência à votação. Se você não justificar sua ausência na eleição estará em falta com a Justiça Eleitoral e terá que pagar uma multa que pode variar de 3% a 10% do salário-mínimo. Além disso, enquanto não regularizar sua situação, você terá problemas para obter Passaporte e Carteira de Identidade, renovar matrícula em estabelecimento público de ensino, emitir diploma de conclusão de curso superior, participar de concursos para cargos públicos e obter empréstimos em instituições de crédito mantidas pelo governo. A forma de ficar em dia com a Justiça Eleitoral é comparecer ao Cartório Eleitoral da sua região. Desde 1996, o voto é feito na urna eletrônica. Para votar em um candidato específico, você precisa saber o número desse candidato. Digite esse número na urna, confira a foto, o número, o nome e a sigla do partido do candidato que aparecerá na tela. Se estiver correto, aperte a tecla CONFIRMA da urna eletrônica. Caso você tenha errado o número do candidato, aperte a tecla CORRIGE e digite o número novamente. Essa operação deverá ser feita para cada cargo, na seqüência apresentada na tela da urna. Você também pode votar na legenda. Isso quer dizer, votar em um partido político, mas sem identificar um candidato específico. Votando na legenda, você estará demonstrando seu desejo de ver eleito qualquer candidato daquele determinado partido político que você escolheu. Digite o número do partido político, confira a sigla que aparecerá na tela e, se estiver correto, aperte a

tecla CONFIRMA da urna eletrônica. Caso você tenha errado o número do partido, aperte a tecla CORRIGE e digite o número novamente. Você sabe que deve votar para determinados cargos. Mas você sabe o que faz cada um? O número do partido político corresponde aos dois primeiros algarismos do número do candidato. Só é possível votar na legenda para os cargos de Deputado Federal, Estadual e Vereador. Além do voto no candidato e na legenda, também é possível o voto branco e o voto nulo. Para votar em branco, basta apertar a tecla BRANCO, disponível no teclado da urna eletrônica, no momento em que for solicitado o número do candidato, e apertar CONFIRMA. Para votar nulo, digite um número que não seja de nenhum candidato ou partido político e aperte a tecla CONFIRMA. Você pode votar branco ou nulo para todos os cargos. PENSE BEM! Os votos brancos e nulos não são votos válidos e, portanto, não são considerados na contagem final dos votos. Votar branco ou nulo significa não participar da escolha de nenhum candidato. É possível que haja um 2º turno nas eleições. O 2º turno ocorre quando nenhum candidato consegue atingir a maioria absoluta dos votos válidos, ou seja, metade mais um. Nesse caso, os dois candidatos mais votados irão concorrer novamente entre eles. A obrigatoriedade de participar das eleições consiste, na verdade, na obrigatoriedade do eleitor comparecer ao local de votação e de depositar seu voto na urna. No entanto, não há a obrigatoriedade do eleitor efetivamente votar. Ele possui liberdade para anular ou votar em branco, se quiser. Ou seja, a liberdade de não votar. O 2º turno existe para evitar que um candidato possa ser eleito por uma minoria da população. Ele ocorre nas eleições para os cargos de Presidente, Governador e Prefeitos de Municípios com mais de 200 mil eleitores. Antes de entender qual a função de cada cargo, é necessário entender primeiro que o Estado brasileiro está organizado e dividido em poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Esses três poderes são independentes e harmônicos entre si. Poder Executivo O Poder Executivo é o órgão que tem por função a prática de atos de chefia de estado, de governo e de administração. No Brasil, o Poder Executivo é formado por apenas uma pessoa, eleita pelo povo. No caso da União, pelo Presidente da República; no caso dos Estados, pelos Governadores; e no caso dos Municípios, pelos Prefeitos. As eleições para os representantes do Poder Executivo obedecem ao princípio majoritário. Isso significa que são eleitos os candidatos que obtiverem a maioria dos votos. Presidente da República O Presidente é o chefe de Estado e de Governo do Brasil. Como chefe de Estado, o Presidente representa o país nas suas relações com outras nações. Como chefe de Governo, ele gerencia os negócios públicos e administra o país. O mandato do Presidente da República é de quatro anos. Em sua tarefa de governar o país, o Presidente conta com a ajuda de Ministros, nomeados por ele para cada uma das áreas, como por exemplo Saúde e Educação. Juntamente com o Presidente, é eleito um Vicepresidente, que tem a função de substituí-lo nos períodos em que ele está fora do Brasil, de licença, doente ou de férias, e de assumir seu cargo por motivo de sua morte, renúncia ou impedimento.

Governador e Vice-governador de Estado O Governador é o representante responsável pela administração de cada um dos 27 Estados brasileiros. Nessa tarefa, ele conta com o auxílio de Secretários, nomeados por ele para cada uma das áreas. O mandato do Governador é de quatro anos. Assim como no caso da Presidência, também é eleito um Vice-governador, que tem a função de auxiliar e substituir o Governador quando necessário. Prefeito Municipal O Prefeito é o chefe do Poder Executivo e da administração local nos mais de 5.500 municípios brasileiros. Nessa tarefa, ele também conta com o auxílio de Secretários, nomeados por ele para cada uma das áreas. O mandato do Prefeito é de quatro anos. Como nos outros cargos executivos, também é eleito um Vice-prefeito, que tem a função de auxiliar e substituir o Prefeito quando necessário. Poder Legislativo O Poder Legislativo é aquele que tem como função principal legislar, ou seja, elaborar as leis. Outro papel que cabe a ele é o da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Poder Executivo. Ele pode, por exemplo, solicitar informações a Ministros ou gestores públicos sobre programas do governo e a aplicação dos recursos públicos e acompanhar o Tribunal de Contas na análise da prestação de contas. No âmbito federal, o Poder Legislativo é formado pela Câmara dos Deputados, onde trabalham os Deputados Federais, e pelo Senado Federal, onde trabalham os senadores. No âmbito estadual, o Poder Legislativo é formado por apenas um órgão, a Assembléia Legislativa do Estado, onde ficam os Deputados Estaduais. O mesmo ocorre no A divisão de poderes consiste em entregar a órgãos diferentes cada uma das funções governamentais. Essa separação garante a não subordinação entre os poderes, sendo cada um livre para exercer suas atividades. No entanto, há uma colaboração entre eles, podendo haver interferências que garantam o equilíbrio e evitem os abusos de um ou outro. O Brasil adota o Presidencialismo. Isso significa que o Presidente da República é ao mesmo tempo o chefe de Estado e de Governo do país. Nos países que adotam o Parlamentarismo, o Presidente da República é o chefe de Estado, enquanto o Primeiro Ministro é o chefe de Governo. É o caso, por exemplo, da Inglaterra. âmbito municipal, que possui apenas a Câmara Municipal, composta pelos vereadores. Todos os membros do Poder Legislativo são eleitos pelo povo. As eleições para senador também obedecem ao princípio majoritário; ou seja, são eleitos aqueles que tiverem a maioria dos votos. Já as eleições para deputado federal, estadual e vereadores obedecem ao princípio da representação proporcional. Isso significa que há um número proporcional de deputados eleitos de acordo com o número de eleitores de cada Estado. Assim, cada Estado elege mais ou menos deputados dependendo do tamanho de sua população: por exemplo, São Paulo possui 94 deputados estaduais, enquanto o Acre possui apenas 24. Em relação ao número de deputados federais, a lei prevê um número mínimo de oito e um máximo de setenta. Essa situação desequilibra a proporcionalidade entre os Estados, uma vez que aqueles com uma grande população, como é o caso de São Paulo, ficam sub-representados, pois caso não houvesse o número máximo, ele elegeria muito mais representantes. O número de vereadores também é proporcional à população de cada município, prevendo a lei um mínimo de nove e um máximo de cinqüenta e cinco. Senador da República O Senador é o representante dos Estados e do Distrito Federal. Assim sendo, há um número igual de três senadores representando cada um dos Estados e o Distrito Federal. O mandato dos senadores é de oito anos. Diferentemente dos outros órgãos legislativos, o Senado não renova todos os seus membros em cada eleição. De quatro em quatro anos é renovado 1/3 e 2/3, alternadamente. Assim, em uma eleição é escolhido um senador para cada Estado; na eleição seguinte, são escolhidos dois.

Cada senador é eleito com dois suplentes. Assim, caso ele renuncie ao cargo, seja cassado ou deixe seu mandato para assumir outro cargo, será substituído por ele. Deputado Federal O Deputado Federal é o representante do povo. O mandato dos deputados federais é de quatro anos. Deputado Estadual O Deputado Estadual é o representante direto da população daquele Estado. O mandato dos deputados estaduais é de quatro anos. Vereador Municipal O Vereador é o representante do povo de cada Município. O mandato dos vereadores é de quatro anos. Somente terão direito a ocupar vagas nas eleições proporcionais e eleger candidatos a deputado federal, estadual e vereador, os partidos políticos que atingirem o quociente eleitoral. O quociente eleitoral é calculado dividindo-se o número de votos válidos pelo número de lugares a preencher em cada órgão legislativo. Ou seja, o quociente eleitoral define quais partidos políticos terão vagas no Legislativo. Após determinar quais partidos políticos terão direito a ocupar vagas, define-se quantas vagas cada um terá por meio do quociente partidário. Este quociente é calculado dividindo-se o número de votos válidos obtidos pelo partido pelo quociente eleitoral. Assim, estarão eleitos tantos candidatos registrados por um partido quantos o respectivo quociente partidário indicar. Em razão do sistema de quocientes eleitoral e partidário, pode acontecer de um candidato ter uma votação significativa, Juntos, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal formam o Congresso Nacional. superior a muitos candidatos eleitos, mas não conseguir se eleger porque seu partido não atingiu o quociente eleitoral. O contrário também pode ocorrer: um candidato que não teve uma votação expressiva ser eleito em função do quociente partidário obtido por seu partido. Poder Judiciário O Poder Judiciário é aquele que tem a função de julgar os conflitos e aplicar a lei em cada caso concreto. Ele existe somente nos âmbitos federal e estadual. Diferentemente dos outros Poderes, o Judiciário não é formado por representantes eleitos pelo povo, mas por pessoas que passaram por concursos públicos ou que foram nomeadas. E depois das eleições? Seu papel como cidadão não termina quando você deixa a sala de votação. Na verdade, nesse momento, ele está apenas começando. É muito importante que durante os quatro anos seguintes você monitore as ações dos candidatos em que você votou. É comum não lembrarmos em quem votamos nas eleições anteriores. Mas como poderemos cobrar os nossos candidatos se não sabemos mais quem eles são? LEMBRE-SE! Com o seu voto, você está conferindo ao candidato o direito de ele representar os seus interesses e de fazer escolhas sobre o futuro do país em seu nome. Para não esquecer os candidatos que você elegeu, faça uma lista com os nomes de todos eles e marque em sua agenda ou algum outro lugar. Vale até pendurar na porta

da geladeira! Se possível, marque também as propostas mais importantes que eles apresentaram durante a campanha. Desta forma, você poderá acompanhar o que eles farão durante seus mandatos. Mas como fazer isso? Acompanhe as notícias nos jornais, revistas e noticiários da TV e preste atenção se o nome de algum deles é mencionado. As notícias falam sobre algum projeto que ele apresentou? Se sim, veja o que diz o projeto, que área ele contempla (se saúde, educação, direitos humanos, etc.), se está de acordo com o seu programa de campanha, etc. Preste mais atenção ainda se são notícias sobre corrupção, desvio de verbas ou alguma irregularidade em que ele esteja envolvido. Enquanto acompanhar as notícias, você irá se deparar com termos como CPI, improbidade administrativa, entre outros. Você sabe o que eles significam? CPI Comissão Parlamentar de Inquérito: grupo formado por deputados e/ou senadores com o objetivo de investigar casos em que possa existir alguma irregularidade. Emprego irregular de verbas públicas: o funcionário público ou político utiliza o dinheiro público de forma diferente da que a lei prevê. Falta de decoro parlamentar: é o descumprimento, por parte dos deputados e senadores, das regras legais ou morais que guiam seu comportamento enquanto exercem a função de representantes do povo. Improbidade Administrativa: é a má qualidade de uma administração, pela prática de atos desonestos, que causam o enriquecimento ilícito do funcionário público ou do político, o prejuízo aos cofres públicos ou a infração aos princípios que orientam a pública administração. Imunidade parlamentar: é uma garantia que os deputados e senadores têm de não ser presos ou processados sem a autorização da Câmara dos Deputados ou do Senado. A imunidade parlamentar existe para que os membros do Congresso possam desempenhar suas funções com liberdade e para protegê-los contra abusos e pressões. Prevaricação: o funcionário público ou político atrasa ou deixa de cumprir alguma obrigação para satisfazer um interesse pessoal. Se você tiver acesso à Internet, visite periodicamente os sites oficiais da Presidência, Governo do Estado, Prefeitura de sua cidade e dos órgãos legislativos. Nesses sites você encontra notícias sobre os programas públicos em andamento, os projetos apresentados, as atividades dos políticos, relatórios e estatísticas. Além disso, os sites fornecem o contato de todos eles. Você poderá mandar uma carta ou um email perguntando, por exemplo, sobre algum projeto específico ou cobrando alguma promessa de campanha. Você também pode acessar os sites de diversas organizações que monitoram as atividades dos políticos. A vantagem é que, em geral, as informações contidas nesses sites já estão selecionadas, resumidas e organizadas, facilitando a sua busca. Esses são alguns exemplos. No entanto, você pode utilizar qualquer outro meio para acompanhar as atividades dos candidatos que você elegeu. O importante é que quando chegarem as novas eleições, você tenha informações e conhecimentos suficientes para decidir se irá votar novamente nesse candidato ou se escolherá um outro