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O Sr(a) foi contratado(a) pela reclamante, para defender seus direitos. Os pedidos foram rejeitados na origem e mantidos pelo TRT da 9ª Região.

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ADVOCACIA ORNELLAS Dra. Rita de Cássia da Silva - OAB/SP

Recorrente: Talita Motta Accioly. Recorrido: Clínica São Carlos S.A.

Transcrição:

RADIALISTA. EDITOR DE VIDEOTEIPE. CUMULAÇÃO DE FUNÇÕES. NÃO COMPROVAÇÃO. Evidenciado pela prova testemunhal que o autor não atuava em gravações e/ou transmissões, conclui se o não exercício cumulativo das funções de Operador de Áudio e Vídeo, consoante atribuições definidas pela norma regulamentadora. Os ajustes em áudio e imagem por ele realizados inseriam se nas atribuições inerentes à função contratada Editor de Videoteipe do que decorre a improcedência do direito à formalização de contratos distintos, bem como do adicional por acúmulo funcional. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso Ordinário, em que figuram como recorrente ASSOCIAÇÃO DE COMUNICAÇÃO EDUCATIVA ROQUETTE PINTO ACERP e recorrido ORLANDO DE SIQUEIRA BATISTA. Inconformada com a r. sentença de fls. 310 313 da 33ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, proferida pelo MM. Juiz Múcio Nascimento Borges, que julgou o pedido procedente em parte, recorre ordinariamente a ré. Embargos de declaração rejeitados às fls. 323. A recorrente, às fls. 326 336, pretende a reforma da sentença em relação à data do início da relação de emprego e do reconhecimento de mais de um contrato na mesma jornada de trabalho. Alega julgamento extra petita quanto aos descontos salariais, correspondentes às horas não trabalhadas, requerendo, por fim, a exclusão dos honorários advocatícios. Representação processual regular, conforme instrumento de mandato de fl. 221. Custas processuais e depósito recursal recolhidos e comprovados às fls. 337/338. Contrarrazões às fls. 343 350. Sem manifestação do Ministério Público, a teor do inciso II, do artigo 85, do Regimento Interno desta Corte. É o relatório. V O T O 5579 1

DO CONHECIMENTO Conheço do recurso, porquanto presentes os pressupostos legais de admissibilidade. MÉRITO DO INÍCIO DA RELAÇÃO DE EMPREGO Não se conforma a ré com o reconhecimento judicial do início da relação laboral em 02.12.2003. Salienta a ocorrência de erro material na petição inicial, reportando se aos documentos que a acompanham (CTPS e TRCT), para fins de prevalência da data neles consignada 01.06.2007. Procede o inconformismo da parte. Na fundamentação da r. sentença, consta o acolhimento da data consignada na causa de pedir (02.12.2003), com repercussão exclusiva na fixação do marco prescricional 04.10.2006 em relação às parcelas pecuniárias deferidas (fls. 311, parágrafos 1º e 2º). Equivocadamente, não atentou o Juízo para as alegações defensivas constantes a fls. 223 dos autos, em que firmada a controvérsia sobre o início da relação empregatícia. De fato, a inicial aponta a data de 02.12.2003 como de início do contrato de trabalho, em contrariedade às anotações apostas na CTPS e TRCT. Não obstante, a lide não perpassa por essa questão, visto que a causa de pedir sequer se refere a fraude quanto à formalização do contrato de trabalho tanto que nenhuma pretensão foi formulada pelo autor para fins de retificação da CTPS e verbas contratuais decorrentes, nem, por conseguinte, deferida na decisão de 1º grau. Ressalte se que o trabalhador é silente sobre o tema em contrarrazões (!). Há, portanto, flagrante erro material na petição inicial, impondo se o acolhimento do apelo para declarar que o período contratual corresponde aos assentamentos funcionais do autor 01.06.2007 a 01.06.2010 (fls. 15 e 22) inexistindo, por conseguinte, parcelas prescritas. Dou provimento. DO DESVIO FUNCIONAL E DA EXISTÊNCIA DE MAIS DE UM CONTRATO DE TRABALHO Reitera a ré a tese defensiva de que a contratação do autor para o exercício da função de Editor de VT engloba o tratamento de imagens e áudio, circunstância que obstaculiza o reconhecimento de mais dois contratos de trabalho distintos, relacionados às funções de Operador de Vídeo e Operador de Áudio, e consequente percepção dos salários correspondentes. 5579 2

O acolhimento judicial do pedido principal, contido na letra A do rol da inicial, deu se nos seguintes termos, verbis: Incontroverso que o autor laborou na ré na função de Editor de VT de 02/12/2003 a 22/09/2010, outrossim, a prova oral produzida testemunha do autor em depoimento coerente, sem hesitações ou dúvidas convenceu este Juízo que na ré o reclamante no desenvolvimento de seus misteres, na ilha de edição, além de processar o vídeo, também realizava a finalização do áudio das imagens que seriam exibidas. Comprovou se, ainda, que no local de trabalho do autor e testemunha ilha de edição não havia profissionais que operassem o áudio ou vídeo, sendo estas funções realizadas de forma concomitante pelo autor durante a edição realizada das filmagens. fl. 311 A pretensão autoral tem sede nos arts. 16 e 17 do Decreto 84.134/79, que regulamenta a Lei 6.615/78. Narra a causa de pedir que, desde a sua admissão para o exercício da função de Editor de VT, o autor trabalhou simultaneamente como Operador de Vídeo e Operador Áudio, sem a formalização dos contratos distintos e a percepção dos salários a eles correspondentes. O acúmulo funcional foi negado pela ré, nos termos já expostos. A profissão do autor radialista possui regulamentação específica na Lei 6.615/78 e seu Decreto Regulamentador, nº 84.134/79. O art. 4º da ambos os diplomas estabelece que a profissão compreende as atividades de administração, produção e técnica, sendo que as duas últimas são subdividas em diversos setores de atuação. O Decreto possui quadro anexo com as denominações e descrições das funções em que se desdobram as atividades e os setores mencionados, cuja análise evidencia que a função para a qual o trabalhador fora contratado Editor de VT encontra se inserida na atividade técnica, Setor de Tratamento e Registros Visuais: EDITOR DE VIDEOTEIPE. Edita os programas gravados em videoteipe; maneja as máquinas operadoras durante a montagem final e edição; ajusta as máquinas; determina, conforme orientação do diretor do programa, o melhor ponto de edição. O acúmulo noticiado na exordial refere se às funções de Operador 5579 3

de Vídeo e Operador de Áudio ambas atividades técnicas, sendo que a primeira vinculada ao mesmo Setor de Tratamento e Registros Visuais e a segunda, ao Setor de Tratamento de Registros Sonoros. O quadro constante no Decreto Regulamentador atribui às mencionadas funções as seguintes atribuições, verbis: OPERADOR DE VÍDEO Responsável pela qualidade de imagem no vídeo, operando os controles, aumentando ou diminuindo o vídeo e pedestal, alinhando as câmeras, colocando os filtros adequados e corrigindo as aberturas de diafragma. OPERADOR DE ÁUDIO Opera a mesa de áudio durante gravações e transmissões, respondendo por sua qualidade. grifos nossos Da descrição normativa das referidas funções constata se, com base na prova testemunhal realizada pelo próprio trabalhador, que não havia o acúmulo funcional alardeado na inicial, visto que não extrapoladas as atividades inerentes à função de Editor de Videoteipe. Neste sentido, e salvo melhor juízo, a análise do depoimento retratado a fl. 306 dos autos, in verbis: Que trabalha na ré desde 1999 como editor de vt (vídeo tape). Que o editor prepara a imagem para exibição final, realizando sua limpeza, cortes, efeitos de cor, luz, transições e ajuste de áudio, basicamente. Que tal procedimento é realizado em um sala, chamada de "ilha de edição". Que para edição não há necessidade de um operador de áudio/vídeo. Que tal procedimento na empresa é realizado somente pelo editor. Que o autor exercia as mesmas funções que o depoente, às vezes no mesmo turno, em outras vezes em turnos diferentes. (...) Que na reclamada existem operadores de áudio que trabalham na área do estúdio ou externamente. Que depoente e autor não realizavam esta função. Que também havia o operador de vídeo que prestava serviços somente no estúdio. Que depoente e autor não 5579 4

realizavam esta função no estúdio, somente na ilha no momento da edição.(...) grifos nossos A prova oral evidencia, portanto, que o autor não atuava em gravações e/ou transmissões, do que se conclui o não exercício das funções de Operador de Áudio e Vídeo, consoante atribuições definidas pela norma regulamentadora. Os ajustes em áudio e imagem por ele realizados inseriam se, como alegado pela ré, nas atribuições inerentes à função contratada Editor de Videoteipe. Por outro lado, impõe se consignar que o autor sequer faria jus ao reconhecimento de outro contrato de trabalho pela cumulação da função de Operador de Vídeo, caso pudesse ser acolhida a tese inicial. Isto porque, ambas as funções Editor de Videoteipe e Operador de Vídeo são atividades técnicas, inseridas no Setor de Tratamento e Registros Visuais. Com efeito, embora majoritária a posição doutrinária e jurisprudencial sobre a existência de mais de um contrato de trabalho, quando comprovada a cumulação de funções vinculadas a setores distintos (exegese do art. 14 da Lei 6.615/78), tal não se verifica em relação à cumulação funcional dentro do mesmo setor. Em relação a esta situação, o art. 13 da Lei apenas consagra o direito à percepção de adicional (efetiva gratificação, na melhor técnica jurídica) variável entre 40%, 20% ou 10%, com base na função melhor remunerada, dependendo da potência da emissora. Isto posto, não evidenciado pela prova testemunhal o acúmulo de funções, impõe se o acolhimento do recurso para julgar improcedentes os pedidos contidos na letra A, do rol da inicial o que conduz à improcedência total das pretensões deduzidas pelo trabalhador. CONCLUSÃO Ante o exposto, CONHEÇO do recurso e, no mérito, DOU LHE PROVIMENTO para, na forma da fundamentação, declarar que o período contratual corresponde aos assentamentos funcionais do autor 01.06.2007 a 01.06.2010 e julgar improcedentes os pedidos contidos na letra A, do rol da inicial o que conduz à improcedência total das pretensões deduzidas pelo trabalhador. Para os efeitos da Instrução Normativa nº 3 do C. TST, mantenho o valor da condenação fixado na r. sentença, invertendo se os ônus da sucumbência, dispensado, contudo, o autor do recolhimento das custas processuais, face o deferimento do benefício da gratuidade de justiça. A C O R D A M os Desembargadores que compõem a Segunda 5579 5

Turma do Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Região, por unanimidade, conhecer do recurso e, no mérito, dar lhe provimento para, na forma da fundamentação do voto da relatora, declarar que o período contratual corresponde aos assentamentos funcionais do autor 01.06.2007 a 01.06.2010 e julgar improcedentes os pedidos contidos na letra A, do rol da inicial o que conduz à improcedência total das pretensões deduzidas pelo trabalhador. Para os efeitos da Instrução Normativa nº 3 do C. TST, mantém se o valor da condenação fixado na r. sentença, invertendo se os ônus da sucumbência, dispensado, contudo, o autor do recolhimento das custas processuais, face o deferimento do benefício da gratuidade de justiça. Rio de Janeiro, 25 de Março de 2013. MARIA APARECIDA C. MAGALHÃES Desembargadora Relatora ek 5579 6