As novas normas do BC e seus impactos nas atividades de PLD-CFT. São Paulo, maio/2012

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Transcrição:

As novas normas do BC e seus impactos nas atividades de PLD-CFT São Paulo, maio/2012 1

Agenda 1. Regulamentação do BCB de PLD/CFT 2. Supervisão do BCB de PLD/CFT 2

Regulamentação pelo Banco Central Circular 3.461/2009 (alterada pelas Circulares 3.517/2010, 3.583/2012): dispõe sobre as obrigações e procedimentos a serem observados pelas instituições sujeitas à regulamentação do Banco Central, consolidou as normas até então vigentes: Circulares 2.852/1998, 3.339/2006, 3.422/2008, 3.290/2005, introduziu novos conceitos para alinhar com as Recomendações do Gafi/FATF. Circular 3.462/2009 (alterada pela Circular 3.584/2012): alterou RMCCI para alinhar com as Recomendações do Gafi/FATF. 3

Regulamentação pelo Banco Central Carta-Circular 3.542/2012 (revogou a Carta-Circular 2.826/1998): exemplifica operações ou situações que podem configurar indício dos crimes previstos na Lei 9.613/1998. Carta-Circular BCB 3.342/08: define situação de comunicação objetiva de operações envolvendo pessoas ligadas ao antigo governo do Iraque, à Al-Qaeda e ao Talibã. Carta-Circular 3.430/2010 divulga esclarecimentos sobre disposições da Circular 3.461/2009. Carta-Circular 3.454/2010 Divulga layout único para prestar informações quando de quebra de sigilo bancário. 4

Regulamentação pelo Banco Central Comunicado BCB 17.328/08: lista pessoas suspeitas de vinculação a atividades e grupos terroristas. Comunicado BCB 17.351/08: lista pessoas relacionadas a atividades nucleares ilícitas Resolução CSNU 1.803(2008), incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro pelo Decreto 6.648/2008. Comunicado 22.220/2012 Divulga comunicado do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (GAFI/FATF), listando países com deficiências estratégicas. 5

Circular 3.461/2009 Contextualização: Avaliação do Brasil pelo Gafi/FATF em 2009. Aderência aos melhores padrões internacionais. Tempo decorrido da edição da Circular 2.852/1998. Consolidação da regulamentação. 6

Estrutura da Circular 3.461/2009 Introdução - exigência de políticas, procedimentos e controles. Manutenção de informações cadastrais atualizadas. Pessoas Politicamente Expostas (Circ. 3.339/2006). Início ou prosseguimento de relação de negócio. Registros da Movimentação de Recursos. Registros Cheques/TED (Circ. 3.290/2005). Registros de Cartões Pré-Pagos (Circ. 3.422/2008). 7

Estrutura da Circular 3.461/2009 Registros de Movimentação Superior a R$100.000,00 em Espécie (Carta-Circular 3.098/2003). Especial Atenção. Manutenção de Informações e Registros. Comunicações ao Coaf. Procedimentos internos de controle. 8

Circular 3.461/2009 1 Implementação de políticas e procedimentos internos de controle: Responsabilidades de cada nível hierárquico definidas. Coleta e registro de informações de clientes (Política Conheça seu Cliente e Devida Diligência). Critérios para seleção, treinamento e acompanhamento da situação econômico-financeira dos empregados da instituição (Política Conheça seu Funcionário). Análise prévia de novos produtos e serviços. 9

Circular 3.461/2009 1 Implementação de políticas e procedimentos internos de controle: Aprovação pelo conselho de administração ou, na sua ausência, pela diretoria da instituição. Ampla divulgação interna. Alcança dependências e subsidiárias no exterior (deve ser informada ao Banco Central a existência de impedimentos ao cumprimento da norma brasileira por dependências e subsidiárias no exterior). Inserido pela Circular 3.583/2012 10

Circular 3.461/2009 2 Procedimentos reforçados para: Instituições financeiras, representantes ou correspondentes no exterior, especialmente em países que não observam regras de registro e controle similares às do Brasil. Cliente cujo contato seja por meio eletrônico, por correspondentes ou outro meio indireto. 11

Circular 3.461/2009 3 Definição de cliente permanente e eventual, que têm procedimentos de identificação diferenciados. Distinção é conjunto de informações cadastrais, dependendo do tipo de operação ou transação do cliente. Cliente permanente: manutenção de conta de depósitos ou de aplicação financeira; operação de crédito em geral; aquisição de cotas de consórcio; operação de arrendamento mercantil; aluguel de cofre; custódia de valores; titularidade de cartão, vinculado ou não a conta corrente ou a operação de crédito. 12

Circular 3.461/2009 Cliente eventual desde que seja baixo o risco de utilização para lavagem de dinheiro ou para financiamento ao terrorismo: operação de saque ou de depósito em conta de terceiros; pagamento de bloquetos de cobrança, de títulos, de convênios ou assemelhados; pagamento de salários, proventos, soldos, vencimentos, aposentadorias, pensões e similares na forma da Resolução nº 3.402, de 6 de setembro de 2006; co-titularidade de cartão, incluídos os portadores ou os dependentes, vinculado ou não a conta corrente ou a operação de crédito. 13

Circular 3.461/2009 4 Informações requeridas de clientes permanentes: Mesmas informações obtidas de depositantes, segundo a Resolução 2.025/2.747. Valores de renda mensal e patrimônio, no caso de pessoas naturais, e de faturamento médio mensal dos doze meses anteriores, no caso de pessoas jurídicas Declaração firmada sobre os propósitos e a natureza da relação de negócio com a instituição. Manifestação do cliente quanto aos propósitos e à natureza da relação de negócio com a instituição. Em algumas situações, o contrato firmado com o cliente será considerado para tal finalidade pelo Banco Central. 14

Circular 3.461/2009 5 As informações cadastrais relativas a cliente PJ devem abranger as pessoas naturais autorizadas a representá-la, bem como a cadeia de participação societária, até alcançar a pessoa natural caracterizada como beneficiário final. Excetuam-se as PJ constituídas sob a forma de companhia aberta ou entidade sem fins lucrativos, para as quais as informações cadastrais devem abranger as pessoas naturais autorizadas a representá-las, bem como seus controladores, administradores e diretores, se houver. 15

Circular 3.461/2009 Beneficiário final: devem ser reunidas informações que permitam conhecer a estrutura de propriedade e controle, identificando a cadeia de controle societário até a(s) pessoa(s) natural(is) que detém(êm), em última instância, o controle sobre a pessoa jurídica cliente; conhecida a estrutura de propriedade e controle, devem ser coletadas e mantidas atualizadas informações cadastrais daquelas pessoas que detêm poder para induzir, influenciar, utilizar ou se beneficiar da pessoa jurídica cliente para práticas de lavagem de dinheiro ou de financiamento ao terrorismo. 16

Circular 3.461/2009 6 - As instituições devem realizar testes de verificação, com periodicidade máxima de um ano, que assegurem a adequação dos dados cadastrais de seus clientes. O testes devem ser definidos pela própria instituição, de acordo com o perfil das operações, a diversidade de sua base de clientes,a localização geográfica e outras variáveis relacionadas ao risco de utilização da instituição para fins de lavagem de dinheiro ou de financiamento ao terrorismo. Os resultados dos testes devem ser utilizados para direcionar o processo de atualização cadastral e de melhoria da adequação dos dados cadastrais dos clientes da instituição. Abordagem com base no risco. 17

Circular 3.461/2009 7 Informações cadastrais requeridas de clientes eventuais, do proprietário e do destinatário dos recursos envolvidos na operação ou serviço financeiro: Quando pessoa natural, o nome completo e número de inscrição no CPF. Alterado pela Circular 3.517/2010 Quando pessoa jurídica, a razão social e número de inscrição no CNPJ. 18

Circular 3.461/2009 8 Exclusivamente para cliente eventual, é permitido o desenvolvimento de procedimento interno destinado à identificação de operações ou serviços financeiros eventuais que apresentem baixo risco de utilização para lavagem de dinheiro ou de financiamento ao terrorismo, para os quais é dispensada a exigência de obtenção das informações cadastrais de clientes, ressalvado o cumprimento do disposto nos demais artigos da norma. Alterado pela Circular 3.517/2010 19

Circular 3.461/2009 9 Conceito de Pessoa Politicamente Exposta inalterado, mas a abrangência foi ampliada. Alcança todas as entidades autorizadas. PEP - relacionamento próximo : pessoa politicamente exposta como procurador ou preposto; controle, direto ou indireto, por pessoa politicamente exposta, no caso de cliente pessoa jurídica; movimentação habitual de recursos financeiros de ou para pessoa politicamente exposta cliente da instituição, não justificada por eventos econômicos, como a aquisição de bens ou a prestação de serviços. 20

Circular 3.461/2009 10 - As instituições somente devem iniciar relação de negócio ou dar prosseguimento a relação dessa natureza já existente com o cliente, se observadas as providências de identificação e caracterização ou não de pessoa politicamente exposta. 21

Circular 3.461/2009 11 Devem ser mantidos registros de todos os serviços financeiros prestados e de todas as operações financeiras realizadas com os clientes ou em seu nome. No caso de movimentação de recursos por clientes permanentes, os registros devem conter informações consolidadas que permitam verificar a compatibilidade entre a movimentação de recursos e a atividade econômica e capacidade financeira do cliente, a origem dos recursos movimentados e os beneficiários finais das movimentações. 22

Circular 3.461/2009 O sistema de registro deve permitir a identificação das operações que, realizadas com uma mesma pessoa, conglomerado financeiro ou grupo, em um mesmo mês calendário, superem, por instituição ou entidade, em seu conjunto, o valor de R$10.000,00 (dez mil reais) e das operações que, por sua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício que objetive burlar os mecanismos de identificação, controle e registro. Registro Comunicação ao Coaf. 23

Circular 3.461/2009 12 Devem ser mantidos registros específicos de determinadas operações. Transferências de recursos (parte da antiga Circular 3.290/2005). Alterado pela Circular 3.517/2010 Emissão ou recarga de valores em um ou mais cartões prépagos (antiga Circular 3.422/2008). Depósito em espécie, saque em espécie, saque em espécie por meio de cartão pré-pago ou pedido de provisionamento para saque de valor igual ou superior a R$100.000,00 (antiga Carta-Circular 3.098/2003). 24

Circular 3.461/2009 13 Situações que requerem especial atenção por parte das instituições. Operações ou propostas cujas características, no que se refere às partes envolvidas, valores, formas de realização e instrumentos utilizados, ou que, pela falta de fundamento econômico ou legal, indiquem risco de ocorrência dos crimes de lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo. Propostas de início de relacionamento e operações com pessoas politicamente expostas de nacionalidade brasileira e as oriundas de países com os quais o Brasil possua elevado número de transações financeiras e comerciais, fronteiras comuns ou proximidade étnica, lingüística ou política. 25

Circular 3.461/2009 Indícios de burla aos procedimentos de identificação e registro. Clientes e operações em que não seja possível identificar o beneficiário final. Operações oriundas ou destinadas a países ou territórios que aplicam insuficientemente as recomendações do Gafi, conforme informações divulgadas pelo Banco Central do Brasil. Alterado pela Circular 3.517/2010 Situações em que não seja possível manter atualizadas as informações cadastrais de seus clientes. 26

Circular 3.461/2009 14 A expressão especial atenção inclui os seguintes procedimentos: Monitoramento reforçado, mediante a adoção de procedimentos mais rigorosos para a apuração de situações suspeitas. Análise com vistas à verificação da necessidade das comunicações ao Coaf. Avaliação da alta gerência quanto ao interesse no início ou manutenção do relacionamento com o cliente. 27

Circular 3.461/2009 14 A expressão especial atenção inclui os seguintes procedimentos: Monitoramento reforçado, mediante a adoção de procedimentos mais rigorosos para a apuração de situações suspeitas. Análise com vistas à verificação da necessidade das comunicações ao Coaf. Avaliação da alta gerência quanto ao interesse no início ou manutenção do relacionamento com o cliente. Considera-se alta gerência qualquer detentor de cargo ou função de nível hierárquico superior ao daquele ordinariamente responsável pela autorização do relacionamento com o cliente. 28

Circular 3.461/2009 15 As informações e registros devem ser mantidos e conservados durante os períodos mínimos de 5 (cinco) anos, contados a partir do primeiro dia do ano seguinte ao do encerramento do relacionamento com o cliente permanente ou da conclusão das operações. As informações sobre transferências de recursos devem ser mantidas por 10 (dez) anos. 29

Circular 3.461/2009 16 Comunicações automáticas ao Coaf sem análise: operações de emissão ou recarga de valores em um ou mais cartões pré-pagos em valor superior a R$100.000,00 (cem mil reais); depósitos em espécie, saques em espécie, saques em espécie por meio de cartão pré-pago, pedidos de provisionamento para saque e instrumentos de transferência de fundos em espécie de valor igual ou superior a R$100.000,00 (cem mil reais). 30

Circular 3.461/2009 16 Comunicações atípicas ao Coaf - devem ser objeto de análise: Operações realizadas ou serviços prestados cujo valor seja igual ou superior a R$10.000,00 e que, considerando as partes envolvidas, os valores, as formas de realização, os instrumentos utilizados ou a falta de fundamento econômico ou legal, possam configurar a existência de indícios dos crimes de lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo. Operações realizadas ou serviços prestados que, por sua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício que objetive burlar os mecanismos de identificação, controle e registro. 31

Circular 3.461/2009 Operações realizadas ou os serviços prestados, qualquer que seja o valor, a pessoas que reconhecidamente tenham perpetrado ou intentado perpetrar atos terroristas ou neles participado ou facilitado o seu cometimento, bem como a existência de recursos pertencentes ou por eles controlados direta ou indiretamente. Atos suspeitos de financiamento do terrorismo. As comunicações ao Coaf deverão ser efetuadas sem que seja dada ciência aos envolvidos. 32

Circular 3.461/2009 17 As comunicações ao Coaf relativas a instituições integrantes de conglomerado financeiro e a instituições associadas a sistemas cooperativos de crédito podem ser efetuadas, respectivamente, pela instituição líder do conglomerado e pela cooperativa central de crédito. 18 As instituições financeiras devem manter, pelo prazo de 5 anos, os documentos relativos às análises de operações ou propostas que fundamentaram a decisão de efetuar ou não as comunicações ao Coaf. 19 Sanções: o BCB aplicará as sanções previstas na Lei nº 9.613/1998 às instituições financeiras e aos seus administradores, que deixarem de cumprir as obrigações estabelecidas. 33

Circular 3.461/2009 20 As instituições financeiras devem indicar ao Banco Central do Brasil diretor responsável pela implementação e cumprimento das medidas estabelecidas nesta circular, bem como pelas comunicações ao Coaf. O diretor indicado pode desempenhar outras funções na instituição, exceto a relativa à administração de recursos de terceiros. No caso de conglomerados financeiros, pode ser indicado um diretor responsável pela implementação e cumprimento das medidas estabelecidas, bem como pelas comunicações ao Coaf referentes às respectivas instituições integrantes. 34

Circular 3.462/2009 RMCCI 1-4-3 - Para o curso de operação com instituição financeira do exterior a instituição autorizada a operar no mercado de câmbio deve adotar medidas para conhecer os procedimentos de prevenção a lavagem de dinheiro adotados pela contraparte na operação, de forma a cumprir com as recomendações do Gafi e certificar-se de que não se trata de instituição que: a) não tenha presença física no país onde está constituída e licenciada; e b) não seja afiliada a nenhum grupo de serviços financeiros que seja objeto de efetiva supervisão. Inserido pela Circular 3.584/2012. 35

Circular 3.462/2009 RMCCI 1-13-1, item 9-A - Em relação às contas tituladas por residentes no exterior, as instituições financeiras, no que se refere às relações transfronteiriças entre bancos correspondentes e a outras relações semelhantes, devem: I - obter informação suficiente sobre a instituição correspondente e certificar-se de que não se trata de instituição que: não tenha presença física no país onde está constituída e licenciada; e não seja afiliada a nenhum grupo de serviços financeiros que seja objeto de efetiva supervisão ; Inserido pela Circular 3.584/2012 II - avaliar os controles adotados pela instituição correspondente destinados ao combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo; 36

Circular 3.462/2009 RMCCI 1-13-1, item 9-A - Em relação às contas tituladas por residentes no exterior, as instituições financeiras, no que se refere às relações transfronteiriças entre bancos correspondentes e a outras relações semelhantes, devem: III - obter aprovação do diretor responsável pelas operações relacionadas ao mercado de câmbio antes de estabelecer novas relações de correspondência; IV - documentar as responsabilidades respectivas de cada instituição quanto ao combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. 37

Circular 3.462/2009 RMCCI 1-2, item 10, alínea c - Do contrato para viabilizar o convênio com empresa contratada deve constar que a instituição contratante tem acesso irrestrito à documentação de identificação dos clientes e às operações conduzidas pela contratada. RMCCI 1-16-5 - Especial atenção para operações com países que não cumprem suficientemente as recomendações do Gafi, sendo que no caso de não estarem claramente caracterizadas a legalidade e fundamentação econômica, necessária comunicação ao Coaf, na forma determinada pelo Banco Central. 38

Circular 3.462/2009 RMCCI 1-1, itens 13-A e 13-B. Remessas de recursos ao exterior: a respectiva mensagem eletrônica deve conter, obrigatoriamente, o nome, número do documento de identificação, endereço e número da conta bancária ou CPF/CNPJ do remetente da ordem, quando a forma de entrega da moeda pelo remetente não for débito em conta. Ingressos de recursos do exterior: para mensagem eletrônica que não contenha o nome, endereço, documento de identificação e conta bancária do remetente no exterior devem ser aplicados os critérios para as operações que exigem especial atenção. 39

Carta-Circular 3.542/2012 Regulamentação Divulga relação de operações e situações que podem configurar indício de ocorrência dos crimes previstos na Lei 9.613/1998, considerando as partes envolvidas, as formas de realização, os instrumentos utilizados ou a falta de fundamento econômico ou legal. Estabelece procedimentos para a comunicação ao Coaf. Substitui a Carta-Circular 2.826/1998. Amplia de 43 para 106 a relação exemplificativa de situações de indício de ocorrência dos crimes previstos na Lei 9.613/1998.

Carta-Circular 3.542/2012 Regulamentação I - situações relacionadas com operações em espécie em moeda nacional; II - situações relacionadas com operações em espécie em moeda estrangeira e cheques de viagem; III - situações relacionadas com dados cadastrais de clientes; IV - situações relacionadas com a movimentação de contas; V - situações relacionadas com operações de investimento interno; VI - situações relacionadas com cartões de pagamento; VII - situações relacionadas com operações de crédito no País;

Carta-Circular 3.542/2012 Regulamentação VIII - situações relacionadas com a movimentação de recursos oriundos de contratos com o setor público; IX - situações relacionadas a consórcios; X - situações relacionadas a pessoas suspeitas de envolvimento com atos terroristas; XI - situações relacionadas com atividades internacionais: XII - situações relacionadas com operações de crédito contratadas no exterior; XIII - situações relacionadas com operações de investimento externo; XIV - situações relacionadas com empregados das instituições financeiras e seus representantes.

Supervisão de PLD/CFT 1.) Tipos de inspeção 2.) Resultados das inspeções 43

Tipos de inspeção PLD/FT VE - Verificações Especiais TH - Trabalhos Horizontais SRC Sistema de Avaliação de Riscos e Controles 44

VE Prevenção à Lavagem de Dinheiro e Combate ao Financiamento do Terrorismo DESCRIÇÃO Trabalho de maior abrangência Uso de base de dados (Siscoaf e bancos) Itens avaliados: políticas (institucional, KYC, KYE, treinamento); estrutura organizacional; auditoria interna; sistemas e procedimentos de monitoramento, seleção, análise e comunicação de operações suspeitas 45

VE Pessoas Politicamente Expostas (PPE) DESCRIÇÃO Escopo específico: obrigações introduzidas pela Circular 3.339/07 (atualmente na Circular 3.461/09) Itens avaliados: os mesmos da VE-PLD, porém limitados às novas obrigações Obrigações: identificação e monitoramento de clientes PPE 46

VE - Qualidade das comunicações ao COAF DESCRIÇÃO Motivada por relatório (A inteligência Financeira e o Sistema Bancário) do COAF. Escopo específico: procedimentos de análise e comunicação de operações suspeitas Uso da base de dados do Siscoaf Itens avaliados: procedimentos de análise e comunicação de operações suspeitas 47

VE PLD Novas Obrigações Circulares 3461/09 e 3462/09 DESCRIÇÃO Escopo específico: apenas as novas obrigações introduzidas pelas circulares Itens avaliados: os mesmos da VE-PLD, porém limitados às novas obrigações Ex: identificação do beneficiário final, clientes permanentes/eventuais, informações de renda, testes cadastrais, especial atenção, etc 48

SRC - Sistema de Avaliação de Riscos e Controles DESCRIÇÃO Trabalho não específico de PLD/CFT Compreende a avaliação dos grupos de risco e controle associados às atividades significativas dos bancos 49

TRABALHOS HORIZONTAIS DESCRIÇÃO Trabalho temático, de curta duração, realizado interna ou externamente, podendo abranger um grande número de bancos Compreende a avaliação da implementação de um item específico das normas de PLD Exemplos: em 2011, foram realizados os seguintes THs in loco : testes de adequação cadastral e procedimentos de CFT 50

SRC - Risco de LD Perfil dos clientes Perfil das operações, produtos e serviços Perfil da instituição Clientes considerados Pessoas Politicamente Expostas (PPEs) Clientes citados em notícias sobre LD ou sobre crimes antecedentes ao Crime de LD Clientes Private Outros Clientes cujas atividades são mais propícias à LD Contas de Depósito Câmbio Fundos de Investimento Outras Operações em Espécie Presença Internacional Rede de Atendimento Correspondentes no País 51

SRC - Gestão do Risco de LD Elemento Itens avaliados Políticas institucionais Políticas institucionais Diretor responsável pelos assuntos relacionados à PLD Estrutura organizacional Área responsável pela gestão de PLD Seleção de situações para análise Análise de situações selecionadas Procedimentos e Comunicação de situações com indícios de LD ferramentas Comunicação automática de operações Controle e acompanhamento dos procedimentos de PLD Identificação e aceitação de clientes Conheça seu cliente Controles e testes de identificação de clientes Conheça seu funcionário Acompanhamento de funcionários Abrangência e controle dos treinamentos em PLD Treinamento Conteúdo dos treinamentos em PLD e avaliação de conhecimentos Auditoria Auditoria 52

Resultados das Inspeções Política Institucional As políticas de PLD devem ser formalmente aprovadas pelo Conselho de Administração ou, na ausência deste, pela Diretoria. (Art. 1º, Circular 3.461/09) A maioria dos bancos avaliados está em conformidade com a norma Há, no entanto, bancos que apresentam políticas aprovadas pela Diretoria e não pelo Conselho de Administração. 53

Resultados das Inspeções Política Institucional As políticas de PLD devem contemplar a coleta e o registro de informações tempestivas sobre os clientes, que permitam a identificação dos riscos de LD/FT. (Art. 1º, Circular 3.461/09) Há bancos que vão além, classificando seus clientes quanto ao risco de LD/FT e fazendo constar tal classificação nos parâmetros dos sistemas de monitoramento de operações dos clientes. 54

Resultados das Inspeções Política Institucional As políticas de PLD devem ser amplamente divulgadas. (Art. 1º, Circular 3.461/09) A divulgação da política, em sua maioria, se dá via intranet. São poucas as instituições que usam outros meios para sua divulgação. 55

Resultados das Inspeções Política Institucional As políticas de PLD devem incluir a análise prévia de novos produtos e serviços. (Art. 1º, Circular 3.461/09) Em muitos bancos, apesar de constar da política institucional de PLD, a análise prévia de novos produtos com foco em PLD não se verifica na prática. 56

Resultados das Inspeções Estrutura Organizacional Área responsável pela gestão de PLD nos bancos. A maioria dos bancos mantém uma estrutura específica para monitoramento de PLD/CFT, embora em algumas instituições a quantidade de funcionários esteja aquém de suas necessidades considerando seu porte e o risco de suas operações. 57

Resultados das Inspeções Estrutura Organizacional Em alguns bancos, os funcionários da área de PLD não possuem a experiência e a qualificação necessárias. Em outros, a área de PLD conta com funcionários certificados em PLD por entidade estadunidense. 58

Resultados das Inspeções Estrutura Organizacional As instituições devem identificar ao Banco Central do Brasil Diretor Responsável pela implementação e cumprimento dos deveres de PLD. (Art. 18 da Circular 3.461/09) Há bancos que contam com diretores responsáveis por PLD que mostram baixo conhecimento do tema e muito pouco comprometimento. 59

Resultados das Inspeções Procedimentos e ferramentas Comunicação de operações em espécie de valor igual ou superior a R$100 mil informando o nome e o CPF do titular da conta de depósito, o CPF do proprietário do dinheiro depositado ou do beneficiário dos recursos sacados, e o CPF do portador dos recursos. (Art. 9 da Circular 3.461/09) Constatamos que vários bancos comunicam sem informar o CPF do portador dos recursos, repetindo o nome do titular de conta de depósito. 60

Resultados das Inspeções Procedimentos e ferramentas: Os bancos devem comunicar ao COAF operações que apresentarem atipicidades (indícios de LD). (Art. 13 da Circular 3.461/09) Foram constatadas comunicações com informações pouco claras ou incompletas sobre as atipicidades detectadas. Em vários casos, as informações necessárias para caracterizar as atipicidades/indícios de LD estavam presentes nos dossiês das análises realizadas pelos bancos, mas não foram inseridas na comunicação. 61

Resultados das Inspeções Procedimentos e ferramentas: Os procedimentos de PLD/CFT devem ser reforçados para início de relacionamento com instituições financeiras localizadas no exterior, especialmente em países que não adotam procedimentos de registro e controle similares aos definidos na Circular 3.461/09. (Art. 1º da Circular 3.461/09). Alguns bancos inadequadamente consideram suficiente o fato de os bancos contrapartes serem de grande porte e estarem presentes em diversos países. 62

Resultados das Inspeções Procedimentos e ferramentas: No que se refere a bancos contrapartes sem presença internacional, constata-se maior rigor na obtenção de informações sobre os controles de PLD - rigor tal que inclui visitas a esses bancos. Alguns bancos estabeleceram de forma muito clara todos os procedimentos e informações necessários para análise de due diligence antes do estabelecimento de relacionamento com bancos contrapartes no exterior. 63

Resultados das Inspeções Procedimentos e ferramentas: As instituições financeiras devem identificar o beneficiário final de seus clientes PJ e, caso não obtenha tal identificação, adotar procedimentos de especial atenção, dentre os quais se incluem o monitoramento reforçado. (Art. 10 da Circular 3.461/09) Detectamos casos de bancos que não possuem como parâmetros em suas ferramentas de PLD a informação de cliente PJ com beneficiário final não identificado. 64

Resultados das Inspeções Política Conheça Seu Cliente: As instituições financeiras devem obter de seus clientes permanentes declaração firmada sobre os propósitos e a natureza da relação de negócio com a instituição. (art. 2º da Circular 3.461/09) As declarações de propósito verificadas são muito genéricas, deixando de contribuir para identificar um eventual desvio no perfil de movimentação do cliente. 65

Resultados das Inspeções Política Conheça Seu Cliente: Os bancos devem coletar informações cadastrais de seus clientes permanentes, tais como: renda mensal e patrimônio, no caso de PF; e faturamento mensal, no caso de PJ. (Art. 2º da Circular 3.461/09) Há bancos que não possuem procedimentos estruturados para obter essas informações de seus novos clientes que não correntistas, e bancos que não possuem tais informações para grande parte de sua base de clientes permanentes ativos. 66

Resultados das Inspeções Política Conheça Seu Cliente: Os bancos passaram a ter que identificar como pessoa de relacionamento próximo de um PPE: (a) clientes PJ controlados direta ou indiretamente por PPE, (b) clientes que constituam um PPE como procurador ou preposto. (Carta-Circular 3.430/10, item 7) Há bancos que ainda não aprimoraram seus sistemas de detecção de PPEs e de pessoas de seu relacionamento próximo para identificar tais situações. 67

Resultados das Inspeções Política Conheça Seu Cliente: As obrigações de identificação e monitoramento de operações de clientes PPE foram ampliadas pela Circular 3.461/09 ao incluir todos os clientes permanentes e não apenas os clientes depositantes. Há bancos nos quais os procedimentos automáticos de identificação de PPE permanecem voltados apenas para os titulares de contas de depósito, deixando, portanto, de serem aplicados aos clientes permanentes não correntistas. 68

Resultados das Inspeções Política Conheça Seu Cliente: A principal dificuldade na identificação do cliente PPE reside na identificação das pessoas que possuem relacionamento próximo a um cliente definido como PPE por ocupar algum dos cargos relacionados na Circular 3.461/09. Algumas instituições realizam tal identificação com base no batimento de campos do cadastro (por exemplo, pessoas que residem no mesmo local que PPE, etc). 69

Resultados das Inspeções Política Conheça Seu Cliente: A Carta-Circular 3.342/08 dispõe sobre a comunicação de movimentações financeiras ligadas ao terrorismo e ao seu financiamento. Há bancos que não varrem a sua base de clientes com o propósito de verificar se dentre eles constam pessoas ou empresas com nomes nas listas da ONU. Há muita dificuldade no tratamento dos dados devido ao grande número de falsos positivos gerados. 70

Resultados das Inspeções Política Conheça Seu Cliente: No que se refere às operações de câmbio, os controles dos bancos têm-se mostrado em sua maioria adequados para verificar se as partes envolvidas são pessoas cujos nomes constam de listas da ONU por ligações com terrorismo ou seu financiamento. Alguns bancos foram além ao incluírem, via pesquisa de mídia, os nomes das pessoas que constaram na reportagem de revista de circulação nacional como envolvidas em atividades terroristas. 71

Resultados das Inspeções Política Conheça Seu Cliente: Os bancos devem realizar testes para verificação da adequação dos cadastros de clientes permanentes. (Art. 2º da Circular 3.461/09) Alguns bancos entenderam que os testes conduzidos em trabalhos rotineiros da auditoria interna supririam este item da norma. Ressalte-se que os trabalhos da auditoria interna não são específicos para avaliação da qualidade do cadastro de forma global, embora possam verificar alguns de seus aspectos. 72

Resultados das Inspeções Política Conheça Seu Cliente: Um banco buscou identificar se os seus procedimentos e documentos de coleta de informações seriam fatores geradores de cadastros com informações incompletas ou desatualizadas. 73

Resultados das Inspeções Treinamento: Deve haver critérios para treinamento dos funcionários da instituição. (Art. 1º da Circular 3.461/09) Muitos dos treinamentos são realizados de maneira genérica, geralmente via e-learning. O pessoal da área responsável pela análise de PLD e o pessoal com relacionamento direto com cliente recebem, quando recebem, treinamento pouco diferenciado (há exceções dignas de nota). 74

Resultados das Inspeções Auditoria interna: A atividade de auditoria interna deve fazer parte do sistema de controles internos. (Art. 2º da Resolução 2.554/98) Os trabalhos de auditoria interna não têm periodicidade definida e, em sua maioria, cobrem apenas parte dos procedimentos e controles de PLD, principalmente no que se refere a cadastros. Poucos são os trabalhos sobre o fluxo do processo de seleção, análise e comunicação de operações suspeitas. 75

Instauração de Processos Administrativos Punitivos Processos instaurados por descumprimento dos deveres de PLD (art. 9 a 12 da Lei 9.613/98). No período de 2001 a 2012 (fevereiro), foram instaurados 19 PAs em desfavor de bancos e administradores (diretor responsável). 76

Obrigado! Ricardo Liáo Departamento de Prevenção a Ilícitos Financeiros e Atendimento de Demandas de Informações do Sistema Financeiro - DECIC ricardo.liao@bcb.gov.br 77