: MIN. MARCO AURÉLIO DECISÃO

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Transcrição:

AGRAVO DE INSTRUMENTO 588.187 RIO DE JANEIRO RELATOR AGTE.(S) PROC.(A/S)(ES) AGDO.(A/S) ADV.(A/S) : MIN. MARCO AURÉLIO :ESTADO DO RIO DE JANEIRO :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO :SCHWEITZER-MAUDUIT DO BRASIL S/A :ANDRÉ SILVEIRA DECISÃO IMUNIDADE TRIBUTÁRIA PAPEL DESTINADO À IMPRESSÃO DE LIVROS, JORNAIS E PERIÓDICOS INSUMOS CRÉDITOS DE ICMS ESTORNO IMPOSSIBILIDADE RECURSO EXTRAORDINÁRIO AGRAVO DESPROVIDO. 1. O Tribunal de origem afastou o dever de estorno de créditos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS relativos à aquisição de insumo tributado, empregado na fabricação de papel imune porque destinado à impressão de livros jornais e periódicos. Asseverou que a obrigação implicaria inocuidade da regra constitucional de imunidade tributária. No extraordinário, o Estado do Rio de Janeiro sustenta inobservância do disposto no artigo 155, 2º, inciso II, alínea b, da Carta da República, aduzindo tratar-se a imunidade de não incidência constitucional qualificada.

2. Na interposição deste agravo, foram observados os pressupostos de recorribilidade que lhe são inerentes. A peça, subscrita por Procurador estadual, veio acompanhada dos documentos obrigatórios previstos em lei e restou protocolada no prazo legal. O acórdão impugnado não merece reparo. Está em jogo, em última análise, o alcance da imunidade tributária prevista na alínea d do inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal. O dispositivo veda a instituição de impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à impressão. Em precedentes do Plenário Recursos Extraordinários nº 174.476-6/SP e 203.859-8/SP, busquei explicitar o objetivo maior do preceito, no sentido da maior largueza da imunidade, de modo a alcançar, assim, não só o papel destinado à impressão, como também os insumos utilizados nesta última. Eis o que lancei: Senhor Presidente, quando do julgamento dos recursos extraordinários que geraram os precedentes, tive a oportunidade de ressaltar a óptica que possuo sobre o preceito do artigo 150 e enfatizei, naquela oportunidade, que qualquer regra constitucional, ou jurídica, todo direito posto tem um objetivo, uma razão de ser. No tocante à alínea d do inciso VI do artigo 150 da Carta de l988, que dispõe sobre a proibição de instituírem-se impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à impressão, a razão de ser está na própria Carta e, aí, ressalto não só o que se contém na seção pertinente às comunicações, como também a garantia constitucional inserta no artigo 5º: Art. 5º (...) (...) XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; 2

Esse acesso à informação, para mim, não se limita àquele que consta de um certo banco de dados; ele é abrangente e assim devemos enfocar o texto constitucional, retirando dele a maior eficácia possível. Ora, quando o legislador consignou na alínea d a imunidade, fê-lo buscando viabilizar, a mais não poder, o acesso a informações. Esse dado é confirmado pela norma do artigo 220: Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. Ora, vemos a imunidade em tela não como um benefício objetivando o maior sucesso deste ou daquele empreendimento comercial, mas almejando proporcionar um campo próprio à eficácia maior dos dois dispositivos constitucionais a que me referi, ou seja, o acesso menos oneroso aos veículos de comunicação. Não me cabe, Senhor Presidente, estabelecer restrições relativamente ao teor da alínea d. Não me cumpre, também, partir para a interpretação ampliativa; fico com a estrita. Entendo que a alínea d do inciso VI do artigo l50 em comento viabiliza conclusão sobre a imunidade concernente a todo e qualquer produto que seja consumido na confecção de livros, jornais e periódicos; não caminho no sentido de estendê-la, por exemplo, a equipamentos que integrem o ativo fixo, até mesmo ao prédio em que situado um empreendimento comercial, jornalístico ou editorial. Fico apenas no sítio alusivo à confecção, perquirindo, portanto, a respeito daqueles produtos que a ela são indispensáveis. Por isso, concluo acompanhando o nobre Ministro-Relator na extensão do voto proferido. Entendo que, no caso, temos o envolvimento de produtos que são utilizados e praticamente indispensáveis à confecção de jornais. Conheço do recurso e provejo-o, portanto. 3

Em decisão mais recente, da Primeira Turma Recurso Extraordinário nº 202.149/RS, em que fui designado redator do acórdão, julgamento em 26 de abril de 2011, fiz ver novamente a necessidade da interpretação teleológica do artigo 150, inciso VI, alínea d, da Carta da República, para consignar que a imunidade discutida apanha todo e qualquer insumo e até ferramenta indispensável à edição desses veículos de comunicação. A maioria dos Ministros assim concluiu, assentando que a imunidade não diz respeito apenas ao produto final, acabado, mas alcança todos os elementos indispensáveis, inclusive maquinários, à produção dos livros, jornais e periódicos. A referência, no preceito constitucional, a papel é exemplificativa e não exaustiva. Esta extensão da regra da imunidade implica a redução normativa, sob o ângulo sistêmico-teleológico, do óbice contido no artigo 155, 2º, inciso II, alínea b, da Carta da República as imunidades tributárias, mormente, as vinculadas à proteção e promoção de direitos fundamentais, não estão contidas na referência à não incidência. Nesse sentido foi a decisão da 2ª Turma no Referendo em Medida Cautelar na Ação Cautelar nº 2.559/RJ, da relatoria do ministro Celso de Mello: RECURSO EXTRAORDINÁRIO - MEDIDA CAUTELAR - PRESSUPOSTOS NECESSÁRIOS À CONCESSÃO DO PROVIMENTO CAUTELAR (RTJ 174/437-438) - ICMS - INSUMOS DESTINADOS À IMPRESSÃO DE LIVROS, JORNAIS E PERIÓDICOS - INEXIGIBILIDADE DE ESTORNO DOS CRÉDITOS - TRANSGRESSÃO À NORMA CONSTITUCIONAL DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA - CUMULATIVA OCORRÊNCIA, NO CASO, DOS REQUISITOS CONCERNENTES À PLAUSIBILIDADE JURÍDICA E AO PERICULUM IN MORA - PRECEDENTES - MAGISTÉRIO DA DOUTRINA - DECISÃO REFERENDADA PELA TURMA. 4

3. Ante o exposto, conheço e desprovejo o agravo. 4. Publiquem. Brasília, 28 de outubro de 2015. Ministro MARCO AURÉLIO Relator 5