DA RETIRADA DOS ATOS ADMINISTRATIVOS DO MUNDO JURÍDICO A U R É L I O H I P Ó L I T O D O C A R M O

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1 DA RETIRADA DOS ATOS ADMINISTRATIVOS DO MUNDO JURÍDICO A U R É L I O H I P Ó L I T O D O C A R M O -Oficial do Exército: Reserva da 1ª classe -ADESG/SP ESG/RJ: estagiário -Advogado autônomo/sp -Ex-professor titular de Direito administrativo: FIG/Guarulhos-SP. Constitucional: UNICASTELO/SP. Constitucional e Administrativo: UNIP/SP -Pós-graduado em Direito Penal, lato sensu: FIG/Guarulhos-SP -Mestre em Direito, stricto sensu: PUC/SP -Doutor em Direito, stricto sensu: PUC/SP -Membro da Comissão de Justiça Militar: OAB/SP -Membro da Comissão de Direito Administrativo: OAB/SP -Membro de Bancas Examinadoras para Mestrandos e Doutorandos: PUC/SP -Assinante das Revistas Ambientais: SOS Mata Atlântica e Greenpeace -Autor de uma série de monografias jurídicas, dentre elas: a) Organismos geneticamente modificados (OGMs): alimentos, teorias e tendências no mundo (tese de Doutorado); b) Tutela ambiental da Mata Atlântica: com vistas- principalmente- ao Estado de São Paulo (dissertação de Mestrado); c) Uma Introdução ao Estudo dos Delitos e das Penas (Dissertação de pósgraduação lato sensu); d) Ato Administrativo, em face do direito brasileiro; e) Os Transgênicos e a Defesa do Consumidor; f) Uma Introdução ao Estudo do Habeas-Data; g) O Estado de Direito e o Devido Processo Legal.

2 S U M Á R I O Dados qualificativos-----------------------------------------------------------------------1 Sumário---------------------------------------------------------------------------------------2 1. Considerações gerais------------------------------------------------------------------3 1.1. Conceito de ato jurídico-----------------------------------------------------------3 1.2. Conceito de ato administrativo--------------------------------------------------3 2. Causas que determinam a extinção dos atos administrativos--------------3 2.1. Quanto às causas eficazes para a extinção---------------------------------3 2.2. Quanto às causas ineficazes para a extinção-------------------------------3 3. Revogação do ato administrativo---------------------------------------------------3 3.1. Conceito de revogação------------------------------------------------------------4 3.2. Requisitos da revogação----------------------------------------------------------4 4. Anulação do ato administrativo-------------------------------------------------------5 4.1. Anulação dos atos administrativos pela Administração Pública-------5 4.2. Anulação dos atos administrativos pelo Poder Judiciário----------------6 5. Conclusão----------------------------------------------------------------------------------6 6. Bibliografia---------------------------------------------------------------------------------6

3 1. CONSIDERAÇÕES GERAIS Não existe muita diferença entre o ato administrativo e quaisquer seres viventes: nasce, vive e morre; daí a sua retirada do mundo jurídico; na verdade, alguns nem vivem. Preferimos, nesta pequena exposição, não entrar no mérito de saber-se se o que se extinguem são os efeitos do ato ou o próprio ato; é entendimento bastante controverso. Para que o nosso distinto leitor não se perca nesta intrincada vereda, entendemos de alvitre que aqui deixemos registrado o conceito de ato jurídico e o de ato administrativo, ambos fornecidos pela teoria geral do direito. 1.1. CONCEITO DE ATO JURÍDICO: é ato jurídico todo aquele que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. 1.2. CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO: é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria (é a chamada tutela administrativa). Como o acima visto, a diferença única é que no segundo conceito encontra-se ínsita a vontade unilateral da administração, isto é, sua supremacia. 2. CAUSAS QUE DETERMINAM A EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS São várias as hipóteses, classificando-as em causas eficazes e causas ineficazes. 2.1. QUANTO ÀS CAUSAS EFICAZES PARA A EXTINÇÃO: o cumprimento de seus efeitos, o desaparecimento do sujeito da relação jurídica, o desaparecimento do objeto da relação jurídica, a retirada do mundo jurídico, a renúncia. 2.2. QUANTO AS CAUSAS INEFICAZES PARA A EXTINÇÃO: a recusa e a mera retirada (é a retirada por outro ato administrativo, tendo por base o mérito ou a ilegalidade. Distingue-se da revogação, porque neste segundo caso não houve concretude). Em que pese todas essas causas sejam importantes, as que mais se sobressaem são as denominadas Retirada, isto é, as que dizem respeito à revogação e a invalidação, objeto do nosso estudo. 3. REVOGAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

4 Vistos alguns detalhes atinentes a atos jurídicos e a atos administrativos, compete-nos conhecer com maior amplitude a revogação e, logo em seguida, a invalidação, institutos de reais interesses não apenas à Administração, mas também ao Judiciário e ao próprio Legislativo. 3.1. CONCEITO DE REVOGAÇÃO: é a supressão de um ato discricionário legítimo e eficaz, realizada pela Administração Pública, por não mais lhe convir sua existência. O ato é perfeito e legal, porém inconveniente e inoportuno ao interesse público. 3.2. REQUISITOS DA REVOGAÇÃO a) O sujeito ativo é uma autoridade no exercício de função administrativa; b) Seu objeto é um ato ou uma relação jurídica válidos; c) Seu fundamento é uma competência discricionária para incidir sobre situações dantes reguladas; d) Seu motivo é a inconveniência ou a inoportunidade da mantença da situação precedente; e) Seus efeitos - em relação ao disposto anteriormente são os de extinguir o que fora provido, sem ofender os efeitos passados (ex nunc); f) Sua natureza é de ato da administração ativa, expressando um poder positivo; g) Seus limites são os que resultam destas características. E, se um ato operante e irregovável, torna-se inconveniente ao interesse público? Majoritariamente, é entendido, pelos tribunais, que o problema deverá ser solucionado pela supressão do ato, porém com a indenização dos prejuízos suportados pelo interessado, haja vista que se, por um lado, o particular não pode prejudicar a Administração, por outro não é lícito a esta suprimir direitos individuais, adquiridos legitimamente pelo administrado. Uma das hipóteses, aliás, bastante comum, é a concessão de licença para construir dada pela Prefeitura e logo após revogá-la (se a obra não foi iniciada), para a modificação de traçado urbano, que afetaria aquela construção. Na verdade se a obra já tivesse sido iniciada, a composição seria na base da via expropriatória ou da via indenizatória; ainda porque a coisa julgada administrativa não atinge o Judiciário. Não é possível a intervenção judicial em mérito administrativo; a não ser que tenha havido ilegalidade em tal mister. É ato discricionário da administração, não podendo ser entendido como seja ato arbitrário.

5 4. ANULAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO Anulação, que muitos autores preferem chamar de invalidação, é a prática de atos administrativos, em desconformidade com as prescrições jurídicas, e, portanto, inválidos. Em resumo, atos administrativos nulos são os criados ilegalmente e, assim, sem nenhum valor jurídico. Prima facie, há atos administrativos que podem ser entendidos como ilegais; no entanto, após o estudo mais acurado, verifica-se que nenhuma ilegalidade neles existem; e, assim, podem ser considerados atos revogáveis e, somente, pela Administração Pública (todo ato administrativo é passível de revogação). Existe a hipótese de a Administração anular o quanto antes um ato, cuja criação nascera de uma ilegalidade. Outro caso é a chamada Cassação, quando o ato, ainda que legal na sua origem, foi praticado de modo estranho. É o exemplo da concessão de um alvará de licença para construir e, para a execução, não foi observada a norma original; houve desvio de conduta. É de esclarecer-se que o conceito de ilegalidade, no que diz respeito à anulação de ato administrativo, não se resume, apenas, na violação da lei; também, pode ser ele extinto por abuso de poder, abuso de autoridade, excesso ou desvio de poder, ou, ainda, por não observância dos Princípios Gerais do Direito. O prazo de anulação, que era indeterminado, modernamente é de 5 (cinco) anos, sempre com efeito ex tunc (desde o início). É geral o entendimento de que os efeitos da anulação dos atos administrativos retroagem às suas origens (efeitos ex tunc). Existem exceções? Sim; em casos especiais (os efeitos podem ser ex nunc: V.G. em respeito ao princípio da segurança jurídica e da boa fé do administrado, ou do servidor público). Observe-se, mais uma vez, pela regra geral, exceto os casos excepcionais, o ato nulo não vincula as partes, mas pode produzir efeitos válidos, em relação a terceiros de boa fé; em outras palavras respeitados pela Administração. Em suma, não havendo justificativas palpáveis, o normal é que as relações entre as partes fiquem desfeitas com a anulação retroagindo esta à data da prática do ato ilegal, conseqüentemente, invalidando seus efeitos desde então ( ex tunc), segundo ensinamentos de Hely Lopes Meirelles. 4.1. ANULAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. É forma normal e pacífica como atesta a Sumula 473 do STF, que a administração deve anular seus atos, inclusive os ilícitos, para a preservação da tutela administrativa, instituto que muito deve ser preservado. Havendo litígio, ao interessado deve ser permitida no devido processo legal a ampla defesa e o princípio contraditório.

6 4.2. ANULAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS PELO PODER JUDICIÁRIO Já nos manifestamos a respeito de quem compete a revogação e a anulação. Enquanto aquela é de competência da administração, esta compete a qualquer das duas entidades. A administração anula seus atos legais, como preservação da tutela administrativa de que está investida por lei. O Judiciário também desde que seja provocado cabe anular atos ilegítimos da Administração Pública, com fulcro no art. 5º, XXXV, da CF/88 ( a lei não poderá excluir da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito ); concessão de mandado de segurança (art. 5º, LXIX e LXX); ação popular (art 5º, LXXIII). Em vista do mandamento constitucional, terá competência o Poder Judiciário para conhecer de quaisquer ações, sejam elas de categoria vinculada, ou discricionária; provenha de qualquer agente, órgão ou poder. 5. CONCLUSÃO Ainda mais, para um possível entrosamento do leitor, logo abaixo deixamos registradas as diferenças entre revogação e invalidação, ambos da safra de Celso Antonio Bandeira de Mello: a) NA REVOGAÇÃO - Sujeito: Administração (autoridade no exercício de função administrativa). - Motivo: Inconveniência ou inoportunidade do ato. - Extinção dos efeitos: sempre ex nunc (não retroage); b) NA INVALIDAÇÃO (ANULAÇÃO) - Sujeito: Administração Pública e Judiciária - Motivo: Ilegitimidade do ato - Extinção dos efeitos: ex tunc ou ex nunc Finalmente, considerar-nos-ia felizes se estas linhas servissem de auxílio aos que operam no campo do Direito Administrativo, bem como aos estudantes de Direito. 6. BIBLIOGRAFIA - BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. Curso de direito administrativo. 25ª Ed., 2ª tiragem. São Paulo, Malheiros, 2008

7 - Constituição Brasileira (1988). - DI PIETRO, Maria Silvia Zanella. Direito Administrativo. 21ª Ed. São Paulo, Atlas, 2008. - FIGUEIREDO, Lúcia Valle. Curso de Direito Administrativo. 9ª Ed. São Paulo, Malheiros, 2008. - GASPARINI, Diógenes, Direito Administrativo. 7ª Ed. São Paulo, Saraiva, 2002. - Licitação. Lei 8.666/93. - MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 6ª Ed. São Paulo, RT, 2002. - MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 35ª Ed. São Paulo, Malheiros, 2009 - Licitação e Contrato Administrativo. 14ª Ed. São Paulo, Malheiros, 2007. - MUKAI, Toshio. Direito Administrativo Sistematizado. 1ª Ed. São Paulo, Saraiva, 1999. - Pregão. Lei 10.520/02