Relatório Grupo PPE-DE Número 2 / Fevereiro de 2009



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Transcrição:

Relatório Grupo PPE-DE Número 2 / Fevereiro de 2009 do Alcançado acordo sobre Roteiro das alterações climáticas Thomas Bickl O Parlamento Europeu aprovou um plano integrado de combate às alterações climáticas. A lista de recomendações inclui medidas concretas destinadas a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 80% até ao ano 2050. "Propusemos objectivos ambiciosos, mas necessários. Os Europeus têm de ser líderes em todas as frentes do mercado mundial da tecnologia de protecção do clima. Deste modo, a crise torna-se uma oportunidade que temos de aproveitar", declararam o relator do Parlamento Europeu e membro do PPE-DE Karl-Heinz Florenz (Alemanha) e a porta-voz do PPE-DE na Comissão Temporária sobre as Alterações climáticas, Romana Jordan Cizelj (Eslovénia). O Parlamento apela à introdução até 2015 de sistemas inteligentes de gestão do tráfego e de edifícios neutros do ponto de vista energético. "O sector da construção é aquele em que temos deficiências mais graves em matéria de eficiência energética. Se pusermos a tónica nos sistemas clássicos de isolamento dos edifícios e na utilização inteligente da luz solar, poderemos explorar um enorme potencial a custos relativamente baixos", declararam Florenz e Cizelj. Nas recomendações já não figura o apelo à redução da produção de carne com vista a limitar as emissões de metano. "Chegámos a uma abordagem razoável. Ninguém tem de se privar do seu bife! Regozijo-me pelo facto de o Grupo PPE- DE ter conseguido reunir uma maioria contra esse disparate", afirmou o deputado alemão do PPE-DE. "As melhores possibilidades de acção concentram-se nas áreas da política de energia, transportes e indústria. Para lá dessas, há muitas áreas novas. A criação de uma sociedade com baixas emissões de carbono só será possível com um reforço do investimento em investigação, desenvolvimento e inovação", disse a deputada eslovena do PPE-DE. "Temos de conter o aquecimento global. Isso só pode ser conseguido mediante o aprofundamento da cooperação internacional tanto com os países desenvolvidos como com os países em desenvolvimento", declarou Romana Jordan Cizelj. O Grupo PPE-DE encara com cepticismo os apelos a que se

produzam apenas automóveis pequenos e à introdução de um sistema obrigatório de auditoria ambiental para as empresas. "O objectivo é produzir os carros mais respeitadores do ambiente, o que não tem necessariamente a ver com o seu tamanho. A imposição de obrigações de prestação de contas às empresas de menor dimensão não faz sentido. Não precisamos de um estendal de papelada, mas sim de acção. Precisamos de resultados", disseram Florenz e Cizelj. O PPE-DE apoiou a revisão da estratégia energética Klemen Žumer Os deputados ao Parlamento Europeu votaram esmagadoramente a favor de um relatório sobre a segunda revisão da estratégia energética, que servirá de base à implementação da política europeia de energia nos próximos anos. A porta-voz do PPE-DE, Romana Jordan Cizelj (Eslovénia), manifestou um apoio claro ao relatório: "No domínio da energia, temos por objectivos garantir a segurança do abastecimento e a protecção ambiental e prosseguir a nossa acção nas áreas das alterações climáticas e da competitividade. No nosso grupo político apoiamos esses três objectivos como uma base para a nossa política energética europeia comum e, como tal, somos fortemente favoráveis à segunda revisão da estratégia energética." A deputada eslovena ao PE explicou que as alterações climáticas e os problemas com o fornecimento de gás russo à Europa reforçam a importância da diversificação da nossa política energética comum. Jordan Cizelj realçou também a importância da diversificação do nosso cabaz energético: "Tem de integrar uma proporção maior de fontes energéticas não emissoras de gases com efeito de estufa, como as fontes de energia renováveis e a energia nuclear. Para além disso, não podendo parar de usar o carvão, temos de tratar de assegurar o recurso às melhores tecnologias disponíveis, que permitem a captura e o sequestro do carbono." Segundo a eurodeputada, necessitamos de uma política energética externa eficaz para resolver os problemas com as importações de fontes de energia. "É por isso que precisamos do Tratado de Lisboa, que removeria os entraves institucionais ao desenvolvimento de políticas externas", explicou, acrescentando que acredita que o terceiro pacote de liberalização dos mercados do gás e da electricidade, que estabelece normas comuns de mercado na União, será adoptado na presente legislatura. A segunda revisão estratégica da política europeia de energia é composta por um leque de propostas de medidas no campo da energia que possibilitará a

consecução da meta 20-20-20, aumentará a segurança do abastecimento energético da UE e contribuirá para o aumento do investimento em tecnologias mais eficientes e com baixas emissões de carbono. Imigrantes ilegais Directiva "sanções" do emprego ilegal David Stellini Esta lei prevê sanções severas para os empregadores que admitam imigrantes em situação ilegal e é um instrumento de combate à imigração ilegal em geral. O emprego de imigrantes em situação ilegal é considerado um 'factor de atracção' para estes e esta lei insere-se numa estratégia mais ampla da UE que visa estancar o fluxo de imigração ilegal. A lei estabelecerá um conjunto de sanções comuns a todos os países da UE, que inclui multas de valor elevado e o pagamento dos impostos e das contribuições para a segurança social em falta, bem como o custeio das despesas de repatriamento dos imigrantes em causa. As penalidades administrativas incluem a exclusão dos processos de adjudicação de contratos públicos e a obrigação de reembolso dos fundos europeus e dos subsídios estatais recebidos. Nos casos mais graves, a lei determina sanções de carácter penal, a par da denúncia pública dos empregadores. Prevê-se a aplicação de sanções penais nos casos de recurso a um grande número de imigrantes em situação ilegal ou de menores e nos casos em que se verifiquem condições de exploração extrema. O diploma integra também disposições especiais destinadas aos subcontratantes e aos trabalhadores empregados no serviço doméstico. Esta lei visa, por igual, combater a economia clandestina e a exploração de trabalhadores imigrantes, que é um fenómeno muito comum no mercado de trabalho europeu. Por insistência do Grupo PPE-DE, a lei não faz qualquer referência à regularização de trabalhadores de países terceiros em situação ilegal, deixando a possibilidade de concessão a título temporário de direitos laborais aos mesmos inteiramente à discrição das autoridades nacionais. A lei não aumentará as obrigações burocráticas das empresas. Pelo contrário, proporciona condições de igualdade de concorrência às empresas que cumprem as regras, uma vez que ataca a concorrência desleal que lhes é movida pelas empresas que recorrem ao emprego ilegal como forma de garantirem custos de operação baixos. Esta lei aperta o cerco ao emprego ilegal de trabalhadores. O trabalho ilegal concentra-se amiúde nos sectores da construção, agricultura, limpezas, e hotelaria e restauração.

A lei deverá ser aprovada na próxima sessão plenária a ter lugar em Estrasburgo, na sequência da conclusão de um acordo em primeira leitura com o Conselho. Combate à exploração sexual de crianças e à pornografia infantil O Parlamento Europeu votou a favor de um relatório de Edit Bauer (Eslováquia) sobre o combate à exploração sexual de crianças e à pornografia infantil. O relatório consiste numa recomendação ao Conselho Europeu, destinada a encorajar uma aplicação coerente e a revisão da Decisão-Quadro do Conselho relativa à luta contra a exploração sexual de crianças e a pornografia infantil. Edit Bauer observa que, conforme é amplamente demonstrado pela opinião dos peritos, esta forma extrema de criminalidade está a alastrar com o advento das novas tecnologias de informação e de comunicação. Segundo eles, na Internet existem milhares de sítios dedicados à pedofilia e à pornografia infantil. O turismo sexual é igualmente mais fácil devido à diminuição dos custos das viagens. O relatório propugna uma cooperação mais estreita entre os Estados-Membros. Destaca a importância de se alargar o âmbito de acção do sistema de alerta de desaparecimento de crianças. Apela ainda à colaboração internacional contra os riscos da tecnologia de informação, para uma protecção eficaz das crianças. O Grupo do PPE-DE comunga da ideia, apoiada pela Comissão, de preparar um conjunto de programas destinados a proteger dos pedófilos as crianças que navegam na Internet. Atilla Agárdi A independência do Kosovo é um dado irreversível Knut Goelz O Parlamento aprovou uma Resolução Conjunta sobre a situação que se vive actualmente no Kosovo. O relator do PPE-DE Bernd Posselt (Alemanha) e Doris Pack (Alemanha), presidente da Delegação do PE para as relações com os Países do Sudeste da Europa, saudaram ambos o resultado da votação. "A independência do Kosovo é um dado irreversível. Tem o apoio do Parlamento Europeu, da Comissão, de uma larga maioria dos Estados-Membros da UE e até da maioria das repúblicas da antiga Jugoslávia", disse Bernd Posselt. A

Resolução insta também o Conselho e a Comissão a tomarem medidas com vista à concertação da acção da missão comunitária EULEX e do Alto Representante: "Temos de agir em conjunto e explorar sinergias para melhorar a situação social e económica da população do Kosovo, incluindo a minoria sérvia", frisou Doris Pack. É imperioso prevenir a possibilidade de uma divisão. Em vez disso, a fractura étnica tem de ser finalmente superada para evitar consequências imprevisíveis, não apenas para o Kosovo, mas para toda a região. A protecção das minorias, sejam elas sérvias ou outras, sendo essencial, não é condição suficiente. As pessoas têm também de sentir que as suas condições de vida estão a melhorar substancialmente. Quando isso acontecer, dispor-se-ão a identificar-se com o novo Estado do Kosovo. Contudo, o dever de apresentar agora resultados positivos não é responsabilidade exclusiva da União Europeia, mas é extensivo ao Governo kosovar. Assim, vão finalmente ser iniciados ou concluídos procedimentos judiciais, vai atacar-se a corrupção, consumar-se a descentralização e reforçar-se a cooperação inter-étnica, para que todos os cidadãos do Kosovo possam ver concretizados os direitos iguais de que são titulares, todos, incluindo os de origem sérvia, que devem participar activamente na política e na vida quotidiana do novo Estado. China 20 mil milhões de euros de oportunidades de negócio perdidas para a UE Estima-se que as barreiras não pautais da China ao comércio com a UE custem anualmente às empresas europeias mais de 20 mil milhões de euros em termos de oportunidades de negócio perdidas. A China levantou obstáculos de monta à acção das firmas europeias interessadas em actuar no seu território para proteger a sua própria indústria. A vice-presidente da Comissão do Comércio Internacional, Corien Wortmann- Kool (Países Baixos), afirmou, após a votação do seu relatório: "A China tem uma grande criatividade em matéria de barreiras não pautais. Às empresas da UE é praticamente impossível operar no mercado chinês de contratos públicos, quando o mercado de contratos públicos da UE, que vale actualmente cerca de 1,9 biliões de euros, já está em larga medida aberto às empresas chinesas. O meu relatório reclama condições de igualdade de concorrência de ambos os lados nesta matéria, e queremos uma maior presença e assistência da UE, especialmente para as PME." Os direitos humanos são um elemento essencial das relações entre a UE e a China. A Europa deve discutir as questões de direitos humanos pendentes no quadro de um diálogo aberto com a China baseado no respeito mútuo e no

património de valores comuns da comunidade internacional. A relatora frisou que um novo Acordo de Parceria e Cooperação UE-China deve integrar também cláusulas de direitos humanos, ambientais, de desenvolvimento sustentável e relativas a questões sociais, dotadas de força executória. Eduard Slootweg Contaminação de produtos alimentares por dioxinas perigo de uma nova crise Majella O Doherty O Parlamento debateu a contaminação da cadeia alimentar animal na Irlanda na sequência da apresentação de uma pergunta de Mairead McGuinness (Irlanda) sobre a questão dos óleos utilizados nos transformadores electrónicos e da sua eliminação segura. McGuinness emitiu um alerta acerca do risco de reedição dos casos de contaminação da cadeia alimentar por dioxinas, pelo facto de quantidades significativas de óleos utilizados em transformadores, que contêm PCB (policlorobifenilos), permanecerem armazenadas na UE. Isto, não obstante a sua utilização ser interdita desde 1985. McGuinness pediu à Comissão que se pronunciasse sobre o facto de os planos nacionais de eliminação dos PCB não terem, pela segunda vez, assegurado uma protecção efectiva da cadeia alimentar animal e humana, nos episódios de contaminação de gorduras animais na Bélgica, em 1999, e agora de farinha de pão na Irlanda, em 2008. Até ao fim do próximo ano, 2010, todas essas substâncias perigosas terão de ser eliminadas de modo seguro. O que nos preocupa é que, entretanto, aqueles que não querem pagar o preço dessa eliminação possam procurar alternativas mais baratas, ilegais e danosas, incluindo o seu lançamento no circuito normal de reciclagem, com consequências gravosas. A Irlanda, e todos os Estados-Membros da UE, têm de estar muitíssimo vigilantes nesta questão, declarou. McGuinness apelou a uma revisão urgente dos mecanismos de controlo. "Necessitamos urgentemente de rever os mecanismos de controlo da indústria de reciclagem de óleos e apertar o controlo da indústria de reciclagem de produtos alimentares, para prevenir quaisquer riscos de contaminação da cadeia alimentar animal por essa via," afirmou.

O Comissário Europeu da Saúde declarou que os Estados-Membros têm de prosseguir o trabalho de aperfeiçoamento da legislação vigente em matéria de PCB e de resíduos em geral. McGuinness disse que a Comissão tem de intervir e estabelecer normas rigorosas de rastreabilidade da carne de porco, extensivas também à rotulagem, que fomentem a confiança por parte dos consumidores e facilitem a sua retirada do mercado em caso de detecção de problemas. Rações para Animais Os ingredientes têm de ser declarados O Parlamento Europeu aprovou novas normas europeias relativas às rações para animais, que trarão vantagens evidentes aos agricultores e fabricantes. Doravante, todos os intervenientes no mercado serão obrigados a respeitar as disposições comuns. Isto constitui uma garantia de que, futuramente, a concorrência se processará em condições de lealdade. O direito dos agricultores a serem informados da composição das rações para animais foi igualmente reforçado. A partir de agora, os ingredientes têm de ser especificados, por ordem decrescente de percentagem do peso total. Além disso, o comprador tem o direito de exigir dados mais exactos. Neste ponto particular, a Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural melhorara substancialmente a proposta original da Comissão: os fabricantes deixam de poder invocar a protecção da sua propriedade intelectual para recusarem genericamente a prestação de informação. A incorporação de novos ingredientes será de menção obrigatória, o que possibilita uma melhor protecção da saúde pública. "Conseguimos um resultado equilibrado, que tem em conta os interesses dos agricultores, fabricantes e outros participantes na cadeia alimentar", salientou Albert Dess (Alemanha), relator do PPE-DE. "Agora, o nosso objectivo tem de ser alargar o âmbito de aplicação destas normas na próxima reunião da OMC sobre importações do exterior. Só assim se pode assegurar de forma plena a lealdade da concorrência e uma protecção óptima dos consumidores da UE". Caso seja adoptado rapidamente pelo Conselho, o novo regulamento poderá entrar em vigor já em 2010. Knut Goelz