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Transcrição:

RESENHA Ilmar Rohloff de Mattos (org.). História do ensino da história no Brasil. Rio de Janeiro: Acess, 1998. Por Luis Fernando Cerri* Afirmamos continuamente que não há assunto que não possa ser melhor compreendido com o recurso à História. Este é um dos argumentos centrais para a manutenção da História como disciplina escolar, e das graduaçôes em História; por que não deveria valer também para o próprio estudo da disciplina? Com esta perspectiva, Ilmar de Mattos organiza a apresentação de trabalhos de pesquisa de profissionais com diferentes formaçôes e diferentes situações na carreira acadêmica, o que não desiguala o da contribuição cada um trabalhos elencados (produzidos por profissionais ao Departamento de História da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro). Com isso, a principal contribuição coletânea é uma reflexão séria e empenhada sobre o que foi o ensino de História no Brasil durante o império e até meados do século vinte, que possibilita pensar as teorias, e práticas que se discute e que se normatiz3, debate acadêmico e na legislação. A obra dá seqüência a uma perspectiva retomada História da disciplina, que tem expoentes nos nomes de Elza Nadai, Kátia Abud e Circe Bittencourt, entre outros(as), Doutor em Educação (Metodologia do En:;ino), professor do DEHIS Universidade Estadual de Ponta Grossa -lfcerri@uepg.br História & Ensino, Londrina, v. 8, p. 151-156, out. 2002 151

a coletânea organizada por Mattos distingue-se e avança, pois traz ao público trabalhos que aprofundam os contextos competentemente reconstituídos pelas pesquisas anteriores, esmiuçando obras, autores, instituições e influências que pesaram sobre o quadro atual da disciplina escolar em questão. A coletânea é aberta por Kaori Kodama, que retoma as variadas considerações da historiografia sobre o texto de Von Martius ("Como se deve escrever a história do Brasil") c sobre o papel do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro no processo de constituição e de viabilização do ensino da história nacional na primeira metade do século XIX, com especial destaque para os preconceitos raciais que aí se inscrevem e que até hoje demandam combate incessante, não por serem explicitamente assumidos, mas por Imiscuírem-se em informações, explicações e posturas consagradas no ensino da história nacional. Selma Rinaldi de Mattos abre uma importante seara, analisando os manuais história pelo escritor Joaquim de Macedo. estabelecendo uma ponte necessária entre a literatura e a história mergulhadas no mesmo ambiente nacionalismo romântico que esteve presente na constituição cultural da nação, concomitante à sua construção em outras áreas como a diplomática, política e econômica, protagonizada Estado surgido em 1822. A autora dá destaque ao componente aristocrático presente no político e conseqüentemente na obra pedagógica de Macedo, que para a autora é o primeiro que dá a feição de manual didático à história lida por Varnhagen no clássico "História Geral do Brasil". O texto de Patrícia Santos traz um cronológico posterior, que enfoca a reconstrução da sob novos princípios político, na implantação República, 152 História & Ensino, Londrina, v. 8, p. 151-156, out. 2002

por meio da análise da obra de João Ribeiro, autor de livro didático adotado pelo Colégio Pedro 11 no período. Para Hansen, João Ribeiro indica, em sua obra, uma ruptura com "a concepção de história vigente", isto é, aquela consagrada durante o império, colocando-nos diante de um caso importante para a compreensão dos processos de confronto de perspectivas historiográficas e pedagógicas no ensino da história, do qual podem ser levantadas algumas reflexões, sobretudo referentes às permanências e às continuidades entre propostas que se confrontam. Luiz Rcsnik narra e discute um outro processo de confronto de concepções sobre o ensino História, num outro momento político nacional. Trata-se do debate sobre a autonomização ou não da História do Brasil em relação à História Geral ou da Civilização, que teve lugar no início da década de 1930. Neste momento permanecem as afirmações, nas obras de autores consagrados e nas orientações legais ou oficiais, sobre o papel central do ensino de História na formação do sentimento patriótico do cidadão. O diferencial neste momento é o debate sobre o método e sobre o tratamento do conteúdo (memorização dos fatos x compreensão e raciocínio sobre a, colocado principalmente influência da Escola os partidários desta vertente educacional, grosso modo, o ensino da história nacional o reforço das diferenças e rivalidades internacionais; para o IHGB, entretanto, esse ensino era imprescindível para garantir aos brasileiros o assumir da vocação de cidadãos de um país destinado à grandeza. Sustentada no governo federal, esta proposta sai vitoriosa, e acaba transformando-se numa importante ferramenta política do Estado Novo. Neste ponto da coletânea é que podemos começar a reconhecer mais claramente alguns traços das propostas História & Ensino, Londrina, v. 8, p. 151-156, out. 2002 153

contemporâneas, que equivocada e apressadamente acabamos por chamar de "novas", referentes por exemplo ao papel ativo do aluno no processo pedagógico, ao espaço para outras abordagens da história para além do político e do factual Essas "novidades" são contemporâneas à criação da Revista Annales, do que se deduz a inadequação das abordagens que lêem na influência desta vertente sobre a historiografia e o ensino de história no Brasil a raiz das propostas alternativas atuais. Essas reflexões podem ser continuadas para os dois textos seguintes, que tratam do período que precede e inclui os primeiros tempos do regime militar. Neles, Daniel Mesquita. Pereira (utilizando como fonte o Boletim de História Faculdade Nacional de Filosotla) e Francisco Calazans Falcon (num depoimento na condição de docente da mesma faculdade neste período) dotam o leitor de informações e considerclções sobre o debate da História e seu ensino neste momento e nesta instituição. Ao final da leitura, a impressão que se tem lembra a tese de Amo Mayer (em A da Tradição, Cia. das para o qual, os antigos regimes europeus mantêm sua força e disposição de determinar a história pelo menos até a Primeira Guerra Mundial, permanecendo, resistindo com sucesso às forças burguesas, urbanizantes, republicanas. destaca a sedução exercida pela nobreza sobre a burguesia, destacando que, mais que suprimir a primeira, a segunda almejava atingir o seu status, o que levou a uma simbiose entre na maior parte da Europa, ao contrário do que se pensa ao reduzir a análise a nações às quais historicamente se deu maior destaque. Esta impressão impõe-se pela similaridade qulê é possíve 1 encontrar entre as afirmaçôes que se incansavelmente sobre os parâmetros hodiernos de qualidade do ensino da história, cujos princípios estavam delineados na década de 20, 154 História & Ensino, Londrina, v. 8, p. 151-156, out. 2002

sendo suprimidos no Estado Novo, reafirmados na democratização nos anos 50 e 60, novamente suprimidos pelas reformas educacionais do regime militar, e novamente afirmados na redemocratização nos anos 80 e 90, desta vez aparecendo como "novo" ou "renovado". Para usar estes termos, mostra-nos a obra, é preciso considerar a tradição quase secular do "novo" (uma contradição em termos), em relacionamento de longa data de confronto com o "tradicional", o arcaico, muitas vezes incorretamente chamado de positivista. A conclusão, enfim, é que o ensino de História hoje tem diante de si alternativas que não podem ser tratadas a partir de um critério temporal (novo, inovador x tradicional), mas que precisam ser recuperadas em sua longa duração, em seu embasamento teórico e filosófico que atravessa o tempo e engloba vários séculos. História & Ensino, Londrina, v. 8, p. 151-156, out. 2002 155