Educação Colégios já pensam no ensino depois das provas do ENEM Urbanismo A Av. Dantas Barreto continua ligando nada a coisa nenhuma Ano 4 n o. 42 Setembro 2009 R$ 9,00 www.revistaalgomais.com.br O empresário Paulo Figueiredo comemora o êxito da Via Sul e Eurovia, destaques do estudo sobre o balanço das empresas divulgado pela Consultoria Deloitte Atropelando a crise setembro > > 1
Gestão pública eficiente. Nada tem transformado tanto a vida dos pernambucanos. 2 > > setembro Pernambuco tem uma das gestões públicas mais modernas do país. É o que diz a revista Exame, da última semana de agosto, na matéria A banda boa do setor público. É o que reconhece também o prêmio Qualidade RS, o Oscar da Gestão, concedido pela primeira vez ao governo de um Estado. O modelo de gestão Todos por Pernambuco, implantado em 2007, controlou despesas, economizou R$ 107 milhões dos cofres do Estado e gerou 200 mil empregos. Todas as contas da administração estão em dia e os investimentos em obras
estruturais, a renda e a qualidade de vida não param de crescer. O Governo de Pernambuco tem metas claras do que pretende alcançar, todas monitoradas com rigor mês a mês. Hoje, mais de 400 ações levam desenvolvimento para a capital e o Interior. Programas como o Pacto Pela Vida, responsável pela queda de 8,45% na comparação dos índices de homicídios entre os primeiros semestres de 2008 e 2009, e a implantação de 90 novas Escolas de Referência de Ensino Médio são exemplos da transformação concreta promovida em Pernambuco. É COM TRABALHO QUE PERNAMBUCO SE TRANSFORMA. setembro > > 3
A Carta do Editor crise chegou, forçou a porta, mas não conseguiu entrar, descreve José Neves Cabral na abertura da matéria de Capa desta edição. A reportagem é baseada no estudo anual desenvolvido pela Deloitte Consultoria sobre os balanços publicados pelas sociedades anônimas pernambucanas de janeiro a junho deste ano e que esta revista revela em primeira mão pelo terceiro ano consecutivo. A perspectiva otimista apontada pelo estudo da Deloitte para a economia do Estado não surpreendeu o governador Eduardo Campos, pois os investimentos realizados nos últimos dois anos permitiram que Pernambuco fosse um dos Estados que atravessaram melhor a turbulência causada pela crise financeira internacional. Dedicamos oito páginas aos números da Deloitte e sua interpretação através do economista Luiz Otávio Cavalcanti, mas não descuidamos de oferecer um cardápio variado dos assuntos pernambucanos. Em Política, por exemplo, reportagem de Ivo Dantas sequenciada por artigo de Maurício Romão mostra como a questão do quociente eleitoral poderá ser um complicador da eleição de 2010. Mais adiante, Marcella Sampaio revela que os colégios já pensam em mudanças significativas no ensino médio antes mesmo da aplicação das provas do Enem em outubro próximo. E incorporamos, a partir de agora, uma página sobre Fotografia. Na estréia, Geórgia Quintas conta o que os fotógrafos pernambucanos apresentarão no Festival Internacional de Parati. Edição 42 Circulação 4 de setembro de 2009 Criação Adrianna Coutinho Tiragem 15.000 exemplares Capa Balanços 2008 revelam como anda a saúde das empresas pernambucanas. 27 Enem Exame desencadeia processo de reestruturação do ensino médio. 42 História Avenida Dantas Barreto atropelou imóveis históricos no Centro do Recife. 50 O bom otimismo Sumário Seções Carta do Leitor Entrevista Pano Rápido De Olho Pensando Bem João Alberto Economia Artigo Gestão Mais Imagens que falam Memória Pernambucana Última Página Reportagens Calculadoras à mão Igreja democrática De olho no futuro A Fotografia Pernambucana em Paraty Desafio vencido Enem altera paradigma do ensino médio Freud on line No meio da avenida havia uma igreja... Luar do Sertão Livro com sabor pernambucano E tem mais: Marcelo Alcoforado, com Um branco fuzilou a Paz, recorda em Memória Pernambucana o jornalista Ronildo Maia Leite, falecido há pouco mais de um mês. Descobrimos que Itacuruba, no Sertão do Moxotó, vai receber sofisticado telescópio para observar cometas e asteróides que podem ameaçar a Terra. Dedicamos um espaço para mostrar como foi a posse do novo arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido. Voltamos ao Centro do Recife para registrar que a Avenida Dantas Barreto continua sem ligar nada a coisa nenhuma e aproveitamos para lembrar como foi a guerra para derrubar a igreja tombada dos Martírios que ficava onde hoje está o assustador Camelódromo. Carol Bradley relata os encantos do livro de Maria Lectícia Cavalcanti História dos Sabores Pernambucanos, recém lançado e, realmente, uma delícia. Uma boa leitura. CORREÇÃO Na edição 41, sobre o Polo Jurídico, erramos duas vezes com relação ao advogado Gustavo Costa que assina o artigo Um polo jurídico para inglês ver. Não registramos que Gustavo reside agora em Londres, onde estuda, e que tem novo e-mail: gcccosta@hotmail.com. 6 8 12 14 16 18 40 48 56 58 64 66 20 24 25 26 27 42 46 50 54 60 Roberto Tavares Editor Geral 4 > > setembro
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Cartas do Leitor Memória Pernambucana I Esta revista publica uma síntese do que foi Paulo Freire um homem e suas lições que deveria ser lida pelos professores da época do abc, pois em sua primeira experiência, em 1963, em apenas 45 dias, ensinou a ler e a escrever trezentos trabalhadores rurais. Aqueles que se dedicaram a técnicas de leitura e memorização têm certeza que Paulo Freire dominava tais técnicas. Ele deveria ser lembrado e enaltecido, como também se passar tais técnicas para os educadores brasileiros. Falo conscientemente por dominar tais técnicas. Paulo José Montezuma de Andrade Memória Pernambucana II Chega dá vontade de morrer, só para merecer um memorial de Marcelo Alcoforado, como este da dona Santa. É a melhor coisa da presente edição da Algomais. Albuquerque Pereira Memória Pernambucana III O mais recente capítulo da Memória Pernambucana é mais uma excelente peça literária. Não sabia que o Velho Guerreiro havia sido músico da Jazz Banda Acadêmica, na qual pontilhava também o meu saudoso amigo Homero Freire. O seu artigo trouxeme agradáveis recordações, especialmente das chacretes, entre as quais chamava a atenção dos homens o rabo de peixe de Rita Cadillac. Horácio Fitipaldi EXPEDIENTE Av. Domingos Ferreira, 890, sala 803 Boa Viagem 51110-050 Recife/PE Fone: (81) 3327.3944 Fax: (81) 3466.1308 www.revistaalgomais.com.br Diretoria Executiva Sérgio Moury Fernandes sergiomoury@revistaalgomais.com.br Francisco Carneiro da Cunha franciscocunha@revistaalgomais.com.br Diretoria Comercial Luciano Moura lucianomoura@revistaalgomais.com.br 6 > > setembro Algomais I Escrevo somente para manifestar meu apreço pela qualidade da Algomais. Comprei a edição sobre o mercado de luxo também e até usei num relatório de mercado. A reportagem sobre a Agência Comercial Holandesa ficou excelente e por certo nos tem dado boa repercussão. Espero podermos gerar pautas interessantes no futuro próximo. Daniel Breda Algomais II Agradeço a quem pôs meu nome na lista de assinantes de Algomais, uma vez que a considero um órgão informativo importante e de interesse para quem gosta de estar a par de cultura, em sentido amplo e de notícias de nossa terra. Espero continuar recebendo-a, porque me serve ainda como ferramenta para sala de aula. Grata lhe sou, desejando-lhes muito sucesso. Celeste Azevedo Algomais III Sou Pedagoga com pós graduação em Psicopedagogia e quero parabenizar toda a equipe da Revista Algomais pelas excelentes reportagens que vêm apresentando aos seus leitores. Estou encantada e feliz com as matérias apresentadas nessa revista cujos temas têm servido como conteúdos pedagógicos e de fonte de pesquisas para a minha filha. É com satisfação que encontro matérias desta revista nas tarefas escolares de minha filha. Chama-me a atenção o quanto o Colégio Madre de Deus e a Revista Algomais valorizam o Estado de Pernambuco e a nossa cultura, transformando e enriquecendo o universo cultural de crianças tão pequenas. Cito aqui alguns exemplos: Parque Dona Lindu só vai ficar pronto no fim do ano (ed. 38 /maio de 2009); Coleta seletiva é lei (ed. Conselho Editorial Francisco Carneiro da Cunha (coordenador) Antonio Magalhães Luciano Moura Ricardo de Almeida Sérgio Moury Fernandes REDAÇÃO Fone: (81) 3327.3944/4348 Fax: (81) 3466.1308 redacao@revistaalgomais.com.br Editor-geral Roberto Tavares robertotavares@revistaalgomais.com.br Editor-executivo José Neves Cabral zeneves@revistaalgomais.com.br Reportagens Carolina Bradley carol@revistaalgomais.com.br Marcella Sampaio marcella@revistaalgomais.com.br Ivo Dantas ivodantas@revistaalgomais.com.br Fotografia Alexandre Albuquerque (81) 9212.9423 Editoria de Arte e Editoração Eletrônica Adrianna Coutinho adrianna@revistaalgomais.com.br Rivaldo Neto rneto@revistaalgomais.com.br 38 /maio de 2009); Arte no Sertão (ed. 38 / maio de 2009); A lei está a serviço do homem (Ed. 41/agosto de 2009). São fatos assim que provam que a boa comunicação é uma grande aliada da educação. Seria muito interessante que as escolas em geral utilizassem materiais ricos como esses em suas atividades, uma vez que os mesmos retratam e enfatizam a nossa cultura, diferentemente das outras revistas de circulação nacional. Parabéns para vocês e para o Colégio Madre de Deus! Cláudia da Fonte Entrevista Obrigado pelo espaço, pelo carinho, pela entrevista. Lendo tem coisas tão legais que não parece que fui eu que disse. E coisas que podem reclamar também e eu não sei porque disse. Faz parte de toda boa entrevista e conversa. O bom é que está tudo lá, bem gravado, muito bem interpretado, melhor ainda escrito. Uma simples entrevista a mais para vocês, uma grande recordação para mim. Obrigado em meu nome, da Mart Pet e do mercado. Edison Martins Outdoor Inicialmente seguem meus agradecimentos por ter podido comemorar através da Algomais as bodas de prata da minha pioneira veiculação pessoal através de um veículo pessoal de nossa mídia. Conquistei um pioneirismo nacional que hoje é muito utilizado quer nos veículos impressos quer nos eletrônicos. Obrigado, Algomais. Não vou nem nominar um certo pano sujo que tenta desqualificar a fonte de boas risadas do Pano Rápido do contista Joca Souza Leão. Seus contos nos desopilam todos os meses. O opositor ao espaço dos risos deve preferir seu mau humor ou a falta de entendimento das engraçadas histórias. Carlos Tigre Assinatura assinatura@revistaalgomais.com.br Fone: (81) 3325.5636 www.revistaalgomais.com.br Publicidade Engenho de Mídia Comunicação Ltda. Av. Domingos Ferreira, 890, sala 808 Boa Viagem 51110-050 Recife/PE Fone/ Fax: (81) 3466.1308 engenhodemidia@engenhodemidia.com.br Auditada por
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Entrevista Josias Albuquerque Um professor comanda sozinho a poderosa máquina do sistema S FÓRMULA O segredo é formar uma boa equipe para gerir essa máquina prestadora de serviços à comunidade Por Antonio Magalhães O professor e advogado Josias Albuquerque, 73 anos, é um dos mais longevos dirigentes de classe de Pernambuco. Desde os anos 90 ele comanda o SENAC, o SESC e a Fecomércio, entidades ligadas ao comércio local. Vale dizer que ele transformou o segmento num grande negócio da área de serviços. Na sua gestão cresceu a formação de alunos, ampliou os serviços de assistência social e de saúde, abriu dois hotéis no Interior para os comerciários e vem se batendo pelo desenvolvimento de Pernambuco com as missões empresariais e seminários da Fecomércio. Nascido no bairro de Campo Grande, no Recife, Josias começou cedo no mundo do trabalho e desenvolveu um jeito peculiar de crescer profissionalmente: fazendo amigos, que são muitos. Para gerenciar a máquina do sistema S, o professor, como prefere ser chamado onde trabalha, tem uma vida espartana. Acorda às cinco horas, lê jornais e às 7h30 já está no trabalho, de onde só sai às 21 horas. Viaja a Brasília, ao Rio, ao interior de Pernambuco. Exercício físico é coisa do passado: foi boxeador e maratonista. Ele acha que esse currículo lhe dá a disposição hoje para o trabalho. Além da família, Josias tem outra paixão: o Sport Recife. Foi a paixão pelo clube de futebol que lhe salvou a vida, ele acha. Foi discutir Alexandre Albuquerque 8 > > setembro
futebol com um médico alvirrubro e lhe revelou as dores que sentia na barriga. Diagnosticouse um aneurisma na aorta abdominal. Por conta de um erro de outro médico, quase vai embora. Mas escapou. Para quem chega aos escritórios que mantém no SENAC, no SESC ou na Fecomércio, Josias fala com entusiasmo do setor que comanda e o que vai fazer proximamente. É muita coisa mesmo. Para quem não conhece a atuação dessas entidades, vale a pena dar uma olhada nelas na Internet. A Algomais conversou com Josias no SENAC e só saiu de lá quando ouviu todas as ações do sistema e viu as maquetes dos novos prédios e empreendimentos no Recife e no Interior. Temas que não couberam na entrevista, claro. Abaixo, a conversa com a revista: Algomais Você começou cedo na vida real? Josias Albuquerque Comecei a trabalhar aos 13 anos como aprendiz na Metalúrgica Recife. Fiz o curso de mecânica da Escola Técnica Estadual Professor Agamenon Magalhães, Etepam (o equivalente ao 2º Grau) e logo depois entrei no Exército aos 18 anos. A experiência militar me levou a prestar concurso para a Escola de Oficiais da Marinha. Mas, ao mesmo tempo, fiz outro concurso para professor da Etepam e passei em primeiro lugar. Fui chamado pelo secretário de Educação Aderbal Jurema. com apoio do então governador Cordeiro de Farias, para implantar e dirigir a Escola Artesanal de Floresta, parte de um projeto governamental de escolas artesanais. AM Esse foi o ponto de partida no mundo da Educação? JA Exato. Floresta mudou minha vida. Dirigia a escola e ensinava matemática e desenho técnico no ginásio local. Lá também conheci minha esposa, Erotides, com quem estou casado há mais de 40 anos. E a gestão também me deu referências para comandar outra Escola Artesanal em Goiana. De lá voltei para o Recife. AM Como foi a transição de professor para executivo? JA Nunca deixei totalmente as atividades Alexandre Albuquerque O segredo é formar uma boa equipe para gerir essa máquina prestadora de serviços à comunidade de professor. Em 1960 montei uma empresa de distribuição de cerveja Antárctica para o norte de Pernambuco. Tive que aprender na prática o que é administrar uma empresa. Mas, pouco depois, prestei concurso para catedrático da Etepam. Não fechei a empresa, deixei que meus irmãos tomassem conta dela. E continuei a estudar: em 1975, me formei em História pela Faculdade de Filosofia de Caruaru e em 1977 concluí o curso de Direito na Faculdade de Olinda. AM Você teve passagens pelo Governo do Estado? JA No governo Nilo Coelho (1967-1970) fui responsável pela implantação dos centros politécnicos da Região Metropolitana do Recife e introduzi de forma pioneira as oficinas volantes, montadas em kombis, embrião de um programa que levei para o SENAC. No governo Moura Cavalcanti (1971-1974) fui diretor do ensino profissional do Estado, o que me permitiu modernizar as oficinas volantes, instalando-as em carretas de caminhões. AM De 1975 a 1978 você passou por um grave problema de saúde? JA Um erro médico numa cirurgia deixou por três anos um cateter na minha perna. Em 1978 quase morro. O médico falou até em amputar minha perna, passei 10 dias em coma, mas consegui sobreviver. Isso mudou muito minha vida. Passei a ver o mundo de forma diferente. Vi que tinha uma missão. AM Como foi sua chegada ao SE- NAC? JA Fui contratado em 1980 como consultor jurídico, indicado pela Federação do Comércio Varejista de Pernambuco por conta do meu bom relacionamento com os sindicatos do comércio. Era um período de grandes problemas administrativos na instituição. Graças ao trabalho sério de João Rodrigues Maia foi possível salvar o serviço. E, a seu lado, passei a ter mais atribuições no SENAC. Fui passar seis meses e estou há 29 anos. Fiz carreira, de diretor a presidente, com apoio do comércio varejista. AM E como encontrou o SENAC? JA Era apenas um prédio que abrigava 600 alunos e 497 funcionários, quase um aluno por funcionário. Com apoio do SENAC nacional reestruturamos o serviço, construímos quatro prédios, temos uma faculdade e 110 mil alunos por ano, além das unidades volantes pelo Interior. AM Como foi na Fecomércio? JA De assessor jurídico da federação fui escolhido presidente em 1996, onde estou até hoje. E consegui em 1998 a união das federações varejistas e atacadistas, o que determinou o controle do SESC. AM Além dessas atribuições, você ainda faz parte do conselho do SE- BRAE. Não é muita coisa para um homem só? JA Não. O segredo é formar uma boa equipe para gerir essa máquina prestadora de serviços à comunidade. AM Você interage com muitas pessoas no SENAC, no SESC, na Fecomércio e no SEBRAE. São muitos votos em potencial. Nunca passou por sua cabeça entrar na Política, como u uu setembro > > 9
Entrevista parlamentar ou no Executivo? JA O governador Nilo Coelho incentivava a minha candidatura, mas não quis. Durante muito tempo recebi convites e estímulos, mas não me interessei. O que faço é servir à comunidade sem participar de partidos políticos. O que se mostrou bem mais vantajoso para meu trabalho. Não cria arestas com ninguém. Todos os governos de Pernambuco tem colaborado com a gente por conta disso. Quando chego a cidades do Interior não quero saber o partido dos prefeitos. Apenas desenvolvo os projetos do SENAC e do SESC. Até mesmo a gestão das entidades não recebe influência política. Com exceção dos cargos de direção, quem entra passa por um processo de seleção. Vale o mérito de cada um. AM As missões empresariais da Fecomércio pelo mundo já fazem parte do calendário das empresas de Pernambuco. Foram 13 viagens de negócios desde 1996. Em outubro tem uma marcada para a África do Sul e Angola. O que lhe motivou a realizar Alexandre Albuquerque Em dez anos, Pernambuco será bem diferente de hoje 10 > > setembro essas missões? JA Vi que o empresariado pernambucano não se ligava muito no que acontecia pelo mundo. Não estava interessado nas transformações lá fora. Vinha gente de fora botar negócio aqui sem contestação da classe empresarial local. Era preciso abrir a cabeça do empresário do Estado. AM A missão a China foi a maior? JA Foram 150 pessoas de Pernambuco e do Nordeste, com apoio do governador Eduardo Campos, que participaram, em 2008, nas cidades de Pequim e Xangai, de rodas de negócios com empresários chineses. Foi o início de algumas parcerias. AM Mas há quem diga que as missões são viagens turísticas? JA Nada disso. O foco são os negócios e tem dado resultados, a ponto de instalarmos na China uma representação para ajudar o empresariado local nos contatos com o empresariado daquele país. Na verdade, o papel da Fecomércio é o de facilitador dos contatos empresariais em todas as missões. Apresentamos em seminários e rodas de negócio as oportunidades do Estado, depois o assunto fica por conta dos empresários de Pernambuco. AM Como foi o caso da montadora de automóveis chinesa Chery? JA Estive com o vice-governador de Pernambuco, João Lyra, com o secretário do Partido Comunista Chinês que nos encaminhou aos executivos da Chery. Mas negócios grandes não se fazem da noite para o dia. E aconteceram negociações durante algum tempo, a escolha por Pernambuco já estava praticamente definida, mas a disputa pela montadora desencaminhou por aqui. O nosso pessoal foi pouco agressivo nos negócios, o que deu oportunidade de outros Estados participarem da disputa pela montadora. Agora não sei se a montadora virá. Alexandre Albuquerque Sou otimista. A Ferrovia Transnordestina, por exemplo, já é uma realidade AM É a chamada guerra fiscal. A montadora faz um leilão de incentivos fiscais. Você acha que Pernambuco tem uma boa política de incentivos fiscais? JA Acho que temos uma boa política de incentivos fiscais. E tem mais: não apenas uma política de Governo, mas de Estado, duradoura. O resultado é esse momento extraordinário porque passa Pernambuco, com investimentos de grande porte em diversas áreas. E não só na Região Metropolitana do Recife, mas também no Interior. AM E que mais se pode fazer? JA Cuidar da formação do pessoal para atuar nesses projetos. O SENAI já faz um belo trabalho de formação industrial, enquanto o SENAC cuida da área de serviços, educando novos empreendedores. Não podemos é deixar o pessoal de fora se beneficiar dos nossos ganhos. AM Então você acredita na concretização dos grandes projetos? JA Acredito. Sou um otimista. A ferrovia Transnordestina, por exemplo, já uma realidade no Sertão. A transposição das águas do rio São Francisco mantem obras com mais de quatro mil trabalhadores. E a nossa refinaria em Suape que está andando rápido. AM E no dinheiro de Hugo Chávez para refinaria? JA Esse eu não acredito. Mas acho que a Petrobras pode tocar sozinha a obra. Em 10 anos, Pernambuco será bem diferente de hoje.
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Pano rápido Joca Souza Leão jocasouzaleao@gmail.com Na bucha O poeta e crítico Agripino Grieco era conhecido por sua irreverência. Numa solenidade em Campinas, um professor iniciou sua oração com a super manjada bajulação à plateia: Desta cidade saíram muitos homens de talento. Agripino o aparteou: Saíram todos. Conselho Carta de uma leitora para o cronista Antônio Maria: Meu marido sua muito embaixo dos braços. O que devo fazer? Conselho do cronista: Divirta-se na área enxuta. Vinte é demais Vinte médicos foram ao escritório de Dr. José Paulo Cavalcanti, pai de Zé Paulinho, para a elaboração do contrato social de um hospital que pretendiam construir. Depois de meia hora de conversa, ou melhor, de desconversa e discussões, Dr. José Paulo os dispensou. Sociedade de vinte? Vão embora, discutam à vontade e depois voltem aqui. Voltaram apenas quatro e o contrato foi feito. O primeiro ninguém esquece Capiba casou cinquentão. A mulher, Zezita, estava na Rua Nova e resolveu comprar um sapato pra ele na Clark. Mas não sabia o número. Como achou que o vendedor tinha mais ou menos o mesmo tope do marido, perguntou-lhe que número calçava e arriscou. Levou um par de 39. Em casa, foi conferir o número dos sapatos usados: 38. Mesmo assim, deu pra Capiba experimentar. Pela primeira vez na vida, um sapato novo não me aperta os pés. Mau humor I Seu Lunga. Pense num cabra mal-humorado. Ele é de Juazeiro do Norte e vive de comprar e vender sucata. Certa vez, mandou o auxiliar procurar um parafuso numa caixa. O camarada não achou. Seu Lunga foi lá e achou. Botou o parafuso de volta na caixa e misturou bem: Eu não disse qu ele tava aqui?! Agora, procure direito que você acha. Mau humor II Apesar da idade, seu Lunga tem uma saúde de ferro. Certa vez, uma vizinha topou com ele saindo da farmácia. Tá doente, seu Lunga? Se eu estivesse saindo do cemitério, estaria, por acaso, morto? Mau humor III No subsolo do edifício, abre-se a porta do elevador. Sobe?, um morador pergunta a seu Lunga. Não! Esse elevador aqui anda pros lados. Incompreendidos Numa das muitas vezes em que foi preso pela ditadura militar, o escritor e comunista Paulo Cavalcanti ficou numa cela junto com presos comuns, marginais. A um deles, de alcunha Corredor, famoso arrombador no Recife, Paulo explicou que estava preso porque lutava pelo povo, por justiça social e pelas liberdades democráticas. Corredor ouviu tudo em silêncio, pensativo. E desabafou: É, doutor, essa polícia não compreende a gente. Automático manual Anos 70, início das cirurgias cardíacas de alta complexidade no Hospital Português. Entre outras providências, a equipe de cirurgiões solicitou à administração do hospital instalar um gerador de energia com partida automática. O que foi feito, mas ainda não tinha sido testado. Eis que, no meio de uma cirurgia, faltou energia. E nada do gerador dar a partida automática. Dr. Carlos Moraes saiu do bloco cirúrgico aflito e foi atrás do provedor, seu Palmeira, um português com forte sotaque alfacinha: Tenha calma, dotoire, já mandei ligare o automático. As histórias aqui contadas têm compromisso com os contadores de história que as contaram. E não, necessariamente, com a História. 12 > > setembro
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De Olho Antônio Magalhães ajamagalhaes@yahoo.com.br Burle Marx Pelo menos num caso chegou tarde o processo de tombamento oficial das praças e jardins produzidos pelo paisagista Burle Marx, quando se completa os 100 anos do seu nascimento. A Praça do Arsenal, no bairro do Recife, foi feita por Marx. Mas remodelada pela Prefeitura do Recife. Se for tombada, não é a verdadeira. Mercosocial No trabalho a ser apresentado este mês no encontro internacional do fórum universitário do Mercosul, em Foz de Iguaçu, a especialista pernambucana em relações internacionais Andréa Tavares aponta que está havendo uma mudança na proposta do mercado comum do Cone Sul: tenta-se ampliar o viés prioritariamente econômico para o social e o político. Para o bom entendedor cresce o índice de demagogia e cai o de negócios. Sedentarismo O Serviço Social da Indústria (SESI) pesquisou 850 trabalhadores das Indústrias Raymundo da Fonte sobre a qualidade de vida e aumento de produtividade. Segundo o gerente do SESI Paratibe, José Luiz de Barros, o índice mais alarmante da empresa foi a falta de atividade física: 66% dos funcionários não a praticam, nem mesmo para o lazer. Para a superintendente da empresa, Célia da Fonte Longman, os dados serão instrumentos importantes nas ações estratégicas do grupo. Aventura O advogado e ex-vereador do Recife Sílvio Amorim, que se dispôs a percorrer de moto a rodovia Transamazônica até o Nordeste, voltou mais cedo para casa: depois de percorrer 700 quilômetros levou uma queda da moto e quebrou o pé. Já o empresário Merval Jurema, do Iteci, e a mulher Ana Perruci foram a um safári a cavalo em Botswana, na África. Seis dias montados percorreram áreas infestadas de leões e hipopótamos, levando sustos e com a adrenalina em alta. Já outro grupo de cinqüentões está partindo do Recife para alcançar de moto a Guiana Francesa. Aventura aos 50. Polícia A Seccional de Pernambuco da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) encaminhou queixa ao Ministério Público Federal pedindo mudanças no edital do concurso para a Polícia Federal. De acordo com o presidente Jayme Asfora, não houve reservas de vagas para pessoas portadoras de deficiência. Nem a Polícia cumpre a lei. Guerra Não é preciso uma nova Guerra dos Mascates, mas só bom senso do Governo de Pernambuco para reformular e atualizar os incentivos oferecidos ao comércio atacadista e às centrais de distribuição. Pelo menos, sugere o consultor de empresas Ricardo Di Cavalcanti, se aproxime ao que já é oferecido pela Paraíba e Alagoas. Tudo o que o governador Eduardo Campos não queria: uma guerra fiscal na porta de casa. Marinha A mobilização nacional pelo fim da cobrança da chamada Taxa Sobre Terrenos de Marinha teve mais um capítulo. O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Guilherme Uchoa, informou que o Legislativo ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) junto ao Supremo Tribunal Federal contra uma lei que autoriza a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) a realizar nova demarcação para cobrança da taxa. No Congresso, em Brasília, o deputado José Chaves está à frente desse movimento. Bolo A senadora Kátia Abreu, que é de Tocantins, também presidente da Confederação Nacional da Agricultura, participou no Recife da 17 a Agrinordeste. Falou sobre os entraves do agronegocio, tratou do meio ambiente como uma prioridade de todos e desfilou simpatia. Provou e gostou do bolo-de-rolo da Casa dos Frios. Quem inventou isso aqui deveria ganhar o Prêmio Nobel. Coisa do outro mundo, disse encantada. Voltou à Brasília com uma caixa do sabor tradicional, presenteada por Pio Guerra. 14 > > setembro
Tudo que a gente faz é para conquistar você e a sua empresa. Os melhores hospitais e profissionais da cidade, centros médicos próprios, atendimento pré-hospitalar com aconselhamento médico, sistema de urgência nacional e atendimento odontológico exclusivo. A gente quer cuidar da saúde da sua equipe para que você possa alcançar os seus objetivos. Por isso, da próxima vez que você pensar na sua empresa, lembre que o plano que mais investe nos seus clientes também quer conquistar você. 0800 704 1054 www.saudeexcelsior.com.br setembro > > 15
Pensando bem Roldão Joaquim dos Santos roldão_joaquim@hotmail.com Sou maior que o meu erro Nossas prisões abarrotadas Lei das Execuções Penais), os abrigam os transgressores presídios não estariam superlotados. Talvez fosse melhor pug- das leis. Aonde cabem noventa, estão novecentos. Os corredores das cadeias, os refeitórios, das Cadeias Municipais que nar por melhores instalações o chão frio das celas acolhem interditá-las e mandar os presos provisórios para presídios os homens e as mulheres que cometeram crimes. cheios. Por outro lado a pena, Os governos, preocupados de caráter punitivo, não pode com a superpopulação das cadeias, constroem novas unida- Como recuperar um ho- olvidar o caráter recuperativo. des prisionais que logo estarão mem trancafiado num cubículo superlotadas. com dez companheiros, quando a cela é planejada só para quatro? É Os presos provisórios, acantonados Talvez fosse em presídios, por vezes não tem seus o grande desafio! processos tramitando regularmente, pois melhor pugnar a direção dessas unidades não dispõe de O MINISTÉRIO PÚBLICO viaturas e homens para fazer a segurança por melhores A pretensão punitiva do Estado compõe a responsabilidade do promotor pú- dos denunciados na sua apresentação à Justiça no dia e na hora que o juiz designar. O resultado é a formação de gangues condenatórios. Na execução da pena ele instalações das blico que deduz, em juízo, os argumentos cadeias que dentro das penitenciárias, comandando fiscaliza os presídios, as instalações e o quadrilhas externas, disputando lideranças internas e estimulando rebeliões. o Ministério Público não se pode imple- interditá-las tratamento imposto ao delinquente. Sem Convenhamos, é grave o problema prisional do Brasil, embora mentar mudanças no sistema prisional. reconheçamos que toda pessoa é maior do que seu próprio erro, isto é, o homem é maior que o seu crime. O MAGISTRADO Cabe ao juiz da Comarca presidir o processo criminal, incumbindo-lhe de igual modo a imposição da pena. Não há negar: ninguém pode ser recolhido às prisões sem a ordem de um juiz. Reconhecidamente, se as cadeias municipais para presos provisórios estivessem em funcionamento (arts. 102 e 103 da O PODER EXECUTIVO Cabe aos governos a construção dos cárceres para acolhimento dos infratores. O que se sabe é que as construções, sempre dispendiosas, uma vez inauguradas revelam-se pequenas para o número de delinqüentes que, a todo instante, engrossa o contingente prisional. É, igualmente, tarefa do Executivo administrar as prisões e prover as necessidades de alimentação, saúde, educação, assistência jurídica, permitindo a orientação religiosa. *Roldão Joaquim dos Santos é secretário de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos 16 > > setembro
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João Alberto O Galo para os turistas Rômulo Menezes, presidente do Galo da Madrugada, contabiliza um sucesso crescente nas Noites do Galo que acontecem todas as quintas-feiras, na nova sede do bloco, na Praça Sérgio Loreto. Surge como uma das opções preferidas dos turistas que visitam nossa cidade e tem tido total apoio do secretário Samuel Oliveira. Data Marcada O presidente Josias Albuquerque marcou para o período de 10 a 22 de outubro a Missão Empresarial da Fecomércio deste ano. O destino será a África, com eventos na África do Sul e Angola. O governador Eduardo Campos já garantiu sua presença, que deve defender a criação de um voo entre Luanda e o Recife, que incrementaria muito os negócios entre Pernambuco e Angola, país onde já atuam várias empresas do nosso Estado. Voos em Caruaru O Governo do Estado está fazendo importantes reformas no Aeroporto de Caruaru, que a partir de fevereiro terá todas as condições para receber aviões do tipo Boeing 737 e Airbus A-319, com capacidade para 140 passageiros. O prefeito José Queiroz mantem entendimentos com as principais empresas aéreas do país para implantação de voos da cidade, especialmente para São Paulo. Gleyson Ramos Rômulo Menezes e Samuel Oliveira: no Palácio do Galo Miguel Ângelo Armando Monteiro Neto e Dilma Rousseff Novo Resort O empresário português Estêvão Nunes, dono do Enotel, em Porto de Galinhas, confirma seu segundo empreendimento em Pernambuco. Será um novo resort, com 400 apartamentos, que será construído no terreno ao lado do hotel. A CNI e o Governo Armando Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria, destaca a forma como a entidade é tratada pelo governo federal, especialmente pela ministra Dilma Rousseff. No entanto, a CNI faz questão de manter sua independência. Recentemente, ficou contra o Governo,depois que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, deu um golpe no Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalho não obedecendo ao critério de rodízio que daria a presidência à Confederação Nacional da Agricultura. A CNI, junto com as quatro maiores confederações empresariais do país, pediu desligamento do órgão. Volta às origens Presidente de um dos maiores grupos empresariais do país, o engenheiro Antônio Queiroz Galvão voltou às origens. Foi o engenheiro responsável pela construção da sua casa na praia de Serrambi. Que é, aliás, muito bonita. 18 > > setembro
joaoalberto@revistaalgomais.com.br Gleyson Ramos A nova Perfformance Lília Santos continua fazendo um belo trabalho à frente da Perfformance, que está entre as melhores academias de ginástica do país. Agora, inaugurou uma ampliação, colocando em funcionamento aparelhos moderníssimos, inclusive para a prática do Pilates, que se transformou num dos tratamentos mais procurados. Lulu Pinheiro Layla Wolfenson Nader Contra o Tempo Layla Wolfenson Nader comanda a Clínica do Tempo Moisés Wolfenson, que lança moderníssimo equipamento que faz lipoaspiração a laser, o primeiro de todo o Nordeste. É totalmente diferente dos atuais, inclusive dimuindo a flacidez. É feito com anestesia local e sem necessidade de internamento. As melhores indicações são para os braços, abdomen e face interna das coxas. Hotel em Petrolina Mesmo recebendo muitos empresários e executivos de grandes empresas que vão fazer negócios na cidade, Petrolina é pessimamente servida de hoteis. Os que existem deixam muito a desejar. De olho nesse mercado, Paulo Sultanum está construindo um três estrelas moderno, que deve operar com a bandeira Íbis. Lília Santos Férias no Nannai O português José Mourinho, o técnico mais bem pago do futebol mundial, que comanda a Internazionale de Milão, passou férias com a família no Nannai. Foi sua terceira temporada no resort de Muro Alto, que descobriu por indicação do colega Luiz Felipe Scolari e se apaixonou. Não há nada melhor no mundo, confessa. O QUE SE COMENTA... QUE finalmente a Infraero teve o bom senso de colocar caixas de estacionamento na área de desembarque do Aeroporto dos Guararapes, facilitando a vida dos usuários. u QUE Julião Konrad estuda a implantação de nova casa de eventos no Recife. u QUE o deputado Augusto Coutinho continua apostando que os jogos da Copa do Mundo de 2014 serão no Arruda, não acreditando na viabilidade da nova arena em São Lourenço da Mata. u QUE o chef César Santos tem entre os planos para o próximo ano abrir um bar cheio de glamour no Recife. u QUE a TAM passou a ter 32 voos diários no Recife, um recorde na história da empresa. setembro > > 19
Política Calculadoras à mão MOVIMENTAÇÃO Líderes políticos começam a estudar a melhor matemática para garantir uma boa posição nas eleições de 2010 Por Ivo Dantas Meio de ano é sempre o mesmo correcorre entre os times da Série A do Campeonato Brasileiro para segurarem seus atletas diante da temida janela de transferências e montar a melhor equipe para a disputa da competição. Na política não é diferente. À medida que o ano eleitoral se aproxima, os partidos começam a construir suas chapas pensando na melhor estratégia para conseguir uma boa colocação nas bancadas legislativas. Até 30 de setembro, todos os que desejarem lançar candidatura para 2010 devem estar devidamente filiados a uma ou outra sigla. E, apesar das convenções que definirão os nomes que irão disputar cada cargo só acontecerem no início do próximo ano, com as calculadoras à mão, os líderes partidários contam voto a voto quais os nomes devem integrar suas siglas para atingir o quociente mínimo necessário e eleger o maior número de representantes no legislativo. Segundo os cálculos do ex-secretário de Administração e Reforma do Estado do Governo de Pernambuco, Maurício Costa Romão, cujo artigo pode ser conferido no final desta matéria, em 2010, serão necessários 92.768 mil votos para conseguir uma cadeira na Assembléia Legislativa, e 180.441 para a Câmara Federal. Por se tratarem de eleições proporcionais, além da disputa entre nomes com maior ou menor representatividade, a escolha correta sobre qual partido se filiar pode significar a diferença entre estar, ou não, eleito. Será uma disputa muito acirrada, mas acreditamos que podemos fazer uma chapinha com outros partidos menores, como o PPS, e conseguir musculatura suficiente para eleger de dois a três deputados federais e quatro estaduais, calcula o novo presidente regional do PMN, Sílvio Barbosa, que tem uma bela equação para resolver nas próximas semanas. Considerados os nomes mais fortes do partido, os deputados Sílvio Costa e Sílvio Alexandre Albuquerque Presidente do PSB, Milton Coelho aposta em uma chapa com capilaridade para garantir a reeleição do governador Eduardo Campos Costa Filho, também secretário de turismo de Eduardo Campos, devem trocar o PMN pela sigla do provável candidato ao Senado, Armando Monteiro, o PTB. Assim como eles, a deputada estadual Nadegi Queiroz também não deve continuar. O problema é que a direção nacional do partido se posicionou como oposição a Lula, o que deve ser seguido pelo diretório de Pernambuco. Somos de oposição. Só não rompemos antes porque as coligações já haviam sido feitas quando assumimos, mas para 2010 vamos nos unir com partidos que pensem o mesmo que nós, explica Barbosa garantindo ter 14 dos 26 nomes com mais de 7.300 votos cada, necessários para atingir o objetivo. Além disso, ainda temos os votos de legenda e os para as mulheres. Acho que com 50 candidatos para federal conseguimos o que queremos, complementa. Outra chapinha que deve surgir no cenário eleitoral pernambucano é a união entre o PP e o PR, de Inocêncio Oliveira. O cálculo do atual deputado federal é simples: se for para o chapão liderado pelo PSB, do governador Eduardo Campos, não elege mais do que três candidatos para a Assembléia Legislativa. Já se ficar apenas com uma aliança com o PP tem possibilidade de emplacar de seis a oito. Para a Câmara Federal, a matemática é para conseguir quatro cadeiras através de uma chapa de menos 20 nomes com 20 mil votos cada. Presidente do PSB, o vice-prefeito do Recife, Milton Coelho, acredita que muita água ainda deve rolar até uma definição de todas as coligações e alianças, mas aposta em uma chapa forte com um número maior de aliados do que em 2006 e com condições de ampliar a base governista. Ainda é muito cedo para definir as alianças, mas queremos ter o maior número de candidatos para dar uma boa capilaridade à campanha de eleição de Eduardo Campos, cobrindo todas as micro-regiões do estado, diz. Sobre a possibilidade de abarcar dissidentes de partidos que possam passar para o lado da oposição, como é o caso do PMN, Milton Coelho diz estar de portas abertas. O PSB está pronto para ser opção de alguns nomes que por ventura tenham algum tipo de conflito com as posições assumidas pelas siglas que pertencem hoje. u uu 20 > > setembro