Eronita Rezende Alame, síndica do Edifício Baltimore, em Capão da Canoa.



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SUMÁRIO PANORAMA Notícias envolvendo o universo condominial. 6 jan/fev/mar 2013 Edição Nº 198 CONSELHO EDITORIAL Ingo Voelcker, Christian Voelcker, Antônio Azmus, Jalcedir Novello, Marjorie Albuquerque, Fátima Rama e Luciene Machado COORDENAÇÃO Fátima Rama (Especialista de Marketing) EDITORA EXECUTIVA Luciene Machado jornalista responsável - MTb 4480 lucienemachado@terra.com.br PRODUÇÃO EDITORIAL Palavra-Prima - 51 9808.7497 revistasindico@terra.com.br reportagem e fotografia Clarissa Thones Mtb 12.688 Luciene Machado Mtb 4480 Tatiana Gappmayer Mtb 8888 capa Fátima Rama COMER cialização DE ANÚNCIOS Artesul - 51 3228.0787-9981.3176 artesul@artesul.net PROJETO gráfico E EDIÇÃO GRÁFICA Paica Estúdio Gráfico - Tiba DISTRIBUIÇÃO Faster Mail Logística em Postagem gestão Seguradoras oferecem nova modalidade de seguro obrigatório. PRODUTOS E SERVIÇOS Auxiliadora Predial comemora crescimento e lança metas para 2013. 8 Programas de saúde ocupacional contribuem para o bom desempenho dos trabalhadores. 10 ENTREVISTA Eronita Rezende Alame, síndica do Edifício Baltimore, em Capão da Canoa. 12 16 As opções para utilização do apartamento que era do zelador residente. 18 Questões que envolvem as férias do pessoal que trabalha nos condomínios. 30 capa Os prós e contras de remunerar a representação legal nos condomínios. 22 A Revista Síndico não se responsabiliza pe la qualidade dos serviços prestados e pe los produtos oferecidos pelos anunciantes, sendo os mesmos de inteira res ponsabilidade das empresas anunciantes. Não é permitida a reprodução de tex tos desta publicação sem autoriza ção da editora, por escrito. segurança Sinalizadores visuais para advertência no topo dos edifícios. 27 Seu edifício já tem o Laudo Técnico de Inspeção Predial? 32 manutenção Fachada bem conservada é o cartão de visitas do prédio. 34 sustentabilidade Sensores de presença microcontrolados podem reduzir o consumo de energia. 37 Janeiro-Fevereiro-Março/2013 3

panorama Dia 11 de fevereiro parabenize o zelador Aqueles que tornam a rotina dos condomínios mais fáceis para seus moradores merecem uma data para chamar de sua. Por isso, em 11 de fevereiro é comemorado o Dia do Zelador, um momento para recordar a importância dessas pessoas que trabalham dia a dia para manter as dependências dos edifícios e o bem-estar de todos. Parabéns a esses colaboradores que estão sempre disponíveis para ajudar. Marque no calendário o dia e não se esqueça de cumprimentar o seu zelador! Um jeito diferente de descartar o lixo orgânico Em uma residência, cerca de 40% do resíduo produzido é de origem orgânica. São restos de comida, cascas de frutas e de ovos ou o conteúdo daquele pote que ficou guardado na geladeira por tempo demais. Dentro de casa, esse material produz mau cheiro e pode atrair insetos. Uma alternativa ao descarte no lixo comum ou à transformação em adubo medida que exige espaço e tempo são os trituradores de alimentos. A solução já é comum nos Estados Unidos, onde mais de 80% das moradias possuem o equipamento, e em alguns países europeus, nos quais estão presentes em aproximadamente 60% dos lares. Algumas cidades, inclusive, como Nova Iorque e Chicago, contam com incentivos fiscais para quem instala esses aparelhos. Por sua característica sustentável, uma vez que evita o uso de sacolas plásticas e o envio dos resíduos para aterros sanitários, a procura por esses produtos vem aumentando também no Brasil. A InSinkErator, multinacional americana criadora do dispositivo em 1927 e que atua no País desde a década de 1990, conta com modelos para utilização doméstica, como o Evolution 200 e o 55. O primeiro é o mais potente, tem três estágios de trituração, capacidade de 1.180 ml e seis anos de garantia. Já o segundo, possui porte intermediário, capacidade de 980 ml, garantia de três anos e é indicado para famílias pequenas. Os trituradores são instalados embaixo da pia e ligados à tubulação de esgoto. Não possuem lâminas e precisam apenas de uma fonte de eletricidade para funcionar. Segundo a assessoria de imprensa da companhia, o consumo de energia mensal equivale a uma lâmpada de 100 watts ligada por uma hora. Para seu funcionamento, basta abrir a torneira de água fria, acionar o botão e colocar os alimentos no bocal que substitui o ralo da pia. Tudo é triturado e enviado para a rede de coleta de esgoto e, após, para a estação de tratamento. O gasto com água é inferior a 1% do total empregado em uma residência. Custos O Evolution custa R$ 3.250,00 e o modelo 55, R$ 1.050,00. Para saber mais sobre os aparelhos e onde encontrá-los, ligue para 0800-553770 ou acesse www.insinkerator.com.br 6 síndico 198

Marcenaria como hobby Não é preciso a habilidade de um Geppetto, que esculpiu o boneco Pinóquio, para descobrir os benefícios de se trabalhar com madeira. Parece mesmo um pouco de magia a possibilidade de criar um objeto partindo do zero, mas basta curiosidade para entender os conceitos básicos que envolvem a produção de peças como bancos e mesas. Foi com a intenção de transformar essa vontade em um hobby inovador, e que ainda alivia o estresse cotidiano, que surgiu a Confraria da Madeira, em Porto Alegre. É a concretização de um sonho. A iniciativa une uma paixão pessoal, a marcenaria, com um novo negócio, a partir de uma lacuna existente no mercado, aponta o economista André Campos, idealizador e fundador da empresa. Por meio de cursos práticos, os alunos compreendem a arte de manipular a madeira desde o preparo do material, a utilização adequada e segura das ferramentas até o acabamento final. E têm a satisfação de serem responsáveis pela fabricação do próprio móvel. As aulas ocorrem de segunda a quinta-feira, nos turnos da tarde e noite, e aos sábados, pela manhã, em um galpão adaptado pelas arquitetas Rosa Prezzi e Isabel Magalhães, com bancadas individuais e todos os equipamentos disponíveis. As máquinas, como serras, tupias e plainas, são usadas na presença dos instrutores, que são mestres-carpinteiros. Novas técnicas vão sendo repassadas a cada etapa, que começa com o Básico em Marcenaria, sendo um banco o primeiro projeto a sair do papel, depois há o Avançado em Marcenaria e o Marcenaria Livre. A Confraria oferece também outras opções, como a Machetaria. As turmas são formadas por, no máximo, 15 pessoas e os valores mensais variam de acordo com a frequência: uma vez por semana custa R$ 320,00 e duas vezes, R$ 620,00. Mais informações pelos fones: (51) 3279-3644 ou 3279-3599 ou pelo site: www.confrariadamadeira.com.br. Auxiliadora Predial realiza pesquisa e revela o perfil do síndico cliente De acordo com levantamento realizado pela Auxiliadora Predial no segundo semestre de 2012, 60% dos síndicos dos condomínios gerenciados pela empresa são do sexo masculino e as mulheres correspondem a um percentual de 38%. Maioria dos síndicos tem mais de 50 anos O estudo mostra que a maioria tem entre 51 e 60 anos, 30,02% dos mais de 1.500 síndicos pesquisados. Com 22,40%, os síndicos entre 41 e 50 anos ocupam o segundo lugar e, na sequência, estão os síndicos com idade entre 61 e 70 anos (21,65%). A pesquisa revela ainda que o percentual de síndicos com idade entre 31 e 40 anos é de 11,96%, entre 71 e 80 anos, 8,12%, entre 81 e 90 anos, 2,89%. Os administradores jovens, com idade entre 19 e 30 anos representam apenas 2,83%, enquanto os mais idosos, com idade entre 91 e 100 anos representam 0,13% do universo pesquisado. Janeiro-Fevereiro-Março/2013 7

produtos & serviços Auxiliadora Predial comemora crescimento em 2012 e programa as metas do próximo ano Franquia de Guaíba foi a mais recente a abrir as portas para o público. No final de 2012 outras lojas, como a de Florianópolis, estão em processo de contratação e definição de ponto Fechando o ano com números sur preen dentes na área de vendas e franquias, a Auxiliadora Predial tem planos ousados para 2013. A nova postura da empresa, que vem desde o ano de 2008, já resultou em um aumento de 60% no volume de vendas e 50% no número de franquias. Hoje, a Auxiliadora Predial está quase que em todos os bairros de Porto Alegre, em São Paulo, Paraná e Santa Catarina, além do interior do Rio Grande do Sul. Esse crescimento é facilmente resumido na fala do diretor Nacional de Vendas, Franquias e Marketing da Auxiliadora Predial, Antonio Azmus Em 2008 tínhamos sete lojas. Hoje temos 60. O modelo de gestão da Auxiliadora Predial segue o padrão das maiores imobiliárias do cenário internacional, investindo na busca de franqueados que possuam um perfil adequado ao padrão de negócio da empresa. Além dessa préidentificação, outra receita imprescindível para o sucesso das franquias é o acompanhamento sistemático e a incorporação do padrão de negócio e da marca da Auxiliadora Predial por parte das franqueadas. Se o franqueado está dentro do perfil, as chances de obter sucesso financeiro são enormes. Realmente, as franquias são como filhos para nós, acompanhamos o desenvolvimento de cada uma, reitera Azmus. O sucesso com os franqueados pode ser provado com a conquista em dois anos consecutivos do Selo de Excelência em Franchising, concedido pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). O prêmio avalia as empresas entrevistando seus franqueados, em diversos níveis de satisfação, o que comprova que a seleção e o acompanhamento de franquias da Auxiliadora Predial está no caminho certo. Tivemos notas muito altas de nossos franqueados em todos os níveis avaliados pela pesquisa, confirma Azmus. Metas ousadas para 2013 Com presença consolidada em quase toda a grande Porto Alegre, os planos de expansão da Auxiliadora Predial se voltam em 2013 para o Paraná, São Paulo e Santa Catarina. Já em dezembro, a segunda loja da empresa está sendo aberta em Florianópolis, com uma terceira em processo de contratação. Assim como Porto Alegre e Curitiba, a tendência em Florianópolis é estar presente nos bairros mais importantes. Quem é do Sul da Ilha não compra no Centro e assim sucessivamente. Queremos, no mínimo, chegar a cinco lojas em Florianópolis, explica Azmus, que também destaca a abertura de mais uma unidade no interior do Estado. Depois de Guaíba, estamos abrindo uma nova loja em Lajeado, cidade com um mercado promissor nas áreas de construção civil, serviço e comércio, detalha o diretor. A busca de presença no interior do Rio Grande do Sul também continua, com a identificação de cidades estratégicas para os planos da empresa. Algumas informações ainda não podem ser divulgadas, já que o planejamento é ousado e precisa antever tendências de, no mínimo, cinco anos à frente. O que podemos dizer é que muitas novidades são esperadas para o próximo ano. Nossa estrutura vem crescendo muito e a tendência é que esse processo continue. Em 2008 tínhamos uma área de franquias pequena, com dois funcionários e hoje estamos com uma estrutura forte, um Departamento de Marketing mais atuante e agentes de expansão que estão constantemente em busca de novas oportunidades, finaliza Azmus. Agência Gravataí 8 síndico 198

produtos & serviços Todo administrador preocupa-se em reduzir a incidência de acidentes e também diminuir a ocorrência de doenças do trabalho. O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) buscam atender a esses quesitos. Os condomínios que têm funcionários, mesmo que seja apenas um, precisam adotar os dois programas, que são interligados em alguns momentos. Exames do PCMSO O PCMSO, inclui o exame admissional (no ingresso), exame periódico (acompanha a saúde de empregados e a periodicidade varia conforme os riscos e pode ser semestral, anual ou bianual), retorno ao trabalho (exame realizado no primeiro dia de volta ao trabalho após um período de afastamento igual ou superior a 30 dias por motivo de doença, acidente ou parto) e exame demissional (avaliação clínica do trabalhador). Mapa de riscos O programa é planejado especialmente com base no mapa de riscos do PPRA. Se o funcionário está submetido, por exemplo, a um ruído insalubre no ambiente, o PCMSO irá determinar que sejam feitas audiometrias. Saúde do trabalhador monitorada e protegida Margarete de Quevedo é supervisora de Administração de Pessoal da Auxiliadora Predial Convenção coletiva de trabalho define sobre serviços de saúde A Cláusula 50ª da Convenção Coletiva de trabalho 2012/2013 dos funcionários de condomínios determina a obrigatoriedade de os condomínios prestarem serviços de saúde a seus empregados, nas seguintes condições: o serviços poderão ser prestados diretamente ou através de convênios com prestadores de serviços de saúde; relativamente à assistência médica, a obrigação está limitada a consultas e atendimento ambulatorial. A abrangência dos serviços a serem conveniados será aquela que se adequar às possibilidades financeiras do empregador que por elas optar. 10 síndico 198

Riscos mais frequentes encontrados nos condomínios Identificação de rotinas e adoção de atitudes preventivas Após a identificação de rotinas que precisam ser melhoradas, são feitos os ajustes necessários, como a utilização de luvas pelos funcionários que lidam com produtos químicos e recolhem lixo. Outro exemplo é a indicação da necessidade de fechamento de uma central de gás que foi encontrada aberta. Será recomendado que a entrada da central deve ficar restrita apenas a pessoas autorizadas. A Norma Regulamentadora 9, uma das que rege os Programas, acompanha diversos aspectos, caso de riscos físicos (ruídos, calor ou frio no ambiente), químicos (material de limpeza), biológicos (limpeza de banheiros), ergonômicos (trabalho repetitivo), condições físicas (central de gás e rede elétrica) e prevenção de acidentes (extintores e rede elétrica), para citar alguns exemplos. Uma medida imprescindível, de acordo com Margarete de Quevedo, supervisora de Administração de Pessoal da Auxiliadora Predial, é documentar a entrega dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os funcionários. Criando-se esse hábito, fica assegurada a rotina de enfatizar aos trabalhadores sobre a importância de cumprir as normas, lembra. Entre os riscos ambientais mais comuns entre os condomínios, estão aqueles causados por agentes químicos, ou seja, o contato com sabões, detergentes e desinfetantes. A proteção da saúde e prevenção da exposição aos fatores de risco envolve medidas de engenharia e higiene ocupacional, mudanças na organização e gestão do trabalho e de controle médico dos trabalhadores expostos, assegura Paulo Ferraz, engenheiro de Segurança do Trabalho e diretor presidente da PRF Engenharia de Sistemas. Isso passa pela comunicação dos riscos aos trabalhadores, diminuição do tempo de exposição e do número de trabalhadores expostos; utilização de EPIs, de modo complementar às medidas de proteção coletiva. Ferraz diz que também é importante promover treinamento sobre o uso de EPIS, além de adotar medidas de controle médico e monitoramento biológico dos funcionários. Laudo técnico e avaliação O laudo técnico que integra o PPRA é fornecido e assinado por um engenheiro de segurança do trabalho. É este profissional que executa medições e análises tanto no edifício, caso de extintores, iluminação, gás, e também no caso dos funcionários, como a exposição a agentes químicos, físicos e biológicos de risco, orienta Margarete. A necessidade do PPRA é informada pela Auxiliadora Predial a todos os condomínios que possuem funcionários. O síndico é comunicado pelo seu assessor da exigência e necessidade de efetuar o laudo do PPRA que, depois de finalizado, é arquivado na pasta do condomínio, para o atendimento a futuras fiscalizações que venham a ocorrer. Os casos em que devam ser executadas eventuais modificações no condomínio são informados ao síndico. Lembramos que as ações judiciais por doença ocupacional, em geral requerem grandes indenizações, podendo comprometer a saúde financeira do condomínio, sem contar os dissabores e a tendência da multiplicação destes feitos judiciais num mesmo local de trabalho, lembra Margarete. Janeiro-Fevereiro-Março/2013 11

entrevista Síndico ideal é o que é vigilante e toma as atitudes na hora certa Ao lado do porteiro eletrônico, na porta do Edifício Baltimore, no Centro de Capão da Canoa, encontra-se fixado um pequeno cartaz com o contato da síndica. Questionada sobre o porquê da atitude, já que é uma circunstância incomum, Eronita Rezende Alame responde: pensei em facilitar a vida de todos. Se desejam me encontrar, não precisarão ficar apertando em todos os botões. Sou uma síndica facilmente localizável, brinca ela que cumpre sua segunda gestão no Condomínio. Eronita é fitoterapeuta e divide seu tempo entre gerenciar o Edifício, uma de suas paixões, e o seu sítio, situado em frente ao Iate Clube, em São Jerônimo, outro amor revelado na entrevista, além da Revista Síndico, de quem se diz fã número 1. Qual é a estrutura física do Condomínio? O condomínio tem 20 apartamentos e 15 vagas para veículos. Quantos funcionários trabalham no Condomínio? Temos só uma zeladora residente. Como está composta a administração do Edifício? Havia uma subsíndica eleita, porém ela vendeu o imóvel. Na próxima assembleia extraordinária será escolhido o novo representante. Conto com o apoio do Conselho Consultivo, onde destaco as conselheiras Cleonice, Graziela e Vera, com quem eu divido as questões do prédio e busco aconselhamento quando tenho dúvidas. Submeto a elas as ideias, os projetos a implantar, os orçamentos e tudo mais. É sua primeira gestão? Segunda, iniciada em março de 2012. Eu morava em frente ao Baltimore, no edifício Porto Seguro. Quando meu esposo, José Cândido Alane foi selecionado para ser zelador deste prédio, viemos morar na zeladoria. Em pouco tempo, adquirimos um apartamento aqui e assumi como síndica, eleita pelo voto. Como é o seu dia a dia no Condomínio? Quando não estou presente no Edifício, ligo diariamente para a zeladora, a fim 12 síndico 198

de saber como estão as coisas. Não tenho mais o hábito de frequentar a praia, portanto quando estou em Capão, fico com a família e me dedicando ao condomínio e aos moradores. Quais foram as primeiras medidas instituídas na sua administração? Na primeira gestão, pintamos todo o prédio e revestimos a parte leste com pastilhas. Na nova gestão, refizemos o madeiramento e substituímos os vidros das janelas da casa de máquinas. Estavam na UTI. Sou atenta aos pequenos detalhes que podem gerar um acidente, por isso, providenciei a instalação de um pega-mão na saída da casa de máquinas. Com isto, foi proporcionada segurança de acesso a todos que transitam no local. Sejam os técnicos de tv a cabo, dos elevadores e pessoal da limpeza. Também de forma emergencial, arrumamos as janelas dos poços de luz de todos os andares. Ela estavam deterioradas e com as vidraças quebradas. Que outras iniciativas podem ser destacadas? Adoção de um bicicletário. As bicicletas eram jogadas nos boxes. Alguns moradores que não têm esse espaço, colocavam suas bicicletas nas vagas de garagem dos outros e isso gerava descontentamento. Agora temos local para até 10 bicicletas. Também na garagem, adequamos a localização das lixeiras de lixo orgânico e seletivo. Outros problemas resolvidos foram os vazamentos e infiltrações nos apartamentos de cobertura. A empresa contratada para o conserto descobriu que na última troca do telhado do condomínio, onde foram colocadas telhas Brasilite, foram deixadas desfeitas áreas conjugadas ao telhado (e que protegiam da entrada da chuva). Refizemos essa área e terminou a infliltração de água nos apartamentos. Atualmente estamos com a certificação digital em dia. E também o Laudo de Inspeção Predial já foi feito no condomínio. Se não fosse a abençoada Revista Síndico eu não teria relembrado dos prazos. Mais alguma ação relevante? Sim, houve um temporal de granizo que danificou as janelas da casa de máquinas. Eu descobri que esse dano estava ocasionando altas despesas com a manutenção dos elevadores, que viviam travando. De acordo com o pessoal técnico, o elevador ia queimar. Felizmente, descobrimos e consertamos as janelas, vedando totalmente a entrada de água neste local. Destaco ainda o contrato que firmamos com uma empresa construtora para prestar serviços de conservação. Um prestador visita o prédio duas vezes por mês e sempre após temporais. Entre os serviços, realizam periodicamente a lubrificação de portões eletrônicos, troca de lâmpadas, disjuntores, troca de Brasilites, limpeza e desentupimento das calhas. Tudo que surgir nas áreas comuns no período contratado é consertado, seja hidráulico, elétrico ou mecânico. É uma maravilha ter alguém de confiança no prédio. Fizemos vários orçamentos e contratamos uma empresa que custa em torno de R$ 200,00 ao mês. Foi uma economia e tanto. Contamos com o jurídico da Auxiliadora, para quem levei o contrato do prestador, para analisar. Como são realizadas as assembleias? Ocorrem na Auxiliadora Predial, uma vez ao ano e quando necessário. Também realizamos as extraordinárias. A participação é de menos de 50%. O que a motivou a ser síndica? Vários fatores. Entre eles, por gostar muito de me movimentar e ter tempo. Como estou aposentada, posso me dedicar ao que é um patrimônio comum. Enfim, sou Janeiro-Fevereiro-Março/2013 13

entrevista síndica porque eu gosto de estar atuante e por o condomínio precisar de mim. Recebi muitos pedidos de condôminos para eu voltar à gestão. Como tenho necessidade de ajudar os outros, aceitei. Fale um pouco sobre você. A vida chega a ser impactada pela função de síndica? Sou casada há mais de 30 anos, tenho três filhos: Paulo César, sargento da Brigada em Eldorado do Sul, que tem dois filhos, Paula Daiane e Maique, tenho ainda a Vanete, administradora de empresas, que tem a filha Maria Eduarda, residem em Guaíba. E a outra filha é Adriana Resende, psicóloga em Charqueadas, cujo filho é Felipe. Eu adoro trabalhar, quando se faz algo com amor, aquela energia dispendida no ato, se transforma em amor verdadeiro, da cura, do bem-estar. Sou terapeuta, incluindo a iridologia e fitoterapia há mais de 10 anos. Já tive clínica em Capão e durante 8 meses, gravei um programa chamado Conexão Litoral, no Canal 20 de Capão da Canoa, cuja produtora era Jaqueline Paim. Em cada semana eu abordava uma planta e apresentava suas propriedades medicinais, princípios ativos para tratamento de doenças e proporcionar maior qualidade de vida. Também apresentei um programa com dica de plantas medicinais na Rádio Horizonte, com Serginho Oliveira. Fui candidata a vereadora em Capão e Charqueadas. Meu marido reclama um pouco a minha ausência, em função de eu me dedicar tanto ao condomínio. Mas ele acaba entendendo e até me ajudando. O Edifício tem inadimplência? Havia bastante no início e foi resolvida com negociação durante algumas reuniões na Auxiliadora Predial. Evito ao máximo usar o recurso da Justiça, tento negociar, me esforço e, com muito diálogo e compreensão, consigo bons resultados. Cerca de 70% foi resolvida. Acredito que a inadimplência é agravada quando sobe muito a taxa condominial. As pessoas deixam de pagar por necessidade, ninguém tem prazer em não pagar uma conta. Como você avalia o atendimento da Auxiliadora Predial? Muito bom. No início da gestão eu ia quase diariamente a imobiliária com vários questionamentos para entender o administrativo do prédio. Chegava a ficar chateada de tanto que eu importunava a imobiliária, mas todos me atendiam muito bem. Sem falar na Revista Síndico, que é meu braço direito. Leio inteirinha. Como você define o papel do síndico? Tem gostar muito, ser dinâmico, pulso firme, tratar todos da mesma maneira. Saber tomar atitudes na hora certa e ser vigilante. Que orientação pode ser dada a um síndico de primeira viagem? Começar a engatinhar é sempre difícil, seja para um bebê, seja para um adulto. Aconselho a pegar apoio de todos, especialmente de sua administradora e sempre ler a Revista Síndico, que traz dicas de utilidade para um bom gestor que queira manter o seu condomínio com menos gastos e novas ideias. Perfil Um lugar especial O apartamento que estou adquirindo em Fortaleza e meu sítio em São Jerônimo Viagem que pretende fazer nova Iorque, Estados Unidos Um sonho Ver o Baltimore todo reformado e ter mais união, diálogo com os moradores Leitura Revista Saúde e a Revista Síndico Uma personalidade A presidente Dilma, por ser a primeira mulher a governar o Brasil O vizinho ideal É aquele que está sempre disposto a dialogar Uma alegria Ajudar a cuidar do Planeta e ver ele melhorando O futuro Vivo o presente, sou feliz cada dia que amanhece 14 síndico 198

Janeiro-Fevereiro-Março/2013 15

gestão Nova modalidade disponível para o seguro obrigatório do condomínio Além do seguro normal obrigatório existente com cobertura básica simples para incêndio, raio, explosão e queda de aeronave, as seguradoras agora oferecem uma opção mais ampla contratação do seguro é obrigatória A por lei e os síndicos são os responsáveis por sua contratação e renovação nos condomínios que administram. A novidade nesta área ocorreu em virtude da Resolução 218/2010, do Conselho Nacional de Seguros Privados, do Ministério da Fazenda. Ela determinou que fossem oferecidas coberturas em duas modalidades: básica simples e básica ampla. Assim, desde julho de 2011, as seguradoras já dispõem desses produtos para comercialização e os síndicos podem optar por continuar com a simples ou adotar a ampla. A exigência do seguro para edificações está expressa no Decreto-Lei nº 73/1966 e na Lei Nº 10.406/2002, que define como obrigatório o seguro para a edificação ou o conjunto de edificações, abrangendo todas as unidades autônomas e partes comuns, de seguro contra o risco de incêndio ou outro risco que cause destruição no todo ou em parte. De acordo com Adalina Marques, gerente da Auxiliadora Corretora de Seguros, o síndico tem 120 dias de prazo, a contar da emissão do habite-se, para fazer a contratação deste tipo de seguro. A diferença entre as duas modalidades Cobertura Básica Simples: Incêndio, queda de raio, queda de aeronaves, fumaça e explosão de qualquer natureza (verba total para o prédio), e as demais acessórias conforme necessidade do condomínio. As franquias são estipuladas por coberturas. Cobertura Básica Ampla: cobertura para todos os eventos que possam causar danos físicos materiais ao imóvel segurado, exceto os expressamente excluídos no contrato, como: desgaste 16 síndico 198

Adalina recomenda a contratação das de Responsabilidade civil, como coberturas acessórias adicionalmente. Coberturas acessórias mais solicitadas nos condomínios Queda de portão de garagem sobre veículos Roubo de bens do condomínio (adereços de hall, luminárias, equipamentos de combate à incêndio, quadros, móveis e outros) natural pelo uso ou por falta de manutenção e má conservação. A franquia é única para qualquer tipo de sinistro ocorrido. Hoje, a menor oferecida é de R$ 20 mil por evento. Coberturas acessórias Aqueles que optarem pela Cobertura Básica Simples, poderão contratar coberturas adicionais, de acordo com os riscos a que estiver sujeito o condomínio segurado. Nessa cobertura, a lei define, ainda, que a importância segurada contratada é única para todas as garantias contratadas, não podendo ser estabelecidos sublimites. Além das coberturas físicas, Custos inviáveis As seguradoras ainda estão se adequando, pois com esta resolução, foi possível oferecer um seguro mais completo. No entanto, o custo se tornou inviável para os condomínios, chegando, muitas vezes a ser 20 vezes superior ao que estavam realizando habitualmente. Ainda não tivemos nenhum condomínio que tenha feito o de Cobertura Ampla, a maioria segue contratando o de Cobertura Básica com coberturas adicionais, informa Adalina, que alerta que, como as seguradoras ainda não têm uma estatística de ocorrência de sinistros, o preço desse seguro fica bem aquém do poder aquisitivo da maioria dos condomínios. Lembrando sempre que, em ambos há ainda, as coberturas de Responsabilidade Civil (RCCs), que estão excluídas na Ampla e que são importantes para proteger o condomínio de ações jurídicas. Existem outras, as chamadas acessórias, cujas mais solicitadas atualmente são as para queda de portões de garagem, roubo de bens do condomínio, entre outros. Ela lembra ainda: o seguro do condomínio é de responsabilidade do síndico, por isso é importante ele se precaver e fazer um seguro bem adequado às necessidades do mesmo, alerta. Esclarecimento de dúvidas pelo fone (51) 32166190. COBERTURA SIMPLES R$ 10.000.000,00 incêndio, raio, explosão e queda de aeronaves R$ 500.000,00 vendaval, impacto de veículos terrestres R$ 150.000,00 danos elétricos R$ 50.000,00 quebra de vidros R$ 30.000,00 tumultos Não contratada desmoronamento Não contratada vazamento de sprinklers Cobertura ampla (todos os riscos) R$ 10.000.000,00 Não contratada Não contratada alagamento qualquer dano físico à edificação ou equipamentos Fonte: Marítima Seguradora Janeiro-Fevereiro-Março/2013 17

gestão Apartamento do zelador recebe novos destinos nos condomínios Espaços de lazer ou de geração de renda são opções quando o funcionário não reside mais na edificação Os moradores do Condomínio Edifício Gran Vita, na Zona Norte de Porto Alegre, terão em breve uma nova opção de lazer uma sala de cinema, com cerca de 15 lugares, está sendo instalada no local construído para ser a moradia do zelador. A ocupação deste espaço para entretenimento ou para geração de renda já aparece como uma tendência nos condomínios, quando a função de zelador residente deixa de existir. Com 272 apartamentos, o Gran Vita é um condomínio novo, com apenas um ano de existência. E, mesmo que já não seja comum a função de zelador que mora no prédio, foi construído um pequeno apartamento com essa finalidade, na planta original do conjunto de prédios. O síndico Leonardo Eggers conta que o espaço ficou sempre de portas fechadas, uma vez que todo o serviço de zeladoria funciona em horário comercial, sem que os funcionários residam no local. Como já existe uma estrutura de lazer bastante completa no condomínio (com área de esporte, atelier de arte e sala de computadores, entre outros), ainda não havia um projeto para dar um destino àquele espaço. Até que, em conversa com os condôminos, surgiu a ideia de transformá-lo em sala de cinema. A proposta foi levada à assembleia e aprovada, e logo em seguida começamos a construção. Já instalamos o ar condicionado e pretendemos, ainda em janeiro, termos o espaço pronto para ser utilizado, diz o síndico. O projeto da sala de cinema foi desenvolvido sem custo pela vizinha e ar Leonardo Eggers é síndico do Edifício Gran Vita, na Zona Norte de Porto Alegre, onde está sendo construída uma sala de cinema no apartamento destinado ao zelador 18 síndico 198

quiteta Patricia Homem. O investimento total, incluindo adaptação do local, instalação de home theater, projetos e poltronas, ficou em torno de R$ 14 mil. Esse investimento faz parte de um montante programado para o ano e que contempla outras benfeitorias do condomínio, com o custo médio de R$ 4,5 por morador, durante os 12 meses. Esse baixo investimento pelo morador facilitou muito para que conseguíssemos aprovar com facilidade o projeto, explica. Após a conclusão, a sala de cinema deve ser locada por hora-filme, com uma taxa ainda a ser definida em assembleia. Aprovação em Assembleia Geral São muitas as opções para a ocupação do espaço construído para ser, originalmente, o apartamento do zelador. De acordo com o consultor jurídico da Auxiliadora Predial, Pedro Becker, essa questão não é expressamente regulamentada pela legislação e suas resoluções podem ser votadas em Assembleia Geral, sem prejuízo ao condomínio. Entendo que o apartamento do zelador não pode ser vendido sem a aprovação da unanimidade dos condôminos e alteração de todas as frações ideais, o que tornaria a venda inviável. Entretanto, a mera alteração de utilização, face ao não mais uso como apartamento de zelador, pode ser feito mediante autorização da Assembleia Geral pelo quórum estabelecido na Convenção, pondera. O consultor assinala, ainda, que se trata de uma decisão útil e pode, na ausência de quórum convencional, ser aprovado pela maioria dos condôminos em Assembleia Geral com Ordem do Dia expressa a respeito. O que pode ser feito no apartamento que era do zelador Projeto da sala de cinema do Edifício Gran Vita Espaço gourmet Sala de cinema Sala de recreação Sala de estudos Espaço de negócios Atelier de artes Sala de ginástica Sala de reuniões ou assembleias condominiais Espaço para adolescentes Vestiário ou ambiente de descanso de funcionários Locação para moradia Janeiro-Fevereiro-Março/2013 19

gestão Condomínio ganhou espaço para festas Durante muitos anos, o Condomínio Edifício Glória, no bairro Bom Fim, em Porto Alegre, contou com um zelador residente. Cerca de quatro anos atrás, no entanto, os condôminos optaram por ficar apenas com a comodidade de um porteiro durante as 24 horas e um funcionário de serviços gerais, em horário comercial. O apartamento onde residia o zelador, portanto, ficou ocioso. Nosso edifício é bem antigo e não tínhamos um salão de festas, que fazia bastante falta aos moradores. Como já teríamos que reformar o apartamento, que estava em péssimas condições, resolvemos, em assembleia, reestruturá-lo para ter um espaço de lazer, conta a síndica Darli Regina Soares. Foram comprados móveis, louças, geladeira e eletrodomésticos como cafeteira e liquidificador. Também foi instalada uma churrasqueira e ar condicionado. À época, foi utilizado dinheiro em Darli Soares é síndica do Edifício Glória, no Bom Fim, em Porto Alegre, que ganhou um salão de festas no lugar da moradia do zelador caixa para a maior parte da reforma. Hoje em dia, o salão é bastante usufruído pelos 47 apartamentos. Para o uso, é cobrada uma taxa de manutenção e limpeza, com o custo fixo de um décimo de um salário mínimo. Aluguel possibilitou melhorias O Condomínio Edifício Su Matoni, localizado no Centro de Capão da Canoa, está utilizando o antigo apartamento do zelador para gerar renda e realizar melhorias na estrutura do prédio. Há cerca de dois anos, o espaço deixou de ser residência de funcionário e, após ficar fechado durante meses, houve a opção pelo aluguel. O prédio tem cerca de 18 anos e a troca de função do espaço gerou certa resistência entre os 17 apartamentos. O síndico Ernesto Krug conta que foi um longo processo de aceitação. Alguns condôminos não queriam No Edifício Su Matoni,em Capão da Canoa, o apartamento do zelador foi locado e gera renda para o Condomínio alugar, achavam que seria uma preocupação a mais. Mas depois de algum tempo com aquele espaço ocioso, conseguimos aprovar em assembleia o aluguel. Hoje, estão todos muito felizes, garante. A satisfação é justificável: o espaço deixou de ser um gerador de despesa e passou a ser um gerador de receita ao condomínio. O dinheiro arrecadado com o aluguel vai para o fundo de reservas e é utilizado para melhorias no espaço. O último investimento foi na reestruturação do jardim do condomínio. Além disso, nos livra de uma preocupação que era constante, a do vínculo empregatício do zelador residente e todas as questões envolvendo horas extras e horas noturnas de trabalho. Agora, temos um funcionário que trabalha em um horário pré-determinado, e os moradores têm elogiado o quanto o condomínio está bem cuidado, afirma. O apartamento já está em sua segunda locação e Krug garante que não houve problemas com os locatários. 20 síndico 198