ÍNDICE - Correio Braziliense...2 Capa/Cidades...2 A água que ameaça 7,5 mil pessoas no DF...2 Benzeno confirmado...2 Jornal de Brasília...4 Cidades...4 Domingo no parque com vida saudável...4 Jornal de Brasília...5 Cidades...5 Lençol freático está contaminado...5
Correio Braziliense Capa/Cidades A água que ameaça 7,5 mil pessoas no DF Laudo da Vigilância Ambiental confirma: lençol freático do Lago Oeste, em Sobradinho, está contaminado por benzeno. A substância, capaz de provocar câncer, ameaça moradores que se abastecem em poços Benzeno confirmado Água do lençol freático no Lago Oeste, onde vivem 7,5 mil pessoas, está mesmo contaminada pela substância cancerígena. Conclusão é do grupo de trabalho formado pelo GDF, UnB e Ministério Público Rachel Librelon Da equipe do Correio O resultado da análise de 23 amostras de água coletadas em diversos pontos do Lago Oeste comprovou o que se temia: a contaminação do lençol freático da região onde moram 7,5 mil pessoas. A partir da segunda-feira a Vigilância Sanitária começa a interditar os poços dos pontos críticos. Será feito um mapeamento para identificar exatamente os locais na região que representam riscos à saúde. A diretoria de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (Dival) ainda não sabe a origem e a dimensão precisa do problema. A Dival não divulgou quantas nem quais chácaras estão contaminadas. Segundo informaram ao Correio Braziliense pessoas que tiveram acesso aos exames, pelo menos 10 apresentam concentração de benzeno acima do tolerável, que é de 5 partes por bilhão (ppb). O problema apareceu principalmente em amostras coletadas em poços profundos e artesianos. As cisternas (poços mais rasos) aparentemente estavam livres da substância tóxica. Mas como o benzeno evapora com facilidade, é possível que tenha se dissipado no ar. Na segunda-feira, o grupo interinstitucional formado por representantes das secretarias de Saúde, Meio Ambiente, Vigilância Ambiental e Sanitária, Universidade de Brasília (UnB) e Companhia de Abastecimento de Brasília (Caesb) se reúne mais uma vez para fazer o raio-x da área contaminada. "É preciso avaliar até onde vai a contaminação. Precisamos do mapeamento para saber onde agir", reforça a diretora da Dival, Míriam dos Anjos. Segundo Míriam, o diagnóstico da região não foi concluído por falta de informações sobre o número e distribuição de poços no Lago Oeste. Ela também esperava ter ontem os resultados das contraprovas feitas por um outro laboratório, mas os laudos não ficaram prontos. "Decidimos considerar apenas os dados das análises da UnB, por enquanto. As contraprovas ainda vão demorar um pouco para serem concluídas", explica. A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) está à procura da fonte da contaminação e estuda como o benzeno pode ter chegado ao lençol freático. "Estamos investigando se houve casos de acidentes com postos de gasolina na região, se há reservatórios escondidos, entre outras possibilidades", relata o subsecretário de Meio Ambiente, Fernando Fonseca. Para ele, o fato de o solo da região apresentar fraturas (formações permeáveis no terreno), pode ser um agravante.
Fonte Apesar de afirmar que os números indicam o comprometimento do lençol subterrâneo, Míriam dos Anjos considera que ainda não é o momento de orientar os moradores do Lago Oeste a parar de consumir a água dos poços. Mas a promotora de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do Distrito Federal (Prodema), Cristina Rasia, defende que a comunidade seja orientada a parar de consumir a água dos poços imediatamente. "Temos que usar o princípio da prevenção", afirma. A promotora explica que trata-se de uma situação muito complexa porque a origem da contaminação não é obvia. "Temos que acompanhar o caso. Por enquanto, não se sabe a quem acusar", avalia. Cristina considera que a Secretaria de Saúde está seguindo corretamente o protocolo de ação em casos de contaminação por benzeno e obedecendo as normas ditadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Mutirão de exame médico A partir desta segunda-feira, os 1,2 mil alunos e 70 professores e funcionários do Centro de Ensino Fundamental do Lago Oeste começarão a ser examinados por uma equipe de saúde. Um grupo de profissionais vai se instalar em três salas da escola para colher amostras de sangue e urina das possíveis vítimas e fazer testes toxicológicos. Quando a Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde revelar as áreas contaminadas da região, as famílias que vivem nesses lugares também farão o exame para determinar se há benzeno no organismo. Uma vez detectada a presença da substância no corpo, a Secretaria deverá fazer um acompanhamento sistemático dos contaminados. Durante uma década, essas pessoas precisarão ser submetidas a exames anualmente. O benzeno é um composto orgânico altamente tóxico. "Ele se acumula no organismo e provoca a destruição da medula óssea em 99% dos casos", explica o toxicologista Octávio Brasil. O composto pode ser absorvido pela pele, por via respiratória e oral. Os sintomas típicos imediatos são torpor (ausência de resposta a estímulos simples), enjôo, náusea e dor de cabeça. Entre os efeitos no longo prazo, estão distúrbios visuais, respiratórios, motores e cardíacos, insônia e câncer, principalmente leucemia. Durante quase dois meses, estudantes e profissionais da escola do Lago Oeste beberam uma água que tinha gosto e cheiro de piche. O poço só foi interditado depois da confirmação de que havia 20 vezes mais benzeno do que o tolerável na água. A primeira suspeita era de que o problema estava na manta asfáltica aplicada para impermeabilizar a caixa d água. Testes posteriores mostraram que o poluente também estava no poço. O leque de investigação foi ampliado para as chácaras da região, mas o alcance da contaminação ainda é desconhecido. (RL)
Jornal de Brasília Cidades Domingo no parque com vida saudável A Secretaria de Saúde comandará os eventos que marcarão, neste domingo, o Dia Mundial da Alimentação, criado há 25 anos pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Atividades sobre promoção da saúde, venda de produtos orgânicos, exposição de produtos do cerrado e minicursos de sucos alternativos fazem parte das atividades que acontecem no Parque da Cidade, próximo à Administração, das 9h às 13h. Durante a semana de 17 a 21, das 15h às 17h, serão promovidas palestras em várias cidades sobre alimentação saudável, higiene e manipulação de alimentos, sob a coordenação da Gerência de Nutrição da Secretaria de Saúde (Gnut) e da Divisão de Vigilância Sanitária do Distrito Federal (Divisa-DF). A primeira palestra será em Ceilândia (segunda-feira), seguida de Sobradinho (terça), Gama (quarta), São Sebastião (quinta) e Riacho Fundo (sexta-feira). No dia 18, haverá um fórum sobre o tema Alimentação Saudável, no auditório da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, na 505 Norte. No Brasil, o Dia Mundial da Alimentação foi ampliado para a Semana Mundial da Alimentação, comemorada de 16 a 22 de outubro.
Jornal de Brasília Cidades Lençol freático está contaminado Uma das dúvidas sobre a água contaminada com benzeno no Lago Oeste foi esclarecida ontem: todo o lençol freático da região está contaminado. A confirmação veio da Secretaria de Saúde, por meio de exames feitos pela Universidade de Brasília (UnB). O resultado comprovou que a substância tóxica estava presente em dez amostras, das 23 analisadas: numa escola, na associação de produtores e em oito chácaras e casas. Isso torna o caso ainda mais grave, porque os órgãos envolvidos não têm a real dimensão do problema. Para responder à essa pergunta, será traçado um mapa, na próxima segundafeira, durante reunião com integrantes da Secretaria de Saúde. "Precisamos saber qual a extensão real da contaminação e qual a origem desse problema", disse Míriam dos Anjos, chefe da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) da Secretaria de Saúde. O corpo técnico dos profissionais envolvidos na solução do caso receberá um reforço. Dez profissionais da Fundação Zerbini foram contratados temporariamente em caráter de emergência para trabalhar na região, a partir de segunda-feira. Segundo a assessoria da instituição, os agentes comunitários da saúde farão o cadastramento dos moradores e terão a ajuda de mais cinco auxiliares que serão removidos de outras áreas do DF. Atualmente, o Lago Oeste tem cerca de mil chacareiros. Uma pesquisa feita a partir da semana que vem identificará quais deles possuem poços profundos. Os rasos não foram contaminados