Perspectivas Médicas ISSN: Faculdade de Medicina de Jundiaí Brasil

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Perspectivas Médicas ISSN: 000-2929 perspectivasmedicas@fmj.br Faculdade de Medicina de Jundiaí Brasil Meloni, Michelle; Scalom Carminatti, Rafael; Leme Fercondini, Marília; Camilo Neto, Carlos; Gomes Giraldi, Mariana; Merces Rodrigues, Waldinei Paracoccidioidomicose visceral: O papel do diagnóstico por imagem. Perspectivas Médicas, vol. 25, núm. 3, septiembre-diciembre, 20, pp. 37-2 Faculdade de Medicina de Jundiaí São Paulo, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=23232900006 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

37 RELATO DE CASO Paracoccidioidomicose visceral: O papel do diagnóstico por imagem. Visceral paracoccidioidomycosis: The role of image diagnostic. Palavras-chave: Paraccocioidomicose Visceral; Glândulas Adrenais; linfadenopatia. Key words: Visceral Paracoccidioidomycosis; Adrenal Glands; Lymphadenopathy. Michelle Meloni Rafael Scalom Carminatti Marília Leme Fercondini 2 Carlos Camilo Neto 3 Mariana Gomes Giraldi Waldinei Merces Rodrigues Médicos Residentes de Radiologia de Diagnóstico por Imagem da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), Jundiaí, São Paulo, Brasil. 2 Médico Patologista do Laboratório Neto & Kato Medicina Diagnóstica, Jundiaí, São Paulo, Brasil. 3 Aluna do Curso de Graduação em Medicina da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), Jundiaí, São Paulo, Brasil. Professor Auxiliar da Disciplina de Imagenologia, Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), Jundiaí, São Paulo, Brasil. Endereço para correspondência: Michelle Meloni - Rua Zufferey, nº 2, bloco 6, apto 02. CEP 3202-20, Jundiaí, SP. E-mail: michelle_mel@hotmail.com Não há conflito de interesse. Todos os direitos editoriais adquiridos. Artigo recebido em: 27 de Junho de 20. Artigo aceito em: 22 de Novembro de 20. RESUMO A Paracoccidioidomicose é uma doença fúngica sistêmica endêmica do Brasil, causada pelo Paracoccidioides brasiliensis, fungo dimórfico. Qualquer órgão do corpo pode ser acometido, sendo as manifestações radiológicas mais importantes observadas nos pulmões, linfonodos, suprarrenais, ossos, tubo digestivo e sistema nervoso. Dessa forma, é importante levá-la em consideração como diagnóstico diferencial de doenças infecciosas e outras doenças linfoproliferativas. Esse artigo visa mostrar que os métodos de imagem são de grande auxilio para caracterização das lesões, sendo o s a c h a d o s r a d i o g r á f i c o s, ultrassonográficos e tomográficos essenciais para a condução terapêutica desta doença. ABSTRACT Paracoccidioidomycosis is an endemic systemic fungal disease in Brazil. It is caused by Paracoccidioides brasiliensis, a dimorphic fungus. Any organ of the body can be affected by it. The most important radiological manifestations are observed in the lungs, lymph nodes, adrenal glands, bones, digestive tract and nervous system. For this reason, it is important to take it into account as a differential diagnosis of i n f e c t i o u s d i s e a s e s a n d o t h e r lymphoproliferative diseases. Thus, the objective of this article is show that the ultrasound and the computer tomography are important in the role of characterizes the Perspectivas Médicas, 25(3): 37-2, set./dez. 20. DOI: 0.6006/perspectmed.200305.683638

38 Paracoccidioidomicose visceral: O papel do diagnóstico por imagem. - Michelle Meloni e cols. lesions, as well as, that this images are essentials to disease s therapeutic orientation. INTRODUÇÃO A Paracoccidioidomicose é uma doença f ú n g i c a s i s t ê m i c a c a u s a d a p e l o Paracoccidioides brasiliensis, fungo dimórfico, encontrado nas Américas do Sul, 2 e Central. Ela é doença sistêmica endêmica no Brasil. A porta de entrada mais frequente é o trato respiratório superior, e sua disseminação para outros locais, ocorre por 3 via hematogênica e linfática. Qualquer órgão do corpo pode ser acometido, sendo as manifestações radiológicas mais importantes observadas nos pulmões, linfonodos, suprarrenais, ossos, tubo digestivo e sistema nervoso. Dessa forma, é importante levá-la em consideração como diagnóstico diferencial de doenças infecciosas e outras doenças linfoproliferativas. O pulmão é o órgão mais acometido e, 2, 3 outras apresentações são incomuns. As lesões ganglionares ocorrem principalmente na periferia e no abdome e a forma intestinal no jejuno, íleo e cólon. A forma visceral predomina no fígado e baço; as lesões do sistema nervoso central são raras e aparecem nos indivíduos já com lesões em outros órgãos. Nos ossos, se caracteriza por lesões l í t i c a s s e m r e a ç ã o e s c l e r ó t i c a, predominando nos ossos longos e clavículas. Quando na suprarrenal, pode haver insuficiência adrenal primária, sendo o u l t r a s s o m ( U S ) e a t o m o g r a f i a computadorizada (TC) importantes para sua 3, caracterização. Numa fase mais aguda, há aumento difuso da glândula, uni ou bilateral, pela necrose caseosa, com realce mais periférico do contraste na TC. Numa fase crônica, há atrofia e calcificação da glândula. Os métodos de imagem são de grande auxílio para caracterização das lesões, sendo essenciais os achados radiográficos, ultrassonográficos e 5 tomográficos. MÉTODO E RESULTADOS Este estudo foi realizado em um Hospital Público da cidade de Jundiaí, estado de São P a u l o. A c o n d u t a i n i c i o u c o m o acompanhamento de paciente do gênero feminino, 20 anos de idade, branca, sem comorbidades conhecidas, que apresentouse com linfonodomegalia cervical e febre vespertina (38 C) há dois meses. Foi realizado US cervical, que mostrou linfonodos nos níveis II e III esquerdos, os maiores medindo, e,0 cm nos seus menores eixos e, no nível II direito, medindo,0 e 0,6 cm nos menores eixos. Foi, então, internada no Hospital de Caridade São Vicente de Paulo Jundiaí SP, para investigação do quadro. Ao exame físico de entrada apresentava icterícia leve, linfonodomegalia cervical e lesões na face tipo pápulas eritematocrostosas. O U S a b d o m i n a l m o s t r o u linfonodomegalia no hilo hepático (Figuras e 2) medindo até 3,3 cm, esplenomegalia, vesícula biliar contraída e ascite. A TC de abdome e pelve confirmou os achados ( F i g u r a 3 ), a l é m d e m o s t r a r linfonodomegalia inguinal (Figura ), e a TC de tórax mostrou linfonodomegalia paratraqueal direita e para-aórtica (Figura 5). Perspectivas Médicas, 25(3): 37-2, set./dez. 20. DOI: 0.6006/perspectmed.200305.683638

Paracoccidioidomicose visceral: O papel do diagnóstico por imagem. - Michelle Meloni e cols. 39 Figura : Ultrassonografia de abdome: linfonodomegalia no hilo hepático (seta). Figura 2: Ultrassonografia de abdome: linfonodomegalia no hilo hepático (seta). Perspectivas Médicas, 25(3): 37-2, set./dez. 20. DOI: 0.6006/perspectmed.200305.683638

0 Paracoccidioidomicose visceral: O papel do diagnóstico por imagem. - Michelle Meloni e cols. Figura 3: Tomografia Computadorizada de abdome fase arterial: linfonodomegalia (seta), hepatomegalia (*) e esplenomegalia (**). Figura : Tomografia Computadorizada de abdome e pelve fase tardia: linfonomegalia inguinal (seta). Perspectivas Médicas, 25(3): 37-2, set./dez. 20. DOI: 0.6006/perspectmed.200305.683638

Paracoccidioidomicose visceral: O papel do diagnóstico por imagem. - Michelle Meloni e cols. Figura 5: Tomografia Computadorizada de tórax: linfonodomegalia paratraqueal direita e para-aórtica (seta). Após rastreio infeccioso com sorologias, foram descartadas hipóteses como tuberculose ou HIV. Prosseguiu-se a investigação para avaliar a possibilidade de doença fúngica pelo Paracoccidioides brasiliensis. Foi realizada biópsia dos linfonodos cervicais, que forneceu achados m o r f o l ó g i c o s s u g e s t i v o s d e paracoccidioidomicose (Figuras 6 e 7). Figura 7: Numerosas estruturas fúngicas em meio a infiltrado inflamatório crônico granulomatoso. Coloração de Hematoxilina-Eosina. X250. DISCUSSÃO Figura 6: Fungos com estrutura típica "leme de navio (setas). Coloração de Grocott. x00. A paracoccidioidomicose extrapulmonar é um achado incomum-5. Segundo Trad et al.3, o percentual de lesões ganglionares é baixo, sendo que ocorrem principalmente na periferia e no abdome, achados compatíveis com os do caso aqui descrito. O a c o m e t i m e n t o l i n f o n o d a l é u m a Perspectivas Médicas, 25(3): 37-2, set./dez. 20. DOI: 0.6006/perspectmed.200305.683638

2 Paracoccidioidomicose visceral: O papel do diagnóstico por imagem. - Michelle Meloni e cols. manifestação clínica comum pelo tropismo do P. brasiliensis pelo sistema retículo endotelial. Segundo Costa et al, as principais cadeias linfonodais afetadas são as do segmento cefálico, subclavicular, axilar e abdominal; no presente estudo, os linfonodos foram encontrados no hilo hepático e na cadeia cervical. Neste caso, a US e TC mostraram-se muito eficazes no diagnóstico, pois além de s e r e m m é t o d o s m e n o s i n v a s i v o s, possibilitaram a avaliação do estudo linfonodal e das estruturas adjacentes. Além disso, como foi descrito por Costa et al, no presente estudo a TC permitiu a avaliação de cadeias inacessíveis ao US, como as mediastinais e profundas. CONCLUSÃO O diagnóstico do acometimento extrapulmonar da paracoccidioidomicose se torna cada vez mais acurado com a maior utilização e incremento dos métodos de imagem. A associação do US e da TC para a caracterização das lesões linfonodais, viscerais, ósseas ou do sistema nervoso central é essencial. Os achados podem ser incaracterísticos ou não patognomônicos, porém a história clínica e a proveniência do paciente de local endêmico devem ser considerados no diagnóstico diferencial. REFERÊNCIAS. M a r q u e s A S e t a l. Paracoccidioidomicose: centenário do primeiro relato de caso. An Bras Dermatol 2008; 83(3):27-3. 2.Funari M, Kavakama M, Shikanai- Yashda MA, et al. Chronic pulmonary paracoccidioidomycosis (south american blastomycosis): high-resolution CT findings in patients. Ajr 999; Jul. 73: 59-6. 3.Trad HS, Trad CS, Elias JJ, et al. Revisão radiológica de 73 casos consecutivos de paracoccidioidomicose. Radiol Bras 2006; 39(3):75 9.. Costa MAB, Carvalho TN, Araújo CRJ, et al. Manifestações extrapulmonares da paracoccidioidomicose. Radiol Bras 2005; 38():552. 5.Barreto MM, Marchiori E, Amorim V B, e t a l. T h o r a c i c paracoccidioidomycosis: radiographic and CT findings. Radiographics 202; 32:7 8. Perspectivas Médicas, 25(3): 37-2, set./dez. 20. DOI: 0.6006/perspectmed.200305.683638