GRITO PELA EDUCAÇÃO PÚBLICA DE QUALIDADE NO ESTADO DE SÃO PAULO Edição nº 2
Apresentação Esta é a segunda cartilha do Grito pela Educação Pública de Qualidade no Estado de São Paulo, movimento que reúne entidades sindicais, educacionais, estudantis e sociais em torno de um objetivo comum: assegurar o acesso de todos(as) à educação pública de qualidade. Na primeira cartilha, abordamos a necessidade de nossa união para impedir o fechamento de 94 escolas e a reorganização de outras 754, como pretendia o Governo Estadual. Juntos, professores, pais, estudantes e movimentos sociais fomos vitoriosos. O Governo recuou, o então Secretário da Educação renunciou e a justiça proibiu a tal reorganização. Mas este Governo sequer respeita decisão judicial. E continua aprontando. Continua fechando classes e prejudicando a comunidade escolar. Veja nesta publicação o que está acontecendo e como você pode ajudar a melhorar a escola pública no estado de São Paulo. Venha conosco participar do Grito Pela Educação Pública de Qualidade no Estado de São Paulo. A escola pública é de todos nós!
Um Estado rico que não 3 cuida de seu povo Você vive num país de proporções continentais, que tem a sétima economia do mundo. Você mora no estado mais rico, com a maior economia e a maior arrecadação de impostos deste país. Então, o Governo Estadual deveria oferecer aos cidadãos os melhores serviços públicos, principalmente o mais importante deles, a educação, certo? Certo, mas não é o que acontece. Em São Paulo, o Governo não cumpre suas obrigações.
4 Governo fora da lei
5 Em São Paulo, o maior bandido é o próprio governo estadual. Exagero? Então veja. Um Governo que rouba merenda das crianças e usa o dinheiro para campanhas eleitorais e enriquecimento de seus membros é o que? Que nome merece quem desobedece a Justiça e faz uma reorganização silenciosa, fechando mais de 1.300 classes (já foram quase 5 mil classes fechadas desde 2015)? Que fecha turnos e recusa matrículas, deixando crianças e adolescentes fora da escola? Não é bandido um Governo que corta verbas das escolas, onde as condições de ensino-aprendizagem são ruins e chega a faltar até papel higiênico? Enquanto isso gasta mais de R$ 3 milhões para subsidiar revistas e jornais que falem bem dele... O que você acha de governantes que deixam professores sem reajuste salarial, recebendo muito menos que outros profissionais com a mesma formação? E que desconta salários de professores doentes que estão esperando suas licenças médicas? Pois é, o Governo do Estado de São Paulo está fazendo tudo isso e muito mais nas escolas estaduais.
6 Educação é tudo de bom... Para você, para mim, para nossas famílias e nossas comunidades a educação é um bem muito precioso. Ela pode abrir portas para o futuro das pessoas. Ela forma cidadãos capacitados para exercer a plenitude de seus direitos. E é fundamental para ajudar um país a se desenvolver e oferecer uma vida melhor para o seu povo.
7...mas o Governo paulista acha que isso não é pra todo mundo Parece que as pessoas que vem governando o Estado de São Paulo pensam que educação não é pra qualquer um. Parecem não dar nenhum valor aos filhos e às filhas da classe trabalhadora. Escola boa, para esse pessoal, é apenas para quem pertence às classes ricas. Para os pobres, pode ser qualquer coisa. E, ainda assim, negam a esses meninos e meninas a oportunidade de estudar, fechando classes e recusando matrículas. Você nem precisa acreditar na gente. Visite uma escola estadual. Converse com as pessoas e verá que estamos muito longe de um ensino de qualidade.
8 Escola boa precisa ter algumas coisas básicas: Precisa ter uma coisa chamada gestão democrática, ou seja: - Conselhos de Escola livremente eleitos e funcionando com a participação de professores, estudantes, pais, funcionários, para debater e decidir sobre todos os aspectos do funcionamento da escola. -Grêmios eleitos de forma democrática e participativa e dirigidos livremente pelos estudantes. -Associações de Pais, eleitas também de forma democrática, que participe ativamente da vida escolar e das mais importantes definições dentro da escola. E precisa ter também: salas de aula adequadas. ambientes e equipamentos como bibliotecas, salas de leitura, laboratórios, salas de informática etc. profissionais bem remunerados e valorizados. Eles precisam ter horários de trabalho que permitam estar sempre atualizados para dar aulas cada vez melhores. ambiente de respeito mútuo, sem violência. currículo e organização dos tempos e espaços que a torne interessante e agradável para que o estudante queira nela permanecer.
O que a gente pode fazer para mudar isso? 9 Ah, podemos fazer muita coisa. O primeiro passo é a gente se unir: professores, pais, estudantes, funcionários, associações de moradores e todos os movimentos e entidades da comunidade. Depois, é preciso conversar e debater, para descobrirmos o que todos querem e nos organizar para conquistar tudo o que for necessário para melhorar a escola. Isto pode ser feito em conversas nos intervalos, na sala dos professores, em rodas de bate-papo, no grêmio, na APM, nas reuniões do Conselho de Escola e, também, numa grande e representativa CONFERÊNCIA ESCOLAR. A gente acha que você pode e deve trilhar esses passos na sua escola. Se puder fazer isso até o dia 14 de março, melhor. E vamos dizer por que.
10 A educação pública é nossa. Vamos debatê-la na Conferência Popular de Educação
11 Todos dizem que é conversando que a gente se entende, não é? Então, pensamos, por que não sentamos todos juntos e conversamos sobre a educação pública que queremos? Foi por isso que decidimos organizar a CONFERÊNCIA POPULAR DE EDUCAÇÃO, que vai acontecer nos dias 15, 16 e 17 de março. E sabe onde? Na Praça da República, em São Paulo. Nada de salas fechadas e pequenos grupos. Nós queremos que muita gente venha discutir a educação. Por isso, é bom que sua escola realize uma conferência antes desta data. Vamos mostrar ao Governo Estadual que a rede estadual de ensino não é dele. É NOSSA. É de toda a população do estado de São Paulo.
12 Como participar? Simples. É só chegar. Na Conferência, haverá oficinas e debates sobre: merenda escolar, saúde, condições de trabalho e de aprendizagem nas escolas públicas financiamento da educação/ Pré-sal gestão democrática e projeto político-pedagógico das escolas escola acolhedora: currículo na construção de um novo modelo de organização dos tempos e espaços escolares greve dos professores e valorização dos profissionais da Educação crise no ensino superior paulista formas de organização do movimento social Enfim, tudo o que possa interessar para todos nós, no sentido de melhorar as escolas públicas do estado de São Paulo. Se você é do interior, procure uma das entidades participantes na sua região e ajude a formar uma delegação para vir a São Paulo.
E vai dar resultado? 13 Dizem que só a morte é inevitável e não podemos mudar. Dizem também que a união faz a força. Isso ficou demonstrado, por exemplo, em 2015, quando nosso movimento impediu o fechamento de 92 escolas e a reorganização de outras 754 unidades escolares. A Conferência Popular de Educação é uma oportunidade para nos unirmos ainda mais e para ampliarmos uma grande aliança para melhorar a educação pública no estado de São Paulo, de forma que os filhos e filhas da classe trabalhadora tenham o mesmo ensino de qualidade que têm os segmentos privilegiados da nossa população. Só por isso já vai valer a pena. Então, venha com a gente!
14 Anotações...
A EDUCAÇÃO PÚBLICA NO ESTADO DE SÃO PAULO NUNCA MAIS SERÁ A MESMA! PARTICIPE DA CONFERÊNCIA POPULAR DE EDUCAÇÃO DE 15 A 17 DE MARÇO DE 2016 Praça da República São Paulo/SP Até 14/03, organize conferência escolar e outras atividades preparatórias na sua escola, na escola de seu filho ou da sua comunidade. Venha construir propostas para melhorar a educação pública no estado de São Paulo. Venha com a gente. A ESCOLA PÚBLICA É DE TODOS NÓS!