Luís Ferreira Centro Hospitalar Médio Tejo
25% 20% 20% 15% 15% 15% EDM DSM-III Sintomas depressivos 10% Questionário 9% 5% 6% 6% 3% 0% COMUNIDADE CONSULTA INSTITUI«ES comunidade consulta instituições Adapatado de: Myers et al., 1984; Regier et al.,1988; ECA study; Katon & Sullivan, 1990; Rapp et al., 1988; Von Korff et al., 1987; Parmelee et al.,1992; Blazer, 1991
Perdas sensoriais Perdas cognitivas Factores biológicos Alterações do ritmo circadiano, sono, líbido Alterações da linguagem e da memória Factores tóxicos (álcool, tabaco, polimedicação) Diminuição da mobilidade Doenças intercorrentes (comorbilidade)
Factores sociais Exclusão do mundo do trabalho (aposentação/reforma) Diminuição da produtividade e do rendimento Mudança de estatuto social / Mudança de actividades sociais Dependência física/social/económica de familiares Diminuição do prestígio e do poder Isolamento social Alteração das actividades e dos papéis sociais e familiares Problemas familiares e domésticos quotidianos Mudança de residência Esteriótipos sobre o envelhecimento e a doença mental
Viver num lar Factores sociais Não ter podido escolher o lar Luto Tratar de uma pessoa dependente Mau suporte social (Jorm A. F., 1995; Commerford et al., 1996)
Factores psicológicos Ninho vazio Lutos (conjûge, familiares, amigos) Perda das referências Sentimentos de solidão / insegurança / vazio / inutilidade Percepção do declínio físico e das alterações das capacidades intelectuais Ameaça de perda ou perda da autonomia Expectativas perante a morte Medo de morrer só e em sofrimento Adaptação pré-mórbida a nível social e familiar
Genético Os familiares de doentes deprimidos com >50A têm um risco de 8,3% de sofrerem de depressão Os familiares de doentes deprimidos com <50A têm um risco de 20,1% de sofrerem de depressão Sexo Proporção de 2 M : 1 H (Hopkinson, 1964; Mendlewicz, 1976; Myers et al., 1984)
Factores de vulnerabilidade pessoal História de depressão prévia Sintomas depressivos intensos prévios Personalidade ( Jorm A. F., 1995)
IDOSOS 1. Solidão / isolamento 2. Reforma 3. Conflitos familiares 4. Morte de familiares TODAS AS IDADES 1. Conflitos familares 2. Morte de familiares 3. Problemas laborais 4. Doenças somáticas (Tempo Medicina, 1994)
A depressão do idoso tem frequentemente uma apresentação clínica que não se enquadra nos critérios de Episódio Depressivo Major (NIHCDC, 1991; Blaze et al., 1989; Giller et al., 1989; Godderis, 1991) A DSM-IV propõe para estudo duas categorias diagnósticas que podem ser relevantes no idoso: Episódio depressivo minor (EDm) Perturbação mista ansiedade e depressão
Dep. major Clinica/ Significativo Dep minor Distimia Breve, recorrente Misto Ansiedade/Depressão? Sintomas isolados
Humor disfórico >1 mês + pelo menos quatro dos seguintes: Dificuldades de concentração ou ter a cabeça vazia alterações o sono fadiga ou falta de energia irritabilidade preocupações choro fácil hipervigilância antecipação do perigo desespero / pessimismo baixa auto-estima ou sentimentos de inutilidade (DSM-IV)
Humor depressivo mais Perturbação do Sono Diminuição do Interesse Culpabilidade Alterações Psicomotoras Perda de Energia Dificuldade de Concentração Diminuição do Apetite Pensamentos Suicidas
Fadiga ou sensação de fraqueza Dores difusas (dorso-lombares, torácicas) Sensação de falta de ar ou de malestar Palpitações Dores abdominais, obstipação Cefaleias, vertigens Parestesias Micção frequente (Godderis, 1991)
O exame físico e os demais EAD são geralmente negativos Os doentes são frequentemente catalogados como padecendo de patologias orgânicas atípicas ( nevralgia atípica, distonia atípica,...) (Godderis, 1991)
Delírios e/ou alucinações de conteúdo negativo (culpabilidade, pecado, miséria) Delírios e/ou alucinações hipocondríacas ou niilísticas Agitação psicomotora grave / Inibição psicomotora intensa / Estupor (Godderis, 1991)
30% dos doentes diagnosticados como Doença de Alzheimer apresentam critérios clínicos de Depressão 20% dos doentes idosos deprimidos apresentam disfunção cognitiva suficiente para se considerar o diagnóstico de Demência (Teri & Wagner, 1992; Larue et al., 1986; Godderis, 1991)
Diminuição da memória e concentração Perda de interesse pelo seu ambiente Apatia, isolamento, perda da vitalidade Inibição, lentificação ou perseveração do pensamento Irritabilidade, disforia Agitação ou inibição psico-motora Fatigabilidade física e psíquica (Roldão Vieira, 1996; Godderis, 1991)
(Godderis, 1991) Pseudo-Demência Sintomas há < 6 meses Evolução rápida Factores psicogénicos ou somatogénicos evidentes Perda da memória recente e remota Comportamento incongruente com a disfunção cognitiva Demência Sintomas há > 1 ano Evolução lenta e gradual Sem evidência de factores psicogénicos ou somatogénicos Perda da memória recente superior à da memória remota Comportamento congruente com a disfunção cognitiva
Pseudo-Demência Antecedentes depressivos frequentes Agravamento matinal Dificuldades exageradas e exibidas e não se esforçam por se mostrar válidos Orientados Evidentes alterações do afecto Melhora com antidepressivos Demência Antecedentes psiquiátricos raros Agravamento nocturno Tentam dissimular as dificuldades e tentam mostrar-se válidos Desorientados Afecto lábil e superficial Não melhora c/ antidepressivos (Godderis,) 1991
Doenças endócrinas Distúrbios eletrolíticos Doenças infeciosas Doenças sistémicas Doença cardiovascular Neoplasias Doenças do SNC Doenças neurológicas Deficiências vitamínicas Outras doenças psiquiátricas Clinical Practice Guideline Number 5: Depression in Primary Care, Volume 1: Detection, Diagnosis, and Treatment. 1993. AHCPR publication 93-0550. Quick Reference Guide for Clinicians Number 19: Early Identification of Alzheimer s Disease and Related Dementia. 1996. AHCPR publication 97-0703.
Anti-hipertensores Benzodiazepinas Antineoplásicos Anti-inflamatórios Antagonistas H 2 Hormonas Antibióticos Antipsicóticos Anticonvulsivantes Álcool Tariot. J Clin Psychiatry. 1996;57(suppl 14):21-29.
ELETRÓLITOS HEMOGRAMA e VS Vit. B12 e Ac. Fólico Função Tiroideia Rx Tórax ECG EEG TAC RM
Geralmente persiste se não se trata Causa mal estar, abuso de substâncias, complicações médicas, eventualmente morte Tratamento melhora actividade diária, a contribuição para a sociedade, interesse em manter ou melhorar o estado de saúde
Tratar os sintomas depressivos Restaurar o funcionamento psicossocial Prevenir recaídas Ajudar os doentes a aceitar terapêuticas para outras patologias Melhorar a adaptação a perdas irreversíveis
Intervenção Psicossocial é dirigida a um leque alargado de consequências sociais e funcionais da depressão Psicoterapia beneficia a depressão leve e moderada Terapia Interpessoal Terapia Comportamental Terapia Cognitiva Electroconvulsivoterapia Apropriada para a depressão severa e resistente Apropriada para os doentes com ideias de suicídio e psicóticos Os resultados mostram eficácia a curto prazo
Mudanças associadas à idade na farmacocinética Diminuição do metabolismo hepático Diminuição da clearance renal Aumento das concentrações plasmáticas Prolongamento da semi-vida de eliminação Aumento dos riscos de efeitos adversos associados à idade Exacerbação dos sintomas Polifarmácia Interacções medicamentosas Efeitos nos quadros clínicos associados à idade
Aumento dos riscos de quedas/fracturas devidas à hipotensão ortostática ou sedação Polifarmácia Dificuldades na aderência
É uma das poucas doenças na qual o tratamento pode fazer uma diferença rápida e dramática no nível de funcionamento de um doente idoso.
A adesão ao tratamento é fundamental Explicar ao doente os principais efeitos secundários Envolvimento da família
90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 41 68 parou medicaçãoparou medicaçãonão completou 6 em 2 semanas em 4 semanas meses de tratamento 83 1. Johnson DAW. Acta Psych Scand 1981 2. depression in primary care US dep.health, 1983
É frequente Tem consequências graves Pode ser correctamente diagnosticada Pode ser tratada eficazmente Necessita de tratamento prolongado
A felicidade não tem idade...