CENTRO UNIVERSITÁRIO UniSEB COC



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Transcrição:

CENTRO UNIVERSITÁRIO UniSEB COC André Dutra de Oliveira Pereira de Souza Informação e Sensacionalismo no Jornalismo Online: Análise da cobertura jornalística do caso Ronaldo na Copa do Mundo da França em 1998 Ribeirão Preto 2011

André Dutra de Oliveira Pereira de Souza Informação e Sensacionalismo no Jornalismo Online: Análise da cobertura jornalística do caso Ronaldo na Copa do Mundo da França em 1998 Trabalho monográfico de conclusão de curso apresentado para a obtenção do Grau de Bacharel em Jornalismo ao Centro Universitário UniSEB COC no curso de Comunicação Social habilitação em Jornalismo. Orientador: Prof. Marcos de Assis dos Santos Ribeirão Preto 2011

Ficha Catalográfica S719i Souza, André Dutra de Oliveira Pereira de. Informação e sensacionalismo no Jornalismo Online. André Dutra de Oliveira Pereira de Souza - Ribeirão Preto, 2011. 105 f., il.. Orientador: Prof. Marcos de Assis dos Santos. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário UNISEB de Ribeirão Preto, como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Bacharel em Comunicação Social Jornalismo sob a orientação do Prof. Marcos de Assis dos Santos. 1. Jornalismo Online. 2. Sensacionalismo. 3. Futebol. I. Título. II. Santos, Marcos de Assis dos. CDD 070

Dedicatória Aos meus mestres Inez (in memoriam), Bruno, Mamãe, Rafael, Renata e Waléria que caminharam junto comigo e me ajudaram a chegar até aqui

Agradecimentos Aos meus pais, por acreditarem no potencial do meu sonho de querer fazer faculdade Ao meu irmão, por me acompanhar, mesmo que à distância, e sempre torcer por mim Aos meus familiares pelo apoio de sempre Ao Denis por não permitir que eu desistisse quando eu tive muita vontade de fazer isso Aos meus caríssimos colegas que caminharam junto comigo e deram mais prazer ao aprendizado e ao processo Aos professores pelo conhecimento passado e pelas grandes lições transmitidas Ao Marcos e à Andréa, pelas contribuições e questionamentos que foram importantes para que o trabalho saísse bem feito

Aquele que controla os outros pode ser forte, mas aquele que se domina é ainda mais poderoso (Lao Tsé)

Resumo A informação, no jornalismo, passou a circular praticamente em tempo real a partir do uso crescente da tecnologia e, atualmente, atinge um grande número de pessoas, principalmente com a modalidade online. Neste contexto, a temática do futebol também ganhou dimensão planetária e, com o suporte da mídia, os personagens - principalmente jogadores e técnicos - que dela fazem parte, são tratados como astros internacionais. Contudo, permanece presente a clássica divisão e debate entre o jornalismo tradicional e o sensacionalista em matérias que envolvem o futebol e seus protagonistas. Assim, o cuidado na elaboração das matérias jornalísticas passa por alguns parâmetros, como por exemplo: as fontes consultadas, o conteúdo escrito e a forma de construção das notícias. O presente trabalho tem por objetivo apresentar marcos teórico-conceituais do jornalismo, do jornalismo esportivo (online) e os marcos sensacionalistas na construção da notícia e analisa a presença desses elementos no caso Ronaldo na final Copa do Mundo de futebol de 1998 entre Brasil e França. Para tanto, após uma revisão bibliográfica sobre o tema e estabelecimento de critérios que identificam o jornalismo sensacionalista na construção da notícia online, houve a consulta em três veículos de comunicação online: Gazzetta dello Sport da Itália, Le Monde da França e Folha de São Paulo do Brasil que cobriram o caso Ronaldo na final da Copa do Mundo de 1998 na França. Naquela ocasião o jogador supostamente sofreu uma convulsão horas antes do jogo da final, jogo este que ele participou e que envolveu uma enorme polêmica. Os resultados mostram que os critérios que identificam o jornalismo online e o sensacionalismo estão pouco presentes nas matérias. As possibilidades apontadas como essenciais ao jornalismo online: interatividade, hipertextualidade e multimídia não foram exploradas pelas matérias analisadas. A preocupação em informar é dominante e o uso de entrevistas foi o recurso técnico predominante diante da ausência de apuração e checagem. O sensacionalismo, diante de um fato relevante e de grande apelo midiático, como o caso Ronaldo em 1998, também não foi explorado. Palavras-chave: jornalismo online, sensacionalismo, futebol, mídia, fontes, apuração.

Abstract The information, in journalism, turned to move virtually in real time from the increasing use of technology and, currently, reaches a large number of people, mainly with the online mode. In this context, the theme of football also won a planetary dimension and, with the support of the media, the characters - mainly players and coaches - that are part in the process are treated as international superstars. However, remains the classical division and debate between traditional journalism and the sensationalism on matters involving the football and its protagonists. Thus, the care in preparation of journalistic material goes through some parameters, such as for example: the sources consulted, the written content and the form of construction of news. This work intends to present conceptual theoretical milestones of journalism, sports journalism (online) and marcos hyped in the construction of the news and analyzes the presence of these elements in ' case Ronaldo ' in the final World Cup of 1998 between Brazil and France. To do so, after a literature review on the subject and establishing criteria that identify the sensationalist journalism in the construction of online news, there were three consultation online communication vehicles: Italy's Gazzetta dello Sport, Le Monde from France and Folha de São Paulo of Brazil who covered the case Ronaldo in the final of the 1998 FIFA World Cup in France. On that occasion the player supposedly suffered a seizure on the night before the final game which kept his enrollment undefined until minutes before the match started and, even on that unknown condition, he took part in the final game which involved a huge controversy. The results show that the criteria that identify the online journalism and sensationalism are little present in the field. The possibilities identified as essential to online journalism: interactivity, hypertextuality and multimedia were not exploited for the materials analyzed. The necessity to inform through interviews was the predominant technical resource on lack of verification and checking. The sensationalism, given a relevant fact and a large media appeal, as the case Ronaldo in 1998, has not been explored. Keywords: online journalism, sensationalism; football, media; sources; verification

Lista de tabelas Tabela Título Página Tabela 1 Folha de São Paulo 53 Tabela 2 Gazzeta dello Sport 59 Tabela 3 Le Monde 65

Lista de abreviaturas e siglas COI FIFA HD PSV Eindhoven TV UEFA UOL www - Comitê Olímpico Internacional -Fédération Internationale de Football Association Federação Internacional de Futebol Associado - High Definition Alta Definição - Philips Sport Vereniging União Esportiva Philips - Televisão -Union of European Football Associations União Europeia de Futebol Associado - Universo On Line Portal de Internet - World Wide Web Rede Mundial de Computadores

Sumário Página Resumo Abstract 1. Introdução 12 2. Objetivo geral 17 2.1 Objetivos específicos 17 2.2 Justificativas 17 2.3 Hipoteses 17 3. Mídia, Jornalismo e Sensacionlismo 18 3.1 Mídia, jornalismo e esporte 18 3.2 Mídia online e informação 22 3.3 Mídia e sensacionalismo 3.3.1 Sensacionalismo e futebol 32 34 4. Metodologia 44 5. O Caso Ronaldo 46 6. Discussão 71 7. Conclusões 76 Revisão bibliográfica 78 Anexos. 85

12 1. Introdução O jornalismo é uma atividade de transformação informativa e possui uma dimensão prática e comunicativa. Prática por ser uma atividade racional, empresarial e industrial, pautada pela periodicidade, pela regularidade, controlada e definida pelas rotinas de produção. Comunicativa porque é naturalmente humana, social, ideológica e, na medida em que é mediada pelo sujeito da produção e da interpretação, efêmera (PEDROSO, 2001). Para Pedroso (2001, p. 34), o jornalismo como atividade intrinsicamente humana, social e ideológica (por isso subjetiva, arbitrária e coletiva) transforma a realidade apreensível em relato. Portanto, o jornalismo existe como notícia e a notícia constitui a existência do jornalismo. Então, o jornalismo ético tem como princípio a busca da exatidão (exatidão significa verdade para o jornalismo) e da realidade, a busca do interesse social, a revelação dos conflitos e o distanciamento dos interesses parciais. Por outro lado, o presente trabalho aborda o jornalismo sensacionalista, que tem lugar na mídia e reflexos na sociedade, e recebe atenção específica para muitos autores como Pedroso (2001), Marcondes Filho (1986), Angrimani Sobrinho (1995), Debord (1997), Toldo e Negrini (2009) e Rausch (2010). Para Angrimani Sobrinho (1995), o jornalismo sensacionalista parece ser praticado desde os primórdios da atividade. No Brasil, o termo utilizado para veículos que utilizam do expediente do sensacionalismo é chamado de imprensa marrom, muito provavelmente com inspiração do termo francês utilizado por Gaëtan Delmar em 1841, que criou o termo presse marron, para designar as impressões ilegais de notícias, ou as notícias que tenham pouca credibilidade, que eram impressas nos canards (folhetins noticiosos) na França no início do século XIX, segundo Angrimani Sobrinho (1995). Mas afinal, o que é o sensacionalismo e que fascínio é esse que ele exerce sobre os leitores? As definições são as mais variadas, mas o princípio acaba sendo um só: a espetacularização da notícia. Numa definição mais geral, o sensacionalismo pode ser entendido como um modo de divulgar os fatos, dando-os como acontecimentos extraordinários: exploração de notícia ou fatos que causem

13 emoção ou escândalo, algo que produz viva sensação, algo espetacular, formidável e a emoção produzida que causa impacto ao leitor. Para a identificação do modo sensacionalista das matérias jornalísticas, Pedroso (2001) estabelece as principais normas definidoras do modo sensacionalista na construção das matérias e das publicações dos jornais diários. Por sua vez, Marcondes Filho (1986) descreve a prática sensacionalista como algo que vem do psíquico, da necessidade de produção da mente em trabalhar com a imaginação do outro - os leitores - e deles tirarem proveito. No caso dos jornais, esse proveito está na venda das edições, no aumento da tiragem, no lucro no fim do mês. Ainda Marcondes Filho (1986) escreve que escândalos, sexo e sangue compõem o conteúdo dessa imprensa como mercadorias em geral interessam ao jornalista de um veículo sensacionalista: o lado aparente, externo, atraente do fato que está sendo retratado. Sua essência, seu sentido, sua motivação ou sua história estão fora de qualquer cogitação. Quando se trata de fluxo de informação, de maneira geral, com o avanço das tecnologias, a informação passou a circular a uma velocidade vertiginosa, quase em tempo real em alguns casos, o que possibilitou a difusão e criação de ídolos mundiais, o que é explicado por Arbex Júnior (2001), ao comparar os ídolos do futebol às grandes marcas de empresas, aos políticos e artistas consagrados do cinema. A velocidade de informação também trouxe a necessidade de se ter respostas rápidas e confiáveis, com a relação entre o jornalista e a fonte sendo um contato quase diário na construção da informação que será levada ao público. Porém, ao mesmo tempo em que as informações passaram a circular quase que instantaneamente, passou-se a criar a necessidade de respostas rápidas dos ídolos que ela criava. Estes ídolos eram programados para servir de modelo de sucesso, um exemplo aos mais novos sobre como eles deveriam agir, no que deveriam investir, e também, no que deveriam acreditar como valor pessoal. A mídia tenta fazer o seu papel, com a apuração dos fatos e checagem das informações que serão passadas, mas um fato extraordinário e exclusivo pode fazer com que a pressa pelo furo (dar a notícia exclusiva e antes dos demais meios), ponha todos os valores jornalísticos em segundo plano (TRAQUINA, 2004).

14 Um dos grandes problemas da produção da notícia é o retorno financeiro, o que é explicado por Barbeiro e Rangel (2006, p. 25) quando comentam que a armadilha mais comum do jornalismo esportivo é pautar as reportagens em cima da instantaneidade dos fatos. É preciso ter mais claramente definido quem precisa de quem, se é a mídia que precisa do personagem ou se é a pessoa que precisa da mídia. Por sua vez a mídia esportiva é um exemplo que torna pessoas até então desconhecidas em ídolos imediatos, porque nela, o nível de exposição das pessoas tem grandes proporções. Dos eventos esportivos, a Copa do Mundo de Futebol é um dos mais rentáveis e com mais visibilidade pelo fato de ter uma audiência global estimada em milhões de pessoas (LANCELLOTTI, 1998). O fato de um jogador se destacar em um torneio como a Copa do Mundo faz com que ele seja reconhecido como um novo ídolo, que será copiado e noticiado exaustivamente, quantas vezes forem necessárias para que a mídia satisfaça ao público que ela atende. Outro aspecto relevante é o avanço das tecnologias. Atualmente, elas permitem que o torcedor tenha algum tipo de contato direto com o seu ídolo, seja por uma página pessoal na Internet, ou por um perfil nas redes sociais disponíveis também na Internet. Assim, e até por estarem mais expostos ao público, os jogadores atualmente precisam cuidar mais da imagem e dos valores que transmitem à sociedade, sendo vistos como ícones globais, à semelhança dos consagrados atores de cinema de Hollywood. Em termos econômicos eles são tratados como mercadoria, ou seja, como produtos que geram retorno de capital. Do ponto de vista do jogador, disputar uma Copa do Mundo equivale a um tenista disputar um Grand Slam. Trata-se de uma exposição para o mundo inteiro, que pode render novos patrocinadores. No caso do futebol, o apelo comercial a ele associado movimenta milhões de dólares no mundo todo, o que levou Silva e Santos (2010) a refletirem que o futebol sai na frente de qualquer outro esporte na defesa de determinado discurso de globalização, por ser carregado de valores simbólicos consumíveis pela sociedade, que são distantes das necessidades humanas básicas. A Copa do Mundo da França foi um dos primeiros eventos esportivos a ter os jogos transmitidos pela Internet, com uma audiência de milhões de expectadores

15 no mundo inteiro (LANCELLOTTI, 1998). Como era esperado, os jogadores que dela fizeram parte e se destacaram acabaram por se tornar ídolos mundiais, disputados por diversas empresas de patrocínios que queriam ter o nome associado à um jogador de destaque em uma Copa do Mundo. Um dos jogadores que se destacou naquele torneio foi o brasileiro Ronaldo, que então era o Melhor Jogador do Mundo eleito pela FIFA nos dois anos anteriores à Copa do Mundo realizada na França (HEIZER, 2001). Todo jogador sonha em disputar uma final de Copa do Mundo, ainda que sejam poucos que o consigam. Para aqueles que chegam lá, a exposição de ser visto por uma audiência mundial é garantida e é o mais próximo que se pode chegar da consagração. O jogador que tem uma grande atuação em uma final de Copa do Mundo marca o seu nome para sempre na História e também no imaginário das pessoas, que passam a cultuá-lo como o ídolo que os garotos que jogam nos campinhos de várzea gostariam de ser no futuro (GALEANO, 2004). O presente trabalho discute os elementos do jornalismo online e sensacionalista e analisa a presença desses elementos no Caso Ronaldo, ocorrido na final da Copa do Mundo de Futebol de 1998, contra a França. Esse episódio na Copa do Mundo de Futebol de 1998 que envolveu o jogador Ronaldo, se deu quando Ronaldo vinha credenciado como o Melhor Jogador do Mundo, eleito pela FIFA nos dois anos anteriores à referida Copa, o que gerou uma expectativa em torno dele para que justificasse este status no maior evento futebolístico do mundo, ainda que fosse apenas o primeiro grande evento que ele disputasse usando a camisa 9 e na condição de titular. Diante deste fato, o jogador se via assediado ininterruptamente durante toda a competição, com os veículos expondo até fatos pessoais do atleta, ao longo do torneio, que nada tinham a ver com desempenho esportivo nos gramados. O fato inesperado, ocorrido horas antes da partida final, foi uma convulsão do jogador, e a indefinição de sua escalação até minutos antes do jogo, fez com que a atuação da mídia em torno do jogador se tornasse ainda mais presente. Posto isso, este trabalho apresenta uma revisão bibliográfica sobre os conceitos do jornalismo online e também conceitos que permitam a identificação da

16 linguagem sensacionalista e a definição de características, conteúdo e forma da notícia. Para verificar como o Caso Ronaldo foi tratado pela mídia, foram escolhidos três veículos online que cobriram o caso e que apresentaram características compatíveis com sensacionalismo, com quatro matérias analisadas de cada um deles. São eles: Folha de S. Paulo, pelo fato de Ronaldo ser brasileiro; Gazzetta dello Sport da Itália, pelo fato de Ronaldo, à época do ocorrido, estar atuando pela Internazionale de Milão da Itália; e o Le Monde, da França, pelo fato da Copa ser disputada na França e, especialmente, a final ter sido realizada contra o país anfitrião. As análises práticas, após o estabelecimento de critérios de construção da notícia, tendo como base Pedroso (2001), Angrimani Sobrinho (1995), Marcondes Filho (1986), Mielknizuck e Barbosa (2005), Silva Júnior (2007) e Dutra et al (2007), procuraram verificar em que medida a presença de elementos que se identificam com o jornalismo sensacionalista explorou o caso.

17 2. Objetivo geral Apresentar marcos teórico-conceituais do jornalismo além de outros pontos sobre jornalismo online, jornalismo esportivo e marcos sensacionalistas na construção da notícia. 2.1 Objetivos específicos - Mostrar a cobertura jornalística de três jornais (online) do Caso Ronaldo na final da Copa de 1998 na França. - Verificar e analisar a presença de elementos que identificam o jornalismo esportivo (online) e sensacionalista no Caso Ronaldo. 2.2 Justificativa O exercício do Jornalismo tem princípios éticos na busca da revelação pública de fatos relevantes e de interesse social, na revelação de conflitos e na busca pela informação. Contudo, algumas vezes a prática da atividade mostra outro aspecto, com uma abordagem sensacionalista. O presente trabalho tem como cenário o jornalismo esportivo, repleto de ídolos, mostra um segmento econômico que movimenta uma grande quantidade de recursos financeiros, procura transitar pelo jornalismo sensacionalista e analisar a sua presença em um episódio específico. 2.3 Hipóteses 1. A necessidade de produzir a informação diária favorece o uso do jornalismo sensacionalista. 2. A desinformação em fatos inesperados também favorece o sensacionalismo. 3. A necessidade de produção de notícias e de criar impacto diminui os cuidados nos veículos de informação e na responsabilidade de informar.

18 4. Fatos agudos com ídolos mundiais geram mais demanda por informação sensacionalista e espetacularizada. 3. Mídia, Jornalismo e Sensacionalismo A revisão teórica será apresentada nos seguintes tópicos: 1. Mídia, Jornalismo e Esporte 2. Mídia online e informação 3. Mídia e sensacionalismo 3.1 Mídia, Jornalismo e Esporte Atualmente, a informação circula com velocidade vertiginosa, quase em tempo real, em alguns casos, o que possibilitou a criação e a difusão de ídolos mundiais com maior rapidez. A velocidade de informação também trouxe a necessidade de se ter respostas rápidas e confiáveis na relação entre o jornalista e a fonte sendo um contato quase diário na construção da informação que será levada ao público. Segundo Aguiar (2008, p. 4), a chamada penny press acabou contribuindo para o novo conceito de jornalismo, que separou e valorizou o fato em detrimento da opinião, o que ajudou a efetuar a passagem de um jornalismo de opinião para um jornalismo de informação. Ao mesmo tempo em que as informações passaram a circular quase que instantaneamente, passou-se a criar a necessidade de respostas rápidas dos ídolos que ela criava. Estes ídolos eram programados para servir de modelo de sucesso, um exemplo aos mais novos sobre como eles deveriam agir, no que deveriam investir, e também, no que deveriam acreditar como valor pessoal. Este papel de perpetuação dos ídolos é alimentado pela mídia esportiva, que é predominantemente dedicada ao futebol, e isto é explicado por Soares, Helal e Santoro (2001) como sendo elo de gerações de aficionados pelo esporte. A mídia tenta fazer o seu papel, com a apuração dos fatos e checagem das informações que serão passadas, mas um fato extraordinário e exclusivo pode fazer

19 com que a pressa pelo furo (dar primeiro a notícia), ponha todos os valores jornalísticos em segundo plano (TRAQUINA, 2004). Segundo Aguiar (2008), entre os mecanismos usados pela mídia para chamar a atenção para o fato novo ou atrair a atenção do leitor estão as técnicas do lide e da pirâmide invertida, em que os fatos são hierarquizados sendo o fato mais importante logo escrito nas primeiras linhas. Esta técnica foi utilizada pela primeira vez no New York Times e logo apropriada pelos jornais sensacionalistas. O envolvimento da mídia na produção da notícia e também na construção da sociedade faz com que o real, muitas vezes, se confunda com o imaginário, com o espetáculo que se cria. Neste contexto, muitas vezes, ocorre uma dependência e uma aproximação entre mídia e personagem e é preciso ter mais claramente definido quem precisa de quem, se é a mídia que precisa do personagem ou se é a pessoa que precisa da mídia. Para Debord (1997), a mercadoria é uma ilusão do real, e o espetáculo é a sua manifestação geral. Gomis (2004, p. 8) complementa o raciocínio de Debord ao afirmar que o pseudoevento ou pseudofato é pseudo, falso, inclusive feito para enganar, mas nem por isso deixa de ser evento, fato, e transmitido como notícia por verdadeiros atores em cenários verdadeiros. Sobre a relação do jornalista interagindo com a fonte e o público, Gomis (2004, p. 5) aponta a importância dos meios de comunicação ao afirmar que os meios de comunicação fazem a mediação entre os que produzem os fatos e o público, e se sentem obrigados a respeitar os dois lados. Por sinal, o dilema entre a relação do jornalista com a fonte e também com o público é um fator que deve ser levado em consideração para tentar imaginar os supostos interesses que podem existir. Um dos grandes problemas da produção da notícia é o retorno econômico que dela se espera, tanto na TV como também na mídia impressa. A perda de qualidade associada à necessidade de produzir informação em quantidade, o consumo rápido e instantâneo estão associados ao tempo e custo de produção da informação. Além dos jornais, a televisão também é outro espaço em que o espetáculo é criado, especialmente na promoção do evento, conforme aponta Lusted (1991, p.

20 251 apud GIULIANOTTI, 2002) quando ressalta que o papel da mídia em promover o estrelato e o status de celebridade são centrais para a televisão. Mas mesmo para a televisão, Silva (2005) aponta que não se pode ignorar a presença do sujeitojornalista diante da matéria-prima noticiosa. Segundo Aguiar (2008), o esporte pode ser considerado um grande instrumento de transformação social no mundo globalizado, por ser um fenômeno cultural internacional. Neste sentido, a mídia esportiva é um exemplo que torna pessoas até então desconhecidas em ídolos imediatos, porque nela tudo o que acontece, o nível de exposição das pessoas, tem grandes proporções. Assim, reforça Giulianotti (2002, p. 155), as celebridades do futebol reuniram as jovens estrelas em outras indústrias culturais, principalmente na televisão e na música popular. A mídia esportiva também possui alguns traços peculiares, que podem unir informação ao entretenimento, conforme aponta Messa (2005) quando ressalta duas características importantes do Jornalismo Esportivo no Brasil, a primeira é a de que o jornalismo esportivo é mero entretenimento, e a segunda é que mais de 80% das temáticas noticiosas e das reportagens especializadas giram em torno de uma única modalidade desportiva que é o futebol. Um exemplo disso é o diário esportivo Lance! que está na lista dos 10 jornais mais vendidos do país, e ocasionalmente apresenta alguma charge sobre um determinado fato esportivo, além do futebol. Já nos jornais que não são apenas especializados em esportes, o caderno costuma ser um dos destaques do jornal, inclusive com uma diagramação e layout próprios, que normalmente são diferentes das demais editorias. Segundo Amaral (2008), o jornalismo se desloca para o entretenimento quando o seu objetivo primário não é o de informar o leitor sobre algo. Este sentido de entretenimento não necessariamente precisa estar aparente, mas ele pode estar na seleção do fato (escolha da notícia), no enquadramento dado ao fato (forma que ele será retratado) ou na estrutura da notícia (como a notícia é construída textualmente). Bardin (1977) comenta que o primeiro estudo jornalístico sobre sensacionalismo foi realizado no início do século XX, na Universidade de Columbia nos Estados Unidos, onde estudos quantitativos comparavam o grau de

21 sensacionalismo existente nas publicações feitas em meios rurais e nas similares que eram produzidas em meios urbanos. Neste sentido, a autora complementa dizendo que para entender a análise de conteúdo é preciso primeiro compreender a mensagem descrita por meio da língua, que na definição de Ferdinand Saussure, é o código pelo qual duas pessoas se comunicam seja de maneira escrita ou falada. Bardin (1977) reforça que enquanto a linguística se ocupa das formas e distribuição do conteúdo escrito, a análise de conteúdo se ocupa das significações da mensagem. Segundo a autora, é a forma com que a palavra é trabalhada que diferencia a linguística da análise de conteúdo. Outro fator importante para o jornalista refletir, além do conteúdo escrito, é a forma com que este profissional vê o seu público. Segundo Amaral (2008, p. 6), a imagem que o veículo e os jornalistas têm do seu público é determinante para o tratamento do fato, seu enquadramento e a estrutura dada à notícia. Sobre esta afirmação, Silva (2005, p. 4) comenta que a seleção, portanto, se estende redação adentro quando é preciso não apenas escolher, mas hierarquizar. Esta escolha, e também a forma que as informações serão hierarquizadas, são definidas por um conjunto de fatores que levam em consideração a linha editorial, as interferências dos superiores, o universo cultural que possui o jornalista que escreve a matéria, entre outros fatores. Archetti (2010) aponta que é o jornalista quem decide qual fato jornalístico é relevante para ser incluído ou não na produção da notícia, mas um dos critérios deve ser o de interesse universal. Por interesse universal pode-se entender como o fato que terá mais aceitação por parte do público que consumirá a notícia que será veiculada. Além deste aspecto de decisão sobre o conteúdo, cabe ao jornalista também escrever um texto atraente que contenha o máximo de informações relevantes distribuídas de forma clara e criativa dentro do texto (BARBEIRO E RANGEL, 2006). Uma das informações que pode ser relevante é a memória de fatos passados relacionados ao tema, o que é comentado por Soares, Helal e Santoro (2001, p. 3) que afirmam que a memória de vitórias e derrotas da Seleção Brasileira funciona como um mecanismo de defesa contra a imprevisibilidade do jogo. Cabe ressaltar que até o jogo da final da Copa do Mundo, o Brasil tinha jogado contra a França nove vezes e perdido apenas uma, em 1978, quando os franceses venceram

22 por 1x0 em Paris, com o gol marcado por Platini, em uma partida que Zico (assistente de Zagallo na Copa) esteve em campo. Acima das informações relevantes, como os encontros anteriores entre os times envolvidos está o interesse universal. É por este motivo que é importante entender que as notícias não são escolhidas aleatoriamente, mas de acordo com alguns critérios jornalísticos, que são os critérios de noticiabilidade. Sobre este tema, Amaral (2006 apud TRAQUINA, 2006, p. 3) afirma que os critérios de noticiabilidade são o conjunto de critérios e operações que fornecem a aptidão de merecer um tratamento jornalístico, isto é, possuir valor como notícia. Baseando-se nos critérios de noticiabilidade do Jornalismo, Dutra et al (2007, p. 21) afirmam que dessa forma, o jornalismo cumpre o seu papel social de informar o leitor, seja de que classe ele for, adequando-se através de uma linguagem concisa e objetiva. Segundo Mário Erbolato (2004) a compreensão de qualquer matéria é condição indispensável à sua publicação. Além dos aspectos da linguagem, os autores ainda lembram que um grande marco na história do jornalismo brasileiro foi a adoção, a partir da década de 50, da estrutura narrativa que recebeu o nome de pirâmide invertida (DUTRA ET AL, 2007, p.19). Além da pirâmide invertida, os autores também destacam a forma da chamada pirâmide mista, que retoma os acontecimentos que antecederam a reportagem no segundo parágrafo para situar o leitor. A forma textual é apenas uma das maneiras que os meios de comunicação possuem para criar o espetáculo. 3.2 Mídia online e informação A Copa do Mundo da França foi a primeira Copa (Campeonato Mundial de Futebol) da era da Internet e com ela houve também a transmissão dos eventos em tempo real pela rede. Mas Zamora (2004) lembra que a história do Jornalismo Online começou quando a primeira redação eletrônica foi instalada na Flórida, nos Estados Unidos, em 1972. Já nesta época, segundo Mielknizuck e Barbosa (2005), o Jornalismo Online foi definido por seis características: hipertextualidade, interação, multimídia, customização, memória e atualização permanente. Ainda de acordo com Mielknizuck e Barbosa (2005), a fase inicial do Jornalismo Online no Brasil se dá a