PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE DIREITO



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Transcrição:

PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE DIREITO Rua Professor Enéas de Siqueira Neto, 340, parte. Jardim das Imbuias. CEP. 04829-300 - São Paulo, SP CNPJ. Nº 18.301.267/0001-84

1 SUMÁRIO 1. Dados Gerais do Curso 4 1.1. Denominação do Curso... 4 1.2. Regime... 4 1.3. Carga Horária... 4 1.4. Modalidade de Curso... 4 1.5. Modalidade de Ensino... 4 1.6. Vagas... 4 1.7. Turno... 4 1.8. Tempo de Integralização... 4 1.9. Atos Legais do Curso... 4 2.1. Contextualização Geral da IES... 5 2.2. Histórico do Curso... 8 2.3. Políticas Institucionais no âmbito do curso... 13 3. Contextualização e Justificativa 15 3.1. Contextualização... 15 3.2. Justificativa socioeconômica... 17 3.3. Exercício profissional... 24 4. Objetivo Geral e Específico 24 4.1. Objetivo Geral... 24 4.2. Objetivos Específico... 24 5. Perfil do Egresso 26 6. Competências e Habilidades 28 6.1. Articulação das Competências... 28 6.2. As competências... 29 7. Metodologia de Ensino do Curso 30 8. Sistema de Avaliação do Processo Ensino-Aprendizagem 35 8.1. Avaliação Regimental... 35 9. Políticas de Avaliação Institucional 37 10. Formas de Acesso ao Curso 38 11. Organização Didático Pedagógica do Curso 40 11.1. Matriz Curricular... 41 11.2. Quadro Resumo da Matriz... 42 11.3 Requisitos Legais e Normativos... 46

11.4 Perfil de Formação... 50 11.4.1 Núcleos ou Eixos de Formação... 50 11.4.1 Articulação entre os componentes curriculares... 51 11.4.2 Representação Gráfica com distribuição da carga horária por eixo ou núcleo de formação... 52 12. Ementário e Bibliografia Básica e Complementar 55 13. Atividades Complementares 139 14. Atividades Práticas de Ensino 140 14.1. Núcleos Prática Jurídica... 140 15. Trabalho de Conclusão de Curso - TCC 144 15.1. Articulação do TCC com os componentes curriculares... 146 15.2. Regulamento do Trabalho de Conclusão de Curso... 148 16. Estágio Curricular Supervisionado 149 16.1. Normas Gerais do Estágio... 149 16.2. Áreas de Estágio do Curso... 151 16.3 Instituições Parceiras do Curso... 152 17. Apoio ao Discente 155 17.1. PROUSA... 155 17.2. PAPU... 156 18. Tecnologias de Informação e Comunicação no Processo Ensino- Aprendizagem 158 19. Atividades de Extensão 159 19.1. Programa de Disciplinas Optativas... 159 19.2. Semana de Estudos... 160 19.3. Ações na comunidade... 161 20. Atividades de Pesquisa 161 20.1. Congresso de Iniciação Científica... 164 20.2. Bolsas de Iniciação Científica e PIBIC... 167 21. Mobilidade e Internacionalização 167 22. Integração da Graduação com a Pós-Graduação 168 22.1. Integração com a pós-graduação, pesquisa e extensão... 168 22.2. Cursos de Pós-Graduação na área... 169 23. Infraestrutura 170 23.1. Coordenação, Docentes e Salas de Aula... 170 23.2. Laboratórios específicos que são referência no curso... 172 2

24. Corpo Docente e Coordenação 176 24.1. Corpo Docente... 176 24.2. Coordenação... 177 24.3. Núcleo Docente Estruturante (NDE)... 180 25. Gestão Acadêmica 181 25.1. Níveis Organizacionais... 181 25.2. Conselho de curso... 182 26. Anexos 185 26.1 Regulamento das Atividades Complementares... 185 26.2 Regulamento do Estágio Curricular Supervisionado... 185 26.4 Regulamento do Trabalho de Conclusão de Curso... 185 26.5 Regulamento do Núcleo de Prática Jurídica NPJ... 185 26.6 Regulamento das Aulas de Laboratório de Prática Jurídica... 185 3

4 1. Dados Gerais do Curso 1.1. Denominação do Curso Bacharelado em Direito 1.2. Regime Seriado de regime semestral 1.3. Carga Horária Carga Horária Total: 3720 horas 1.4. Modalidade de Curso Bacharelado 1.5. Modalidade de Ensino Presencial 1.6. Vagas 200 vagas reduzidas para 80 vagas até renovação do ato autorizativo (Parecer nº 154/2009 CGSUP/DESUP/SESu/MEC). 1.7. Turno Noturno e Diurno 1.8. Tempo de Integralização Tempo de Integralização Mínimo: 10 semestres Tempo de Integralização Máximo: 16 semestres 1.9. Atos Legais do Curso Ato de Criação - Despacho do Ministro em 25 de janeiro de 1996 (DOU de nº 19, de 26/01/1996, Seção I, página 1362). Reconhecimento - Portaria MEC nº 704, de 13 de março de 2002 (DOU de nº 50, de 14/03/2002, Seção I, página 07).

5 2. Introdução e Histórico do Curso 2.1. Contextualização Geral da IES A mais de quatro décadas a UNISA começou com o sonho e a dedicação de um grupo de idealistas, que almejava trazer o ensino superior para a região de Santo Amaro, Zona Sul, considerada na época, muito distante do centro da cidade de São Paulo. Em 1968 um grupo, formado por membros de sociedades de bairros da zona sul da Capital Paulistana, médicos da Santa Casa de Santo Amaro, docentes universitários do Curso de medicina de Mogi das Cruzes e da Faculdade de Medicina da USP, decidiram criar uma organização de ensino superior, com a finalidade de oferecer à população ensino superior de qualidade, através do estabelecimento de três Faculdades: Filosofia, Medicina e Engenharia. Em 1970, o Conselho Federal de Educação apreciou os três processos e aprovou dois: o de Filosofia e o de Medicina. Durante a construção do Campus I, os cursos funcionaram em diversas sedes oferecidas: a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, com os cursos de Matemática, Física, Letras e Pedagogia, situou-se, sucessivamente, nos Colégios Jesus Maria - José, Costa Braga e Humboldt (todos em Santo Amaro) e a Faculdade de Medicina instalou-se nas dependências da Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro. Em 1974 iniciaram as aulas no atual Campus I, bem como os novos cursos de Comunicação Social (habilitação em Relações Públicas), Estudos Sociais com habilitações em História e Geografia, Serviço Social e Turismo, passando a constituir as Faculdades de Santo Amaro - FASA. Em 1975 foi autorizada a funcionar a Curso de Educação Física e neste mesmo ano, formou-se a primeira turma do Curso de Medicina. Em 1976, foi autorizada o Curso de Odontologia. As Faculdades de Santo Amaro FASA passaram por uma série de transformações. Em 1992, uma nova mentalidade visualizou a transformação das pioneiras FASA em Universidade. Foi elaborado um projeto através de um Relatório da Comissão de Acompanhamento, para reconhecimento da Instituição

como Universidade, o que veio a ocorrer no final de 1994, através do Decreto n.º1.833 do Ministério da Educação e Desporto, publicado no Diário oficial da União, de 30 de dezembro de 1994. Assim, a Instituição passou a se chamar Universidade de Santo Amaro UNISA. 6 Em meados de 1996 com a necessidade de crescer e expandir sua atuação, a UNISA investiu no imóvel de uma antiga fábrica de relógios (HORASA) no centro de Santo Amaro e a transformou em uma área educacional identificada como Campus II, para as áreas de Ciências Humanas, Sociais, Exatas e Tecnológicas. Em 1998 passou a oferecer nesse Campus os cursos de Administração Hospitalar, Jornalismo e Rádio e TV, Letras (Português/Espanhol) e Secretariado Executivo Bilíngue. Ainda dentro de seu projeto de expansão, em 18 de agosto de 1999, foi inaugurado o Hospital Veterinário HOVET da UNISA, com capacidade para atender animais de pequeno, médio e grande porte, tornando-se um espaço fundamental para o aprendizado dos discentes do curso de Medicina Veterinária e para a população, que pode tratar seus animais com procedimentos de última geração, de forma mais econômica. No ano de 2000, ainda em processo de expansão e crescimento, o Campus III da UNISA foi inaugurado nas antigas instalações do Colégio Alemão - Humboldt e lá passaram a funcionar os seguintes cursos: Pedagogia, Turismo, Psicologia e os Cursos Superiores Sequenciais de Formação Específica, para a continuação do atendimento a área de Ciências Humanas. Amparada na Portaria n.º 2.253 de 18 de outubro de 2001, do MEC, que as Instituições de Ensino Superior podem oferecer nos seus cursos reconhecidos, até 20% da carga horária na modalidade a distância a UNISA implantou ao final desse ano 2001, as disciplinas a distância - EaD, com objetivo de não só de ampliar o acesso ao conhecimento e às informações, mas também visando a promoção de aprendizagens e de desenvolvimento de competências e habilidades, tanto individuais quanto coletivas. Comprometida com a democratização do ensino de qualidade no país e com a inclusão social, a UNISA desenvolve seu projeto de Ensino a Distância.

Em 2005, a Portaria 1.176/2005, do Ministério da Educação - MEC credenciou a UNISA para oferecer cursos de graduação, tecnológicos, pós-graduação e extensão na modalidade a distância EaD, por todo o território nacional. Com isso, a UNISA tornou possível para discentes de diferentes realidades socioeconômicas, o acesso a conhecimentos, projetos e pesquisas gerados do nível superior. Atualmente a Universidade oferece o acesso ao Ensino Superior em mais de 50 Polos de Apoio Presencial localizados em 14 estados brasileiros e o DF contando com a mais alta tecnologia e ensino de qualidade já demonstrado em sua tradição e pioneirismo acadêmicos. 7 Em 2008, a Universidade de Santo Amaro UNISA, por força da Portaria MEC nº 369, de 19 de maio de 2.008, passou a ser mantida pelas Obras Sociais e Educacionais de Luz OSEL, ainda neste mesmo ano, são criados dois cursos: Engenharia de Produção e Engenharia Ambiental, alocados no Campus III. Em 2011 a UNISA foi recredenciada como Universidade pelo MEC, conforme Portaria 1.662 de 28 de novembro de 2011, publicada no DOU de 29 de novembro de 2011, pelo prazo máximo de 5 anos. O compromisso da UNISA é formar profissionais qualificados, que demonstrem uma ampla consciência da realidade social, política, econômica e cultural, equipados com instrumental técnico-científico, que lhes permita atender às suas necessidades e atuar positivamente na sociedade, como agentes transformadores. Sob essa óptica, a UNISA promove, de forma sistêmica e indissociável, o tripé da Educação composto por Ensino, Pesquisa e Extensão, com o intuito de imprimir uma ação transformadora do indivíduo. Com essa visão, o docente UNISA, sujeito da coordenação e proposição de estudos, incentiva a criatividade e a crítica do discente, tornandoo agente do processo de aprendizagem. Dessa forma, a UNISA constitui-se de docentes e discentes, voltados para a criação e construção do saber, e das instâncias superiores, comprometidas com o contexto de todas as regiões do país onde está inserida, assumindo a responsabilidade pelo todo e viabilizando e gerindo os projetos emergentes desse processo.

A visão da UNISA é ser reconhecida pela excelência de sua participação na transformação da sociedade, contribuindo para formação global do cidadão, na sua realização pessoal e profissional. 8 A missão da UNISA é desenvolver ensino, pesquisa e extensão de qualidade; gerar e transmitir conhecimentos e interagir com a sociedade, visando a seu beneficio, através de ações educacionais e sociais. O objetivo da UNISA é promover o desenvolvimento integral do ser humano, mediante a proposta de uma educação voltada para aspectos formativos, culturais, econômicos, morais e sociais. Sua filosofia é pautada pela convicção na educação, como resposta para solucionar os grandes problemas que afligem a humanidade. Por isso, além de desenvolver as ciências, as letras e as artes, oferece qualificação profissional e promove a produção científica, mediante o apoio à pesquisa e sua consequente extensão à comunidade. 2.2. Histórico do Curso O curso de Direito da UNISA iniciou suas atividades no ano de 1996, no Campus I da universidade, localizado no bairro do Jardim das Imbuías, região de Santo Amaro, São Paulo, capital. O Campus I da UNISA foi inaugurado há mais de quarenta anos, oferecendo cursos superiores desde a década de 1960. Nos dois primeiros anos de suas atividades educacionais, o Curso de Direito, identificou algumas dificuldades acadêmicas, didáticas e operacionais que demandaram estudos criteriosos, resultando em ações administrativas de curto, médio e longo prazo. Foi deliberado pela Reitoria de então, que a primeira ação deveria consistir na transferência do curso para local mais adequado, próximo do trabalho e das atividades profissionais dos alunos, bem como de suas residências, oferecendo aos estudantes relativa facilidade de transporte e locomoção, características consideradas fundamentais no sentido de beneficiar tanto os acadêmicos, quanto os professores e funcionários. Atendendo esse objetivo a UNISA estruturou um conjunto imobiliário no centro do bairro de Santo Amaro, na Rua Isabel Schmidt, nº 349, que se ajustava perfeitamente às condições e requisitos previamente definidos. O

referido campus universitário é constituído de diversos blocos interligados, com dois e três andares, escadaria, elevadores, grande número de salas de aula, com excelente iluminação natural e quantidade suficiente de sanitários. Conta ainda com área verde, corredores amplos, grande espaço livre para lazer, fluxo de pessoas, praça de alimentação, auditórios, espaço para futuras expansões de natureza diversa, estacionamento e acessibilidade. 9 Outra característica importante do imóvel da Rua Isabel Schmidt é a existência de fartos meios de transporte e boas facilidades de condução. A partir da instalação do Campus II, em 1997, tiveram início as importantes modificações e ajustes de natureza didático-pedagógica, determinadas pela necessidade de aperfeiçoamento e melhor adequação das disciplinas do curso às demandas impostas pelas importantes transformações de natureza econômica, social e política, consequência da inserção regional do curso e também da globalização. O Campus II da UNISA localiza-se mais precisamente na área da Subprefeitura de Santo Amaro. A Universidade abrange ainda a população das Subprefeituras da Capela do Socorro, Campo Limpo e M Boi Mirim. A Subprefeitura de Santo Amaro, local onde está situado o Campus II da Universidade, conta com mais de 200.000 habitantes. Atualmente das 31 Subprefeituras do município de São Paulo, a mais populosa, com mais de 670.000 habitantes é a Subprefeitura da Capela do Socorro. A Subprefeitura do Campo Limpo alcança aproximadamente 600.000 habitantes e a Subprefeitura do M Boi Mirim apresenta mais de 500.000 habitantes. A população e PIB destas Subprefeituras superam a população de alguns países. Tabela 1 População da Região Subprefeitura População Área (km2) Dens. (hab/km2) Campo Limpo 578.857 36,7 15.773 Capela do Socorro 672.901 134,2 5.014 Cidade Ademar 402.713 30,7 13.118 M Boi Mirim 544.446 62,1 8.767 Parelheiros 148.239 353,5 419 Santo Amaro 207.421 37,5 5.531 Fonte: SEADE / IBGE 2000-2008

A organização, desenvolvimento e evolução do Curso de Direito está descrita e se demonstra neste documento, denominado Projeto Pedagógico. 10 Este Projeto Pedagógico, implantado a partir do ano letivo de 2008, é o resultado de experiências pedagógicas multilaterais e complexas, obtidas no cotidiano da vida acadêmica, envolvendo efetivamente os professores, que se reuniram para repensar o Curso de Direito da UNISA, redefinindo metas, bem como as expectativas com relação aos seus objetivos, em processo de avaliação permanente acompanhando os sinais dos tempos e a dinâmica das relações educacionais no país, em especial, nas alterações de legislação e nos fatos sociais ainda não cobertos por legislação especial. As ponderações e resoluções desta tarefa ocorreram nas periódicas reuniões do Núcleo Docente Estruturante - NDE e Conselho de Curso e nos espaços de planejamento pedagógico, resultando em um curso estruturado para responder às necessidades da sociedade contemporânea, em seus diferentes planos, a propiciar uma formação jurídica generalista, multidimensional e a habilitar o estudante à compreensão exata da natureza, do homem, da sociedade, de mundo e das implicações do fenômeno jurídico, na perspectiva humanística e apropriado domínio teórico e prático dos conteúdos e instrumentos por meio dos quais opera. Com uma quantidade cada vez maior de profissionais lançados para a sociedade, com formações, conceitos e senso ético diferentes, a preocupação que há muito tempo existe dentro dos diferentes segmentos que compõem a comunidade do Curso de Direito é que são necessárias mudanças imediatas e urgentes no sistema pedagógico e curricular ora existente, de modo a atender à demanda por profissionais qualificados para sintonizar-se com o intenso avanço econômico e populacional de toda a região, assim como com os avanços técnicos que integram a ciência do Direito. O Ministério da Educação editou em 2004 a Resolução CNE/CES nº 09/2004, que instituiu as novas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Direito, exigindo pronta modernização dos cursos de todo o país. Em 2007, o Conselho Nacional de Educação respondendo a consultas editou a resolução 02, reordenando a carga horária total dos cursos de bacharelado no

Brasil. A UNISA, atendeu plenamente às exigências legais e determinou a partir deste momento a implementação de um novo projeto pedagógico com uma atualizada estrutura curricular, de forma a aperfeiçoar o ensino jurídico e melhorar a formação profissional oferecida ao acadêmico. 11 A habilitação dos profissionais preparados pela UNISA observa o desempenho das funções que podem ser ocupadas pelos bacharéis em Direito, quer na esfera pública, quer na esfera privada, nas áreas pertinentes a especificidades do Direito, em um mundo cujos processos de globalização passam a exigir saberes não fragmentados, mas integrativos de vários outros saberes. Aliás, o aluno do direito deve atentar para a existência de uma sociedade a sua volta cheia de desigualdades sociais, injustas, em que o órgão que mais se sobressai no direito, que é o Poder Judiciário, está desacreditado. Com efeito, é preciso criar nova cultura sobre Justiça, Ética e Solidariedade, pois, com estes vetores, é factível transformar a sociedade. Não basta, portanto, transmitir aos alunos o conhecimento teórico do direito, seus princípios e seus maiores autores, se não for passado a eles um mecanismo de transformação da teoria em prática de justiça social. O Direito deve ser compreendido não apenas como um conjunto de normas a serem obedecidas, mas, acima de tudo, como a maior arma de que dispõe a sociedade para a busca de uma vida mais justa e menos desigual. Ao serem definidos os princípios norteadores do curso de direito da UNISA levou-se em especial consideração o disposto no artigo 43 da LDB, L. 9.394/96, ao preceituar que a educação superior terá de estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo, bem como incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica ; prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade ; promover a extensão. O município de São Paulo conta com a infraestrutura jurídica necessária para absorver as atividades universitárias, tais como a realização de estágios em escritórios, Ministério Público, Defensoria Pública ou outros órgãos

de administração da justiça e da segurança, assim como apresenta as características de metrópole, carente em muitos sentidos dos serviços que um curso de direito como o da UNISA pode oferecer às comunidades locais. 12 Além do atendimento ao público carente realizado pelo Núcleo de Prática Jurídica (NPJ) da UNISA, e de outros programas de apoio e relacionamento social criados pela IES e que serão expostos mais adiante, o curso de direito da UNISA oferece aos seus alunos programa regular de pesquisa e iniciação científica. Em atendimento a Resolução CONAES N 1, de 17/06/2010, foi constituído o Núcleo Docente Estruturante - NDE do curso, que atua plenamente no processo de acompanhamento, consolidação e avaliação constante do Projeto Pedagógico. Em 2012 houve reestruturação da Coordenação do curso de Direito da UNISA que por meio do NDE inseriu na matriz curricular disciplinas eletivas visando dar uma maior flexibilidade à formação dos bacharéis e, consequentemente, aprofundamento ou direcionamento de estudo na área temática de interesse do aluno. Desde então, os seguintes princípios básicos têm guiado o Projeto Pedagógico do Curso de Direito da UNISA: A vinculação à legislação pertinente ao ensino jurídico e ao ensino superior (LDB 9.394/96), às Novas Diretrizes e Bases do Ensino de Ciências Jurídicas (Resolução MEC 09/2004) e aos Padrões de Qualidade INEP/MEC, assim como o atendimento aos padrões de qualidade estabelecidos pela Ordem dos Advogados do Brasil para o reconhecimento da excelência dos cursos jurídicos no Brasil. Contextualização expressa na apresentação e discussão dos conhecimentos de forma crítica e historicamente situada. Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, de modo a desenvolver atitudes investigativas e instigadoras da participação

do graduando no desenvolvimento do conhecimento e da sociedade como um todo. Interdisciplinaridade evidenciada na articulação entre atividades que compõem a proposta curricular, evitando-se a pulverização e a fragmentação de conteúdos. Flexibilidade de organização expressa na adoção de diferentes atividades acadêmicas, como forma de favorecer a dinamicidade do projeto pedagógico e o atendimento às expectativas e interesses dos alunos, de modo a estimular a identificação das reais vocações e interesses destes. Rigoroso trato teórico-prático, histórico e metodológico no processo de elaboração e socialização dos conhecimentos. Sobreposição da postura ética dos indivíduos graduados em direito diante dos conflitos de interesses que norteiam a carreira. Desenvolvimento de uma prática de avaliação qualitativa do aprendizado dos estudantes e reorientação prática na forma de organização do trabalho docente e de aperfeiçoamento do projeto pedagógico do curso. 13 2.3. Políticas Institucionais no âmbito do curso O curso busca o desenvolvimento integral de seus estudantes, tanto nos aspectos profissionais quanto nos aspectos culturais, econômicos morais e sociais. O Projeto Pedagógico do Curso PPC está alinhado com o Projeto Pedagógico Institucional PPI e com o Projeto de Desenvolvimento Institucional PDI da UNISA. As metodologias adotadas no curso, o sistema de avaliação do processo ensino-aprendizagem, a avaliação institucional do corpo social e a gestão acadêmica do curso estão alinhados com as políticas institucionais da UNISA. As ações pedagógicas são discutidas e construídas de forma coletiva, com a participação ativa dos docentes que integram o curso. A coordenação de

curso e o NDE conduzem o processo no âmbito de suas competências, nas questões relacionadas ao desenvolvimento do PPC, os conteúdos curriculares, as referências bibliográficas, as atividades práticas e outras atividades relacionadas ao curso. 14 O PPC apresenta preocupação com a qualidade do curso, mediante um conjunto de atividades que passam pelo acompanhamento, incentivo e embasamento teórico do corpo docente, mediante adoção de um sistema de ensino que incentiva o olhar crítico em torno não só dos aspectos ligados à sua profissão, mas também aos político-econômicos e sociais. O estímulo à execução de um projeto pedagógico democrático, em que as experiências do saber empírico sejam consideradas como reserva estratégica para a construção do saber científico é inspirado no PDI da UNISA. A formação acadêmica está voltada para preparar profissionais cada vez mais empreendedores para a nova realidade do mercado e formação técnica e humanística consistente e calcada em princípios éticos e de responsabilidade sócio ambiental. A UNISA implementou linhas básicas de ação comprometidas com a indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão que propiciam uma contínua avaliação de propostas desenvolvidas e conhecimentos produzidos no âmbito do curso. O curso segue as diretrizes do PDI da UNISA quanto à responsabilidade de formar profissionais qualificados, com consciência da realidade social, política, econômica e cultural, e equipados de adequado instrumental de conhecimento científico e técnico, que lhes permita atender às suas necessidades como seres humanos e atuar positivamente na realidade como agentes transformadores do meio circundante. Nesse contexto, está inserida a pesquisa como instrumento e meio para o desenvolvimento do ensino, viabilizando a aprendizagem e gerando o saber. Para tanto, o curso proporciona condições materiais e recursos humanos para as atividades de pesquisa, que visam à solução de problemas inerentes, por meio de grupos de pesquisa e incentivos para que os trabalhos acadêmicos sejam sistematizados e adequados aos princípios científicos. Os alunos são motivados a submeterem seus trabalhos no Congresso de Iniciação Científica da UNISA, realizado anualmente.

A extensão completa essa integração, criando condições de participação da comunidade acadêmica nas diversas atividades e serviços oferecidos pela UNISA e seus Polos de Apoio Presencial. A UNISA orienta que os Polos de Apoio Presencial, com o auxílio dos tutores presenciais busquem a integração com a comunidade externa, uma vez que, todos os cursos desenvolvem programas de extensão integrados à formação do discente. 15 O curso articula as disciplinas para que reflitam as atividades de pesquisa e extensão, criando-se um forte vínculo entre teoria e prática. Dentro dessa perspectiva, os trabalhos de pesquisa, estágios e atividades complementares são orientados tanto para um exercício contextualizado da atividade profissional quanto para a busca de um conhecimento maior da realidade em que o aluno esteja inserido, seja tratando de desvendar ou explicitar vocações regionais, seja levantando o potencial econômico ou cultural existente. Com isso, o curso e o acadêmico podem contribuir para a produção de conhecimento, não apenas a sua reprodução. 3. Contextualização e Justificativa 3.1. Contextualização O processo de desenvolvimento no sentido da globalização e das inovações tecnológicas e da informação que vem ocorrendo na sociedade contemporânea coloca novos desafios à educação, à função social do ensino superior e ao processo de socialização dos conhecimentos. O Curso de Direito da UNISA face às políticas públicas sociais do Estado, das demandas sociais e tomando ainda por horizonte a filosofia, a história, as características, o perfil e a missão da Instituição, sinaliza para um redimensionamento do ensino superior, consciente do seu papel enquanto agente de transformação e orientado, sobretudo, por princípios éticos e democráticos. Nesse contexto, o Projeto Pedagógico é documento central que estabelece políticas para o fazer acadêmico, norteando as ações educacionais

para a consolidação da sua missão, de seus objetivos, de seus princípios e de suas diretrizes, propiciando a qualidade de suas ações, visando à qualificação para o trabalho e a ampliação dos direitos de cidadania. Nesse sentido, o Projeto Pedagógico cumpre uma função para além de mera formalidade, podendo constituir-se numa ação maior de reflexão envolvendo o ensino, a pesquisa e a extensão, como constituinte do processo de participação na educação superior, na produção e socialização do conhecimento. 16 A proposta pedagógica do curso contempla uma formação sócio jurídica humanista, por meio do desenvolvimento de componentes curriculares propedêuticos, técnicos e de conhecimentos práticos indispensáveis à atuação profissional na área jurídica. Com o objetivo de diferenciar-se dos demais cursos e, a fim de adequar-se aos princípios institucionais da UNISA, o curso enfatiza a prática da cidadania e a valorização do ser humano, aliando o ensino jurídico a uma proposta interdisciplinar, que priorize a articulação entre o ensino, pesquisa e extensão. Para a consecução deste objetivo, busca-se o desenvolvimento de uma visão crítica do direito; o incremento da pesquisa e de atividades de extensão jurídica, para a descoberta de alternativas melhores à resolução de problemas sociais, econômicos e ambientais da região, viabilizando a concretização da justiça social. A dinâmica social contemporânea tem acelerado as transformações das relações humanas, exigindo profissionais capacitados a oferecerem respostas inovadoras e eficazes aos grandes desafios ora impostos. O curso está direcionado para uma mudança de paradigmas, de reformulação de velho modelo tradicional, que contempla a sala de aula, professores, acadêmicos, códigos e um repertório de modelos práticos de petições e processos. Visa a formação do profissional consciente, comprometido com valores humanos, éticos e de cidadania.

17 3.2. Justificativa socioeconômica A universalização do acesso à educação superior constitui-se tema emergente, complexo e de fundamental importância para a sociedade brasileira, especialmente se considerarmos o cenário da revolução tecnológica, da globalização e das mudanças no mundo do trabalho. No Brasil, a democratização do acesso e permanência na educação básica ampliará excepcionalmente a demanda pela educação superior, o que representa um enorme desafio para o país em termos de sistema educacional superior, modos de organização acadêmica e modalidades de cursos a serem ofertados. Nesse contexto, é preciso reconhecer que o acesso à educação superior, no Brasil, sempre foi um tema polêmico, porque confronta, de um lado, perspectivas elitistas de contenção do acesso visando, em grande parte, a manutenção do prestígio dos diplomas e o status dos profissionais no mercado de trabalho; de outro, perspectivas mais populares de ampliação do acesso, o que representa aspirações de largas camadas da sociedade à obtenção do emprego, através do qual é possível de ascensão social e de vida mais digna. Diante desse cenário, a UNISA contribui com a inclusão social e o desenvolvimento econômico da região pela proposta de um ensino diferenciado. O seu centro de interesse e busca permanente convergem para o ensino superior e pela inserção do graduando no mercado de trabalho. A ideia é relacionar a teoria à prática, ou seja, o ensino acadêmico deve estar vinculado à prática profissional e à realidade social e econômica da região e do país. Por essa razão, o curso de Direito da UNISA contempla dinâmicas e estratégias teórico-práticas, objetivando a formação do profissional cidadão, preocupado com o desenvolvimento de soluções para os problemas da comunidade em que está inserido. Nos últimos anos, o país vem se destacando no cenário internacional, tendo sido indicado, no final de 2011, como a 6ª maior economia mundial (Economist Intelligence Unit - EIU), superando o Produto Interno Bruto (PIB) da

Grã-Bretanha. Com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 1 de 0,718, nesse mesmo ano, o país situa-se entre os considerados de Desenvolvimento Humano Elevado, quando examinados os indicadores: expectativa de vida, anos médios de escolaridade, anos esperados de escolaridade e renda nacional bruta per capita, embora estejam à sua frente o Chile (0,805), a Argentina (0,797), o Uruguai (0,783), citando exemplos da América Latina. 18 Há que se reconhecer a expressividade dos avanços sociais, mas, também, o quadro de desigualdades verificadas no Brasil. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), metade das famílias vivia em 2008 com menos de R$ 415,00 per capita; no período 1997/2007 caiu o percentual dos arranjos familiares com rendimento familiar per capita de até ½ salário mínimo no país de 31,6% para 23,5%. No Nordeste, a redução entre 2002/2007 foi de 53,9% para 43,1%. Porém, aumentou a proporção de crianças de 10 a 15 anos que trabalhava na própria casa e no domicílio do empregador, em 2007 2. Na educação, aponta o IBGE que a taxa de analfabetismo dos brasileiros com mais de 15 anos caiu de 14,7% para 10%, mantendo-se, todavia, um número elevado de pessoas sem ler ou escrever: 14,1 milhões de analfabetos com maior concentração no Nordeste (52%), em 2007. Universalizado (97,6%), o ensino básico ainda apresenta 2,1 milhões de crianças de 7 a 14 anos frequentando a escola, sem saber ler, nem escrever; a taxa de frequencia escolar também cresceu no ensino médio: de 77,3% para 82,1%, de 1997 a 2007 e dobrou o acesso de jovens de 18 a 24 anos ao ensino superior: de 6,9% para 13,9% (1998 a 2008). Entretanto, em relação a países da Europa e da América Latina, ainda são necessárias iniciativas de formação superior. Na saúde, os desafios são igualmente significativos. Segundo o IBGE, a taxa de mortalidade infantil continua em declínio, com redução de quase 30% entre 1998 e 2008: de 33,56 para 23,59 por mil. No Rio Grande do Sul está a 1 Disponível em http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/11/brasil-ocupa-84-posicao-entre-187-paises-no-idh- 2011.html 2 IBGE. Síntese dos Indicadores Sociais 2008: uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro, 2008. (Estudos & Pesquisas Informação Demográfica e Socioeconômica, 23).

menor taxa (13,10 por mil) e, em Alagoas, a mais elevada, em 2008 (48,20 por mil). No RN, essa taxa é de 16,3 por mil, menor que a do Nordeste (20,4 por mil). (Anuário RN 2009-2010). 19 Consideram-se, também, alterações no perfil demográfico, com registro do crescimento do número de idosos. De acordo com o IBGE, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009 (PNAD), de 1999 a 2009 o peso relativo desse segmento (60 anos ou mais de idade), no conjunto da população, passou de 9,1% para 11,3%. Para os 70 anos ou mais, nesse mesmo período, os dados apontam um aumento de 6,4 milhões de pessoas (3,9% da população total) para 9,7 milhões (5,1%). Acrescenta-se, a esse quadro, a redução da população de crianças e jovens, fato associado à queda contínua dos níveis de fecundidade e ao aumento da expectativa de vida 3. Em relação aos idosos importa destacar que, segundo o IBGE, a PNAD 2008 indicou a existência de um número expressivo de idosos (32,5%) que não tinham seu domicílio cadastrado no programa saúde da família, nem tinham plano de saúde particular. Revela-se uma situação de desproteção que não se altera até o rendimento domiciliar per capita de até 2 salários mínimos, perfazendo 2 3 de idosos sem qualquer cobertura de saúde pública, pelo programa, ou privada, via plano de saúde. Várias outras formas de descidadania podem ser exemplificadas, como é o caso do atendimento a portadores de deficiência, assinalando-se que, a cada dia, 500 brasileiros passam a apresentar-se nessa condição (45,6 milhões - 23,9%), segundo dados de 2010 IBGE 4. Tal situação pode ser atribuída à violência urbana (assaltos, acidentes de trânsito, por exemplo) e a acidentes de trabalho 5. Também são ilustrativos os elevados índices de criminalidade, as situações de desrespeito à diversidade étnico-racial, cultural, de gênero e credo, assim como as inúmeras iniciativas empresariais que terminam por impactar negativamente no meio ambiente. 3 MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de indicadores sociais. Uma análise das condições de vida da população brasileira 2010. Rio de Janeiro, 2010. 4 http://www.fsindical.org.br/portal/secretarias.php?id_con=17451 e divulgadas em 19/jan./2012. 5 É do Brasil o nono lugar no mundo em maior número de acidentes de trabalho, conforme a OIT.