O PÂNCREAS ENDÓCRINO. Laboratório de Endocrinologia e Metabolismo Profa. Dra. Ísis do Carmo Kettelhut Maria Ida Bonini Ravanelli Walter Dias Júnior



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Transcrição:

O PÂNCREAS ENDÓCRINO Laboratório de Endocrinologia e Metabolismo Profa. Dra. Ísis do Carmo Kettelhut Maria Ida Bonini Ravanelli Walter Dias Júnior IITRODUÇÃO O diabetes mellitus (DM) é uma desordem metabólica causada por deficiência na secreção e/ou na ação da insulina, o que resulta na exacerbação de processos catabólicos e inibição das vias de síntese do metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas. Sintomas semelhantes ao DM foram primeiramente descritos nos papiros do Egito por volta de 1500 a.c.. Mellitus, palavra em latim que significa doce, caracterizando o alto conteúdo de glicose presente na urina do diabético. A palavra diabetes, possui origem grega e significa sifão, referindo-se à grande excreção de água que caracteriza o DM. Embora conhecida há milênios e imaginada ser uma doença renal, devido à grande eliminação de água, foi apenas em 1889, que Oskar Minkowski e Von Mering correlacionaram os sintomas observados em cães pancreatectomizados com o quadro de Diabetes severo e morte, anteriormente descrito. A partir desta descoberta atribuiu-se ao pâncreas um papel endócrino, responsável pela produção de hormônios fundamentais no controle do metabolismo de carboidratos. Foi somente em 1921 que Banting e Best descobriram a insulina, obtendo a forma cristalina do hormônio a partir de um grupo isolado de células do pâncreas, as ilhotas de Langerhans (as quais haviam sido descritas em 1869 por Langerhans). Em 1955, Sanger divulgou a estrutura química da molécula da insulina. Mais recentemente, o emprego de drogas que causam a destruição das células β das ilhotas de Langerhans do pâncreas tem sido utilizado como um procedimento interessante para obtenção de modelos de Diabetes experimental para o estudo das alterações metabólicas decorrentes da deficiência de insulina. Dentre as drogas citotóxicas destaca-se a aloxana, uma droga de ação rápida, seletiva em células β e de baixo custo. Sua toxicidade é devido à geração de radicais hidroxila altamente reativos, o que resulta na perda de função mitocondrial e

necrose celular, e consequentemente deficiência de insulina em animais de laboratório. OBJETIVO Estudar em ratos os efeitos da deficiência insulínica, induzida por aloxana, sobre o metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas simulando o quadro de diabetes mellitus experimental do tipo I. Protocolo Experimental A - Preparação dos animais e avaliação dos parâmetros metabólicos Utilizar ratos machos Wistar de aproximadamente 200-250 gramas de peso. Deixá-los em jejum, com água, por cerca de 15 horas. Administrar no final deste período aloxana, por via intravenosa peniana, na dose de 40 mg/kg de peso do animal (Preparar uma solução de 2 %, contendo portanto 4 mg da droga por 0,2 ml de salina, e administrar 0,2 ml para cada 100 g de peso do rato). Cerca de meia hora após a administração da droga oferecer comida aos animais. Após este procedimento, 5 animais controles e 5 animais diabéticos serão colocados individualmente em gaiolas metabólicas. Durante 1 semana, serão determinados diariamente os seguintes parâmetros: peso corporal, volume urinário, quantidade em gramas de alimento ingerido (quantidade diária oferecida: 40 g) e o volume de água ingerida. Ao final deste período de acompanhamento, os animais serão sacrificados realizando-se os seguintes procedimentos: Construção da tabela final dos parâmetros metabólicos. Determinação das médias dos resultados referentes à variação de peso corporal, volume urinário, quantidade de água e alimento ingerido, a partir dos dados coletados na gaiola metabólica após a indução do diabetes. Determinação da uréia na urina (ver o procedimento a seguir). Medida da glicosúria, ph e cetonúria utilizando fitas testes em uma pequena alíquota da urina de 24 horas (Labstix Bayer Diagnósticos). Determinação da glicemia pelo método da glicose oxidase (ver o procedimento a seguir). Medida dos pesos da gordura retroperitonial e epididimal dos ratos controles e diabéticos. Discussão final dos resultados.

Determinação de uréia na urina Kit uréia - Labtest Diagnóstica S.A. A. Procedimento 1. Diluir a urina do animal controle 50 vezes e a urina do animal diabético 25 vezes. 2. Pipetar em 4 tubos de ensaio: - 0,02 ml da urina diluída (nos tubos controle e diabético). - 0,02 ml de H 2 O destilada (no tubo branco). - 0,02 ml da solução padrão (70 mg/100 ml) no tubo padrão. - 2 ml de reagente I (urease tamponada) 3. Misturar e incubar a 37 C durante 5 minutos. 4. Pipetar em todos os tubos: - 2 ml de reagente II (oxidante de uso). 5. Misturar e incubar a 37 C durante 5 minutos. Determinar as absorbâncias em 600 nm. A cor é estável por 2 horas. B. Cálculo uréia (mg/100 ml) = Leit. desc. x 70 x diluição Leit. Padrão Diluição: controle = 50 diabético = 25 Obs.: Corrigir para volume urinário de 24 horas.

Determinação da glicemia (método da glicose oxidase) Kit Glicose-oxidase Glicolabor A. Princípio - A glicose oxidase (GOD) catalisa a oxidação da glicose de acordo com a seguinte reação: Glicose + O 2 + H 2 O GOD Ácido Glucônico + H 2 O 2 O peróxido de hidrogênio formado reage com 4-aminoantipirina e fenol, sob a ação catalisadora da peroxidase (POD), através de uma reação oxidativa de acoplamento formando uma antipirilquinonimina vermelha cuja intensidade de cor é proporcional à concentração da glicose da amostra (ver reação abaixo). 2 H 2 O 2 + 4-aminoantipirina + fenol POD Antipirilquinonimina + H 2 O B. Procedimento Aquecer ratos em caixa com lâmpada, fazer corte na ponta da cauda e retirar aproximadamente 0,5 ml de sangue em tubo eppendorf (previamente heparinizados). Centrifugar amostras a 2500 rpm por 10 minutos. Transferir o plasma para outro eppendorf. Realizar o ensaio da seguinte forma: No tubo denominado Branco pipetar 20 µl de água destilada. No tubo denominado Padrão pipetar 20 µl da solução padrão de glicose. No tubo denominado Controle pipetar 20 µl de plasma do rato controle. No tubo denominado Diabético pipetar 20 µl de plasma do rato diabético. Pipetar em todos os tubos 2 ml do reagente de cor Misturar vigorosamente e colocar em banho maria a 37 C durante 15 minutos. Realizar a medida em espectrofotômetro utilizando comprimento de onda de 505 nm. Não demorar mais que 60 minutos para proceder a leitura. C. Cálculo Glicose (mg/dl) : Absorbância do teste x 100 Absorbância do padrão

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AIRES, M. M. Fisiologia, 2.ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1999. cap. 71, p. 842-854: O Pâncreas Endócrino. BERNE, R. M.; LEVY, M. N. Physiology. 3.ed. Mosby Year Book, 1992. cap. 46, p. 851-875: Hormones of the Pancreatic Islets CAHILL, J. G. F. Physiology of insulin in man. Diabetes, v.20, p. 785-799, 1971. DUNN, J. S.; McLETCHIE, N. G. B. Experimental Alloxan Diabetes in the rat. Lancet, v. II, p. 384-387, 1943. NELSON, D. L.; COX, M. M. Lehninger Principles of Biochemistry. 3.ed. WORTH, 2000. cap. 23, p. 869-902: Integration and Hormonal Regulation of Mammalian Metabolism.