OS IMPORTUNOS: OS DUPLOS EM UMA TELA DE ALMEIDA JÚNIOR



Documentos relacionados
Mais do que um retrato

DICAS DE POSES. Texto de Carolina Lima de Souza, aluna do módulo 3. Curso de Fotografia de Moda da Escola Focus

Professor Marco Antonio

SÉCULO XIX NO BRASIL: A MODERNIZAÇÃO DA ARTE

SEMIÓTICA DA IMAGEM PERCURSO DE ANÁLISE

2. Existe uma categoria aberta na Women s Physique Master (idade acima de 35 anos) em competições mundiais.

Arthur Valle Camila Dazzi Isabel Sanson Portella Rosangela de Jesus Silva. O Ateliê do Artista

3.3.3 As imagens de Alexandre França

Categoria Classic Games

Fiat lux, lux in tenebris, fiat lux et pereat mundus

Aquele que tentou e não conseguiu é superior àquele que nada tentou. Exercícios Avaliativos em sala

Elementos Básicos da Linguagem Visual

Análise de discursos textuais: questões

Processo Avaliativo LISTA EXTRA 1-1º Bimestre/2017 Disciplina: Física B 1ª série EM A/B Data: 10/02/2017. Nome do aluno Nº Turma

O formato determina a composição. O formato exerce um papel fundamental no resultado final da composição.

EXERCÍCIO 3 - INTERFERÊNCIA

Desenho Auxiliado por Computador

PERFORMANCE Retrato. Ravena Maia. Forma Livre. DOI: /issn v5i1p Ravena Maia

Piet Mondrian ( )

Aula 4 Leitura e Interpretação de Desenhos Pearson Education do Brasil. Todos os direitos reservados.

Duas bactérias redondas, ligeiramente azuladas, nadam calmamente em um líquido. C1T1 ESTÚDIO

GIACOMETTI. Sempre há progresso/não refazer as coisas negativas 108. É preciso destruir (destrói mesmo?) tudo (= cabeça) 49

Cinco Dicas Fáceis de Composição

NOME: N RECUPERAÇÃO PARALELA DE FÍSICA II - TURMA 222 PROFº ROGÉRIO 1º BIMESTRE

Guia de fotos: Propriedades Booking Home

LISTA DE RECUPERAÇÃO DE ARTE 4º BIMESTRE 1ª SÉRIE. Renascimento, Barroco, Neoclassicismo, Romantismo, Impressionismo. Questão 01:

Paisagem transitória espaço fugaz

Composição fotográfica é a seleção e os arranjos agradáveis dos assuntos dentro da área a ser fotografada.

O SEMI-SIMBOLISMO PRESENTE NAS NARRATIVAS DE RETIRANTES

EXERCÍCIO DE AVALIAÇÃO 2 - A NOME:

COMPOSIÇÃO 1. 4) Com a diagonal ligeiramente curvada, entrando do lado esquerdo, o movimento visual foi novamente deslocado e o peso redistribuido.

A TRANSIÇÃO DO SÉCULO XVIII PARA O SÉCULO XIX

Linguagem Cinematográfica. Myrella França

Outro aspecto que vale destacar é o modo como as imagens são feitas. Modos de fazer, determinam categorias específicas, independente de se parecerem

HENRY, Michel. Ver o invisível: Sobre Kandinsky. São Paulo: Realizações, 2012.

Atenção aos sinais PODEROSO RELAXADO

VI. Audiodescrição do livro - Notas proêmias: Acessibilidade comunicacional para produções culturais

02/05/14. Para início de Conversa. Tema 1 - A importância das Artes na Infância. Objetivos

Da fotografia à pintura A construção do olhar a partir de um imagético processual lírico

1. Observe este quadro do pintor René Magritte.

2) A imagem da figura a seguir obtida por reflexão no espelho plano E é mais bem representada por:

Aula 4.1 Conteúdo: Arte Barroca Europeia Arte Barroca Brasileira Neoclássica Europeia e Brasileira. CONTEÚDO E HABILIDADES DINÂMICA LOCAL INTERATIVA

Semiótica visual: a função poética na fotografia das mãos sobre a planta

WELLNESS FITNESS DIVISÃO DA CATEGORIA WELLNESS JUVENIL (23 ANOS) WELLNESS SÊNIOR. Até e incluindo. 158 cm. Até e incl. 163 cm. Até e incl.

LISTA DE RECUPERAÇÃO FINAL DE ARTE 1ª SÉRIE. Questão 01: Escreva o período ao qual pertence cada uma das afirmações abaixo.

IMPRESSIONISMO: MANET, MONET, RENOIR, DEGAS

Milton Dacosta. Carrossel, 1952, óleo sobre tela, 81 cm 100 cm, acervo particular, Brasil.

ESTUDO DIRIGIDO PROVA MENSAL 2ºEM

Regulamento da XX Maratona Cultural ACESC Mostra ACESC de Artes Plásticas, Cerâmica & Fotografia

De Película As narrativas fotográficas de Vera Chaves Barcellos

Dicas para fazer esboços da natureza. adriaans.com/on- painting/

Exercícios ESPELHOS PLANOS -1.

TÍTULO: O INTELIGÍVEL E O SENSÍVEL EM ENTRE AS LINHAS DE SÉRGIO SANT ANNA.UMA ABORDAGEM SEMIÓTICA

Baruc. Baruc 3D Vídeo Posição Iconografia Escritura Bibliografia

TETRAEDRO E OUTRAS ESTRUTURAS COM PREGOS

Pé ante pé Depois dos olhos.

Lista de Problemas. Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Física Departamento de Física FIS01044 UNIDADE III Interferência

Evento online: Uma análise semiótica

FOTOGRAFIA IMOBILIÁRIA PARTE 1: INTERIORES & HDR

Júnior: Possui 03 divisões por altura, sendo permitido atletas de 16 a 23 anos; Até e incluindo 174 cm; Até e incluindo 178 cm; Acima de 178 cm;

Nome: Nº: Turma: Atividade: concepções prévias em Óptica

FORMA FIGURA E FUNDO FIGURA POSITIVA E FIGURA NEGATIVA

PROGRAMAÇÃO DO ENCONTRO DE FORMAÇÃO* Transformando os Ambientes para a Aprendizagem. Juan Carlos Melo Hernández Bogotá - Colômbia

Cubismo. Prof. João Gabriel (graduado em História, especialista em História Cultural)

Orientação pelas estrelas

10 Visualização em 3D - Projeções

Série criada para: Ciatalgia - piora extensão. Lombar - Sentar no calcanhar com os braços a frente - Alongamento

A Mediação Cultural: Estratégias de Apreciação Artística no Museu Nogueira da Silva ANEXO 4

Artes visuais AULA 3 Barroco, Rococó e Neoclassicismo

IFBB CLASSIC PHYSIQUE

Limpeza das lentes. Gravar um vídeo com o seu equipamento portátil não é difícil. Mas é preciso atenção e cuidado com os detalhes que farão diferença.

Superfícies Transparentes Planas e Esféricas

EXERCÍCIO DE AVALIAÇÃO 2 A SOLUÇÃO (para B e C, as ordens dos itens estão trocadas)

Todo o conteúdo desta publicação está protegido pelos direitos de autor que assistem a A cópia ou reprodução total ou parcial de

REVISÃO 4º BIM. 6ºs anos. Professora Cristina

Conceito Indica a proporção de grandeza entre o tamanho do desenho (definido layout) e o tamanho do objeto real representado.

REGULAMENTO SELETIVA NACIONAL DE NADO ARTÍSTICO CATEGORIAS JUVENIL, JÚNIOR E SÊNIOR

PONTOS DE VISTA E MOVIMENTOS

Colégio FAAT Ensino Fundamental e Médio

A IMAGEM DE TELEVISÃO

Sala de Estudos FÍSICA - Lucas 1 trimestre Ensino Médio 1º ano classe: Prof.LUCAS Nome: nº

Quadro I - Protocolo de Reabilitação Vestibular VertiGO!.

Uma Janela para a alma: a fotografia de Michele Angelillo

Impressionismo e Pós Impressionismo

Copyright de todos artigos, textos, desenhos e lições. A reprodução parcial ou total deste ebook só é permitida através de autorização por escrito de

DIREÇÃO DE MODELOS E PADRÕES DE ILUMINAÇÃO

BRASIL. ARTE INDÍGENA 1500 Arte integrada a cultura : Arte plumária, cerâmica, tecelagem,máscaras, pintura corporal

Tabuleiro. Movimento das peças (torre)

ATIVIDADE 2 ATIVIDADE 5

Salão UFRGS 2014: X SALÃO DE ENSINO DA UFRGS

Canguru de Matemática Brasil 2016 Nível E Soluções

Fatec de Mogi Mirim Arthur de Azevedo Coordenadoria do Curso Superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

Tarefa 12 Professor Cleiton (Unid 10)

BARROCO PINTURA Caravaggio Andrea Pozzo

O Impressionismo é um movimento artístico surgido na França no século XIX que criou uma nova visão conceitual da natureza utilizando pinceladas

Tema: Abordagem sociossemiótica para leitura de imagem. Objetivo: Conhecer e utilizar alguns princípios da proposta de Kress & Van Leeuwen.

IMAGEM FOTOGRÁFICA E SUAS CARACTERÍSTICAS

Copiright de todos artigos, textos, desenhos e lições. A reprodução parcial ou total desta aula só é permitida através de autorização por escrito de

Transcrição:

ISSN 1809-586 janeiro-março de 013 OS IMPORTUNOS: OS DUPLOS EM UMA TELA DE ALMEIDA JÚNIOR Mariana Quadros Pinheiro 1 RESUMO: Por meio da análise das relações entre as palavras e a imagem em um quadro de Almeida Jr., visamos a refletir acerca da representação da mulher e do espaço doméstico na arte acadêmica. Para tanto, fundamentamo-nos na semiótica francesa de extração greimasiana. PALAVRAS-CHAVE: relações entre palavra e imagem, pintura acadêmica brasileira, semiótica francesa. O importuno, de Almeida Júnior. Óleo sobre tela, 145 x 97 cm, 1898, Pinacoteca do Estado de São Paulo 1 Doutoranda em Ciência da Literatura/ Teoria Literária (UFRJ). Trabalho realizado com o apoio da Capes.

Mas a relação da linguagem com a pintura é uma relação infinita. Não que a palavra seja imperfeita e esteja, em face do visível, num déficit que em vão se esforçaria por recuperar. São irredutíveis uma ao outro: por mais que se diga o que se vê, o que se vê não se aloja jamais no que se diz, e por mais que se faça ver o que se está dizendo por imagens, metáforas, comparações, o lugar onde estas resplandecem não é aquele que os olhos descortinam, mas aquele que as sucessões da sintaxe definem. Michel Foucault Os importunos - O quadro O importuno, de Almeida Jr., não é provavelmente um de seus mais emblemáticos trabalhos. Não é marcado pelo assunto que faria dele, segundo Sérgio Milliet, um grande pintor brasileiro : as cenas ou tipos do interior de São Paulo, o caipira. 3 Ao contrário, faz parte dos lugares-comuns de atelier, que caracterizariam parte de sua obra como grã-finagem de fácil cultura. 4 Tampouco representa a notável análise do comportamento corporal do homem do campo, a que faz menção Gilda de Mello e Souza. Em O importuno, Almeida Jr. parece ceder a suas reminiscências artísticas, que lhe impunham a cada momento a postura europeia civilizada. 5 No entanto, acredito, esse quadro pode ser analisado não apenas sob o signo da frivolidade, do exercício vazio de técnica. Parece-me que, já desde as oposições fundamentais que se instauram, configura-se um jogo bastante complexo. Em torno desse jogo de aparência versus obscuridade demarcam-se dois espaços: o lado esquerdo do quadro, escuro, onde se esconde a moça, e o lado direito, luminoso, onde está o pintor. A luz que incide sobre a cena retratada vem do alto e parece ter como centro a cadeira onde possivelmente sentara o artista antes de ser interrompido. Esse espaço iluminado é ocupado por um único ator, o pintor, que está, contudo, de costas. Assim, a luz dá a ver aquele Óleo sobre tela, 145 x 97 cm, 1898, Pinacoteca do Estado de São Paulo 3 Pintura Quase Sempre. Porto Alegre: Edição da Livraria do Globo, 1944. p. 77. 4 Ibid, p. 79. 5 Exercícios de Leitura. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1980. p. 5.

que pouco se mostra, virado que está ao espectador, amplamente vestido com seu manto negro que lhe cobre até os braços e seu chapéu a proteger-lhe a cabeça. É a mulher representada na tela, nua, que é, em verdade, iluminada por essa luz cujo foco está oculto. É esse corpo ainda esboçado, levemente apagado, que se revela no ambiente de claridade, à direita do quadro. À esquerda do quadro de Almeida Jr, a luz é parcialmente barrada pela cortina e pelo cavalete que permitem que a moça, provável modelo do trabalho interrompido, se esconda. Esse espaço é, em oposição ao outro, marcado por linhas curvilíneas: as curvas da moça e do panejamento que a protege. É, ainda, constituído por linhas diagonais em direção oposta à daquelas que se encontram à direita do quadro. A porção da cena parcamente iluminada não tem, ademais, a presença marcante de linhas verticais e horizontais, que dão sobriedade ao lado direito da tela em oposição à dinamicidade e ao movimento da porção esquerda. É interessante notar que o espectador parece ser levado a acompanhar o quadro da esquerda para a direita, isto é, de um primeiro plano obscuro para um segundo plano onde se ilumina justamente aquilo que se quer esconder: o corpo feminino nu. Nesse sentido, o enunciatário do quadro é um observador privilegiado, um voyeur que é o verdadeiro importuno, uma vez que é capaz de surpreender a mulher que tenta se velar em dois momentos: representada nua na tela ao centro do quadro e vestida, mas ainda em trajes íntimos, na penumbra de seu esconderijo. Há, de fato, um actante pressuposto pelo título que tem sua participação na cena barrada por outro actante, o pintor representado. Há, também, um duplo daquele actante, também não inscrito na tela mas pressuposto, o enunciatário, que observa a cena representada de um ponto privilegiado e diametralmente oposto ao do primeiro. Esse importuno, indeterminado, que tem seu lugar ocupado por qualquer espectador que observe o quadro, é quem vem desestabilizar em profundidade a separação entre o público e o privado que parece ser tematizada por O Importuno. Esse, o espectador, essencial para a existência do quadro como obra, é quem torna possível o reconhecimento de que aquilo que estaria restrito ao privado torna-se coletivo quando

erigido à categoria de obra de arte. Ele é capaz de participar de uma cena íntima que, justamente devido ao seu olhar, torna-se produto de uma experiência pública, a da apreciação estética. Da infinitude da arte: os papéis multiplicados - Almeida Jr., em O importuno, instala representações dos papéis fundamentais à existência de qualquer obra de arte: o autor, a obra e o público. Nesse quadro, meta-pictórico, há um duplo do pintor no homem de costas, palheta à mão, um duplo da pintura na tela ao centro do quadro e um duplo do público no homem apenas suposto e que se esconde atrás da cortina ao fundo da cena. O pintor representado dá às costas ao público, esconde-se. No entanto, a obra de Almeida Jr. deixa transparecer a ideologia de um autor que, embora se esconda por trás de uma obra acabada e divulgada, parece comungar os valores de uma época quando o corpo feminino é ainda do domínio privado, motivo de escândalo, a não ser quando sublimado em obra de arte. O público representado, apenas suposto pela disposição da tela e pelo título, está invisível por detrás de uma cortina. É, todavia, esse elemento inacessível ao olhar que movimenta a cena, que engendra a situação que nos é apresentada pelo quadro de Almeida Jr. Do mesmo modo, o público à frente do quadro, espelho do importuno citado pelo título, é o elemento a quem inevitavelmente se dirige a obra, que perscruta a tela, que incomoda justamente porque torna público aquilo que era até então objeto privado, do artista. A tela pintada ao centro de O importuno é ainda fruto inacabado, trabalho interrompido. É ela que será o elo entre um antes em que se pintava, um presente de interrupção do trabalho e um futuro em que, pode-se supor, o pintor voltará a trabalhar em seu quadro. Engendra, portanto, a temporalidade na pintura, além de revelar a nudez que se pretendia esconder. Pode-se reconstituir, desse modo, a narrativa que está implícita na pintura em questão. A modelo em um momento imediatamente anterior ao retratado, pousou ao artista, uma vez que há um esboço de pintura, em uma situação provavelmente de equilíbrio, sem a necessidade de

fugas ou esconderijos. Tal situação de suposta harmonia é interrompida pela presença do invisível importuno. Tal invasão do público no que era antes apenas restrito ao âmbito privado faz com que a modelo e o pintor sejam manipulados pelo pudor, que lhes doa a modalidade dever fazer. Ambos tentam, daí, impedir que o importuno observe o interior do ateliê: a primeira, tentando se esconder, o segundo impedindo-o de entrar. No entanto, a sanção que receberiam os dois sujeitos é ambígua: seriam certamente premiados, uma vez que efetivamente se escondem, não fosse o fato de o outro importuno ou o importuno outro, o enunciatário, olhar todo o atelier e, assim, o corpo nu da mulher representada e a mulher em trajes íntimos do lado esquerdo da tela. Ao enunciatário é dado ver os joelhos da modelo, seus braços, seus sapatinhos, indicando a intimidade daquele canto tornado o verso de um biombo. Se o trato com o pudor foi, portanto, cumprido, cabe ao observador do quadro julgar e tais julgamentos mudarão, certamente, de acordo com os valores do público e com sua familiaridade com determinadas cenas convencionais nas artes plásticas. O público torna-se, desse modo, elemento da obra, intruso escondido, que poderia ser descoberto com um simples virar do rosto da modelo. Nessa condição, daquele que é capaz de olhar sem ser visto, o espectador pode observar sem pudores toda a cena íntima, acompanhando a direção do olhar dos atores do quadro O importuno. Esses actantes olham para um espaço, o do invasor, que nos é vedado observar e vemos, em compensação, aquilo que esses actantes não podem ver. Há, pois, um jogo de esconder nessa obra: há sempre aquilo que ainda não está visto, que foge aos olhares e às interpretações que acompanham o ato de olhar. Há sempre algo que resiste ao apetite totalizador de nossos olhos, mantendo a interrogação essencial a uma relação profunda com a obra de arte. Mantém-se o espanto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 00. MILLIET, Sérgio. Pintura Quase Sempre. Porto Alegre: Edição da Livraria do Globo, 1944. SOUZA, Gilda de Mello e. Exercícios de Leitura. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1980. TEIXEIRA, Lúcia. Imagens de mulher. [Mimeografado.]