Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina ACÓRDÃO N



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REGISTRO DE CANDIDATURA. Eduardo Rangel

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Transcrição:

ACÓRDÃO N. 26752 Relator: Juiz Marcelo Ramos Peregrino Ferreira Recorrente: Maicon Manoel Corrêa RECURSO - REGISTRO DE CANDIDATURA - FALTA DE FILIAÇÃO PARTIDÁRIA - DOCUMENTOS PRODUZIDOS UNILATERALMENTE - AUSÊNCIA DE FÉ PÚBLICA - INAPLICABILIDADE DA SÚMULA N. 20/TSE ANTE A FALTA DE OUTROS ELEMENTOS DE PROVA DE OPORTUNA FILIAÇÃO - NÃO ATENDIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS INDEFERIMENTO DO REGISTRO - CONHECIMENTO E DESPROVIMENTO DO RECURSO. Vistos etc. ACORDAM os Juizes do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina, à unanimidade, em conhecer do recurso e a ele negar provimento, nos termos do voto do Relator, que fica fazendo parte integrante da decisão. Sala de Sessões do Tribunal Regional Eleitoral. Florianópolis, 8 de agosto de 2012. Jiuiz Marcelo Ramos Peregrino Ferreira VJ Relator PUduÜÀDO EM SESSÃO

RELATÓRIO Trata-se de recurso interposto por Maicon Manoel Corrêa contra decisão do Juiz da 100 a Zona Eleitoral - Florianópolis, que indeferiu seu pedido de registro de candidatura ante a falta de filiação partidária (fls. 48-51). O candidato recorrente alega, em síntese, que seu nome "consta na lista de Filiados do Partido, não só na lista interna. Todavia, seu nome foi incluído com a grafia errada 'Maycon', com a letra Y" e "que o advento do FILIAWEB ainda não está apropriadamente sedimentado. De modo que foram constatados alguns erros no sistema, o que pode ter sido o caso em tela." Ao final, requer seja declarada a regularidade de sua filiação ao PSTU. O Ministério Público de primeira instância manifestou-se pelo desprovimento do recurso (fls. 65-69), no que foi acompanhado, nesta instância, pelo douto Procurador Regional Eleitoral (fls. 72-74). É o relatório. VOTO O SENHOR JUIZ MARCELO RAMOS PEREGRINO FERREIRA (Relator): Sr. Presidente, o presente recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, pelo que dele conheço. No mérito, a irresignação não merece acolhimento. O candidato afirma em sua peça recursal que seu nome consta na lista de filiados do PSTU, e esclarece, "não só na lista interna". Entretanto, é a lista interna do sistema Filiaweb que apresenta para instruir seu recurso, conforme documentos de fls. 60-61. Ora, como é sabido, esta listagem é preenchida unilateralmente pelo partido, e por isso só passa a ter validade quando efetivamente encaminhada à Justiça Eleitoral, órgão responsável pela anotação das filiações partidárias. Também alega o recorrente que houve um erro na grafia de seu nome, que teria sido incluído no sistema com y. Com efeito, seu nome aparece com T em uma lista interna e com 'y' na outra lista interna do sistema, mas nenhum nome seu, seja como for grafado, consta do Cadastro Eleitoral, conforme informação do Juízo da 100 a Zona Eleitoral - Florianópolis (fl. 27). Ou seja, o recorrente não se desincumbiu do ônus de comprovar sua tempestiva filiação ao partido político, razão pela qual é inaplicável, à espécie, a Súmula 20 do TSE, a qual prevê que "A falta do nome do filiado ao partido na lista 2

por este encaminhada à Justiça Eleitoral, nos termos do art. 19 da Lei n. 9.096, de 19.9.1995, pode ser suprida por outros elementos de prova de oportuna filiação". Ressalte-se que, o fato de o recorrente apresentar sua ficha de filiação ao PSTU (fl. 20), com data de 17.9.2009, também não faz prova de sua filiação partidária, por ser, igualmente, ato unilateral. Nesse sentido já decidiu o Tribunal Superior Eleitoral, em precedentes cujas ementas transcrevo abaixo: AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. ELEIÇÕES 2010. DEPUTADO ESTADUAL. INOVAÇÃO DE TESES. IMPOSSIBILIDADE. NATUREZA EXTRAORDINÁRIO DO RECURSO ESPECIAL. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. DOCUMENTOS PRODUZIDOS UNILATERALMENTE. AUSÊNCIA DE FÉ PÚBLICA. SÚMULA N. 20/TSE. NÃO INCIDÊNCIA. INDÍCIOS. IRREGULARIDADES. ASSINATURAS. PEDIDO DE REGISTRO. VIOLAÇÃO. PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA. INOCORRÊNCIA. DESPROVIMENTO. [...] 4. Documentos produzidos unilateralmente por partido político ou candidato na espécie, ficha de filiação, ata de reunião do partido e relação interna de filiados extraída do respectivo sistema não são aptos a comprovar filiação partidária, por não gozarem de fé pública. Não incidência da Súmula n. 20/TSE. [...] [Agravo Regimental no Recurso Especial eleitoral n. 3387-45.2010.6.26.0000, de 6.10.2010, rei. Min. Aldir Passarinho Júnior]. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA - PROVA. A prova da filiação partidária dá-se pelo cadastro eleitoral, não se sobrepondo, a este, ato unilateral das partes interessadas, como a ficha de filiação. A teor da Resolução/TSE n 23.117/2009, cumpre ao partido político encaminhar à Justiça Eleitoral - para arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação, objetivando a candidatura - a relação dos filiados na respectiva zona eleitoral [TSE. Acórdão em Recurso Especial Eleitoral n. 100728, de 5.10.2010, Relator Ministro Marco Aurélio Mendes de Farias Mello]. FILIAÇÃO PARTIDÁRIA - PROVA. A prova da filiação partidária dá-se pelo cadastro eleitoral, não se sobrepondo, a este, ato unilateral das partes interessadas, como a ata da convenção de aprovação das candidaturas e a declaração de dirigente partidário. A teor da Lei n 9.096/1995, cumpre ao partido político encaminhar à Justiça Eleitoral - para arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação, objetivando a candidatura - a 3

relação dos filiados na respectiva zona eleitoral. Jurisprudência dominante no Tribunal Superior Eleitoral" [TSE, REspe - Recurso Especial Eleitoral n. 555228 - Belo Horizonte/MG, Acórdão de 04.11.2010, Relator Min. MARCO AURÉLIO MENDES DE FARIAS MELLO]. Recentemente esta Corte também enfrentou a matéria, em precedente da lavra da Juíza Bárbara Lebarbenchon Moura Thomaselli, assim ementado: - RECURSO - REGISTRO DE CANDIDATURA - AUSÊNCIA DO NOME DO ELEITOR NO CADASTRO DA JUSTIÇA ELEITORAL - FALTA DE INTIMAÇÃO PARA REGULARIZAÇÃO DO PEDIDO - AFASTADA - INSCRIÇÕES PARTIDÁRIAS CANCELADAS POR DECISÃO JUDICIAL - INEXISTÊNCIA DE PROVA ACERCA DE COMUNICAÇÃO DE DESFILIAÇÃO À JUSTIÇA ELEITORAL - FICHA DE FILIAÇÃO - PROVA INIDÔNEA DE ADESÃO A PARTIDO POLÍTICO - NÃO ATENDIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS - DESPROVIMENTO [TRESC. Acórdão n. 26714, de 6.8.2012, Relatora Juíza Bárbara Lebarbenchon Moura Thomaselli]. Extrai-se do voto: De outro vértice, se afigura prova frágil a cópia da ficha de filiação, por se tratar de documento produzido de modo unilateral, destituído de fé pública, cuja produção depende unicamente do filiado e do representante da entidade política. Ademais, a análise da matéria, realizada no primeiro grau, merece ser prestigiada. A decisão do Exmo. Juiz da 100 a Zona Eleitoral, Dr. Antonio Augusto Baggio e Ubaldo, não merece qualquer reparo. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento, mantendo a sentença prolatada que indeferiu o registro de candidatura de Maicon Manoel Corrêa, por ausência de tempestiva filiação partidária. É como voto. 4

EXTRATO DE ATA RECURSO ELEITORAL N 101-36.2012.6.24.0100 - RECURSO ELEITORAL - REGISTRO DE CANDIDATURA - RRC - CANDIDATO - CARGO - VEREADOR - PARTIDO POLÍTICO - 100 a ZONA ELEITORAL - FLORIANÓPOLIS RELATOR: JUIZ MARCELO RAMOS PEREGRINO FERREIRA RECORRENTE(S): MAICON MANOEL CORRÊA ADVOGADO(S): ARISTEU CÉSAR PINTO NETO; ANA LÚCIA MARCHIORI; CLÁUDIO RENNÓ VILLELA; AMÉRICO ASTUTO ROCHA GOMES; FABIANA COSTA DO AMARAL; BRUNO COLARES SOARES FIGUEIREDO ALVES; PABLO BIONDI PRESIDENTE DA SESSÃO: JUIZ ELÁDIO TORRET ROCHA PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL: ANDRÉ STEFANI BERTUOL Decisão: à unanimidade, conhecer do recurso e a ele negar provimento, nos termos do voto do Relator. Foi assinado e publicado em sessão, com a intimação pessoal do Procurador Regional Eleitoral, o Acórdão n. 26752. Presentes os Juizes Eládio Torret Rocha, Nelson Juliano Schaefer Martins, Júlio Guilherme Berezoski Schattschneider, Nelson Maia Peixoto, Luiz Henrique Martins Portelinha, Marcelo Ramos Peregrino Ferreira e Bárbara Lebarbenchon Moura Thomaselli. SESSÃO DE 08.08.2012.