O ENSINO E A INVESTIGA~AO EM PORTUGAL NO DOMINIO DA MECANICA DA FRACTURA



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Transcrição:

O ENSINO E A INVESTIGA~AO EM PORTUGAL NO DOMINIO DA MECANICA DA FRACTURA Professor Luciano Faria(*) 1.- INTRODUC(AO Sendo recente o novo ramo da Ciencia e da Engenharia denominado Mecánica da Fractura, e naturalmente recente o seu ensino e investigagao em Por tugal. Comegou esta área a desenvolver-se nas escolas de engenharia da Unive~ sidade Técnica de Lisboa (UTL) e da Universidade do Porto (UP), respectivamente no Instituto Superior Técnico (IST) e na Faculdade de Engenharia(FEUP), tendo de inicio os seus docentes e investigadores ido especializar-se no estrangeiro, nomeadamente em universidades inglesas e francesas, onde realizararo os seus doutoramentos. Posteriormente outras Universidades portuguesas langaram-se igualmente neste dominio, em especial a Universidade do Minho (UM) (Braga/Guimaráes) e a Faculdade de Ciencias e Tecnología da Universidade de Coimbra (FCT-UC).Com base no número de docentes e investigadores existentes já doutorados, número que já ultrapassa a vintena, foi possível iniciar em Portugal investigagao propria e realizar doutoramentos. Tambero os "departamentos de materiais" do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), do Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnología Industrial (LNETI) e do Instituto de Soldadura, bem como laboratórios de cer tas empresas (SOREFAME, LISNAVE, etc) tem efectuado estudos no dominio da me cánica das rochas e do comportamento mecánico dos materiais, de estruturas e construgoes metálicas soldadas. 2.- ENSINO 2.1.- As nogoes básicas da mecánica da fractura e das suas aplica9oes,no meadamente no que respeita a fadiga e a fluencia, sao ministradas em váriasdisciplinas dos Cursos de licenciatura de Engenharia Mecánica das 4 escolas de engenharia acima referidas, e ainda no Curso de licenciatura de Engenharia de Construgao Naval, leccionado no IST. Os nomes das disciplinas variam naturalmente com a organizagao dos_cursos de cada Faculdade:Mecánica dos S~ lidos, Mecánica dos Materiais, Orgaos de Máquinas, Tecnologia Mecánica, etc. As nocoes sobre o estrutura dos materiais sao ministradas nas disciplinas de Metalurgia e Materiais a cargo de Departamento de Engenharia de Materiais. (*) Professor Catedrático do Instituto Superior Técnico (Universidade Técnica de Lisboa) e Presidente do Departamento de Engenharia Mecánica do IST. Presidente do "Strengthening Committee of the European Group on Fracture" e membro do "Advisory Committee of EGF". 9

Num Curso sobre Soldadurav a cargo do Instituto de Soldadura portugues, com vista ~ formacao de engenheiros soldadores, tambem sao ministradas nocoes b! sicas da mecánica da fractura, das suas aplicacoes e dos seus aspectos metalúrgicos. Neste curso colaboram professores tanto de Lisboa, como do Porto e do Minho. 2.2.- O ensino desta área científica é fortemente desenvolvido nos cursos de pos-graduacao (mestrado) que sao ministrados tanto no IST, com~ na FEUP. No IST a mecánica da fractura é leccionada nas disciplinas de Fractura, Fadiga e Fluencia e de_ruína Estrutural do curso de mestrado de "E~genharia de Projecto e Construcao Mecánica", emvárias das suas especializacoes, mas com maior incidencia nas de Materiais, de Construcao Metálica, de Construcao Mecánica e de Manutencao Industrial. o estudo teórico é completado com aulas de laboratório. Na FEUP, a mecan~ca da fractura é leccionada na disciplina com esse mesme nome incluida no curso de mestrado de Estrutural" e na disciplina de Mecánica dos Materiais para o curso de mestrado em"materiais e Processos de Fabrico". 2.3.- Para a indústria e para os engenheiros tem as escolas de engenharia de Lisboa e do Porto promovido cursos, em pós-laboral ou intensivo, sobre a Mecánica da Fractura e a, e sobre outras áreas, tais como Construcoes Metálicas Soldadas, Reservatórios sob Pressao, em que as nocoes da fractura e de fadiga sao ministradas assim urna reciclagem e ac tualizacao de conhecimentos. Alguns desses cursos tem sido dados em estrita colaboracao com a Ordem dos Engenheiros de Portugal. A nivel mais avancado tem-se realizado seminários e colóquios com a colaboracao de professores nacionais e, patrocinados por diversos organismos nacionais e internacionais, entre os se refere a AGARD. 3.- INVESTIGACAO A investigacao em Portugal tem-se verificado sob várias formas: - Investigacao em colaboracao com Universidades estrangeiras, nomeadame~ te investigacao de base; - Investigacao efectuada pelas Universidades Portuguesas ou em cooperacao entre elas, visando tanto investigacao de base, como investigacao aplicada, atendendo a necessidades do nosso País e a pedido concreto da indústria, quer sob aspectos da aplicacao, quer de desenvolvimento; - Estudos de acidentes, peritagens, etc. visando encontrar solucoes tendentes a eliminar as ruinas ou os acidentes verificados. Procurar-se-á a seguir pormenorizar até certo ponto a actividade desenvolvida e referir os contactos que se tem mantido e desenvolvido com Universidades estrangeiras e organismos internacionais. 3.1.- Investigagao de base em cooperacao com Universidades e Organismos Estrangeiros Tem esta investigacao incidindo sobre variados temas entre as quais citaremos: - Limiares de fadiga, de e de corrosao sob tensao em agos 1 o

de média resist~ncia (em colaboracao coro o Imperial College). - Pequena fissuracao em ligas de aluminio (projecto round-robin da AGARD). - Fadiga de rolamento (em colaboracao coro as Universidades de Compiegne, de Lyon e coro Creusot-Loire). - Fadiga e fractura em estruturas soldadas, incluindo aspectos de arrancamento lamelar, fissuras do tipo V (chevron) (em colaboracao con Cranfield IT) - Comportamento mecánico de plásticos e comp6sitos (colaboracao coro Imperial College, UMIST e CIT, respectivamente). - Mecanica de fractura e fadiga a temperaturas elevadas (ambos em colaboracao coro o CIT). - Aplicacao do método dos elementos finitos (colaboracao coro University College, SWansea). - Mecánica do impacto (colaboracao coro UMIST). - Flu~ncia de acos e aluminios (colaboracao coro o Imperial College). - Fadiga-corrosao em acos de média/baixa resist~ncia e em ligas de alumí nio (vários trabalhos em colaboracao coro o Imperial College). - - Estudo tridimensional, por elementos finitos, do comportamento de picagens em reservat6rios (colaboracao coro o Imperial College). - Mecanismos de fadiga térmica (colaboracao com o IRSID) Embora coro características diferentes nao se deixa de assinalar o estudo da mecanica das rochas, levado a cabo por diversos labor~t6rios europeus e am~ ricanos, mas liderado pelo LNEC, onde além da investigacao de base se criou e desenvolveu muito equipamento de ensaio. 3.2.- Investigacao 1 desenvolvimento por solicitacao da indústria portuguesa e coro a sua colaboracao ou por iniciativa da pr6pria Univerdade. Esta investigacao tero sido realizada por qualquer das quatros escolas, ou em cooperacao entre elas. Entre os assuntos de maior relevancia que t~m sido estudados citam-se os seguintes: - Estudo sobre acos utilizados em ferramentas de corte e estampagem. - Estudo de materiais utilizados no fabrico de moldes para plásticos. - Estudo do comportamento de acos de liga sujeitos a temperaturas elevadas. - Estudo de ligacoes soldadas em estruturas de aco estática e dinamicamen te solicitadas; vários aspectos de fractura (problemas "pop-in" e outros). - Estudo da propagacao de fissuras de fadiga ero estruturas tubulares de auto carros. - Comportamento de tubagens industriais na presenca de defeitos. - Previsao do comportamento de estruturas metálicas contendo defeitos. - Mecanica da fractura aplicada a betoes. - Comportamento de provetes de dadas geometrías, estudado através de análise elásto-plástica em computador. - Determinacao de factores de intensidade de tensao. - Aplicacao da mecánica da fractura probabilística a construcoes soldadas. - Aplicacao de holografía á determinacao experimental da extensao na regiao plástica na extremidade de urna fenda. - Projecto de equipamento de ensaios (de fadiga, corrosao sob tensao, medicao da propagacao de fendas, etc.) 3.3.- Estudo de acidentes T~m as Escalas de Engenharia Portuguesas citadas no presente trabalho sido 1 1

solicitadas a dar parecer sobre as causas de rotura variada em equipamentos mecanices em servico, ou analisar o estado de equipamentos antes de qualquer ruina, ou ainda a propor solucoes para eliminar causas de rotura verificadas. Citam-se a titulo de exemplo: - Rotura de veios, de olhais, de elementos roscados, etc. - Rotura de ~mbolos de compressores. - Análise do estado de esferas de armazenagem de butano e propano. 3.4- Equipamento Dispoem já os laboratórios das Escolas Portuguesas de Engenharia e de outros organismos e empresas equipamento moderno que permite ensaios está ticos, de fadiga, de fractura, a temperaturas elevadas, de corrosao sob ten~ sao, de fadiga- corrosao, de resili~ncia, de dureza e microdureza, etc. Completa este equipamento outro equipamento clássico que permite a medicao e o registe dos ensaios (extensom~trico, osciloscópios, registadores x-y, transdutores, fotoelástico, sistema de aquisicao de dados, microcomputadores para programacao e comando do equipamento de ensaio segundo ciclos pré-determinados, etc.). Tal equipamento serve igualme~te para uma actividade importa~ te no dominio da análise experimental de tensoes. Microscópios metalográficos e electrónicos de varrimento e outro equipamento necessário a análise de roturas equipam igualmente os laboratórios de ensaio de materiais. Finalmente computadores de relativamente grande capacidade permitem realizar os estudos em que é necessário recorrer a técnicas de análise númerica, nomeadamente a elementos finitos. 4.- RELACOES NACIONAIS E INTERNACIONAIS 4.1.- Já em 3.1 se deu uma ideia das ligacoes que se tem procurado estabelecer, manter e desenvolver com Universidades e organismos de investigacao estrangeiros. Tais contactos nao se tem limitado porém aos organismos citados mas a muitas outras Universidades (Lehigh, Berkeley, North Staffordshire, etc.) e organismos (British Welding Institute, Central Elec tricity Generatory Board da Gra Bretanha, Institut de Soudure Francais, etc.) os contactos e as ligacoes tem sido igualmente desenvolvidos nas relacoes com organismos internacionais, nomeadamente como Instituto Internacional de Soldadura, com o Grupo Europeu da Fractura (EGF) e a Conferencia Internacional da Fractura (ICF). A seguir se pormenorizam estes contactos. 4.2.- Criado de uma forma informal, no seu inicio, o Grupo Portugues da Fractura (GPF), foi este posteriormente transformado na Seccao FRACTURA da ~ ciedade Portuguesa de Materiais (SPM-Fractura). Temo GPF, e posteriormente a SPM-Fractura,desenvolvido a sua actividade quer a nivel nacional, através de colóquios, jornadas e outras reunioes, quer a nivel internacional participando nas reunioes europeiasdo EGF e internacionais do ICF e do IIS. Participam os seus membros na direccao do EGF e do Com~ té de Reforco deste Grupo Europeu (EGFSC), a que abaixo se faz referencia. Como é possivelmente do vosso conhecimento as finalidades desta Comissao de Reforce sao as seguintes(transcreve-se o teor de resolucao tomada pelo EGF 1 2

na reuniao de Lisboa, em Setembro de 1984): "Será criado urn Comité de Reforce do Grupo Europeu de Fractura- CRGEF (no texto em ingles European Group on Fracture Strengthening Committee EGFSC), soba presidencia do Prof. Faria, cujos membros derao convidados pelo presidente. Este Comité apresentará recomendacoes, além das actividades editaríais, identificáveis com as actividades da EGF, e no seio de toda a Comunidade Europeia. Em especial explorará a possibilidade de estabelecer um consenso europeu sobre problemas de controle de qualidade e ensaios de materiais relacionados com a ruina; poderao ser considerados nomeadamente: 1) Emendas nos códigos, normas e guias correntemente utilizados como fim de urna adequacao a condicoes e critérios europeus. 2) Preencherfalhas existentes nos actuais códigos, normas e guias no campo especifico do controle de fractura. 3) Actuar como organismo consultor das autoridades certificadoras internacionais, por exemplo, em pedidos relativos á nao observancia de regras, substituidas por garantías dadas por propriedades atinentes dos materiais, nao exigidas, mas que igualmente determinam a seguranca. Os modos de contactar as autoridades certificadoras internacionais e Institutos Europeus relacionados com a prescricao de regras, cógidos, normas e guias será judiciosamente averiguado". Com a finalidade de apoiar o EGFSC criou a SPM-Fractura urna Comissao Nacional para estudar os problemas de sistematizacao de normalizacao e de introducao das nocoes de mecanica de fractura em códigos. Esta Comissao Nacional constituiu vários Grupos de Trabalho (GT) para se ocuparem dos diferentes tipos de equipamento: G.T.1) Construcoes Navais G.T.2) Transportes Ferroviários e Rodoviários G.T.3) Estruturas e Pontes Metálicas G.T.4) Estruturas e Pontes de Betao G.T.5) Equipamento Industrial (caldeiras, permutadores, reservatórios sob pressao, tubagem, etc.) G.T.6) Plásticos e Compósitos G.T.7) Equipamento mecánico para barragens e centrais de todos os tipos, condutas forcadas, pipelines No que respeita ao Instituto Internacional de Soldadura há urna forte participacao, apoiada no Instituto Portugues de Soldadura, nas reunioes anuais in ternacionais, referindo-se em particular a colaboracao nas Comissoes XIII- Fa~ diga e XV - Projecto. 5.- PUBLICACOES Em consequencia da investigacao atrás citada e da actividade desenvolvida urna numerosa bibliografía tem sido produzida sob as formas mais variadas: - Tesesde doutoramento (em portugües, ingles ou frances) - Comunicacoes a congressos, simpósios e outras reunioes internacionais. - Publicacoes em revistas nacionais e estrangeiras. - Relatórios. - Textos de cursos e livros. 1 3

Assinale-se por fim a par!icipac;ao nas actividades dos "Task Groups" do EGF e em programas em cooperac;ao que o EGF tem promovido. Citam-se a titulo de exemplo: - O programa em cooperac;ao no dominio da fractura elasto-plástica. - Os programas do tipo "round-robin". 6.- COLABORACAO ENTRE ORGANISMOS DE INVESTIGACAO E UNIVERSIDADES ESPANHOLAS E PORTUGUESAS Ao terminar a presente exposic;ao cabe-me fazer duas referéncias. A prime~ra diz respeito ao amável convite que me fizeram para assistir a esta reuniao, convite que desejo agradecer em especial ao meu Amigo e Colega, Prof. Manuel Elices. A segunda refer~ncia diz respeito ao estabelecimento de cooperac;ao e e~ laborac;ao entre investigadores espanhois e portugueses e respectivos organismos, as quais práticamente nao tem existido até agora. Ficam por isso desde já aquí duas sugestoes A primeira dirá respeito á organizac;ao conjunta das Jornadas Luso-Espanholas da Fractura, que poderiam ter lugar de 2 em 2 anos e alternadamente.em Portugal e Espanha. As primeiras poderiam realizar-se em Portugal em 1987, em data e local a fixar. A segunda sugestao diz respeito a colaboragao entre organismos de investí gac;ao dos dois paises, a qual se poderia estabelecer-se combase na ajuda que os programas da CEE (BRITE, Stimulation, etc.) concedem. Poderemos do nosso lado sugerir temas num futuro próximo. Dentro desta mesma linha a vossa participac;ao na minha Comissao da EGF com vista a fazer penetrar a mecanica da fractura nos códigos e nas normas e a sistematizar e harmouizar uns e outras seria para mim extremamente benvinda. 14