O PROCESSO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM MULHERES GESTANTES FACE Á REALIZAÇÃO DO PRÉ-NATAL: Uma revisão bibliográfica.



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Transcrição:

Revista Interfaces: Saúde, Humanas e Tecnologia. Ano 2, V. 2, Número Especial, jun, 2014. Faculdade Leão Sampaio Resumo Expandido ISSN 2317-434X O PROCESSO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM MULHERES GESTANTES FACE Á REALIZAÇÃO DO PRÉ-NATAL: Uma revisão bibliográfica. *Rayane Moreira Alencar E-mail: rayane--alencar@hotmail.com; Sumina Kayanni Alves de Lima E-mail: su_kayanne@hotmail.com. Cicero Magérbio Gomes Torres E-mail: magerbiomestrado@yahoo.com.br Faculdade Leão Sampaio RESUMO O presente trabalho trata de uma revisão bibliográfica que discute o processo de assistência desenvolvido pela categoria de enfermagem no âmbito educacional às gestantes durante o processo de pré-natal. Tem-se como objetivo revisar obras literárias científicas relevantes sobre a prática educacional em saúde na assistência de enfermagem em face de realização do pré-natal, tendo em vista de que forma o processo educativo influencia na aproximação do profissional em enfermagem e da gestante. Esta é do tipo revisão sistémica, de caráter exploratório e abordagem qualitativa, e se fundamenta na análise de artigos publicados nas bases do banco de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO), na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e em revistas acadêmicas, bem como em livros. Em relação ao pré-natal o mesmo é caracterizado por um conjunto de procedimentos clínicos e educativos cujo objetivo consiste em acompanhar a evolução da gravidez, promover a saúde da gestante e da criança Neste sentido, conclui-se que as consequências positivas de uma assistência acrescida de bases educacionais são nítidas, de modo que se identifica principalmente uma melhora no quadro emocional da gestante e uma maior valorização do período vivenciado, o pré-natal. Palavras Chave: Assistência da enfermagem; pré-natal; processo educativo. Recebido: 28/04/2014 Aprovado: 20/05/2014 Rev. Interfaces. Ano 2. Vol. 2, Número Especial, jun, 2014.

INTRODUÇÃO O pré-natal é caracterizado por um conjunto de procedimentos clínicos e educativos cujo objetivo consiste em acompanhar a evolução da gravidez, promover a saúde da gestante e da criança (BRASIL, 2000). Nas ações preconizadas para a assistência ao pré-natal, após confirmação da gravidez em consulta médica ou de enfermagem, inicia-se uma série de acompanhamento a gestante, tais como: orientações necessárias referentes ao processo de acompanhamento do pré-natal, a importância da continuidade a sequência das consultas, cujo intervalo entre uma e outra consulta deve ser de aproximadamente quatro semanas, após a 36ª semana, o acompanhamento semanal a gestante, visa avaliar pressão arterial, a presença de edemas, a altura uterina, os movimentos do feto e os batimentos cárdio-fetais. Em face deste processo de orientações educativas repassadas as gestantes, torna-se necessário destacar as visitas domiciliares e as reuniões educativas (BRASIL, 2000). Pode-se considerar que, na base da atenção ao pré-natal encontra-se a promoção da educação em saúde, cuja ação é preconizada pelo Ministério da Saúde e desde o ano 2000, uma série de ações visa atingir de forma mais efetiva a atenção primária à mulher gestante, levando-a a um processo gestacional seguro e saudável que resulte em um nascimento seguro em bases humanitárias. As atividades de educação em saúde permitem a aproximação entre profissionais e receptores do cuidado, neste caso as gestantes, além de contribuírem para uma assistência humanizada (ZAMPIERE, 2001). A dimensão educativa objetiva contribui com o acréscimo de informações que as mulheres possuem sobre seu corpo e valorizam suas experiências de vida (PENNA; PROGIANTI; CORREA 1999). De acordo com o Ministério da Saúde (2000), as atividades educativas devem conter uma linguagem clara e compreensível, a fim de promover orientações gerais sobre os cuidados na gestação, alterações fisiológicas e emocionais, cuidados com o recém-nascido, amamentação e planejamento familiar, respeitando a cultura e o saber popular para minimizar suas dúvidas e ansiedade no momento do parto. Na medida em que a gestante é fortalecida por meio de ações em educação em saúde, torna-se mais segura para a realização de um pré-natal, tendo em vista, as informações e orientações pertinentes à gestação, parto e puerpério, e em consequência deste processo, enfrentará seu ciclo gestacional com maior segurança, prazer e harmonia, pois a ausência de informação pode provocar o surgimento de preocupações desnecessárias. Deste modo, o profissional em enfermagem deve compreender a transição a que passa a mulher em direção à maternidade, pois nela deverá aprender a conviver com o novo ser, vivenciar novas experiências e descobertas e tornar as demandas exigidas pelo processo puerperais adequadas (CATAFESTA, et al. 2009). Sendo assim, a relevância desta pesquisa consiste em evidenciar a importância das ações educativas no decorrer de todas as etapas do ciclo grávido-puerperal. No entanto é no período do pré-natal que a mulher deverá ser mais bem orientada para que possa viver o parto de forma positiva, integradora, enriquecedora e feliz, além de ter menos riscos de complicações no puerpério. Assim, torna-se importante para os profissionais de saúde assumir uma postura de educadores que compartilham saberes, buscando devolver à gestante sua autoconfiança para vivenciar a gestação, o parto e o puerpério, justificando aqui a escolha deste tema. A presente pesquisa tem como objetivos: verificar como o processo educativo influencia na aproximação do profissional em enfermagem e da gestante, demonstrar a importância da implementação do processo educativo na assistência a gestante pelo

profissional em questão e identificar as consequências positivas de uma assistência acrescida de educação em saúde no período do pré-natal. METODOLOGIA Este trabalho mostra uma revisão sistemática de caráter exploratório e abordagem qualitativa. Revisões sistemáticas são aquelas que aplicam técnicas específicas e explícitas de identificação de pesquisas originais e de abstração de dados literários, com o objetivo de evitar ou minimizar distorções dos resultados (ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 2003). Uma pesquisa de caráter exploratório são investigações que tem por objetivo descrever completamente determinados fenômenos na qual essas descrições podem ser de caráter quantitativo ou qualitativo (MARCONI; LAKATUS, 2010). A pesquisa qualitativa é tida como um método para explicar de maneira clara e ampla as características e significados das informações analisadas, bem como seus resultados, sem fazer uso da análise quantitativa e seus respectivos dados mensuráveis. A mesma é tida como instrumento para análise de levantamento de hipóteses (OLIVEIRA, 2010). Esta análise é tida como um método para avaliar um conjunto de dados e também uma forma de realizar um aprofundamento sobre o tema; desta forma a mesma possibilitará uma reflexão sobre as ações educativas implementadas no pré-natal no serviço de saúde, no cenário atual, fundamentada na literatura. A consulta literária consistiu da análise de artigos publicados nas bases do banco de dados Scientific Eletronic Library Online (SciELO), na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), livros e revistas acadêmicas. Toda análise dos dados foi executada através de reflexões críticas. Os critérios de inclusão para analise literária foram ter alguma relação com o tema e contribuir para a investigação em questão, sendo os de exclusão a contradição das informações anteriores. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados encontrados apontam que a educação em saúde durante o pré-natal possibilita à gestante maior segurança e minimização de futuras complicações relacionadas à gestação, ao parto e a amamentação, além de diminuir o nível de frustração e ansiedade por parte da mesma com relação a este período de transição vivenciado. Contribui para o acréscimo de informações sobre seu corpo, aprendendo assim a valorizar novas experiências que a gestação lhe proporciona. Nota-se que a implementação de uma base educativa em saúde, voltada para assistência em enfermagem a gestantes, torna todo o atendimento bem mais humanizado. As mulheres anseiam receber informações durante a assistência pré-natal, e ao mesmo tempo tornam-se multiplicadoras do conhecimento com seus iguais, pois ao trocarem vivências e informações geram poderosas fontes transformadoras de suas limitações e necessidades, adquirindo domínio sobre seu corpo e poder de decisão sobre sua gravidez. A comunicação e informação em saúde entre profissionais e gestantes devem ser priorizadas no transcurso da assistência pré-natal em todo e qualquer atendimento, uma vez que a troca de informações e experiências pode ser a melhor forma de promover a compreensão do processo gestacional. O indivíduo consciente da sua cidadania exerce influência sobre os demais, favorece o desenvolvimento da autonomia e encoraja a mulher que toma decisões baseadas nas suas reais necessidades, e conseqüentemente, ganha mais saúde e liberdade de escolha e participação no processo gestacional (SOUZA; ROECKER; MARCON, 2011).

Torna-se importante reforçar a importância da educação em saúde quando ressalta que as mulheres que veem na consulta pré-natal um momento de reciprocidade educativa. É nessa ação que (o) enfermeira tem a oportunidade de exercitar a comunicação e otimização de seu tempo, já que essa atividade pode se dar em um grupo cujos interesses são comuns. A comunicação constitui-se em um instrumento básico para o cuidado, uma necessidade humana básica, uma competência em que o profissional de enfermagem deve desenvolver. Esta competência usada na educação em saúde, de modo terapêutico irá permitir atender sua clientela em todas as suas dimensões (LANDERDAHL, 2007). Entre as diferentes formas de realização do trabalho educativo, destacam-se as discussões em grupo, as dramatizações e outras dinâmicas que possam facilitar a fala e a troca de experiências entre aqueles que compõem o grupo. O profissional de enfermagem, ao atuar como facilitador deve conduzir as reuniões de maneira simples. Evitar o estilo palestra, pouco produtivo e que apaga questões adjacentes. Ouvir com atenção tudo que as gestantes têm a falar. Assim, o enfermeiro (a) será capaz de captar os anseios e questionamentos e direcionar as ações educativas. O profissional de enfermagem, ao prestar tais cuidados, deve dedicar-se e escutar a gestante, oferecer-lhe apoio, estabelecer uma ralação de confiança com a mesma e ajudá-la conduzir a experiência da maternidade (TEIXEIRA; AMARAL; MAGALHÃES, 2010). CONCLUSÃO A realização deste estudo leva a refletir que a educação em saúde é uma prática que deve estar presente na assistência em enfermagem à gestante, durante o período do pré-natal, pois conforme a literatura analisada se percebe a melhora de todo o processo e a minimização de eventos negativos que poderiam vir a ocorrer por falta de orientações simples. Ao longo do estudo nota-se que ao se incluir um novo campo educativo na assistência, a relação entre o profissional e a gestante amplia-se, devida a mesma sentir-se mais confiante em manter um dialogo efetivo com o enfermeiro (a). As consequências positivas de uma assistência acrescida de bases educacionais são nítidas, de modo que se identifica, principalmente, melhora no quadro emocional da gestante, maior valorização do período vivenciado, e desenvolvimento saudável ao longo da gestação. Assim, acredita-se fazer necessária a criação de espaços para a discussão sobre a prática educativa em saúde, visando tornar os profissionais de enfermagem hábeis em atuarem como agentes de mudanças através da educação, proporcionando não só a melhoria na assistência durante o pré-natal, mas sim em todos os procedimentos que possam ser beneficiados por esta prática. REFERÊNCIAS BARROS, Adail Jesus da Silveira; LEHFELO, Neide Aparecida de Souza. A pesquisa e a iniciação científica. In:. Fundamentos da Metodologia Científica. 3 ed. São Paulo: Pearson Prenhce Hall, 2007, p. 81-95. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Programa Humanização do Parto: humanização no pré-natal e nascimento / Ministério da Saúde, Secretaria Executiva. Brasília: Ministério da Saúde, 2000.

.. Secretaria de Políticas de Saúde. Programa de humanização no pré-natal e nascimento. Brasília: Ministério da Saúde, 2000. CATAFESTA F, ZAGONEL IPS, MARTINS M, VENTURINI KK. A transição puerperal: o desvelamento pelo método de pesquisa-cuidado. Esc Anna Nery. 2009; 13 (3):609-16. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. Metodologia qualitativa e quantitativa. In:. Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010, p. 269-288. MELO, Mônica Cecília Pimentel; COELHO, Nathália Havana Nunes; CREÔNCIO Sheila Cristiane Evangelista. Atuação da enfermeira no pré-natal: uma revisão a partir da sistematização, da humanização e da educação em saúde. 2010. Disponível em:http://www.conhecer.org.br. Acesso em: 06 de maio de 2013. OLIVEIRA, M. M. de. Como Fazer Pesquisa Qualitativa. 3ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. PENNA, L. H. G; PROGIANTI, J. M; CORREA, L. M. Enfermagem obstétrica no acompanhamento pré-natal. R. Bras. Enfer, v. 52, n. 3, p. 385-391, 1999. RIOS, C. T. F.; VIEIRA, N. F. C. Ações educativas no pré-natal: reflexão sobre a consulta de enfermagem como um espaço para educação em saúde. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, abr. 2007. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s141381232007000200024&lng =pt&nrm=iso>. Acesso em: 26 abril de 2013. SOUZA, Viviane Barbosa de; ROECKER, Simone; MARCON, Sonia Silva. Ações educativas durante a assistência pré-natal: percepção de gestantes atendidas na rede básica de Maringá-PR. 2011. Disponível em:<http:// www.fen.ufg.br>. Acesso em: 06 de maio de 2013. TEIXEIRA, Ivonete Rosânia; AMARAL, Renata Mônica Silva; MAGALHÃES, Sérgio Ricardo. Assistência de enfermagem ao pré-natal: reflexão sobre a atuação do enfermeiro para o processo educativo na saúde gestacional da mulher. 2010. Disponível em: <http://revistas.unibh.br/index.php/dcbas/article/download/166/96>. Acesso em: 06 de maio de 2013. ZAMPIERI, M. F. M; BRUGGEMANN, O. M. A melodia da humanização: reflexão sobre o cuidado no processo de nascimento. In: O processo educativo: interpretando o som da humanização. Florianópolis: Cidade Futura, 2001. p. 101