FUNDAÇÃO CULTURAL DR. PEDRO LEOPOLDO RODRIGO TEIXEIRA COFFLER PERCEPÇÃO DO CONSUMIDOR EM RELAÇÃO À PROPAGANDA ENGANOSA E ABUSIVA. Pedro Leopoldo 2012



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Transcrição:

1 FUNDAÇÃO CULTURAL DR. PEDRO LEOPOLDO RODRIGO TEIXEIRA COFFLER PERCEPÇÃO DO CONSUMIDOR EM RELAÇÃO À PROPAGANDA ENGANOSA E ABUSIVA Pedro Leopoldo 2012

2 RODRIGO TEIXEIRA COFFLER PERCEPÇÃO DO CONSUMIDOR EM RELAÇÃO À PROPAGANDA ENGANOSA E ABUSIVA Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Administração, como requisito para a obtenção de título de Mestre em Administração. Área de concentração: Gestão da Inovação e Competitividade Linha de pesquisa: Competitividade e Marketing Pedro Leopoldo 2012

3 FOLHA DE APROVAÇÃO Percepção do Consumidor em relação à propaganda enganosa e abusiva Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Administração Fundação Pedro Leopoldo como parte dos requisitos para a obtenção de título de Mestre em Administração. Área de concentração: Gestão da Inovação e Competitividade Linha de pesquisa: Comportamento do Consumidor Orientador: Prof. Dr. Mauro Calixta Tavares Prof. Dr. Mauro Calixta Tavares Prof. Dr. Tarcísio Afonso. Prof. Dr. Candido Luiz de Lima Fernandes Pedro Leopoldo, 17 de dezembro de 2012

4 AGRADECIMENTOS A Deus por ter concedido através de sua bondade infinita, o potencial de concretizar mais uma conquista em minha vida. A Juliana, minha esposa, a Nicole e Breno, meus filhos, pelo carinho, apoio e compreensão. Ao orientador e amigo, professor Dr. Mauro Calixta Tavares, pelo seu conhecimento, auxilio em diversos momentos de dificuldades e pelo seu carisma. A todos os professores da Fundação Pedro Leopoldo por terem compartilhando e contribuindo bela minha busca de novos conhecimentos. Aos nossos amigos de curso pelos bons momentos que passamos juntos.

5 RESUMO O objetivo desta dissertação foi analisar a percepção do consumidor acerca da propaganda enganosa e abusiva. Para atingir esse objetivo a metodologia aplicada na presente dissertação foi a exploratória com uma abordagem qualitativa. A pesquisa aplicada partiu de questionários com questões fechadas e abertas, que foram respondidos em três momentos, pelo mesmo grupo de pessoas, escolhidas aleatoriamente entre consumidores comuns, iniciando o primeiro momento após a veiculação de quatro propagandas, sendo posteriormente efetuada a arguição acerca da opinião dos 12 pesquisados sobre as propagandas veiculadas; no segundo momento os mesmos pesquisados foram arguidos sobre o entendimento acerca da identificação dentre as propagandas veiculadas de quais se tratavam enganosas e abusivas e no terceiro e último momento com um questionário estimulado contendo a definição legal dada pelo Código de Defesa do Consumidor sobre as propagandas enganosas e abusivas, onde foi solicitada a percepção obtida após o conhecimento teórico exposto. Ressalta-se que ao comparar as respostas obtidas nas três fases da pesquisa, o resultado demonstrou que a percepção dos consumidores sobre as propagandas enganosas e abusivas, se tornam mais claras quando há uma maior absorção de informações sobre seus conceitos legais, demonstrando que o consumidor sem o conhecimento necessário e experiência pessoal sobre publicidades enganosas e abusivas, ou até mesmo sobre o tema e produtos abordados na publicidade, em sua grande maioria não conseguem identificá-las e muito menos distingui-las do universo de publicidades que seguem um posicionamento ético. Por fim, ao efetuar a análise comparativa dos resultados da pesquisa com os consumidores e o posicionamento do CONAR, constatou-se que a percepção do consumidor dificilmente seguirá o mesmo posicionamento desse órgão regulador, haja vista este utilizar por parte de seus membros, além de suas experiências pessoais, também o conhecimento técnico sobre a legislação existente e o Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária, para identificar uma publicidade enganosa e abusiva. Palavras chaves: Comportamento do consumidor. Propaganda enganosa e Abusiva. Percepção. Consumidor.

6 ABSTRACT This study aims to identify consumer's perception about false and unfair advertising. To achieve this goal broke a literature survey, based on books, dissertations, and researched the definition of consumer behavior, needs and desires of the consumer, the definition of propaganda and influencing aspects, the implication of ethics in advertising, and the definition of false advertising and unfair on the characteristics of the Brazilian Code of advertising Self-Regulation, and the CONAR Code of Consumer Protection, and its principles and definition of consumer. The methodology applied in this dissertation was the exploratory qualitative approach, since its ultimate goal is the identification of consumer perception about the abusive and deceptive advertisements. The applied research came from questionnaires with closed and open questions, which were answered in three stages, the first time after serving four advertisements was conducted oral arguments about the researched opinion on the advertisements, the second time it was argued on understanding of identification among the advertisements for which these were misleading and abusive and the third and final time with a questionnaire containing stimulated the legal definition given by the Consumer Protection Code on abusive and deceptive advertisements, and requested the perception obtained after theoretical knowledge exposed. It is noteworthy that when comparing the responses obtained in the three phases of the research, the results showed that the perception of consumers about false and unfair advertising, become clearer when there is greater absorption of information about their legal concepts, demonstrating that the consumer without the necessary knowledge and personal experience on false and unfair advertising, or even on the topic addressed in products and advertising, mostly unable to identify them and distinguish them much less the universe of ads that follow an ethical position. Finally, to make a comparative analysis of the results of research with consumers and positioning of the CONAR, found that consumer perception hardly follow the same positioning of the regulator, given this use by their members, and their personal experiences, also the technical knowledge of existing legislation and the Brazilian Code of advertising Self-Regulation, to identify a false and unfair advertising. Keywords: Consumer behavior. False and unfair advertising. Perception. Consumer.

7 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Fatores que influenciam o comportamento... 17 Figura 2: Equilíbrio... 23 Figura 3: Hierarquia das necessidades, segundo Maslow... 23

8 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Opinião livre do consumidor sobre as propagandas veiculadas na pesquisa... 54 Quadro 2: Opinião dos consumidores sobre a publicidade enganosa e abusiva na 2 e 3 fases da pesquisa... 55 Quadro 3: Opinião do consumidor sobre o comercial do Sandero no tocante a publicidade enganosa e abusiva... 56 Quadro 4: Opinião do consumidor sobre o comercial do Sandero na pesquisa contextualizada no tocante a publicidade enganosa e abusiva... 57 Quadro 5: Opinião do consumidor sobre o comercial do Devassa no tocante a publicidade enganosa e abusiva... 59 Quadro 6: Opinião do consumidor sobre o comercial do Devassa na pesquisa contextualizada no tocante a publicidade enganosa e abusiva... 60 Quadro 7: Opinião do consumidor sobre o comercial do Skol no tocante a publicidade enganosa e abusiva... 61 Quadro 8: Opinião do consumidor sobre o comercial do Skol na pesquisa contextualizada no tocante a publicidade enganosa e abusiva... 62 Quadro 9: Opinião do consumidor sobre o comercial do Danoninho no tocante a publicidade enganosa e abusiva... 63 Quadro 10: Opinião do consumidor sobre o comercial do Danoninho na pesquisa contextualizada no tocante a publicidade enganosa e abusiva... 64

9 LISTA DE SIGLAS CDC Código de Defesa do Consumidor CF Constituição Federal CONAR Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária PROCON - Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor

10 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 12 1.1. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA... 13 1.2. OBJETIVOS... 13 1.3. JUSTIFICATIVA... 14 1.4. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO... 14 2. REFERENCIAL TEÓRICO... 15 2.1. COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR... 15 2.1.1 Fatores que influenciam o comportamento de compra... 17 2.1.1.1 Fatores Culturais... 18 2.1.1.2 Fatores Sociais... 18 2.1.1.3 Fatores Pessoais... 19 2.1.1.4 Fatores Psicológicos... 19 2.1.2 As necessidades e desejos do consumo... 21 2.2. PROPAGANDA... 24 2.2.1. Aspectos influenciadores da propaganda... 24 2.2.2. Publicidade e Propaganda... 26 2.2.3. Implicação da Ética na Propaganda... 29 2.2.4. Definição de Propaganda Enganosa e Abusiva... 31 2.3. O CÓDIGO BRASILEIRO DE AUTO-REGULAMENTAÇÃO PUBLICITÁRIA E CONAR...34 2.4. O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR... 37 2.4.1. Princípios do Código de Defesa do Consumidor... 40 2.4.2. Definição jurídica de Consumidor... 43 3. METODOLOGIA DA PESQUISA... 49 3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA... 49 3.2. ELABORAÇÃO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS... 50 3.3. APLICAÇÃO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS... 51 4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS... 53 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 61

11 REFERÊNCIAS... 63 APÊNDICE...

12 1 INTRODUÇÃO O desenvolvimento de novas tecnologias, principalmente com o advento da informática, fez com que o acesso a informações de todas as naturezas fosse facilitado à grande maioria das pessoas, haja vista, estar mais dinâmica e acelerada. Outro ponto a ser observado é a influência que os meios de comunicação promovem em todos os setores da sociedade moderna, transformando pessoas, através da alteração de suas percepções e interferindo na forma de ser e entender o mundo. Um dos campos de maior influência da comunicação está nas campanhas publicitárias em geral, que influenciam as pessoas diretamente sobre suas necessidades e desejos de consumir, sendo um importante meio de convencimento e persuasão do indivíduo. Diante dessa nova realidade e perspectiva da propaganda trazida pelas novas tecnologias, com o objetivo de facilitar a prática de um comportamento ético sobre o consumidor, o Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária, criado em 1978, disciplina as normas e éticas a serem observadas e obedecidas pelos anunciantes e agências publicitárias. O legislador, no intuito de trazer maior proteção ao consumidor, bem como a defesa de seus direitos promulgou em 1990 o Código de Defesa do Consumidor. Muito embora o Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária e o Código de Defesa do Consumidor expressem uma preocupação com a audiência da propaganda, com a concorrência e especificamente com o consumidor, não se sabe, em princípio, se as formas de interpretação das questões éticas da propaganda são vistas da mesma forma pelos vários agentes que nela intervêm: criadores de agência de propaganda, mídia, empresas, órgãos de controle e consumidor. Desta forma, o presente trabalho busca elucidar um questionamento sobre a percepção dos consumidores acerca identificação das propagandas de natureza enganosa e abusiva.

13 1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA No mundo globalizado a concorrência faz com que as organizações busquem estratégias mercadológicas para manter e ampliar espaço no mercado no qual estão inseridas. Dentre das várias estratégias existentes, as organizações recorrem a propaganda, sendo esta a ferramenta mais utilizada pelas organizações que trabalham com bens de consumo para despertar nas pessoas a necessidade de adquirir seus produtos ou serviços. Entretanto, nesta guerra competitiva, nem sempre os quesitos intrínsecos da psicologia e do arcabouço jurídico são considerados no desenvolvimento de peças publicitárias, principalmente em propagandas televisivas que, por consequência, podem iludir ou enganar os consumidores, através de ações que infringem os valores morais e éticos. Neste contexto, o presente estudo irá contribuir para a busca de respostas sobre a percepção do consumidor acerca da identificação de uma propaganda enganosa e abusiva, comparando-as com a interpretação dada pelo CONAR no tocante a essas propagandas. 1.2 OBJETIVO Objetivo Geral Analisar, sob a ótica dos consumidores, a capacidade de identificação de propagandas enganosas e abusivas. Objetivos Específicos Identificar a noção do significado do que é uma propaganda enganosa e abusiva pelo consumidor; Identificar entre as propagandas escolhidas, as tidas como enganosas ou abusivas pelos pesquisados; Comparar o grau de identificação das diferenças entre os tipos de propaganda vistas como enganosas ou abusivas com o conceito do Código de Defesa do consumidor;

14 Identificar os parâmetros de interpretação do consumidor antes e após a exposição dos comerciais confrontando-os com a interpretação que o CONAR fez nas propagandas por ele julgadas. 1.3 JUSTIFICATIVA A importância do estudo caracteriza-se pela potencialidade dos seus resultados em subsidiar possíveis ações educativas desenvolvidas pela Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCOM) para orientar os consumidores a identificar a abusividade das propagandas, com o objetivo protegê-los em seus direitos. Outro fator que reveste este trabalho de importância é servir como uma fonte de consulta para a melhoria das propagandas desenvolvidas pelas empresas, em relação ao tema proposto, bem como servir de contribuição para pesquisas acadêmicas em futuros estudos que abordem a percepção do consumidor e a ética na propaganda. 1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO A presente dissertação se estrutura em cinco capítulos. O primeiro é composto pela apresentação do tema, situação problema, objetivos e justificativas do estudo. O segundo capitulo contempla a revisão bibliográfica atinente ao tema, cujo referencial aborda o comportamento do consumidor, a publicidade e propaganda, a implicação da ética na propaganda, a conceituação de propaganda enganosa e abusiva, o Código Brasileiro e Auto-Regulamentação Publicitária e CONAR, e o Código de Defesa do Consumidor. O terceiro capítulo apresenta a metodologia, detalha a caracterização da pesquisa, a elaboração do instrumento de coleta de dados, a aplicação do instrumento de coleta de dados, a análise dos dados. O quarto capítulo apresenta os dados resultantes da pesquisa realizada e sua análise. O quinto capítulo apresenta as considerações finais, limitações e sugestões para futuras pesquisas. Apresenta-se, por fim as Referências e o apêndice.

15 2 REFERENCIAL TEÓRICO A seguir se apresentarão como referencial teórico sobre o Comportamento do Consumidor; os fatores que influenciam o comportamento de compra, as necessidade e desejos do consumidor, os aspectos influenciadores da propaganda, a conceituação de Propaganda Enganosa e Abusiva e a legislações pertinentes e os órgão reguladores. 2.1 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR O código de Defesa do Consumidor em seu artigo 2º define como consumidor toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. (BRASIL, Lei 8.078/90) Do mesmo modo, Solomom (2011) parafraseia que o consumidor é todo aquele que identifica uma necessidade ou um desejo, faz uma compra e então, descarta o produto ao longo de três estágios do processo de consumo. Alertando que, em muitos casos, no entanto, diferentes pessoas podem estar envolvidas nessa seqüência de eventos, ou seja, o comprador e o usuário de um produto podem não estarem envolvidos nessa seqüência de eventos. O ato de consumir envolve vários aspectos do campo sociológico e psicológico que cada vez mais se torna importante conhecê-lo. Dessa forma, Karsaklian (2000) relata que a preocupação com o consumo, a constatação e o fato de existir em cada um de nós um consumidor, tem gerado polêmica em relação à forma de lidar com seus comportamentos, que possuem vários fatores determinantes para o consumo. Já em outra visão, Cobra (1997, p. 59) destaca que Cada consumidor reage deforma diferente sob estímulos iguais, e isso ocorre porque cada um possuiu uma caixa preta diferente". Engel, Blackwell e Miniard (2000, p.6) definem o comportamento do consumidor como atividades com que as pessoas se ocupam quando obtém, consomem e dispõem de produtos e serviços, ou seja, tem como objetivo o estudo do entendimento do por que as pessoas compram determinados produtos ou marcas, o

16 que, por sua vez, auxilia o desenvolvimento de estratégias visando influenciar o consumidor em sua escolha. Segundo Karsaklian (2000, p.19), o consumidor é dotado de personalidade, possuindo uma percepção da realidade diferenciada, podendo alguns perceber com agrado determinada propaganda bem como outros detestá-la, podendo o consumidor desenvolver atitudes positivas ou negativas com relação aos produtos, lojas, propagandas. Desta forma, o consumidor traz consigo características pessoais e elementos tais como a motivação, necessidade e desejo que irão contribuir para uma percepção individual, que por consequência irá impactar em suas preferências. Nessa vertente, Solomom (2011, p. 34) relata que nossa sociedade evolui de uma cultura de massa, onde muitos consumidores compartilham as mesmas preferências, para uma cultura diversa, onde temos uma quantidade quase infinita de opções. É mais importante do que nunca identificar os diferentes segmentos do mercado e desenvolver mensagens e produtos especializados para esse grupo. Desta forma, pode-se verificar que as empresas também buscam desenvolver através de suas peças publicitárias, habilidades para atrair consumidores, satisfazêlos e mantê-los, o que está relacionado diretamente ao ganho gradativo da lucratividade, haja vista que tal lucratividade está ligada diretamente na capacidade de influência que a empresa impõe sobre o consumidor através do marketing. Para Karsakliam (2000) o caminho que o consumidor persegue para efetuar a compra, passa pelo processo de informação, meio pelo qual ele utiliza para definir através da combinação desta informação recebida pelo meio externo com a já existente em sua memória, para somente depois decidir se efetuará ou não a compra. Sendo assim, pode-se inferir que a informação passada pela propaganda deverá ser condizente com a realidade do produto e serviço oferecidos, visando manter uma atitude ética na relação entre os dois pólos principais do consumo, que são o fornecedor e o consumidor. Outro ponto abordado por Karsakliam (2000), que vem trazendo discussões éticas acerca do estímulo a que se propõe a propaganda no comportamento do consumidor, é a polêmica gerada a respeito do estímulo do consumo das crianças,

17 visando atingir a influência que estas possuem na capacidade de decisão de compra dos pais, bem como pelo fato delas não entenderem os reais objetivos comerciais da propaganda, o que seria um indicativo de incapacidade de autoargumentação, sendo desta forma facilmente influenciável pela propaganda veiculada. Muito embora a propaganda tenha como seus propósitos básicos informar, persuadir ou lembrar, através das propagandas informativas, persuasivas, comparativas e de lembrança como relata Kotler (1998), esses propósitos deverão ser respaldados pela boa fé e pela ética, para isso deve-se ressaltar que o fornecedor não é obrigado a anunciar seu produto ou serviço, mas se assim o fizer deverá seguir os princípios éticos estabelecidos pela legislação e normatização regulamentatória da profissão e da atividade. 2.1.1 Fatores que influenciam o comportamento de compra Vários são os fatores que influenciam o comportamento do consumidor para a compra, podendo estes ser internos e externos. (KOTLER,1998) Solomon (2011), entende que o consumidor sofre influências culturais, sociais, pessoais e psicológicas. Para tanto e corroborando com o mesmo entendimento, Kotler (1998) desenvolveu um modelo que demonstra os fatores internos e externos de influência no processo de compra. Figura 1 - Fatores que influenciam o comportamento Fonte: adaptado de Kotler, 1998

18 2.1.1.1 Fatores Culturais No entendimento de Kotler (1998, p. 162), os fatores culturais exercem a mais ampla influência sobre o comportamento do consumidor. Para Cobra (1992, p.204) a cultura é a mais importante determinante dos desejos de compra de uma pessoa. A cultura é subdividida em subculturas, que são divididas em quatro grupos básicos: nacionalidade, religiões, grupos raciais e regiões geográficas (COBRA,1992). Kotler (1998) entende que as subculturas constituem importante segmento de mercado e analisando esse contexto os profissionais de marketing ao desenvolverem produtos e programas de marketing, os ajustando as necessidades de cada segmento, como por exemplo, o marketing para latinos, afro-americanos. Pois as subculturas influenciarão a escolha e preferência por determinado alimento, vestuário, recreação e até mesmo aspirações de carreira profissional. No tocante à classe social, Kotler (1998,p.163) a define como sendo divisões relativamente homogêneas e duradoras de uma sociedade, que são ordenadas hierarquicamente e cujos membros compartilham valores, interesses e comportamentos similares. Complementando, Cobra (1992) destaca as características mais comuns de uma classe social, como o agrupamento de pessoa por algumas variáveis como ocupação, renda, educação; a identificação de pessoas como pertencentes a determinado nível inferior e superior em relação a outras de outros agrupamentos e a possibilidade de mobilidade entre classes inferior e superior. Sendo assim, há grande influencia da classe social para o consumo de determinados produtos, como carros, roupas, perfumes, móveis, etc. 2.1.1.2 Fatores Sociais Na concepção de Kotler (1998) os fatores sociais trazem grande influência ao consumidor através de grupos de referência, famílias e papéis e posições sociais. Engel, Blackwell e Minard (2000) abordam dois diferentes grupos de referência, como o primário e secundário. No tocante aos grupos primários, esses são definidos pelas pessoas mais próximas como amigos, família, vizinhos e até mesmo colegas

19 de trabalho. Com relação aos grupos secundários, estes se compõem de indivíduos que possuem interações mais esporádicas, como grupos religiosos, sindicatos. Kotler (1998) ainda descreve outros, como os grupos de aspiração e dissociação. Os grupos de aspiração são aquele em que a pessoa gostaria de pertencer sem ter contato direto com ele, como jogar basquetebol em determinado time. Já um grupo de dissociação é aquele grupo em que o indivíduo rejeita os valores e comportamentos deste, como evitar qualquer relacionamento com a seita Hare Krishna. 2.1.1.3 Fatores Pessoais Os fatores pessoais que mais influenciam o comportamento de compra do consumidor são a idade e o estágio do ciclo de vida, ocupação, situação econômica, estilo de vida, personalidade e auto-estima (KOTLER, 1998). Verifica-se que tais fatores moldam o consumo do indivíduo de acordo com o estágio em que se encontra cada fator, pois tais fatores poderão influenciar tanto isoladamente quanto em conjunto seu comportamento de compra. Segundo Kotler (1998), as necessidades e desejos das pessoas modificam-se no decorrer de suas vidas, na medida em que o gosto por roupas, móveis, recreação se alteram, pois estão relacionados à idade. Desta forma, o profissional de marketing, ao analisar o clico de vida do consumidor, poderá adicionar informações novas, como, a renda, o status de emprego, entre outra, visando aperfeiçoar as previsões nas estratégias de marketing de determinado produto. 2.1.1.4 Fatores Psicológicos São quatro os fatores psicológicos que influenciam o comportamento: motivação, percepção, aprendizagem e crenças e atitudes. No entendimento de Kotler (1998) a motivação é uma necessidade que está pressionando suficientemente para levar a pessoa a agir

20 Segundo Cobra (1992, p.219): Uma pessoa motivada está pronta a agir e sua atitude vai depender da percepção que ela tenha da situação. Duas pessoas em igual estado de motivação numa mesma situação podem agir de forma diferente em função da percepção que elas tenham dos fatos. Dentre os fatores psicológicos a motivação é o ponto de partida, pois o indivíduo para agir tem que estar motivado. Para Etzel, Walker, Stanton (2001, p.123) percepção é o processo de reconhecer, organizar e dar significado às informações ou estímulos percebidos pelos cinco sentidos. Para Czinkota et al., (2001, p.143) existem três fatores que modelam a percepção do consumidor, que são as características do estímulo, o contexto do estímulo e as características do consumidor. Quanto às características do estímulo, Czinkota et al. (2001, p.143) cita que as pessoas perceberão o estímulo de modo diferente, desta forma os profissionais de marketing consideram tanto as características sensoriais como o conteúdo informativo. Na característica sensorial o profissional do marketing tenta estimular o comportamento do consumidor através de apelos sensoriais como cores, ruídos fortes e aromas fortes, pois tendem a ser percebidas mais facilmente pelo consumidor. Outra característica citada é de um estímulo através um conteúdo informativo constante do anúncio. Czinkota et al. (2001, p.143) discorre acerca da percepção, abordando que: as percepções são influenciadas pelas características do consumidor conhecimento e experiências pessoais, inclusive seus conhecimentos sobre o tópico relevante e experiência prévia com estímulos similares. Tal conhecimento e sentimentos prévios tornam-se expectativas crenças prévias sobre o que alguma coisa possuirá ou oferecerá. As expectativas influenciam a percepção no sentido de que frequentemente terminamos por ver aquilo que esperamos ver. Isso se chama tendência confirmatória.

21 Etzel, Walker e Stanton (2001, p.123) conceituam percepção como sendo [...] o processo de reconhecer, organizar e dar significado às informações e estímulos percebidos pelos cinco sentidos. Desta forma, verifica-se que o conhecimento adquirido pelo consumidor e suas experiências são fatores importantes para sua percepção, que poderá ser alterada conforme for aumentando seu conhecimento sobre determinado assunto ou produto e vivenciando novas experiências. As pessoas possuem diferentes percepções do mesmo objeto em função de três processos: atenção, distorção e retenção seletivas. Como resultado, as pessoas podem não necessariamente ver ou ouvir a mensagem que as empresas desejam transmitir. Assim, as empresas devem ser cuidadosas ao levar esses processos de percepção em consideração ao desenvolver suas campanhas de marketing. (KOTLER, 1998, p.175). Sendo assim, verifica-se a dificuldade de se padronizar a percepção do consumidor, o que poderá até mesmo dificultar sua percepção de eventuais publicidades enganosas ou abusivas em razão do conhecimento e experiências pessoais, que poderão ser ou não limitadas ou deficientes com relação à determinada publicidade veiculada. Kotler (1998, p.175) diz que [...] aprendizagem são todas as mudanças ocasionadas no comportamento de um indivíduo em função de suas experiências. Dessa forma, cada conhecimento adquirido, cada nova experiência vivenciada pelo indivíduo irá contribuir para alterar seu comportamento ou até mesmo sua percepção, já que, segundo Czinkota et al., (2001), [...] as percepções são influenciadas pelas características do consumidor conhecimento e experiências pessoais, inclusive seus conhecimentos sobre o tópico relevante e experiência prévia com estímulos similares.

22 2.1.2 As necessidades e desejos do consumidor O consumidor, ao reconhecer uma necessidade busca, a aquisição de produtos e serviços que visem supri-la. Desta forma, quando os consumidores percebem que têm uma necessidade, o impulso interior para atendê-la é chamada de motivação. Os profissionais de marketing precisam saber o que motiva os consumidores, para que possam atender a essas motivações. (CHURCHILL; PETER, 2000, p.147). Para Karsaklian (2010) o ponto de partida que vai conduzir a necessidade é a motivação que ao conduzir a necessidade despertará o desejo, que por sua vez influenciará no surgimento das preferências por determinadas formas específicas de atender à motivação inicial que está diretamente relacionada ao autoconceito. Desta forma, a reunião de todas essas variáveis resultará numa percepção particular dos produtos que, por sua vez, desencadeará atitudes positivas e negativas com relação a eles o que, naturalmente, terá impacto sobre suas preferências. (KARSAKLIAN, 2010, p.19) Pode-se compreender o comportamento humano analisando suas necessidades. A decisão de compra está na sensação das necessidades satisfeitas. Cobra (1992, p.221) expõe que é importante entender que a motivação pode ser definida como uma força que move um indivíduo a optar por caminhos de satisfação e necessidades. Continuando Cobra (1992) a motivação advém de forças conscientes e inconscientes que levam as pessoas à ação, inclusive a ação de compra, onde as pessoas são levadas a um número sem limite de motivos e necessidades, sendo estes primários, quando são baseados em necessidades biológicas, inerentes à sobrevivência das pessoas, e motivos secundários, quando há necessidade de filiação, aprovação, status, segurança e realização. SANT`ANNA (1998, p.89) expõe:... uma necessidade é uma ruptura do equilíbrio do organismo. Sentimos sede quando o organismo tem seu equilíbrio rompido por falta de água. Essa necessidade leva então o ser vivo a pôr em ação a conduta, isto é,

23 fazer os movimentos necessários para obter água a fim de restabelecer o equilíbrio vital. O organismo das pessoas tende viver em equilíbrio. Acontece um desequilíbrio quando surge uma necessidade. Esta necessidade leva à tensão. A partir desta tensão, o indivíduo toma forças e age, procurando satisfazer a sua necessidade, levando assim o seu organismo novamente ao equilíbrio. O homem quando está em equilíbrio se sente satisfeito. Equilíbrio Necessidade Tensão Comportamento Satisfação da necessidade Figura 2: Equilíbrio Fonte: FALCÃO (1998) Maslow mostra as necessidades humanas arranjadas em uma pirâmide importância e de influência do comportamento das pessoas: Necessidades de auto-realização Necessidades de estima Necessidades de pertinência e afeto Necessidades de segurança (abrigo, proteção) Necessidades fisiológicas (sede, fome, repouso) Figura 2: Hierarquia das necessidades, segundo Maslow Fonte: Karsaklian (2000) Muitas vezes as necessidades são percebidas, outras não. Algumas vezes, as pessoas compram um produto/serviço levando em conta a necessidade emocional e não racional.