MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA E ESTRUTURA FUNDIÁRIA: ANÁLISE DA MICRORREGIÃO DE ALFENAS-MG

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Transcrição:

MODERNIZAÇÃO AGRÍCOLA E ESTRUTURA FUNDIÁRIA: ANÁLISE DA MICRORREGIÃO DE ALFENAS-MG MAYARA FONTES DANTAS 1 e FLAMARION DUTRA ALVES 2 mayarafdantas@hotmail.com, flamarion.dutra@unifal-mg.edu.br ¹Discente do curso de Geografia GERES/UNIFAL-MG ² Professor do curso de Geografia GERES/UNIFAL-MG Palavras-chave: Questão Agrária, Complexo Rural, Complexo Agroindustrial, Estrutura Fundiária. Introdução O agronegócio do café destaca na economia brasileira, representando um setor importante para o desenvolvimento do país. Essa atividade representa uma notável fonte de arrecadação de impostos para diversas regiões brasileiras. O estado de Minas Gerais, maior produtor nacional, responsável por 45,5% da produção brasileira, tem a economia de grande parte de seus municípios baseada no agronegócio do café, podendo ser considerado como um fator de desenvolvimento regional. Dentro desse contexto a região sul do estado mantém a liderança na produção de café, responsável por aproximadamente 50% da produção total do estado. Nesse sentido, a Microrregião de Alfenas está inserida na lógica produtiva do café apresentando características que dão suporte a essa prática, com a presença de cooperativas de agricultores, fazendas modernas consideradas referências em produtividade e tecnologia. A microrregião é formada por doze municípios, sendo eles Alfenas, Alterosa, Areado, Carmo do Rio Claro, Carvalhópolis, Conceição da Aparecida, Divisa Nova, Fama, Machado, Paraguaçu, Poço Fundo e Serrania (figura 1), possuindo uma área total de 4.991,6 Km², sua população residente, de acordo com o ultimo censo (2007) é de 218.752, sendo 78.53% considerada urbana e 21.47% rural. O produto interno bruto (PIB) per capita da microrregião é equivalente a R$ 124.799,83. Dessa forma, a pesquisa trata do diagnóstico da organização referente à estrutura fundiária na Microrregião de Alfenas, como o espaço rural e a agricultura familiar estão configurados em torno do complexo cafeeiro, ou seja, a distribuição das classes agrárias e os processos organizados territorialmente. 1

Figura 1 Mapa de localização da Microrregião de Alfenas no Estado de Minas Gerais. Objetivos Identificar o comportamento da estrutura fundiária na Microrregião de Alfenas dando ênfase a agricultura familiar, modernização da agricultura e complexo cafeeiro. Explicar a evolução da modernização agropecuária ocorrida no Brasil a partir da década de 1960, situar o complexo agroindustrial cafeeiro e analisar organização da estrutura fundiária (minifúndio, pequena, média e grande propriedade) utilizando a classificação proposta pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) referente ao módulo fiscal presente na microrregião de Alfenas- MG; Fundamentação Teórica O processo de modernização do campo no Brasil teve início na década de 1960, concentrando-se nas regiões Sul e Sudeste, expandindo-se para as demais regiões a partir da década de 1970. Este processo teve como consequência um novo modelo econômico brasileiro que alterou o denominado modelo de substituição de importações, devido à industrialização nacional e a consequente modernização do sistema agrário e a formação do Complexo Agroindustrial. Esse processo de modernização na agricultura é entendido por 2

José Graziano da Silva (1993): A formação dos complexos agroindustriais (CAIs) nos anos 70 se deu a partir da integração intersetorial entre três elementos básicos : as indústrias, que produzem para a agricultura, a agricultura (moderna) propriamente dita e as agroindústrias processadoras, todas premiadas com fortes incentivos de políticas governamentais específicos (fundos de financiamento para determinadas atividades agroindustriais, programas de apoio a certos produtores agrícolas crédito para aquisição de máquinas, equipamentos e insumos modernos, etc.). (SILVA, 1993, p.2) Muitas foram às mudanças ocorridas no campo brasileiro, segundo Graziano Silva (2002, p. 138) é como se aquilo que era anteriormente agricultura fosse num primeiro momento se subdividindo, se repartindo, se desestruturando, ou seja, a divisão do trabalho e a especialização produtiva serão inseridas nesse novo paradigma agrário. Um período de fundamental importância e transformação na história da agricultura denomina-se Revolução Verde. Este período inicia-se no final da década de 1960, e referese ao avanço do setor industrial-agrícola e das pesquisas nas áreas químicas, genéticas e mecânicas. A Revolução Verde fundamentava-se na melhoria e aumento da produtividade agrícola, por meio da substituição de técnicas tradicionais por um conjunto de técnicas mais modernas, abrangendo desde fertilizantes, variedades geneticamente melhoradas, agrotóxicos e motomecanização. A atual estrutura agrária brasileira é decorrente do processo de ocupação territorial ocorrido desde o século XVI ao XIX, com a formação das capitanias hereditárias e sistema de distribuição de terras (sesmarias). Diante disto, a estrutura fundiária que se configura no campo brasileiro é embasada na concentração das terras nas mãos de uma minoria, com uma produção voltada para a exportação e servindo como matéria prima para as indústrias, em detrimento da produção de bens alimentícios voltados para mercado interno e a consequente marginalização, e muitas vezes exclusão dos pequenos produtores rurais. Com a criação dos complexos agroindustriais, e consequentemente do agronegócio, novas exigências e demandas mercadológicas surgem, fazendo com que alguns produtos tornem-se de fundamental importância para a economia agrícola, estes produtos, muitas vezes voltados para o mercado externo, denominando-se de commodities podem ser definido como mercadorias, principalmente minérios e gêneros agrícolas, que são produzidos em larga escala e comercializados em nível mundial, como é o caso do café na Microrregião de Alfenas Minas Gerais, ou seja, a região especializada nessa atividade fica vulnerável as instabilidades externas e as demandas do mercado interno e externo. 3

Materiais e Métodos O desenvolvimento da pesquisa partiu dos questionamentos acerca da organização agrária da Microrregião de Alfenas, utilizando o Banco de Dados Agregados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, pois contém informações dos Censos Agropecuários e Censos Demográficos. A pesquisa foi desenvolvida em etapas, na primeira etapa foram resgatados temas que fundamentam a discussão sobre questão agrária brasileira. Já na segunda etapa foram realizadas coletas de dados secundários sobre população, PIB, estrutura fundiária, produção do café e outras atividades, disponíveis nos sites do IBGE, INCRA e EMATER. Para a classificação da estrutura fundiária será utilizada a metodologias do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, a qual considera o número de módulos fiscais, como variável chave, assim na Microrregião de Alfenas, predomina o módulo fiscal de 26 hectares (com exceção de Carvalhópolis e Poço Fundo, que apresentam módulo fiscal de 30 hectares). Considera-se minifúndio propriedade menor que 1 módulo até 26 ha; pequena propriedade de 1 a 4 módulos: 26 a 103 ha; média propriedade: de 4 a 16 módulos : 104 à 415 ha; grande propriedade: acima de 16 módulos: a partir de 416. Resultados Com a realização deste estudo pode se notar que a agricultura familiar e o agronegócio convivem nesta mesma microrregião, apresentando lógicas capitalistas distintas. O estado de Minas Gerais, maior produtor nacional, responsável por 45,5% da produção brasileira, tem a economia de grande parte de seus municípios baseada no agronegócio do café, podendo ser considerado como um fator de desenvolvimento regional. Dentro desse contexto a região sul do estado mantém a liderança na produção de café, responsável por aproximadamente 50% da produção total do estado. Sendo assim, 6.425 dos estabelecimentos desta microrregião plantam café, 100.578 toneladas de café foram produzidos no ano de 2006 e este produto commodity é responsável por R$396.205.000,00 arrecadados na Microrregião de Alfenas. A área de estudo apresenta um quadro desigual e concentrador (gráfico 1). Gráfico 1 Organização da estrutura fundiária na Microrregião de Alfenas MG, 2006. 4

Observa-se que referente às categorias de minifúndio e pequena propriedade há uma relação de 93,67% dos estabelecimentos ocupam uma área de 49%, já os estabelecimentos referentes a média e grande propriedade a relação é de 5,92% dos estabelecimentos ocupam praticamente 50% da área total da Microrregião de Alfenas, conforme pode ser visto no gráfico 1. Conclusão Na microrregião estudada, constata-se a concentração fundiária aliada a monocultura das pequenas propriedades, agravando a situação agrária, pois a reduzida área não permite concorrer com as médias e grandes propriedades modernas. Além disto, nota - se uma forte presença da agricultura familiar que referente ao número de estabelecimentos agropecuários corresponde a 8.142 unidades, já o numero de estabelecimentos que não praticam a agricultura familiar é de 2.040, segundo dados do IBGE - Censo Agropecuário, mostrando a importância deste setor para a produtividade da região. Uma alternativa seria a produção mista (pecuária-agricultura), agroecológica e pluriativa nessas pequenas unidades rurais. Referência Bibliográfica ALTAFIN, I. G. Reflexões sobre o Conceito de Agricultura Familiar. 2007 (Brochura de circulação restrita). GRAZIANO DA SILVA.J. A industrialização e a Urbanização da Agricultura Brasileira. São Paulo: Perspectiva, 1993. GRAZIANO DA SILVA.J. A questão agrária hoje terceira edição, Editora da Universidade do Rio Grande do Sul, 2002. 5