MARCHA ATLÉTICA. Da sensibilização geral ao treino de jovens. ZéEduardo, Centro de Formação da Zona Centro: Covilhã, 21/Nov/2009

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Transcrição:

MARCHA ATLÉTICA Da sensibilização geral ao treino de jovens 1

DEFINIÇÃO DE MARCHA ATLÉTICA REGRA 230 (Regulamento Geral de Competições) 1. A marcha atlética é uma forma de progressão por passos na qual o marchador estabelece contacto com o solo de tal forma que não seja visível (a olho nu) qualquer perda de contacto. A perna que avança terá de estar estendida (isto é, não flectida pelo joelho) desde o momento em que entra em contacto com o solo à frente até à passagem pela posição vertical. 2

TÉCNICA DA MARCHA ATLÉTICA Plano Regulamentar: Regra 230 Não flectir a perna desde o contacto áfrente até àvertical do centro de gravidade e não perder o contacto com o solo Plano Técnico: Ser o mais eficiente (rápido e económico) possível sem entrar em falta. Será sempre preferível não participar em competições até estar preparado para não ser desclassificado. Qualquer classificação é melhor que uma desclassificação. 3

TREINO DE INICIAÇÃO a maioria dos nossos treinadores de jovens não encara a MARCHA como uma das DISCIPLINA do ATLETISMO, não dando oportunidade aos seus alunos/atletas de experimentar Carlos Carmino, TN de Marcha Atlética, 2008 Se caminhar éum gesto natural, porquê não incluir a Marcha no treino de iniciação ao atletismo? 4

TREINO DE INICIAÇÃO Quando começar? - Quando a criança/jovem iniciar o atletismo Em Benjamim ou Infantil preferencialmente 5

TREINO DE INICIAÇÃO Como introduzir a marcha no treino da criança/jovem? - Partir do caminhar e ir introduzindo elementos novos da marcha atlética. Em benjamins A alfabetização motora a marcha deve ser uma alternativa à corrida mas deve/pode ser a marcha do dia-a-dia não a atlética. Em benjamins B primeira fase de desenvolvimento motor - introduzir os conceitos básicos primários: extensão, coordenação e postura. Em infantis desenvolvimento motor introduzir o trabalho da bacia e aperfeiçoar a coordenação geral 6

TREINO DE INICIAÇÃO Para os benjamins e infantis a marcha é uma ferramenta para treinar a capacidade aeróbia. Deve/pode ser introduzida no aquecimento, na parte fundamental, ou no retorno à calma. Pode/deve ser ministrada sob formas jogadas e divertidas. O primeiro objectivo do treinador é a obtenção de um gesto técnico de qualidade, pelo que, tem de ter extremo cuidado com as grandes velocidades de deslocamento que são inimigas daquele conceito. 7

TREINO DE FORMAÇÃO Iniciados: À semelhança das outras disciplinas, é neste escalão que se inicia (ou não) um trabalho mais intenso e volumoso: Mais marcha contínua lenta Mais e mais variados exercícios técnicos 8

TREINO: DA INICIAÇÃO À FORMAÇÃO TREINO Benjamins Infantis Iniciados Juvenis Flexibilidade/Coordena ção/agilidade/força Rápida Técnica de Marcha Importante Importante Formas jogadas Importante Pouco Pouco Marcha contínua Até 15 por sessão Até 25 por sessão Até 35 por sessão Até 45 por sessão Fartleck não orientado Não fazer Iniciação Importante Fartleck orientado Não fazer Iniciação Importante Intervalado Extensivo Não fazer Não fazer Iniciação Importante Interval. Intensivo Não fazer Não fazer Não fazer Iniciação 9

Cotovelo puxado energicamente para trás, a divergir do tronco. Áfrente o movimento é reflexo e convergente, a mão não deve ultrapassar o externo nem a linha de ombros. A TÉCNICA Tronco vertical ou ligeiramente inclinado àfrente, postura rígida para absorver a resultante dos impactos. Movimento da bacia no plano horizontal: Empurrar o chão atéàcontracção do glúteo, fazendo avançar o lado contrário da bacia. Contacto anterior pelo calcanhar, perna completamente esticada. Contacto posterior pela ponta do péretardando o mais possível o deixar o solo. Parte anterior da passada bem menor do que a posterior. 10

A TÉCNICA Manter a extensão total da perna de apoio desde o contacto com o solo até à vertical. Vista de frente Movimento da bacia no plano vertical: este movimento é resultante da passagem descontraída da perna livre. Observado de frente o joelho da perna livre deve passar pelo outro mais baixo. O pédeve passar o mais junto ao solo possível. Os dois movimentos da bacia, quando bem combinados, servem também Para absorver a componente vertical das impulsões. A descontracção e a perfeita coordenação dos movimentos deve ser um objectivo constante. Os movimentos laterais, tão comuns, são indesejáveis. 11

A marcha praticada em idades jovens. Um objectivo do Atletismo Nacional 12

Anda me caçar! Hi!Hi!Hi! Aqueles gajos não gostam de Marcha. Fo! Ei! O que éisso? Assim, desisto. FIM Obrigado 13