DARDÂNIA SOARES CRISTELI QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES HÍBRIDAS DE MILHO E SEUS PARENTAIS

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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI PRÓ REITORIA DE ENSINO ENGENHARIA AGRONÔMICA DARDÂNIA SOARES CRISTELI QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES HÍBRIDAS DE MILHO E SEUS PARENTAIS Sete Lagoas 2016

DARDÂNIA SOARES CRISTELI QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES HÍBRIDAS DE MILHO E SEUS PARENTAIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de São João del - Rei como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Agronômica. Área de concentração: Produção e tecnologia de sementes Orientadora: Nádia Nardely Lacerda Durães Parrella Co orientadora: Déa Alecia Martins Netto Sete Lagoas 2016

DARDÂNIA SOARES CRISTELI QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES HÍBRIDAS DE MILHO E SEUS PARENTAIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de São João del - Rei como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Agronômica. Sete Lagoas, 27 de junho, 2016 Banca examinadora: Dra. Glauciana da Mata Ataíde Engenheira Florestal (UFSJ) Dra. Déa Alecia Martins Netto Engenheira Florestal (Embrapa Milho e Sorgo) Dra. Nádia Nardely Lacerda Durães Parrella Agrônoma (UFSJ) Orientadora

AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por ter me dado forças para chegar até aqui e concluir esta etapa, e também por colocar pessoas iluminadas em meu caminho pois sei que sozinha não conseguiria. À UFSJ por ter me recebido durante toda minha graduação e ter me proporcionado um ensino de qualidade convivendo diariamente com Mestres e funcionários super dedicados e prestativos. À Embrapa Milho e Sorgo que me recebeu por tantos anos durante minha graduação e por sempre me proporcionar crescimento pessoal e profissional tão grandioso. À Dra. Déa Netto por ter cedido o Laboratório de Análise de Sementes e ter confiado em meu potencial aceitando prontamente ser minha co-orientadora neste trabalho. Ao Dr. Lauro Guimarães por ceder as sementes avaliadas, sem elas este trabalho não teria sido realizado. Ao Dr. Roberto Trindade que tanto me auxiliou na execução desta pesquisa, serei eternamente grata pela sua ajuda, orientação nas diretrizes e palavras amigas e de incentivo nos momentos de desespero. À Dra. Nádia Nardely que aceitou tão prontamente a ser minha orientadora, obrigada pelos ensinamentos. À minha família e amigos que sempre estiveram ao meu lado o meu : Muito Obrigado.

O êxito da vida não se mede pelo caminho que você conquistou, mas sim pelas dificuldades que superou no caminho. Aceite seus limites sem jamais desacreditar na sua capacidade de superação. Abraham Lincoln

RESUMO Este trabalho teve como objetivo verificar a qualidade fisiológica de sementes de milho híbrido e seus parentais. Foram utilizadas sementes provenientes do programa de melhoramento genético de milho da Embrapa Milho e Sorgo e as análises foram realizadas no Laboratório de Análises de Sementes desta instituição. Foram realizados testes de germinação, envelhecimento acelerado, emergência em canteiro, crescimento de plântulas e tempo de emergência. A metodologia seguiu delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições as quais tiveram as médias comparadas pelo teste de Scott Knott. Os resultados obtidos mostram que sementes híbridas apresentam qualidade fisiológica superior às linhagens e testadores. Foi possível perceber que dentre o grupo de linhagens, as que obtiveram melhores resultados foram: L10, L12 e L13. Dentre os testadores se destacaram T3 e T4, e dentre os híbridos avaliados H2, H10, H12, H13 e as Testemunhas 1 e 2 apresentaram melhor desempenho. Conclui - se que sementes híbridas de milho apresentam qualidade fisiológica superior quando comparadas com linhagens e testadores parentais. Palavras chave: vigor, híbrido, linhagens, Zea mays L.

ABSTRACT This work aimed to evaluate the physiological quality of hybrid corn seeds and their parents. seeds were used from the breeding program of corn Embrapa Maize and Sorghum and analyzes were carried out at the Seed Analysis Laboratory of the institution. Germination tests were conducted, accelerated aging, emergency site, seedling growth and emergence time. The methodology followed a completely randomized design with four replications which had the means were compared by the Scott Knott test. The results show that hybrid seeds have higher physiological quality to lines and testers. It could be observed that among the group of strains, those that worked best were: L10, L12 and L13. Among the testers stood T3 and T4, and among the hybrids H2, H10, H12, H13 and Witnesses 1 and 2 showed better performance. The conclusion - that hybrid corn seeds have higher physiological quality compared to parental lines and testers. Keywords: vigor, hybrid, lines, Zea mays L.

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...6 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......7 3. MATERIAL E MÉTODOS...11 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO...16 5. CONCLUSÃO...23 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...24

6 1- INTRODUÇÃO O melhoramento genético de milho (Zea mays L.) é estudado e executado em diversas instituições privadas e públicas com o objetivo principal de desenvolver genótipos de elevado potencial produtivo e características agronômicas desejáveis. A produção de sementes de qualidade fisiológica e sanitária adequadas são essenciais no programa de melhoramento visto que estas são responsáveis pelo estande final resultando em produtividades satisfatórias (BORÉM e MIRANDA, 2009). O desenvolvimento de linhagens e híbridos são procedimentos adotados em programas de melhoramento. A análise das sementes utilizadas neste processo é um campo que torna essas duas ciências um grupo que deve sempre estar em conjunto crescimento, necessitando cada vez mais de sementes que se encaixem nos rígidos padrões de qualidade exigidos pelos órgãos oficiais (GOMES et al. 2000). As sementes são estruturas biológicas complexas que guardam em seu interior o embrião que dará origem à nova planta. Além da importância econômica as sementes guardam informações genéticas capazes de garantir a sobrevivência das espécies atuando de forma fundamental no auxílio ao melhoramento genético vegetal (MARCOS, 2005). Pesquisadores têm o grande desafio de elucidar os mecanismos que regulam o desenvolvimento, a germinação, a tolerância à dessecação, a conservação da viabilidade das sementes permitindo alta produção de alimentos e matéria prima para os diversos setores. A pesquisa na área de análise de sementes está em contínuo avanço para possibilitar a introdução de novas técnicas que envolvam estudos na área de fisiologia, bioquímica, biologia molecular e biofísicas para obtenção de sementes de alta qualidade (MARCOS, 2005). Para obter maiores características sobre os genótipos e agregar informações aos bancos de sementes, este trabalho teve como objetivo avaliar e comparar a qualidade fisiológica de híbridos e seus respectivos parentais para uso no programa de melhoramento genético de milho da Embrapa Milho e Sorgo.

7 2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 O milho híbrido A produção de sementes tem a escolha dos genitores como uma das escolhas mais peculiares que se deve fazer o melhorista, visto que é dada maior atenção aos aspectos quantitativos da população. O mercado de sementes oferece ao produtor sementes híbridas e variedades comerciais de milho, cada um destes com suas vantagens e desvantagens. As sementes a serem comercializadas devem ter suas características dentro dos padrões para produção e comercialização de sementes, a germinação deve ser no mínimo 75% para sementes híbridas e variedades (Instrução Normativa n 45, 2013) As linhagens são grupos de indivíduos que tem uma ascendência comum. A obtenção deste grupo se dá por sucessivas autofecundações visando obter uma linhagem pura ou homozigótica (BORÉM, 2005). O testador pode ser considerado uma linhagem cuja escolha é feita de acordo com as suas características genotípicas expressadas com nitidez. As linhagens altamente produtivas são consideradas testadores ruins, visto que tendem a mascarar o potencial genético dos genótipos em avaliação. (BOREM e MIRANDA, 2009). As variedades são genótipos provenientes do cruzamento natural entre uma mesma linhagem, são plantas mais rústicas, que toleram condições menos favoráveis ao seu crescimento, geram lavouras mais heterogêneas, o que dificulta a mecanização e a aplicação de novas tecnologias (PARENTONI e MAGNAVACA, 1990). Por esses motivos, as variedades são mais recomendáveis para cultivos de baixa tecnologia. Alguns produtores preferem produzir este tipo de semente pois podem utilizar parte da colheita para garantir o próximo plantio além de serem mais resistentes a estresses abióticos e ao ataque de pragas e doenças devido sua maior variabilidade genética (PARENTONI e MAGNAVACA, 1990). O comportamento positivo dos híbridos se dá pela combinação expressa no cruzamento entre os genitores escolhidos. Cultivar híbrido é a resultante do cruzamento entre dois genitores geneticamente diferentes (testadores X linhagens em avaliação). Segundo Borém e Miranda (2013) 40,6% dos híbridos de milho comercializados no Brasil são simples. Estes também afirmam que com o avanço da produção e tecnificação

8 do mercado de produção de sementes o custo de híbridos diminuiu drasticamente, aumentando significamente a competitividade no mercado produtor. A hibridação em campo é facilitada pelos cruzamentos controlados em grande escala, nestes há elevada heterose quando relacionada à produção. As técnicas de despendoamento e isolamento favorecem a produção de sementes híbridas (BORÉM, 2005), porém estas técnicas, realizadas somente em escala comercial e relacionadas à pesquisa, são inviáveis para o produtor sendo assim necessária a compra de sementes a cada novo plantio. O processo de obtenção de híbridos de milho envolve a obtenção de linhagens endogâmicas, pela autofecundação em sucessivas gerações. A seleção de híbridos superiores é realizada de tal forma que quanto maior o número de genótipos avaliados, maior a chance de selecionar materiais competitivos comercialmente (CORREA et al. 2010). Na cultura do milho existem vários tipos de híbridos utilizados comercialmente. Os híbridos simples que são obtidos através do cruzamento de duas linhagens puras; híbridos triplos provenientes de híbridos simples com uma linhagem pura; híbridos duplos resultantes do cruzamento de dois híbridos simples. O mercado brasileiro apresenta também híbridos simples e triplos modificados que possuem mesmo vigor e uniformidade semelhantes às versões sem modificação (CORREA et al. 2010). 2.2 Qualidade fisiológica de sementes As sementes podem ser avaliadas sob aspectos fisiológicos e por sua capacidade de desempenhar funções vitais, sendo caracterizada pela longevidade, pelo poder germinativo e vigor (AZEVEDO, 2008). A qualidade se dá pelo conjunto de todos os atributos genéticos, fisiológicos, físicos e sanitários que afetam a sua capacidade de originar plantas de alta produtividade, verificadas por análises feitas em laboratório padronizadas por metodologias descritas nas Regras para Análises de Sementes (BRASIL, 2009). Sementes de milho podem ser classificadas por grandes grupos heteróticos como: o dentado (dent), duro (flint), pipoca, opaco, farináceo, ceroso, doce etc. Esta divisão se

9 dá dependendo de sua forma, da quantidade e distribuição do amido, e de seu comportamento quando submetido a altas temperaturas (BORÉM, 2005). A análise de sementes deve seguir as Regras para Análise de Sementes (RAS) (BRASIL, 2009) como normas de métodos da qualidade de sementes. Existem nas RAS instruções normativas que visam padronizar a análise de sementes. Estas regras foram estabelecidas conforme metodologias que permitem resultados seguros, precisos e uniformes. As RAS especificam os diferentes métodos de análises a serem realizados, bem como quantidades e pesos mínimos de amostras. Apresenta, ainda, instruções para o teste de pureza, germinação, umidade, tetrazólio e outros (BRASIL, 2009). O teste de germinação em laboratório é caracterizado pela emergência e desenvolvimento das estruturas essenciais (sistema radicular, parte aérea, gemas terminais, cotilédones e coleóptilo), presentes na plântula atestando o seu potencial de dar origem a uma planta normal, capaz de se desenvolver, no campo em condições favoráveis. Geralmente a realização deste teste em campo não é satisfatória, pois os resultados podem não ser reproduzidos fielmente devido às variações ambientais (BRASIL, 2009). O teste de envelhecimento acelerado consiste na exposição das sementes à condições extremas de temperatura e umidade relativa do ar e posteriormente são colocadas para germinar. Sementes com elevado vigor tendem a manter o seu poder germinativo quando submetida a tais condições. Tem como objetivo avaliar a eficiência no potencial de germinação e de emergência (FREITAS e NASCIMENTO, 2006). Estudos relacionados com este teste têm sido realizados em sementes de hortaliças, pois estas apresentam de maneira mais drástica diferenças acentuadas de comportamento depois de submetidas a este procedimento (MARCOS, 2005). Marcos (2005) cita que a solução salina saturada (NaCl) utilizada no interior da gerbox têm sido um método alternativo para se evitar a presença de microrganismos durante a realização do teste, permite a obtenção de umidade relativa de aproximadamente 76% e a água é absorvida lentamente sem diminuir a sensibilidade do teste. Os testes realizados baseados no desempenho ou características de plântulas são procedimentos utilizados para traduzirem a velocidade e uniformidade de desenvolvimento das sementes. Os testes de comprimento de plântula e emergência em

10 canteiro são testes de vigor que permitem avaliar e estimar o potencial de emergência em campo (GUEDES et al., 2009) pois indica o comprimento da parte aérea, da raiz primária e o número de dias para completa emergência do estande, respectivamente. Trabalhos que comparem a qualidade fisiológica de sementes de milho na literatura são constantes. São frequentes pesquisas que avaliam o vigor quanto à variação do formato da semente. Faiguenbaum e Romero (1991) detectaram melhor desempenho de sementes de formato achatado e de maior tamanho. Alguns trabalhos como de José et al. (2004) comprovam que a qualidade fisiológica de sementes de milho são influenciadas pelo genótipo, constatando o melhor vigor em sementes híbridas. Hoecker et al. (2006) comprovaram em sua pesquisa que há uma alta heterose manifestada logo após a emergência de sementes de milho, através de testes de vigor realizados. Gomes et al. (2000) avaliaram que sementes híbridas provenientes de linhagens com baixa qualidade fisiológica também apresentam baixa qualidade. Para atender o mercado, na maioria dos Programas de Melhoramento de milho são gerados e testados milhares de novos híbridos. As linhagens são testadas com grupos heteróticos complementares para identificação de híbridos com potencial comercial (BORÉM e MIRANDA, 2009). Sendo assim são necessários estudos que avaliem a qualidade fisiológica e vigor híbrido destas sementes para que possam ter sua qualidade identificada e continuarem em processo de melhoramento ou seguirem para o mercado.

11 3- MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi conduzido no Laboratório de Análise de Sementes da Embrapa Milho e Sorgo, os testes foram realizados em março do ano de 2016. Foram avaliados 32 materiais genéticos do Programa de Melhoramento Genético de Milho, da Embrapa Milho e Sorgo, sendo 13 linhagens, 4 testadores, 13 híbridos experimentais e 2 testemunhas (híbridos comerciais BRS1055 e BRS1040). Segue abaixo a Tabela 1 com a relação de parentesco entre os genótipos. Tabela 1 - Relação de parentesco entre os Híbridos, as linhagens e os testadores avaliados. Cruzamentos Parentais Híbridos L1 x T1 H1 L2 x T2 H2 L3 x T2 H3 L4 x T3 H4 L5 x T3 H5 L6 x T4 H6 L7 x T3 H7 L8 x T3 H8 L9 x T3 H9 L10 x T3 H10 L11 x T3 H11 L12 x T3 H12 L13 x T3 H13 T3 x T4 Testemunha 1 T2 x T1 Testemunha 2 A qualidade fisiológica das sementes foi avaliada por meio dos seguintes testes: Germinação: foi realizado com 4 repetições de 20 sementes colocadas em rolo de papel tipo Germitest As folhas de papel foram previamente umedecidas com água na proporção de 2,5 vezes o peso do papel seco. Após a semeadura os rolos de papel foram colocadas para germinar com temperatura de 25 C, por um período de quatro dias quando houve a leitura única do teste (Figuras 1 e 2);

12 Figura 1- Montagem do teste de germinação. Fonte: Cristeli, D. S. Figura 2: Disposição dos rolos de papel no germinador. Fonte: Cristeli, D. S. Envelhecimento acelerado: foi realizado pelo método gerbox, com 40 ml de solução saturada de NaCl. As sementes foram dispostas em uma tela de alumínio fixada no gerbox fechada, e submetidas à temperatura de 42 C em BOD por 96 horas. Após este período foi realizada a montagem do teste de germinação com quatro repetições de 20 sementes em rolo de papel e contagem de plântulas normais aos quatro dias de plantio (Figura 3);

13 Figura 3 - Montagem do teste de envelhecimento acelerado. Fonte: Cristeli, D. S. Crescimento de plântulas: Em papel Germitest pré-umedecido, sobre uma linha no terço médio superior da folha de papel, as sementes foram colocadas na mesma posição. Os rolos de papel foram colocados em germinador à temperatura constante de 25 C, e no 4 dia foram medidos o comprimento da parte aérea e da raiz primária das plântulas normais. Foram utilizadas quatro repetições de 20 sementes (Figura 4); Figura 4 - Avaliação do comprimento de parte aérea e raiz. Fonte: Cristeli, D. S. Emergência em canteiro: A semeadura foi realizada em sulcos de 1m de comprimento e 5 cm de profundidade, espaçados de 10 cm em canteiros. Foram utilizadas duas repetições de 25 sementes contagem única aos 21 dias após semeadura, conforme recomendações de Dias e Barros (1995) (Figuras 5 e 6);

14 Figura 5 - Montagem do teste de emergência em canteiro. Fonte: Cristeli, D. S. Figura 6 - Avaliação do teste de emergência em canteiro. Fonte: Cristeli, D. S. Tempo de emergência: Este teste foi realizado simultaneamente à emergência em canteiro sendo que, a cada dia foram anotados o número de plântulas com mais de 2 cm a partir da data de emergência até a completa estabilização do estande proposta por Edmond e Drapala (1958).

15 O tempo foi calculado através da fórmula: TM = G 1 T 1 +G 2 T 2 +...+G N T N G 1 +G 2 +...+G N Onde: TM= tempo máximo para atingir a germinação máxima; G N = número de plantas germinadas a cada dia; T N = tempo em dias. O delineamento experimental para os testes realizados foi o inteiramente casualizado, com diferentes números de repetições, de acordo com o tipo de teste realizado, conforme descritos anteriormente. O teste de Scott & Knott, ao nível de 1% e 5% de significância foi utilizado para comparar as médias dos tratamentos e o teste de contrastes ortogonais foi utilizado para comparar as médias entre os grupos. Para análise dos dados, foi utilizado o Programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2010).

16 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 2 mostra os resumos das análises de variância dos resultados obtidos para os testes de germinação, envelhecimento acelerado, comprimento de parte aérea, comprimento de raiz, tempo de emergência e emergência em canteiro. Constatou-se que, em todos os casos, foi detectada diferença significativa entre os genótipos (P 0,01), evidenciando que eles diferem com relação aos testes realizados. Gomes et al. (2000) também detectou diferenças significativas em testes de qualidade fisiológica entre híbridos e seus parentais. Pode-se notar também, baixos valores para o coeficiente de variação (CV) (3,78% a 9,7%), dando maior confiabilidade aos dados obtidos. A média geral dos genótipos para o teste padrão de germinação foi de 87%, acima do padrão de comercialização que é de 75% estabelecido pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento na Instrução Normativa n 45 (2013). O vigor dos genótipos avaliados após estresse aplicado pelo teste de envelhecimento acelerado diminuiu em relação à germinação, com média de 78% para os genótipos testados. Este resultado já foi encontrado em sementes de milho por Venancio et al. (2012) onde este afirma que ao manter a semente à 45 C e sobre alta umidade afeta o desenvolvimento do embrião, o tornando inviável e havendo perda de vigor. Este resultado também já foi obtido em sementes de feijão por Lopes (1990) no qual detectou perda significativa de vigor e de viabilidade. Para o comprimento de parte aérea e raiz, a média dos genótipos foi de 4,24 cm e 11,38 cm, respectivamente. Em geral os híbridos apresentaram maiores valores de comprimento de parte aérea e comprimento de raiz, Gomes et al. (2000) também detectou este resultado. O tempo de emergência teve média de 4,9 e a emergência em campo de 83%, valor muito próximo à média de germinação em laboratório, que foi de 87%.

17 Tabela 2 - Resumo da análise variância para germinação (GER), envelhecimento acelerado (EA), comprimento de parte aérea (CAEREA), comprimento de raiz (CRAIZ), tempo de emergência (TE) e emergência em canteiro para todos os genótipos. FV GL QM GER EA CAEREA CRAIZ TE 1 EC 1 (%) (%) (cm) (cm) (dias) (%) Genótipos 31 523,790** 1535,861** 5,598** 53,479** 0,294** 228,766** Erro 96 67,31 57,55 0,1 1,188 0,034 60,25 Média 86 78 4 11,384 4,916 83 1 GL= 32 CV (%) 9,44 9,7 7,59 9,58 3,78 9,3 ** significativos a 1%. De modo geral, na Tabela 3 pode-se observar que todos os genótipos avaliados apresentaram alta qualidade fisiológica, sendo a média geral para as características avaliadas altas, exceto para a L1, T1 e H1, que apresentaram valores inferiores aos demais. Verificou-se que a L1 apresentou os piores valores para germinação, envelhecimento acelerado e tempo de emergência. Para T1 os valores mais baixos foram observados para os testes de emergência em canteiro, comprimento da parte aérea e de raiz. Os valores inferiores para germinação, envelhecimento acelerado, emergência em canteiro e comprimento de raiz foi para o H1. Vale ressaltar que o H1 foi obtido pelo cruzamento da L1 com o T1 (Tabela 1), o que pode explicar o baixo desempenho fisiológico da progênie. Os valores das avaliações para testadores foram relativamente baixos, no entanto estes são satisfatórios para o programa de melhoramento genético visto que genótipos de testadores muito desenvolvidos não são desejáveis por mascarar os valores reais das linhagens em teste (BORÉM e MIRANDA, 2013). No teste de germinação todos os genótipos avaliados apresentaram desempenho satisfatório sendo que as linhagens L4, L5, L7, L9 e L13 apresentaram valores superiores estatisticamente (Tabela 3). Os testadores T2 e T3 e os híbridos H2, H6, H7, H10, H13, Testemunhas 1 e 2 foram também os que apresentaram maiores porcentagens

18 de germinação. Os híbridos que apresentaram superioridade tem pelo menos um dos parentais presentes também no grupo de melhor desempenho, com exceção do H6. Isto indica a importância de se conhecer a qualidade fisiológica das sementes parentais no desenvolvimento da progênie. No teste de envelhecimento acelerado a maioria das linhagens apresentaram superioridade em relação aos demais genótipos. Os resultados na Tabela 3 mostram ainda que a L2, L3, L9 e L12 apresentaram maior porcentagem de plântulas normais após serem submetidas ao estresse. O T4 apresentou um aumento na porcentagem de germinação após estresse. Os híbridos, em geral, obtiveram uma queda na germinação após serem submetidos ao teste de envelhecimento acelerado, no entanto os híbridos H2, H11 e H12 responderam positivamente ao estresse que foram submetidos aumentando assim sua germinação, podendo ser recomendados e avaliados posteriormente sua produtividade, pois são materiais que apresentaram tolerância a estresse. Cícero e Vieira (1994) afirmaram que os genótipos que apresentam melhor germinação, em testes que submetem as sementes a estresses, estes são capazes de suportar melhor ampla variação das condições de umidade e temperatura do solo a serem semeadas. No teste de emergência em canteiro a maioria dos materiais revelaram resultados expressivos exceto L1, L8, L12, L13, H1, H6, T1 e T4. Isto indica que estes materiais possuem características inferiores em campo. Em geral os híbridos apresentaram maior porcentagem de emergência em canteiro, como já citado o H1 é proveniente do cruzamento entre L1 e T1 ambos parentais também obtiveram resultados pouco satisfatórios para este teste, o H6 possui como um dos parentais T4, o que pode indicar baixo desenvolvimento da progênie visto que este testador não apresentou bom desempenho em campo. Gomes et al. (2000) detectaram resultado semelhante onde os híbridos apresentam melhor potencial em campo. Os comprimentos de parte aérea e de raiz revelam que os híbridos apresentam valores maiores. Se destacaram o H12 e a Testemunha 1 no comprimento da parte aérea, o H10 e novamente a Testemunha 1 apresentaram valores superiores para comprimento de raiz. Este teste revelou a importância de se conhecer a potencialidade das sementes em dar origem à plântulas normais, podendo indicar a qualidade do estande final no

19 plantio. Gomes et al.(2000) também encontraram valores maiores de plântulas em híbridos quando comparados com linhagens. Os híbridos que apresentaram maior desempenho quando observadas todas as análises foram H2, H10, H12, H13 e as Testemunhas 1 e 2. Todos os híbridos superiores, com exceção do H2 e da testemunha 2, possuem o T3 como parental, podendo este estar diretamente ligado à herdabilidade de fatores desejáveis à qualidade fisiológica das sementes. Destes a Testemunha 1 (BRS 1055) se destacou positivamente na maioria das análises de qualidade fisiológica, esta tem como parentais o T3 e T4, sendo T3 testador de melhor desempenho dentre o grupo de testadores. Os híbridos superiores apresentam as L2, L10, L12, L13 e T4 como o outro genitor, respectivamente. Estas linhagens apresentaram valores satisfatórios de qualidade fisiológica, esses resultados revelam a importância da escolha dos parentais masculino e feminino para instalação de campos de produção de sementes híbridas de milho, visando a obtenção de sementes com alto potencial germinativo, ou seja, escolha das linhagens e testadores. Tabela 3 - Teste de médias para as características para germinação (GER), envelhecimento acelerado (EA), comprimento de parte aérea (CAEREA) e comprimento de raiz (CRAIZ), tempo de emergência (TE) e emergência em canteiro (EC) para todos os genótipos. GER EA EC CAEREA CRAIZ TE Genótipos % cm dias L1 57 d 58 c 72 b 3,0 g 8,2 f 4,9 c L2 86 b 87 a 80 a 3,0 g 6,5 g 5,0 b L3 88 b 91 a 84 a 3,1 g 6,6 g 5,3 a L4 95 a 90 ª 80 a 3,8 f 7,7 f 4,9 c L5 93 a 90 ª 88 a 3,6 f 12,2 d 4,9 b L6 88 b 83 ª 88 a 3,1 g 11,6 d 5,2 b L7 96 a 88 ª 90 a 4,4 e 10,1 e 5,1 b L8 83 b 73 b 74 b 2,7 g 6,3 g 5,5 a L9 92 a 93 ª 88 a 3,0 g 8,5 f 5,4 a L10 86 b 52 d 86 a 4,1 f 9,3 e 5,4 a L11 83 b 81 b 84 a 3,0 g 7,7 f 5,1 b

20 L12 87 b 88 ª 60 c 3,7 f 11,8 d 5,1 b L13 93 ª 90 ª 76 b 3,6 f 8,1 f 5,7 a H1 45 e 5 e 74 b 3,9 f 8,3 f 5,4 a H2 91 ª 95 ª 82 a 3,0 g 13,1 c 4,6 c H3 80 b 46 d 90 a 5,4 d 12,3 d 5,0 b H4 82 b 52 d 86 a 5,0 e 13,9 c 4,3 c H5 85 b 61 c 94 a 5,3 d 13,7 c 4,2 c H6 91 ª 91 ª 78 b 3,4 f 14,9 b 4,8 c H7 96 ª 81 b 96 a 5,8 c 15,1 b 4,6 c H8 80 b 73 b 92 a 4,7 e 13,8 c 4,6 c H9 87 b 65 c 94 a 5,2 d 14,8 b 4,8 c H10 97 ª 95 ª 92 a 5,4 d 16,2 b 4,5 c H11 87 b 92 ª 96 a 5,6 d 13,5 c 4,5 c H12 87 b 92 ª 90 a 6,9 a 15,7 b 4,5 c H13 96 ª 93 ª 98 a 5,8 c 14,7 b 4,6 c T1 82 b 71 b 48 c 2,3 h 4,1 h 5,0 b T2 93 ª 62 c 80 a 4,7 e 11,2 d 5,3 a T3 97 ª 85 ª 84 a 3,9 f 14,1 c 5,4 a T4 70 c 86 ª 72 b 3,7 f 6,9 g 4,9 b Testemunha 1 97 ª 92 ª 92 a 6,3 b 19,2 a 4,5 c Testemunha 2 97 ª 90 ª 82 a 5,1 d 14,5 b 4,5 c Médias seguidas de uma mesma letra, dentro da coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Scott-Knott, ao nível de 5% de probabilidade. A comparação entre os grupos está expressa na Tabela 4, que apresenta o resultado da análise por contraste ortogonal entre as médias das linhagens, híbridos, testadores e testemunhas. Em todas as comparações as médias de germinação foram significativas exceto entre híbridos X linhagens e entre linhagens X testadores. O teste de germinação foi praticamente igual para todos os grupos, podendo afirmar que os materiais avaliados apresentam boa capacidade de germinação. O teste de envelhecimento acelerado foi significativo para todas as comparações exceto para testemunhas X híbridos onde ambos apresentaram alta germinação mesmo após submetidos à estresse.

21 O teste de emergência em canteiro apresentou diferença significativa apenas entre híbridos X linhagens, este resultado é o esperado, visto que os híbridos devem, teoricamente, expressar sua heterose. Gomes et al. (2000) e Reis et al. (2011) também encontraram melhor desempenho em híbridos de milho quando comparados com linhagens. A avaliação do desempenho de plântulas através do comprimento de parte aérea e raiz apresentaram diferenças significativas entre todos os grupos analisados, sendo que os híbridos apresentaram maiores valores quando comparados com linhagens e testadores. Resultados comparativos também já foram observados por Gomes et al. (2000), onde os híbridos apresentaram valores médios superiores aos genótipos parentais. As testemunhas obtiveram valores também superiores quando comparadas com os outros grupos, sendo consideradas genótipos de maior desempenho. Para o tempo de emergência os híbridos obtiveram uma média menor, Oliveira et al. (2009) afirmaram que valores menores de germinação indicam que o lote de sementes é mais vigoroso, sendo assim os híbridos se apresentaram mais vigorosos que as linhagens e os testadores. Gomes et al. (2000) encontrou resultado semelhante, onde os híbridos indicaram superioridade na velocidade de emergência quando comparados às linhagens, estes relataram que este resultado está relacionado com a alta taxa de metabolismo das sementes híbridas.

22 Tabela 4 - Médias e valores de F para análise de contrastes ortogonais para as características de germinação (GER), envelhecimento acelerado (EA), emergência em canteiro (EC), comprimento de parte aérea (CAEREA), comprimento de raiz (CRAIZ) e tempo de emergência (TE). Testemunhas X Híbridos Testemunhas X Linhagens Teste Testemunhas Híbridos Valor F Testemunhas Linhagens Valor F GER 98 85 22,437** 98 87 22,43** EA 92 73 3,812 92 82 26,68** EC 87 89 1,483 87 81 0,44 CAEREA 5,8 5 13,75** 5,8 3,4 13,75* CRAIZ 16,9 13,8 23,34** 16,9 8,8 23,34** TE 4,5 4,6 7,778 4,5 5,2 2,48 Testemunhas X Testadores Híbridos X Linhagens Teste Testemunhas Testadores Valor F Híbridos Linhagens Valor F GER 98 86 30,70** 85 87 1,57 EA 92 76 22,62** 73 82 41,76** EC 87 71 3,58 89 81 16,01** CAEREA 5,8 3,7 7,6** 5 3,4 670,96** CRAIZ 16,9 9,1 21,47** 13,8 8,8 556,23** TE 4,5 5,2 1,46 4,6 5,2 105,81** Híbridos X Testadores Linhagens X Testadores Teste Híbridos Testadores Valor F Linhagens Testadores Valor F GER 85 86 28,51** 87 86 1,77 EA 73 76 19,07** 82 76 226,22** EC 89 71 0,91 81 71 0,51 CAEREA 5 3,7 30,260** 3,4 3,7 103,42** CRAIZ 13,8 9,1 93,61** 8,8 9,1 99,44** TE 4,6 5,2 3,43 5,2 5,2 19,55 ** e * significativos a 1 e 5% respectivamente.

23 5 CONCLUSÃO Sementes híbridas apresentam qualidade fisiológica superior quando comparadas às linhagens e que é importante avaliar a qualidade fisiológica das sementes em programas de melhoramento para promover cruzamentos entre indivíduos superiores e contrastantes. Os híbridos H10, H12, H13 e as Testemunhas 1 e 2 foram os materiais que apresentaram melhor qualidade fisiológica na maior parte dos testes realizados. Estes possuem como parentais as linhagens L10, L12, L13 e T4 cruzados com o T3 respectivamente. Sendo assim percebe se grande influência do T3 na qualidade fisiológica de sementes híbridas. A testemunha 1 é um híbrido comercial, o BRS 1055, este trabalho confirmou sua alta capacidade de desempenho pela qualidade fisiológica de sementes e avaliada em outros testes como produtividade de grãos por exemplo.

24 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRASEM, Instrução normativa n 45, 2013. AZEVEDO, V. K. Monografia: Efeito da temperatura e do substrato na germinação de sementes de Tabebuia heptaphylla (Vellozo) Toledo (Ipê roxo). Instituto de Pesquisas Jardim Botânica do Rio de Janeiro. UFRJ, Dezembro, 2008. 22p. BORÉM, A. Melhoramento espécies cultivadas. Viçosa, Ed. UFV, 969p,, 2005. BORÉM, A.; MIRANDA. Melhoramento de plantas. Viçosa, MG: Ed. UFV, 523p. 2009. 2013. BORÉM, A.; MIRANDA. Melhoramento de plantas. Viçosa, MG: Ed. UFV, BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de sementes. Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília : Mapa/ACS, 399 p. 2009. CICERO, S. M.; VIEIRA, R. D. Teste de frio. Testes de vigor em sementes. Jaboticabal: FUNEP, p.151 164, 1994. CORREA et al. Anuário Brasileiro do milho. Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta Santa Cruz. 128 p. 2010. DIAS, M.C.L.L.; BARROS, A.S.R. Avaliação da qualidade de sementes de milho. Londrina: IAPAR, 1995. 43 p. (Circular Técnica, 88). EDMOND, J. B.; DRAPALA, W. J. The effects of temperature, sand and soil, and acetone on germination of okra seed. Proceedings of the American Society Horticutural Science, Alexandria, n. 71, p. 428-434, 1958. FAIGUENBAUM, M.; ROMERO, A. L. Efeito do tamanho sobre germinação, vigor e produção de híbridos de milho. Ciência e investigação agrária, Santiago, v.18, n. 3, p. 111 117. Setembro. 1991. FERREIRA, D. F. Programa computacional Sisvar - UFLA, versão 5.3, 2010. FREITAS, R. A.; NASCIMENTO, W. M. Teste de envelhecimento acelerado em sementes de lentilha. Revista Brasileira de Sementes, vol. 28, nº 3, p.59-63, 2006.

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