As Normas Internacionais do Trabalho e a Igualdade de Gênero

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Transcrição:

As Normas Internacionais do Trabalho e a Igualdade de Gênero Laís Abramo Diretora do Escritório da OIT no Brasil São Paulo, 30 de julho de 2013

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO -OIT Fundada em 1919 (Tratado de Versalhes) Mandato: promover a justiça social como condição para a paz universal o reconhecimento internacional dos direitos humanos e trabalhistas Única Agência do Sistema ONU com estrutura tripartite empregadores, trabalhadores e governo Formula as Normas Internacionais do Trabalho (189 convenções) Atualmente conta com 184 Estados-Membros

O QUE SÃO AS NORMAS INTERNACIONAIS DO TRABALHO? São tratados internacionais sujeitos à ratificação dos Estados Membros da OIT São fruto de um consenso tripartite internacional sobre normas mínimas para garantir um trabalho decente para homens e mulheres O efeito mais direto das normas se reflete na legislação, mas mesmo quando as convenções não são ratificadas elas podem ser aplicados através da legislação e da prática nacional

Qual é a diferença entre uma convenção e uma recomendação da OIT? Convenções: instrumentos que criam obrigações jurídicas ao serem ratificadas Recomendações: não são instrumentos sujeitos à ratificação, porém estabelecem diretrizes que podem orientar uma política nacional, a legislação e a prática dos Estados Membros

A igualdade de gênero no mundo do trabalho na visão da OIT É um tema de direitos humanos e faz parte das condições essenciais para atingir uma democracia efetiva É um tema de justiça social e diminuição da pobreza, na medida em que é condição para ampliar as oportunidades de acesso a um trabalho decente É um tema de desenvolvimento social e econômico, na medida em que promove a participação das mulheres na atividade econômica e na tomada de decisões relativas à formulação de políticas de desenvolvimento que respondam adequadamente aos objetivos da igualdade

Convenções da OIT sobre a proteção à mulher e igualdade de gênero Convenção nº 3 sobre a proteção à maternidade, 1919 Convenção nº 4 sobre o trabalho noturno (mulheres), 1919 Convenção nº 41 (revisada) sobre o trabalho noturno (mulheres), 1934 Convenção nº 45 sobre o trabalho subterrâneo (mulheres), 1935 Convenção nº 89 sobre o trabalho noturno (mulheres), 1948 e Protocolo, 1990 Convenção nº 103 sobre a proteção à maternidade (revisada), 1952 Convenção nº 100 sobre a igualdade de remuneração, 1951 Convenção nº 111 sobre a discriminação (emprego e ocupação), 1958 Convenção nº 156 sobre os trabalhadores com responsabilidades familiares, 1981 Convenção nº 171 sobre o trabalho noturno, 1990 Convenção nº 183 sobre a proteção à maternidade (revisada), 2000 Convenção n 189 sobre trabalho decente para trabalhadoras/es domésticos/as, 2011

C. 03. Proteção à maternidade (1919) (ratificada em 1934) não está em vigor C.89 Trabalho noturno(mulheres), 1948 (revisada) (ratificada em 1957) C.100 Igualdade de remuneração, 1951 (ratificada em 1957) C.103 Proteção à maternidade,1952 (revisada) (ratificada em 1965) CONVENÇÕES RATIFICADAS PELO BRASIL C.111 Discriminação no emprego e na ocupação, 1958 (ratificada em 1965) C.171 Trabalho noturno, 1990 (ratificada em 2002)

DECLARAÇÃO DA OIT SOBRE OS PRINCÍPIOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS NO TRABALHO ADOTADA PELA CONFÊRENCIA INTERNACIONAL DO TRABALHO EM 1998 Liberdade sindical e o reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva (Convenções número 87 e 98) Eliminação de todas as formas de trabalho forçado e obrigatório (Convenções número 29 e 105) Abolição efetiva do trabalho infantil (Convenções número 138 e 182) Eliminação da discriminação em matéria de emprego e ocupação (Convenções número 100 e 111) Universalidade e indissociabilidade dos DPFT

Tema históricamente presente na normativa da OIT (3 fases) 1a fase (momento fundacional): ênfase na proteção à mulher, especialmente na sua função reprodutiva: proteção à maternidade, proibição do trabalho noturno, perigoso, penoso e insalubre Destacar: convenções relativas à proteção à maternidade: essenciais para a garantia da não discriminação e a promoção da igualdade de gênero: Convenção n. 3 (1919), Convenção n. 103 (1952) (revisada) e Convenção n. 183 (2000) (revisada)

Convenções de Proteção à Maternidade A Convenção 103 - amplia a proteção definida pela C. 103: Amplia a cobertura para as trabalhadoras do setor agrícola e trabalhadoras domésticas (C.103: apenas as da indústria e comércio) Amplia de 6 para 12 semanas a licença-maternidade Benefícios monetários e assistência médica de 6 semanas no pós-parto Direito a benefícios médicos pagos Direito e garantia de pausas para amamentar (remuneradas) Convenção 183: que se refere a todas as mulheres trabalhadoras, incluindo as empregadas em formas atípicas de trabalho: 14 semanas de licença-maternidade 6 semanas compulsórias no pós-parto; possibilidade de mudar essa distribuição mediante acordo em nível nacional entre governos e organizações representativas de empregadores e trabalhadores Proteção à saúde da mulher grávida Estabelece que a maternidade não deve se constituir em causa de discriminação no trabalho, inclusive no acesso (não permite o teste de gravidez para admissão, exceto quando se trate de trabalhos que estejam total ou parcialmente proibidos para as mulheres grávidas ou lactantes ou que possam apresentar risco para a saúde da mulher e de seu filho) Ampliação do período de proteção contra a demissão: gestante, licença-maternidade (ou por doença como conseqüência da gravidez ou do parto) e por um período após o retorno ao trabalho (determinado pela legislação nacional) Direito a retornar à mesma função no emprego ou equivalente, sem prejuízo no salário, após a licença. 10

Tema históricamente presente na normativa da OIT (3 fases) 2ª fase: ênfase na promoção da igualdade de oportunidades (anos 50, convenções n. 100 e n. 111) Definição de discriminação (C. 111, 1958) Qualquer distinção, exclusão ou preferência baseada em motivos de raça, cor, sexo, religião, opinião política, nacionalidade ou origem social que tenha como efeito anular ou alterar a igualdade de oportunidades e de tratamento no emprego e na ocupação Discriminação é a negação da igualdade de oportunidades e tratamento

Convenção sobre igualdade de remuneração, 1951 (C 100) Estabelece a igualdade de remuneração entre homens e mulheres por um trabalho de igual valor Se aplica: ao vencimento ou salário normal, básico ou mínimo a quaisquer vantagens adicionais pagas, direta ou indiretamente, pelo empregador ao trabalhador em espécie ou in natura, e resultantes do emprego O princípio da igualdade de remuneração se aplicará através: da legislação nacional de qualquer sistema de fixação de salários estabelecido ou reconhecido pela legislação de convenções coletivas de uma combinação desses diversos meios

Convenção sobre a eliminação da discriminação no emprego e na ocupação (C 111) A ratificação da C. 111 significa assumir o compromisso de: eliminar dispositivos ou práticas discriminatórias promover ativamente a igualdade de oportunidadesa Desenvolver uma política nacional para combater a discriminação e promover a igualdade de oprtunidades no acesso ao emprego no acesso à formação profissional nas condições de emprego (qualidade do emprego)

LIBERDADE SINDICAL, DIREITO A SINDICALIZAÇÃO E DE NEGOCIAÇÃO COLETIVA (C 87 e C 98) CONVENÇÃO SOBRE A NEGOCIAÇÃO COLETIVA (C 154) A negociação coletiva é um mecanismo importante para a promoção da igualdade de oportunidades no trabalho Pode assegurar algumas condições básicas para a existência da igualdade: remuneração igual para um trabalho de igual valor garantia e ampliação da proteção legal à maternidade outros direitos que promovam o maior equilíbrio entre o exercício da maternidade, da paternidade e do trabalho e as responsabilidades familiares.

PROTEÇÃO CONTRA O ASSÉDIOSEXUALÀS TRABALHADORAS INDÍGENAS (C 169) Garante que os trabalhadores/as indígenas e/ou tribais gozem de igualdade de oportunidades e de tratamento entre homens e mulheres no emprego e de proteção contra o constrangimento sexual

CONVENÇÃO SOBRE O TRABALHO EM DOMICÍLIO (C 177) A Convenção 177 promove: direito dos trabalhadores em domicílio de constituírem organizações de sua escolha, a elas se filiarem e participarem de suas atividades proteção contra a discriminação no emprego e na ocupação proteção em termos de segurança e saúde no trabalho remuneração proteção por planos legais de previdência social acesso à formação profissional idade mínima de admissão no emprego e no trabalho proteção à maternidade

3ª fase: Trabalhadores com responsabilidades familiares Convenção sobre trabalhadores com responsabilidades familiares (C. 156, 1981) Complementa a C.111 Responsabilidades familiares são questões mais amplas relativas à família e à sociedade, que devem ser tomadas em consideração pelas políticas nacionais Problemas enfrentados pelos trabalhadores se agravam quando possuem responsabilidades familiares e estas não dizem respeito apenas às mulheres Reconhecimento de que a equidade de gênero no mundo do trabalho (produção) está fortemente associada à equidade de gênero na esfera da reprodução (cuidado doméstico e familiar)

Cobertura e compromisso A C.156 se aplica aos trabalhadores de ambos sexos com filhos a seu cargo ou outros membros da família direta que necessitam de maneira direta de seu cuidado e sustento Compromisso de incluir na sua política nacionalo objetivo de que as pessoas com responsabilidades familiares possam ter um emprego ou ocupação sem ser objeto de discriminação e sem conflito com suas responsabilidades familiares Suas disposições podem aplicar-se por via legislativa, convenções coletivas, regulamentos de empresas, laudos arbitrais, sentenças judiciais, pela combinação destas medidas ou qualquer outra forma apropriada em cada país

Ações Adotar medidas compatíveis com as condições nacionais para: Permitir aos trabalhadores com responsabilidades familiares o exercício de seu direito a escolher livremente seu emprego Ter em conta suas necessidades: nas condições de emprego e na seguridade social no planejamento das comunidades locais e regionais Desenvolver e promover serviços comunitários, públicos ou privados (assistência à infância e à família) Medidas compatíveis, inclusive na orientação e formação profissional, para que possam integrar-se, reintegrar-se (após as ausências decorrentes dessas responsabilidades) e permanecer na força de trabalho

Convenção sobre o Trabalho Decente para as Trabalhadoras e Trabalhadores Domésticos N. 189 (2011) Trabalho doméstico é um tema que apresenta grandes desafios. Entrelaçamento com aspectos fundamentais da organização social Expressão das desigualdades de gênero e raça Divisão sexual do trabalho Desvalorização do trabalho reprodutivo Déficit de trabalho decente Violação dos direitos humanos e dos direitos fundamentais no trabalho Trabalho forçado Trabalho infantil Discriminação Informalidade Igualdade de oportunidades e tratamento no mundo do trabalho Definição e cobertura: A Convenção nº 189 da OIT define como trabalho doméstico qualquer trabalho realizado em ou para um domicílio, e o/a trabalhador/a doméstico/a como uma pessoa que realiza trabalho doméstico no marco de uma relação de trabalho.

Convenção sobre o Trabalho Decente para as Trabalhadoras e Trabalhadores Domésticos (C 189) A Convenção 189 aborda: Direitos humanos e direitos fundamentais no trabalho Trabalho infantil doméstico Proteção contra abusos, assédio e violência no local de trabalho Condições de emprego não menos favoráveis do que aquelas garantidas ao conjunto dos trabalhadores Proteção às/aos trabalhadoras/es domésticas/os migrantes Jornada de trabalho Estabelecimento de remuneração mínima Proteção social Medidas de saúde e segurança no trabalho Agências de emprego privadas Acesso a instâncias de resolução de conflitos Inspeção do trabalho Pela primeira vez nós direcionamos o sistema de normas da OIT para a economia informal e este é um acontecimento de grande importância Diretor-Geral da OIT, Juan Somavia.