Profa. Dra. Milena Araújo Tonon Corrêa 1

Documentos relacionados
Prostaglandinas. Analgésicos. Analgésicos. Anti-inflamatórios. Antiinflamatórios. Analgésicos Anti-inflamatórios Não Esteroidais - AINES

Anti-inflamatórios. Analgésicos Anti-inflamatórios inflamatórios Não. Anti-inflamatórios inflamatórios Não Esteroidais 04/06/2013.

Prostaglandinas. Analgésicos e anti-inflamatórios. Analgésicos. Antiinflamatórios

Prostaglandinas. Analgésicos. Analgésicos e anti-inflamatórios. Antiinflamatórios

Analgésicos e anti-inflamatórios. Analgésicos. Antiinflamatórios. Prostaglandinas. prostaglandinas 16/04/2019

HEMOSTASIA. é o processo no qual o organismo mantém o sangue fluído, solidificando-o quando existe lesão

SANGUE PLAQUETAS HEMOSTASIA

Antiinflamatórios Não Esteroidais (AINES) Professor Raul Hernandes Bortolin

Fármacos Anticoagulantes, Trombolíticos e Antiplaquetários

FARMACOLOGIA DA DOR. Outros gatilhos. TNC Ativação das aferências trigeminovasculares (NO) Liberação de substância P e CGRP HT 2B

Sangue Eritrócitos. Fisiologia Molecular BCT 2S/2011. Universidade Federal de São Paulo EPM/UNIFESP

por Prof. Rosemilia Cunha Princípios Gerais Hemostasia consiste na interrupção fisiológica de uma hemorragia, evitando

Histórico. Analgésicos e Anti-inflamatórios

HEMOSTASIA SECUNDÁRIA. Profa Alessandra Barone Prof. Archangelo Fernandes

Sistema Circulatório: O Sangue

UNIVERSIDADE DE CUIABÁ UNIC NÚCLEO DE DISCIPLINAS INTEGRADAS DISCIPLINA DE CIÊNCIAS MORFOFUNCIONAIS IV CMF IV SEMESTRE LETIVO

Farmacoterapia do Sistema Hematopoiético. Prof. Dr. Marcelo Polacow Bisson

Analgésicos, Antipiréticos e Antiinflamatórios Não Esteroidais (AINEs)

Histórico. Analgésicos, Antipiréticos e Anti-inflamatórios. séc. XVIII: Infusão de plantas (Salix alba vulgaris) como antipirético

Inflamação. Resposta Inflamatória:Sinais e. Sintomas Clínicos. Inflamação ANTIIFLAMATORIOS NÃO. SINAIS CARDIAS por professora Rosemilia Cunha

HEMOSTASIA PRIMÁRIA. Profa Alessandra Barone Prof. Archangelo Fernandes

Antiinflamatórios Não Esteroides (AINE) Antipiréticos Analgésicos

Profa. Dra. Larissa Gorayb F Mota

ANÁLISES LABORATORIAIS DAS COAGULOPATIAS E TROMBOFILIAS

12/08/2017. Anti-inflamatórios. Anti-inflamatórios. Anti-inflamatórios Não Esteroidais (AINES) Glicocorticoides (AIES)

Antiinflamatórios Não Esteroidais (AINEs)

Hemostasia: Princípios Gerais Liga de Hematologia da Bahia Aula Inaugural Thaizza Correia

+/- Analgésicos-Antitérmicos-AINES. Manejo farmacológico da dor no câncer. Medicina M2 BMF224. Escada terapêutica OMS. Sumário

A Química da Vida. Anderson Dias Felipe Knak

Sangue Professor: Fernando Stuchi

HEMOSTASIA. Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Hospital Veterinário Universitário Universidade Federal de Santa Maria

Esta bula é continuamente atualizada. Favor proceder a sua leitura antes de utilizar o medicamento. AAS ácido acetilsalicílico

Antiinflamatórios Não Esteroides (AINE) Antipiréticos Analgésicos. André Montillo

Ác. acetilsalicílico indometacina. diclofenaco Ác. mefenâmico. ibuprofeno piroxicam

NERVITON PLUS É MAIS ENERGIA!!!

AVALIAÇÃO LABORATORIAL DOS DISTÚRBIOS DE COAGULAÇÃO HEMOSTASIA

AULA-7 PROCESSO DE HEMOSTASIA

Tabela 1 Descrição dos números e nomes dos fatores de coagulação sangüínea e a via de atuação.

HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO. Instituto de Hematologia e Oncologia Curitiba

EXCLUSIVAMENTE PARA ADMINISTRAÇÃO ORAL

ANTICOAGULANTES, TROMBOLÍTICOS E ANTIPLAQUETÁRIOS

Átomos Moléculas Íons Biomoléculas. Matéria é formada por Átomos. Obs.: teoria confirmada apenas no início do século XX.

ANOTAÇÕES EM FARMACOLOGIA E FARMÁCIA CLÍNICA 3) ANTINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS. Marcelo A. Cabral

O SANGUE HUMANO. Professora Catarina

Profa. Dra. Milena Araújo Tonon Correa. Biomedicina

FUNÇÃO HEPÁTICA. Msc. Danielle Rachel

Hemostasia. Elvira Guerra-Shinohara

CÁLCIO - Ca CARACTERÍSTICAS: ESTUDADO CONJUNTAMENTE COM O FÓSFORO (P) 99% ESTÁ NOS OSSOS E DENTES 1% EM TECIDOS MOLES E FLUIDOS ENCONTRA-SE NOS FUIDOS

Glândulas. Paratireóides

APROVADO EM INFARMED

Sistema Urinário. 2º ano 2013 Profa. Rose Lopes

Data: 01/02/2014 NOTA TÉCNICA 15/2014. Medicamento X Material Procedimento Cobertura

Inflamação & Antiinflamatórios Não-Esteroidais

Analgésicos comuns e Anti inflamatórios não esteroidais

PRINCIPAIS FITORMÔNIOS

Distúrbios da Coagulação

A ORIGEM DA VIDA. Hipótese autotrófica e heterotrófica

Modificação Covalente

HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO SANGUÍNEA NEA

Substância activa: Sulodexida Cada cápsula mole de Vessel contém 250 LSU de Sulodexida

Mecanismos de ataque dos patógenos. necessitam do hospedeiro para retirar nutrientes para o seu metabolismo

Novos Antiagregantes e Anticoagulantes Orais Manejo na endoscopia - maio 2015

Farmacologia dos Antiinflamatórios Não- Esteroidais (AINES) Profª Drª Flávia Cristina Goulart

Texto de apoio ao professor

SISTEMA SANGUINEO. Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: Alegrai-vos Fl. 4,4

INTEGRAÇÃO E REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO

A TERAPÊUTICA ANTICOAGULANTE 1 ANTICOAGULANT THERAPY

Proteínas e aminoácidos

Lista de exercícios de Biologia - Prof. João Paulo. Tecido conjuntivo

Antiinflamatórios não-esteróides Analgésicos Antipiréticos

ASPIRINA Efervescente

Funções fisiológicas e inflamatórias

DISTÚRBIOS VENOSOS TROMBOSE VENOSA PROFUNDA E VEIAS VARICOSAS. Clínica Médica - Universo Patrícia Dupim

Declaração de Conflitos de Interesse. Nada a declarar.

HEMATÓCRITO e HEMOSSEDIMENTAÇÃO. Prof. Carolina Vicentini

Reação de Hipersensibilidade: Resposta imune que ocorre de forma exagerada ou inapropriada.

Porque nos alimentamos?

04/11/2010. Ativas: Calciferol(D2) e colecalciferol (D3); 7-dehidrocolesterol colecalciferol (D3);

Introdução ao Estudo da Fisiologia

Introdução. Inflamação. Inflamação. Inflamação. Utilização de Anti-inflamatórios não esteróides em grandes animais. Inflamação

Química Orgânica Ambiental

AVALIAÇÃO DA DISPENSAÇÃO DE FÁRMACOS PARCIALMENTE SELETIVOS PARA COX-2

Alimentação Saudável A Nutrição & Os Nutrientes. O que são Nutrientes? Quais as funções dos Nutrientes?

Proteínas. Dra. Flávia Cristina Goulart. Bioquímica

Aula 8 Síntese de proteínas

DISTÚRBIOS SISTÊMICOS E O PERIODONTO

FLANCOX. etodolaco USO ORAL USO ADULTO

Distúrbios Circulatórios. Classificação dos Trombos. Classificação dos Trombos. Etiopatogenia dos Trombos

Metabolismo Energético das Células. Processos Exergônicos: Respiração Celular Fermentação

TÍTULO: BENEFÍCIOS DOS ALIMENTOS FUNCIONAIS E PLANTAS MEDICINAIS COM AÇÃO ANTIOXIDANTE EM PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA

SAO DUAS FACES DA MESMA MOEDA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA HORMÔNIOS E REGULAÇÃO METABÓLICA

ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDES E ESTEROIDES

Boa leitura! Luiz Carlos Motta, presidente

Anti-inflamatórios não-esteroidais Dr J Sylvester, MBChB MRCP 1

02. (UNIRIO-RJ) O trinitrotolueno, ou TNT, um explosivo muito conhecido, apresenta a seguinte fórmula:

Aula: Histologia II. Sangue e linfa. Funções de hemácias, plaquetas e leucócitos.

Transcrição:

Profa. Dra. Milena Araújo Tonon Corrêa 1

Agentes hematológicos 2

Agentes hematológicos são substâncias que atuam sobre o sangue. A Hemostasia corresponde ao processo dinâmico primorosamente regulado de manutenção da fluidez do sangue, reparo da lesão vascular e restrição da perda de sangue. 3

ANTIANEMICS s agentes antianêmicos podem ser divididos em : agentes hematínicos e agentes para anemia megaloblástica A) Agentes hematínicos - Uso oral: ferro, sais ferrosos de ácidos inorgânicos e orgânicos (sulfato ferroso, ascorbato ferroso, ferrocolinato, fumarato ferroso, succinato ferroso, entre outros). - Uso parenteral: sais complexos e quelatos ferrosos B) Agentes para anemia megaloblástica 4

Anemia ferropriva : Deficiência de ferro devido a dieta insuficiente ou sangramento crônico. ferro é necessário para a formação da molécula de hemoglobina. Assim, sulfato ferroso é indicado principalmente na gravidez, na lactação e em recém nascidos com baixo peso. Anemia por deficiência de ácido fólico e vitamina B12: Ácido fólico e seus derivados são imprescindíveis para a síntese de ácidos nucléicos, aminoácidos, na divisão celular, no crescimento tecidual e na metilação do DNA. Deficiência de vitamina B 12 e de folato, medicamentos que inibem a síntese de DNA são condições comuns que ocasionam o quadro de anemia megaloblástica. Tratamento: vitamina B 12 e derivados (cianocobalamina, hidroxocobalamina), ácido fólico, folinato de cálcio,. Anemia devido a insuficiência renal crônica: Pacientes com insuficiência renal crônica submetidos a hemodiálise são tratados com eritropoietina visto que esses pacientes perdem as células responsáveis pela produção deste hormônio. A eritropoietina é um hormônio fisiológico crítico na proliferação e diferenciação dos eritrócitos.

Cascata de coagulação As plaquetas ligam-se a células endoteliais danificadas e liberam substâncias como tromboxano A2, adenosina difosfato, epinefrina e serotonina que ativam e recrutam novas plaquetas. aumento da geração de trombina desencadeia a cascata de coagulação. fator tecidual (TF) é uma glicoproteína intrinseca da menbrana que na presença de Ca +2 liga-se ao fator IV e ativa o fator VII e VIIa. TF, VIIa e Ca +2 convertem o fator X em Xa Xa ativa protombina (fator II) e forma trombina (IIa) Trombina cliva fibrinogênio e forma fibrina

HEMSTÁTICS Substâncias empregadas em doenças hemorrágicas. Hemorragia: incapacidade do sistema hemostático em formar coágulos e cessar o extravasamento de sangue a) Hemostáticos tópicos são aplicados no local lesado. Controlam somente a sangria capilar. Ex ácido elágico, celulose oxidada, alúmen, esponja de gelatina absorvível, trombina, tromboplastina, vitamina P e derivados. a) Hemostáticos sistêmicos- são administrados por via sistêmica e podem ser divididos em componentes do sangue (fatores de coagulação) antagonistas da heparina (Sulfato de protamina)- antídoto para a heparina por complexar-se com esta e impedir a ação vitamina K e análogos : agem nas etapas finais dos fatores de coagulação agentes diversos (ácido aminocápróico, ácido tranexânico, ácido p- (aminometil)benzóico) : Ácido aminocápróico: inibe o ativador da profibrinolisina e inibe plasmina. Ácido tranexâmico e ácido p-(aminometil)benzóico : inibe plasmina 8

TRMBSE Podem ser classificados como: Anticoagulantes Prolongam o tempo de coagulação do sangue. Interferem no processo de coagulação Podem ser classificados segundo o mecanismo de ação, o modo de administração e a estrutura química. Inibidores da agregação plaquetária (antiagregantes plaquetários) Interferem com a capacidade de agregação das plaquetas Agentes fibrinolíticos (trombolíticos) Dissolvem ativamente os coágulos sanguíneos. 9

ANTICAGULANTES Com base na estrutura química podem ser divididos em cinco classes: Heparina e heparinóides (heparina, apolato sódico) Heparina interage com a antitrombina, formando um complexo que inativa várias enzimas da coagulação, tais como os fatores (II, IX e X). Derivados da cumarina (dicumarol, warfarina) A varfarina é um antagonista da vitamina K,sendo esta fundamental para a regulação dos fatores da coagulação Derivados da indandiona (fenindiona, difenadiona) Agentes diversos (veneno de cobras, sais de metais de terras raras) Anticoagulantes para estocagem de sangue (heparina) 10

Fibrinolíticos Dissolvem ativamente os coágulos sanguíneos. Eritroquinase Estreptoquinase Uroquinase 11

Inibidores da agregação plaquetária Inibe tromboxano A2 que é um indutor de agregação plaquetária e vasoconstritor. Ácido acetil salicílico Ibuprofeno Naproxeno Prostaciclina 12

Fosfolípides de Membrana Estímulos Fosfolipase A 2 Ácido Araquidônico Prostaglandina G 2 CX-1/2 Prostaglandina H 2 PGI 2 Sintase TX Sintase Isomerases Específicas Endotélio Plaquetas Mastócitos PGI 2 TXA 2 PGD 2 PGF 2 PGE 2 IP TP DP FP EP 1, 2, 3, 4 Vasodilatação agregação plaquetária citoproteção gástrica Vasoconstrição agregação plaquetária Vasodilatação agregação plaquetária Contração uterina e febre

CLASSIFICAÇÃ Derivados do p-aminofenol acetanilida, fenacetina, paracetamol (acetaminofeno) Salicilatos ácido salicílico, ácido acetilsalicílico, salicilamida, diflunisal Ácidos aril- ou heteroaril-aromáticos indometacina, sulindaco, tolmetina, diclofenaco, etodolaco Ácidos aril- ou heteroaril-propiônicos ibuprofeno, fenoprofeno, cetoprofeno, naproxeno, flurbiprofeno, cetorolaco Ácidos antranílicos ácido mefenâmico xicans piroxicam, meloxicam, tenoxicam Pirazolidinadionas fenilbutazona, dipirona (metamizol) Sulidas nimesulida Coxibes celecoxibe, rofecoxibe, parecoxibe, valdecoxibe

ÁCID ACETILSALICÍLIC (ASPIRINA)

SALICILATS ANTI-INFLAMATÓRIS Relações estrutura-atividade - ânion salicilato: porção ativa - ácido carboxílico: efeitos colaterais - substituição ácido por amida: mantém analgesia, elimina ação anti-inflamatória - substituição da carboxila ou H: afeta potência e toxicidade -H para posição p ou m: derivados inativos -substituição por halogênios no anel aromático: aumenta potência e toxicidade -substituição na posição 5 por anel aromático: aumenta atividade antiinflamatória -sais de ácido salicílico: diminuem distúrbios TGI F H H H H NH 2 F H H ácido salicílico ácido acetilsalicílico salicilamida diflunisal

Ácidos aril- e heteroaril-aromáticos H N indometacina Cl F sulindaco H S N H H etodolaco Cl H N Cl H N H diclofenaco tolmetina

Ácidos aril- e heteroaril-propiônicos H H H ibuprofeno fenoprofeno cetoprofeno naproxeno H F flurbiprofeno H N cetorolaco H

ÁCID ARIL- U HETERARIL-ALCANÓIC RELAÇÕES ESTRUTURA-ATIVIDADE -centro de acidez (relacionado ao ácido carboxílico do ácido araquidônico) -derivados éster e amida pró-fármacos indometacina -distância entre centro de acidez e anel aromático ou heteroaromático distância atividade -sistema aromático relação com duplas em 5 e 8 no ácido araquidônico -metila separando centro ácido do anel tende a atividade anti-inflamatória: profenos ibuprofeno -2ª área lipofílica não-coplanar ao anel aromático: atividade (dupla em 11 do ácido araquidônico)

N-ARIL-ANTRANÍLIC VERLI, H. (UFRGS)

CLASSE DS XICANS BIISSTERISM H H S S N N H N S N N H N piroxicam meloxicam

LCALIZAÇÃ E PAPÉIS DIFERENCIADS DE CX-1 E CX-2

MECANISM GERAL DE AÇÃ D ÁCID ACETILSALICÍLIC

MECANISM QUÍMIC DE AÇÃ D ÁCID ACETILSALICÍLIC H H.. :.. serina 530 - : CH 3 (livre) - H H +.. : CH.. 3 serina 530 CX CX H H CH 3 serina 530 (acetilada) Sítio ativo bloqueado: interrupção da síntese de prostaglandinas CX INIBIÇÃ IRREVERSÍVEL

CMPARAÇÃ ESQUEMÁTICA DS SÍTIS ATIVS DE CX-1 E CX-2

CXIBES - INIBIDRES SELETIVS DE CX-2