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Transcrição:

Número: 00190.023960/2012-08 Unidade Examinada: Município de Muriaé/MG

Relatório de Demandas Externas n 00190.023960/2012-08 Sumário Executivo Este Relatório apresenta os resultados das ações de controle desenvolvidas pela Controladoria-Geral da União (CGU) no Município de Muriaé/MG, cujos trabalhos foram realizados entre 08/04/2013 a 29/09/2013. Esclarecemos que os executores dos recursos federais foram previamente informados, por meio do Ofício n 21021/CGUMG/CGU-PR, de 15/07/2013, sobre os fatos relatados, tendo se manifestado em 02/08/2013, cabendo ao Ministério Supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas visando à consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades. Foram analisados itens financiados com recursos repassados ao Município, no período compreendido entre 18/06/2009 a 08/04/2013, pelo Ministério da Integração Nacional, com o objetivo de verificar a aplicação de recursos federais envolvendo o Programa Resposta aos Desastres e Reconstrução. Principais Fatos Encontrados Ministério da Integração Nacional Programa: Resposta aos Desastres e Reconstrução Contratação irregular mediante utilização indevida de dispensa de licitação para execução de obras relativas ao Termo de Compromisso nº 077/2009. Contratação por dispensa para execução de obras do Convênio nº 002/2009 sem a caracterização de situação de emergência e sem a devida pesquisa de preços. Incompatibilidade do repasse de recursos com os objetivos do Programa 1029 - Resposta aos Desastres e Reconstrução. Calçamento de ruas em localidade sem comprovação da ocorrência de danos e da situação emergencial. Ocorrência de superfaturamento por pagamentos de serviços executados a menor em serviços de calçamento poliédrico no âmbito do Termo de Compromisso nº 077/2009. Ocorrência de superfaturamento por pagamento de serviços executados a menor na execução de muros de contenção no âmbito do Termo de Compromisso nº 077/2009. Ocorrência de intervenções em áreas que, visualmente, não foram afetadas por enchentes/deslizamentos. Ocorrência de superfaturamento por pagamentos de serviços de calçamento poliédrico e meio fio executados a menor no âmbito do Convênio nº 002/2009. Principais Recomendações Este Relatório é destinado aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, gestores centrais dos programas de execução descentralizada, para a adoção de providências quanto às situações evidenciadas, especialmente, para a adoção de medidas preventivas e corretivas, visando à melhoria da execução dos Programas de Governo.

1 de 39 07/03/2014 15:29 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO RELATÓRIO DE DEMANDAS EXTERNAS Número: 00190.023960/2012-08

2 de 39 07/03/2014 15:29 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO 2. DAS SITUAÇÕES VERIFICADAS 2.1 MINISTERIO DA INTEGRACAO NACIONAL 2.1.1 Programa: Resposta aos Desastres e Reconstrução Ação: Restabelecimento da normalidade no cenário de desastres 3. OUTRAS AÇÕES 3.1 MINISTERIO DA INTEGRACAO NACIONAL 3.1.1 Programa: Resposta aos Desastres e Reconstrução 4. CONCLUSÃO

de 39 07/03/2014 15:29 1. INTRODUÇÃO 1.1 Este Relatório apresenta os resultados de ação de controle desenvolvida em função de situações presumidamente irregulares ocorridas no Município de Muriaé/MG, que deram origem ao Processo nº 00190.023960/2012-08. 1.2 O presente trabalho foi realizado no período de de 08/04/2013 a 29/09/2013, com verificações in loco entre 15/04/2013 e 19/04/2013. Foram analisados os itens financiados com recursos repassados ao município pelo Ministério da Integração Nacional, por força do Convênio nº 002/2009 (SICONV 703453), do Termo de Compromisso nº 77/2009 (SIAFI 652997) e do Termo de Compromisso nº 80/2012 (SIAFI 672337). 1.3 Em demanda encaminhada à CGU em 27/09/2010, a qual deu origem ao Processo nº 00210.002738/2010-16, foram apontadas possíveis irregularidades na contratação por dispensa da licitação com base no inciso IV do art. 24 da Lei nº 8.666/93 da empresa Urb-Topo Engenharia e Construções Ltda. para execução de obra relativa ao Termo de Compromisso nº 263/2010 firmado entre o município de Carlos Chagas e o Ministério da Integração Nacional. Adicionalmente, a Delegacia de Polícia Federal em Governador Valadares, mediante o Ofício nº 4477/2011, de 21/10/2011, solicitou a apuração de possíveis irregularidades ocorridas em repasses de recursos do Ministério da Integração Nacional aos municípios de Pavão/MG (Termos de Compromisso nº 272/2010 - SIAFI 660418 e nº 078/2009 SIAFI 653000), Carlos Chagas/MG (Termo de Compromisso nº 263/2010 - Siafi 660419) e Itaúna/MG (Termo de Compromisso nº 275/2010 - SIAFI 660517) com o Ministério da Integração Nacional, envolvendo a contratação da referida empresa. Finalmente, a Procuradoria da República em Divinópolis também solicitou a realização de auditoria no município de Itaúna/MG relativa ao Termo de Compromisso nº 275/2010 firmado com o Ministério da Integração Nacional, que também contemplou a contratação direta da mesma empresa. 1.4 Tendo em vista que o Convênio nº 002/2009 (SICONV 703453) e o Termo de Compromisso 77/2009 (SIAFI 652997) envolveram a contratação da empresa Urb-Topo Engenharia e Construções Ltda. por dispensa da licitação, a CGU emitiu as Ordens de Serviço nº 201211922 e 201211930 com vistas a verificação do processo de contratação e a execução da obras previstas nos referidos termos de repasse de recursos ao município de Muriaé. Adicionalmente, foi emitida a Ordem de Serviço nº 2013062210 com vistas a verificação da execução do Termo de Compromisso nº 080/2012 (Siafi 672337), firmado entre o Ministério da Integração Nacional e o município de Muriaé. 1.5 Registra-se que a análise limitou-se à aplicação dos recursos financeiros federais repassados à Prefeitura Municipal de Muriaé/MG por meio do Termo de Compromisso nº 77/2009 (SIAFI 652997), Convênio nº 002/2009 (SICONV 703453) e Termo de Compromisso nº 080/2012 (Siafi 672337). 1.6 Para a execução do trabalho foram adotadas as seguintes ações: - exame inicial do teor dos fatos apontados na demanda; - avaliação da funcionalidade do empreendimento; - verificação acerca da legalidade das licitações, bem como da ocorrência de fraude e restrição à competitividade; - verificação acerca da existência de sobrepreço e superfaturamento na contratação e execução das obras; - análise do cumprimento das especificações técnicas dos projetos; - análise do cumprimento do cronograma de execução das obras; - análise da documentação comprobatória das despesas realizadas;

de 39 07/03/2014 15:29 - inspeção física e conferência das medições na realização das obras. 1.7 Os trabalhos foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames. 1.8 Por meio do Ofício nº 21021/2013/CGUMG/CGU-PR, de 15/07/2013, foi encaminhado o documento Informativo para apresentação dos resultados preliminares deste trabalho de fiscalização à Prefeitura Municipal de Muriaé/MG. A manifestação da Unidade Examinada, recepcionada por meio do Ofício nº 127/2013, de 02/08/2013, através do qual a Prefeitura Municipal de Muriaé encaminhou o documento s/nº, de 02/08/2013, expedido pelo ex-prefeito municipal, foi inserida no presente Relatório. 1.9 Os resultados dos trabalhos realizados, estão apresentados a seguir: no item 2 do presente Relatório estão relatadas as informações relacionadas às situações apontadas na demanda original; no item 3 constam os achados decorrentes de outras ações desta Controladoria que não estavam contempladas na demanda. 2. DAS SITUAÇÕES VERIFICADAS A seguir apresentamos as constatações relacionadas às situações que foram examinadas, agrupadas por Programa/Ação, e vinculadas aos respectivos órgãos superiores. 2.1 MINISTERIO DA INTEGRACAO NACIONAL 2.1.1 Programa: Resposta aos Desastres e Reconstrução Ação: Restabelecimento da normalidade no cenário de desastres Objeto Examinado: Defesa Civil - Ação 4570 - Restabelecimento da normalidade no cenário de desastres Agente Executor Local: Montante de Recursos Financeiros Aplicados: 17.947.581/0001-76 MURIAE PREFEITURA GABINETE PREFEITO R$ 5.000.000,00 Ordem de Serviço: 201211922 Forma de Transferência: 652997 Convênio 2.1.1.1 Situação Verificada Análise da legalidade da contratação da empresa Urb-Topo Engenharia e Construções Ltda. (CNPJ nº 17.462.219/0001-05) mediante dispensa da licitação com fulcro no art. 24, IV da Lei nº 8.666/93.

de 39 07/03/2014 15:29 CONSTATAÇÃO Contratação irregular mediante utilização indevida de dispensa de licitação para execução de obras relativas ao Termo de Compromisso nº 00077/2009. a) Fato: Em decorrência do Decreto nº 3.657, de 07/05/2009, que declarou situação anormal, caracterizada como emergência em algumas áreas do município de Muriaé, o Ministério da Integração Nacional, por meio da Portaria nº 351, de 17/08/2009, aferiu a situação de emergência ao município, aprovou o Termo de Compromisso apresentado, autorizou o repasse de recursos financeiros no valor de R$ 5.000.000,00, sem contrapartida, e estabeleceu que as ações necessárias ao restabelecimento da normalidade deveriam ser realizadas em estrita consonância com o Plano de Trabalho constante do Processo Administrativo nº 59050.001498/2009-21. O Termo de Compromisso recebeu o nº 00077/2009 (Siafi 652997). O objeto do referido termo de compromisso contemplou calçamento, asfaltamento, reconstrução de rede de drenagem e construção de muro de contenção de concreto armado em área de desastre. A situação decretada ensejou, por parte da Prefeitura Municipal de Muriaé, a abertura do processo de Dispensa de Licitação nº 022/2009 com base no art. 24, IV da Lei 8666/93. Atendendo ao artigo 26 da mesma Lei no que se refere à razão da escolha do fornecedor e justificativa de preço, a Prefeitura apresentou propostas de três empresas, quais sejam: Construtora Marins Ltda. (CNPJ nº 25.388.869/0001-86), Colymar Engenharia Ltda. (CNPJ nº 25.918.343/0001-60) e Urb-Topo Engenharia e Construções Ltda. (CNPJ nº 17.462.219/0001-05), que apresentaram respectivamente propostas nos valores de: R$ 5.062.785,76, R$ 5.044.372,91 e R$ 5.000.000,00. Com a apuração dos valores globais apresentados a empresa Urb-Topo Engenharia e Construções Ltda. foi a escolhida para a execução da obra conforme Contrato nº 154/2009, assinado em 28/08/2009. A contratação foi efetivada por meio de dispensa de licitação, tendo como fundamento a Lei 8666/93, mais especificamente os seguintes dispositivos transcritos: Art. 24. É dispensável a licitação: IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;. Verifica-se que é dispensável a licitação para casos de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens. Observando a situação ocorrida no município, verifica-se que por mais que tenha sido necessária a intervenção ocorrida, torna-se importante a reflexão sobre o tempo decorrido entre a ocorrência do evento causador da emergência, declarada em maio de 2009, e a contratação da empresa para seus reparos em agosto de 2009. Salienta-se que a situação, que pudesse ocasionar prejuízo ou

de 39 07/03/2014 15:29 comprometer a segurança de pessoas, obras serviços, equipamentos e outros bens, que determinasse a contratação por dispensa de licitação, não poderia aguardar tanto tempo. Salienta-se que a realização de um processo de licitação, na modalidade Concorrência, que demonstrasse ampla publicidade, com consequente participação de grande número de empresas interessadas em prestar os serviços, poderia ocasionar a escolha de proposta mais vantajosa para o município, além de atender ao princípio da transparência. Tendo em vista o tempo decorrido entre a ocorrência do desastre e a contratação, bem como os serviços executados no âmbito do Termo de Compromisso nº 00077/2009, conclui-se que a obra não era indispensável para eliminar ou atenuar riscos potenciais de danos iminentes e relevantes à incolumidade das pessoas, ou de graves prejuízos à economia local, ou eliminar obstáculos locais provocados pelo desastre (situações que caracterizam ações de respostas a desastres). Cumpre informar que as Construtora Marins Ltda. (CNPJ nº 25.388.869/0001-86) e Urb-Topo Engenharia e Construções Ltda. (CNPJ nº 17.462.219/0001-05), constituíra um consórcio, com razão social de Consórcio Urb Tpo-Marins, em 14/08/2008. Acrescenta-se a informação que em fiscalização realizada pela CGU no município de Carlos Chagas verificou-se que as empresas Construtora Marins Ltda. (CNPJ nº 25.388.869/0001-86), Colymar Engenharia Ltda. (CNPJ nº 25.918.343/0001-60) e Urb-Topo Engenharia e Construções Ltda. (CNPJ nº 17.462.219/0001-05), também foram as empresas consultadas para a realização da dispensa de licitação nº 026/2010, que também tinha como fundamento a situação de emergência causada por chuvas. b) Manifestação da Unidade Examinada: Por meio do Ofício nº 127/2013, de 02/08/2013, a Prefeitura Municipal de Muriaé encaminhou o documento s/nº, de 02/08/2013, expedido pelo ex-prefeito municipal, o qual apresenta a seguinte manifestação: A fiscalização da CGU aponta que a contratação de empresa por dispensa de licitação teria sido indevida. O procedimento de dispensa de licitação é mais do que justificado, legal e operacionalmente. O Município de Muriaé declara situação de emergência em 07/05/2009 (DOC. 04). Esforços são realizados junto ao Ministério da Integração para o repasse de recursos, vez que o município não dispunha de recursos para fazer face às despesas para recuperação das inúmeras áreas atingidas pelas enchentes e fortes chuvas ocorridas. Conseguidos os recursos públicos federais indispensáveis para a execução das obras, esses somente foram autorizados em 17 de agosto de 2009, com previsão de transferência ao Município no período de 180 (cento e oitenta) dias contados daquela data, tal como comprovado pela Portaria n. 351/2009, e liberados em 24 de agosto de 2009, conforme Ofício /N.937 tr-mi/secex (DOC.04). Ou seja, até o mês de agosto de 2009, quando os recursos foram liberados, o Município se encontrava impossibilitado de assumir compromissos com obras para fazer frente à situação de emergência (ou seja, era inviável sequer iniciar qualquer tipo de procedimento licitatório); e em agosto de 2009 não apenas se encontrava em vigência o Decreto Municipal que reconhecia a situação de emergência, como a própria situação efetiva do Município era emergencial, situação esta que foi aferida e confirmada pelo próprio Ministério da Integração Nacional (vide art. 1º da Portaria nº 351/2009).

de 39 07/03/2014 15:29 Quando os recursos finalmente foram liberados, em agosto de 2009, foi realizado o procedimento de dispensa de licitação, no qual se sagrou vencedora a empresa Urb Topo Engenharia Ltda. Além do fato de que Município de Muriaé ainda se encontrava em situação de emergência em agosto de 2009, o que tornava o procedimento de dispensa de licitação perfeitamente possível e legal, havia ainda a preocupação com a próxima estação chuvosa (que geralmente inicia-se em outubro) que estava prestes a chegar. Logo, o procedimento de dispensa de licitação foi feito no intuito de se dar celeridade ao início das obras necessárias para recompor a normalidade no Município. Importante, inclusive, esclarecer que o Convênio decorrente do termo de compromisso 77/2009 encontra-se com parecer financeiro favorável do Ministério da Integração Nacional, tendo em vista a correta aplicação dos recursos.(doc. 04) Quanto às demais considerações e conjecturas levantadas pela fiscalização em relação às empresa consultadas no processo, não tínhamos e não temos conhecimento dos fatos citados, portanto, NADA TEMOS A DECLARAR. c) Análise do Controle Interno: A justificativa apresentada não aborda aspecto importante do fato apontado e norteador do que a Lei 8666/93 estabelece como possibilidade de dispensar a licitação, qual seja: nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa. O decorrer de 3 meses entre a decretação da situação de emergência e a contratação da empresa para a execução das obras, bem como os serviços executados por força do contrato celebrado com a URB Topo (calçamento, asfaltamento, reconstrução de rede de drenagem e construção de muros de contenção de concreto armado), especificamente neste caso, não condizem com a situação de emergência estabelecida pela Lei 8.666/93, conforme detalhado a seguir: a) Serviços de Calçamentos (poliédricos, bloquetes) e de asfaltamento (CBUQ): na sua maioria foram executados em locais os quais não se mostraram passíveis de riscos, embora constassem do AVADAN; na inspeção física, não foram detectadas evidências de que os serviços referiam-se a obras reconstrução propriamente ditos, indicando a realização de serviços de melhorias das vias, visto que, onde antes não havia calçamento, foi executado poliédricos e/ou sextavados e, nos logradouros onde anteriormente existiam poliédricos e/ou sextavados, foram executados asfaltamentos em CBUQ. b) Rede de drenagem pluvial nos bairros Cardoso de Melo e Dornelas: pela localização das ruas e pela existência de uma rede de esgoto mais antiga nos locais visitados, não foram detectadas evidências de obras de reconstrução de rede de drenagem e sim a execução de serviços de construção de uma rede complementar à anterior, de forma a absorver as enxurradas, comuns nesses locais. Adicionalmente, uma simples verificação na planilha de custos contratada, constata-se a ausência de item referente a remoção de material escavado, item essencial quando se trata de reconstruções. c) Muro na área atingida no Bairro do Porto: não houve desabamento de muro anterior. Essa construção foi necessária para se evitar novos desabamentos de prédio contíguo ao mesmo, ou seja, natureza de prevenção.

de 39 07/03/2014 15:29 d) Muros de arrimo da Av. JK: apenas um dos muros foi reconstruído. Com relação ao outro, não há indícios de destruição de muro anterior. Esse último refere-se a obra de proteção contra erosão costeira, que é de natureza preventiva. Diante disso, as obras, objeto deste termo de compromisso, não guardam consonância com situações emergenciais, nem tratam de ações de reconstrução, à exceção de um dos muros da Av. JK. As obras executadas por força do TC nº 77/2009, na sua essência, são obras de melhorias ou de natureza preventiva, pois, nos locais onde as intervenções ocorreram, não havia indícios cenários de desastres anteriores, exceto, em um dos muros da Av. JK. Assim sendo, a equipe opina pela manutenção deste achado. Recomendação : 1 Recomenda-se ao Ministério da Integração Nacional que avalie se os danos eventualmente detectados neste relatório foram decorrentes da contratação emergencial indevida. Recomendação : 2 Recomenda-se ao Ministério da Integração Nacional que, nas futuras análises de prestações de contas, avalie a legalidade do processo de contratação emergencial. d) Conclusão sobre a situação verificada: No que se refere a contratação com fundamento no inciso IV da Lei 8666/93, verificou-se que a situação de emergência referenciada não condiz com a estabelecida no normativo, sendo irregular a contratação da empresa Urb-Topo Engenharia e Construções Ltda. (CNPJ nº 17.462.219/0001-05)". Objeto Examinado: Defesa Civil - Ação 4570 - Restabelecimento da normalidade no cenário de desastres Agente Executor Local: Montante de Recursos Financeiros Aplicados: 17.947.581/0001-76 MURIAE PREFEITURA GABINETE PREFEITO R$ 1.500.000,00 Ordem de Serviço: 201211930 Forma de Transferência: 703453 Convênio 2.1.1.2 Situação Verificada Análise da legalidade da contratação da empresa Urb Topo Engenharia e Construções Ltda (CNPJ nº 17.462.219/0001-05) mediante dispensa da licitação com fulcro no art. 24, IV da Lei nº 8.666/93.

de 39 07/03/2014 15:29 CONSTATAÇÃO Contratação por dispensa para execução de obras do Convênio nº 002/2009 sem a caracterização de situação de emergência e sem a devida pesquisa de preços. a) Fato: A Prefeitura Municipal de Muriaé celebrou o Convênio nº 002/2009 (SICONV nº 703453), com o Ministério da Integração Nacional, por intermédio da Secretaria Nacional de Defesa Social SEDEC, tendo como objeto a recuperação e reconstrução de pavimentos. Para a consecução dos objetivos o valor do Convênio foi de R$ 1.516.419,54, sendo R$1.500.000,00 provenientes do Ministério e R$16.419,54 a título de contrapartida por parte do município. Para a realização das obras, objeto do Convênio, a Prefeitura contratou a empresa Urb Topo Engenharia e Construções Ltda (CNPJ nº 17.462.219/0001-05) com base no art. 24, IV da Lei 8666/93. Entretanto, não consta da documentação apresentada a razão da escolha do fornecedor e a comprovação de realização de pesquisa de preço com a devida coleta de orçamentos, ferindo o disposto no art. 26. Em 13/07/2009, foi assinado o Contrato nº 130/2009, oriundo do processo de Dispensa nº 019/2009, entre a empresa e a Prefeitura, no exato valor dos recursos vinculados ao Convênio. Destaca-se que o inciso IV do art. 24 da Lei 8.666/93, estabelece: nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos. Destaca-se que a obra não era indispensável para eliminar ou atenuar riscos potenciais de danos iminentes e relevantes à incolumidade das pessoas, ou de graves prejuízos à economia local, ou eliminar obstáculos locais provocados pelo desastre. Na inspeção física das ruas contempladas verificou-se que, ainda que se tratasse de locais com necessidade de melhorias, a Prefeitura poderia ter realizado um processo licitatório que contemplasse ampla divulgação e apreciação de propostas que fossem mais vantajosas ao município, tendo em vista tratar-se de ruas nas quais já existia o calçamento do tipo poliédrico, sem caracterizar urgência de atendimento de situação que pudesse ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas. b) Manifestação da Unidade Examinada: Por meio do Ofício nº 117/2013, de 02/08/2013, a Prefeitura Municipal de Muriaé encaminhou o documento s/nº, de 02/08/2013, expedido pelo ex-prefeito municipal, o qual apresenta a seguinte manifestação: A fiscalização da CGU alega que a obra não era indispensável ou que a siutação de emergêrncia não estava caracterizada, o que não é verdade. O Município de Muriaé encontrava-se em situação de emergência, conforme Decreto 3.657, de 07 de maio de 2009 (DOC. 01), o que por si só legitima o procedimento de dispensa de licitação, previsto no art. 24, IV, da Lei 8.666/93.

10 de 39 07/03/2014 15:29 Como se isso não bastasse, o AVADAN (DOC. 02) elenca os incontáveis prejuízos trazidos pelas chuvas, dentre eles os danos ao pavimento de inúmeras ruas, que foi parcialmente destruído em função do colapso das redes pluviais e de esgoto afetadas na época das enchentes e em decorrência de enxurradas de grande intensidade que atingiram a região. Não nos parece correto que a equipe de fiscalização possa, tanto tempo depois da ocorrência de tantos eventos danosos e depois de consertados os danos afirmar que não havia situação de emergência e que as obras não eram indispensáveis para eliminar ou atenuar riscos potenciais de danos iminentes e relevantes à incolumidade das pessoas, ou graves prejuízos à economia local ou eliminar obstáculos locais provocados pelo desastre. Ora, só quem vivenciou as chuvas e os incontáveis danos que elas trouxeram tem como saber o caos que a cidade e seu povo viveram. Os estragos, tanto a bens públicos, quanto a bens particulares, tiraram a população de sua rotina, trazendo prejuízos sociais e econômicos, o que pode ser facilmente verificados pelos AVADAN s (DOC. 02). Depois de tudo consertado, é muito fácil para a equipe de fiscalização dizer que não havia urgência, nem caos... Afinal, eles não estavam na cidade para presenciar todos os problemas que foram enfrentados, ao contrário das equipes de Defesa Civil, que estiveram na cidade e viram a real situação de emergência em que o Município se encontrava tendo, inclusive, ratificando essa situação e liberado recursos para reconstrução das áreas afetadas. A contratação por dispensa de licitação da empresa executora da obras foi feita dentro do que é exigido por lei, com coleta de preços e orçamentos balizados e aprovados dentro dos parâmetros exigidos pela SEDEC na época. c) Análise do Controle Interno: Na inspeção física das ruas contempladas verificou-se que, ainda que se tratasse de locais com necessidade de melhorias, a Prefeitura poderia ter realizado um processo licitatório que contemplasse ampla divulgação e apreciação de propostas que fossem mais vantajosas ao município, tendo em vista tratar-se de ruas nas quais já existia o calçamento do tipo poliédrico, sem caracterizar urgência de atendimento de situação que pudesse ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, como foi relatado anteriormente. A justificativa do ex-gestor traduz um cenário de caos, o que não foi possível verificar por meio de documentos. A constatação levantada pela equipe da CGU se refere ao meio utilizado para a contratação, no caso a dispensa de licitação. Não foi apontado que as obras eram desnecessárias e sim que a Prefeitura deveria ter realizado um processo licitatório que contemplasse ampla divulgação com apreciação de propostas que fossem mais vantajosas ao município. Ressalta-se que o relato da equipe da CGU menciona não haver na documentação apresentada a razão da escolha do fornecedor e a comprovação de realização de pesquisa de preço com a devida coleta de orçamentos. A despeito do ex-gestor informar que houve coleta de preços, não foi apresentada documentação comprobatória do procedimento. Recomendação : 1 Recomenda-se ao Ministério da Integração Nacional que avalie se os danos eventualmente detectados neste relatório foram decorrentes da contratação emergencial indevida.

1 de 39 07/03/2014 15:29 Recomendação : 2 Recomenda-se ao Ministério da Integração Nacional que, nas futuras análises de prestações de contas, avalie a legalidade do processo de contratação emergencial. d) Conclusão sobre a situação verificada: A contratação sem a caracterização da situação de emergência, tal como preconiza o inciso IV do art. 24 da Lei 8.666/93, a falta de justificativa da escolha do fornecedor e a falta de comprovação de realização de pesquisa de preço, tornam irregular a contratação da empresaurb Topo Engenharia e Construções Ltda (CNPJ nº 17.462.219/0001-05) mediante dispensa da licitação. 3. OUTRAS AÇÕES A seguir apresentamos constatações identificadas por ocasião dos trabalhos realizados, agrupadas por Programa/Ação, e vinculadas aos respectivos órgãos superiores, relativas a situações não mencionadas na demanda original: 3.1 MINISTERIO DA INTEGRACAO NACIONAL 3.1.1 Programa: Resposta aos Desastres e Reconstrução Objeto Examinado: Defesa Civil - Ação 4570 - Restabelecimento da normalidade no cenário de desastres Agente Executor Local: Montante de Recursos Financeiros Aplicados: R$ 5.000.000,00 Ordem de Serviço: 201211922 Forma de Transferência: 17.947.581/0001-76 MURIAE PREFEITURA GABINETE PREFEITO 652997 Convênio 3.1.1.1 - CONSTATAÇÃO Incompatibilidade do repasse de recursos com os objetivos do Programa 1029 - Resposta aos Desastres e Reconstrução. a) Fato: No que se refere ao repasse dos recursos referentes ao Programa 1029 - Resposta aos Desastres e Reconstrução, verificou-se que as obras objeto do Termo de Compromisso nº 077/2009, que previa calçamento, asfaltamento, reconstrução de rede de drenagem e construção de muro de contenção, não se alinham com o objetivo preconizado na Lei nº 11.768/2008, de 14/08/2008 (LDO), qual seja: promover o socorro e a assistência às pessoas afetadas por desastres, o restabelecimento das atividades essenciais e a recuperação dos danos causados, especialmente nos casos de situação de emergência e estado de calamidade pública reconhecidos pelo Governo Federal. Em que pese a situação de emergência ter sido aferida pelo Ministério da Integração, constatou-se

2 de 39 07/03/2014 15:29 que o objeto contratado não teve relevância suficiente para justificar a interferência financeira da União com recursos emergenciais, demonstrando incompatibilidade com as ações do programa 1029. As obras de calçamento, asfaltamento, reconstrução de rede de drenagem e construção de muro de contenção, que, apesar de trazerem benefícios no sentido de prevenção a danos por eventos naturais, não eram urgentes e necessárias para permitir o acesso ao ambiente social. Para tanto, somente seriam relevantes se o dano fosse de tal sorte que expusesse a risco a incolumidade das pessoas e prejuízos relevantes à economia local. Depreende-se que as ações adotadas pelo município alinham-se com as ações a serem atendidas pelo programa 1027, cujo objetivo é prevenir danos e prejuízos provocados por desastres naturais e antropogênicos. Destaca-se que as funcionais programáticas possuem objetivos específicos, que limitam as ações que podem ser custeadas com seus recursos. Por exemplo, a necessidade de implantação de uma rede de drenagem em determinado bairro não poderá ser custeada com recursos geridos pela Sedec sem que haja uma clara demonstração do vínculo desta ação com a prevenção de desastres naturais. Ainda, a recuperação de uma pavimentação danificada ao longo dos anos pela ausência de manutenção adequada também não se enquadra como ação de reconstrução. Para tanto, a forma de repasse de recursos deveria ser o Convênio, transferência voluntária. b) Manifestação da Unidade Examinada: Por meio do Ofício nº 117/2013, de 02/08/2013, a Prefeitura Municipal de Muriaé encaminhou o documento s/nº, de 02/08/2013, expedido pelo ex-prefeito municipal, o qual apresenta a seguinte manifestação: "Chega a ser absurda a afirmativa que as obras previstas no termo de compromisso 077/2009 não se alinham com o objetivo preconizado na lei 11.768/2008, de 14/08/2008 (LDO) se as mesmas foram aprovadas no plano de trabalho apresentado e aprovado pela SEDEC. As obras eram mais do que urgentes e necessárias, vez que os danos causados pelas chuvas trouxeram inúmeros prejuízos não só sociais, mas também econômicos, e trouxeram de volta a normalidade da cidade nos locais onde as mesmas foram executadas, conforme pode-se verificar nos AVADAN s (DOC. 02)." c) Análise do Controle Interno: A justificativa questiona o apontamento, destacando trecho isolado do que foi relatado, sem apresentar novos elementos que permitissem esclarecer a falha no enquadramento, pelo Ministério da Integração Nacional, do repasse de recursos no Programa 1029. Além do mais, a afirmativa de que as chuvas causaram danos prejuízos sociais e econômicos e que as obras trouxeram de volta a normalidade não condiz com a realidade apontada pela equipe da CGU/MG em sua inspeção in loco, visto que os serviços executados por força do contrato celebrado com a URB Topo (calçamento, asfaltamento, reconstrução de rede de drenagem e construção de muros de contenção de concreto armado), especificamente neste caso, não condizem, na maior parte das situações, com obras de reconstrução, conforme detalhado a seguir: a) Serviços de Calçamentos (poliédricos, bloquetes) e de asfaltamento (CBUQ): na sua maioria foram executados em locais os quais não se mostraram passíveis de riscos, embora constassem do AVADAN; na inspeção física, não foram detectadas evidências de que os serviços referiam-se a obras reconstrução propriamente ditos, indicando a realização de serviços de melhorias das vias, visto que, onde antes não havia calçamento, foi executado poliédricos e/ou sextavados, e, nos

3 de 39 07/03/2014 15:29 logradouros onde anteriormente existiam poliédricos e/ou sextavados, foram executados asfaltamentos em CBUQ. b) Rede de drenagem pluvial nos bairros Cardoso de Melo e Dornelas: pela localização das ruas e pela existência de uma rede de esgoto mais antiga nos locais visitados, não foram detectadas evidências de obras de reconstrução de rede de drenagem e sim a execução de serviços de construção de uma rede complementar à anterior, de forma a absorver as enxurradas, comuns nesses locais. Adicionalmente, uma simples verificação na planilha de custos contratada, constata-se a ausência de item referente a remoção de material escavado, item essencial quando se trata de reconstruções. c) Muro na área atingida no Bairro do Porto: não houve desabamento de muro anterior. Essa construção foi necessária para se evitar novos desabamentos de prédio contíguo ao mesmo, ou seja, natureza de prevenção. d) Muros de arrimo da Av. JK: apenas um dos muros foi reconstruído. Com relação ao outro, não há indícios de destruição de muro anterior. Esse último refere-se a obra de proteção contra erosão costeira, que é de natureza preventiva. Diante disso, as obras, objeto deste termo de compromisso, não guardam consonância com ações de reconstrução, à exceção de um dos muros da Av. JK. As obras executadas por força do TC nº 77/2009, na sua essência, são obras de melhorias ou de natureza preventiva, pois, nos locais onde as intervenções ocorreram, não havia indícios de cenários de desastres anteriores, exceto, em um dos muros da Av. JK. Tal fato vem a corroborar o achado da equipe, de que este repasse de recursos não coaduna com os objetivos do Programa 1029 - Resposta aos Desastres e Reconstrução, razão pela qual a equipe opina pela manutenção deste ponto. Recomendação : 1 Recomenda-se ao Ministério da Integração Nacional apurar responsabilidade pela análise do processo de liberação dos recursos em desacordo com o programa. 3.1.1.2 - CONSTATAÇÃO Calçamento de ruas em localidade sem comprovação da ocorrência de danos e da situação emergencial. a) Fato: Em 28/08/2009, foi celebrado o Contrato nº 022/2009, entre a prefeitura Municipal de Muriaé/MG e a empresa Urb- Topo Engenharia e Construções Ltda. (17.462.219/0001-05), no valor de R$ 5.000.000,00, contrato este celebrado por força da Dispensa de Licitação nº 022/2009. O objeto desta contratação foi a execução de obras de dragagem, calçamento, asfaltamento, reconstrução de rede de drenagem pluvial, construção de muros de concreto armado e retirada de barreiras em áreas de desastres no Município de Muriaé/MG. Na planilha a seguir, são apresentados os itens referentes aos serviços de calçamento poliédrico e em bloquetes sextavados, planilha essa elaborada pela empresa contratada: Planilha I Itens referentes a serviços de calçamento

4 de 39 07/03/2014 15:29 ( extraídos da planilha contratada) 3 RECUPERAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DE PAVIMENTOS EM ÁREAS DEUnid. DESASTRE EM VÁRIAS RUAS CALÇAMENTO Quant. Preço Unitário Preço Total 3.1 CALÇAMENTO 3.1.1 REGULARIZAÇÃO E COMPACTAÇÃO DO SUBLEITOm2 26.491,95 1,50 39.737,93 (VIAS) 3.1.2 CALÇAMENTO EM POLIEDROS m2 26.491,95 16,90 447.713,96 SOBRE COLCHÃO DE AREIA 3.1.3 MEIO FIO DE CONCRETO PRÉ MOLDADO COM REJUNTE, ml ARGAMASSA, CIMENTO E 9.248,30 30,64 283.367,91 AREIA TRAÇO 1:4 3.1.4 TRANSPORTE DE AREIA ( COBERTURA SOBRE CALÇAMENTO), EXCLUINDO m3xkm FORNECIMENTO DE ARREIA, 6.622,99 1,34 8.874,81 DENTRO DO PERÍMETRO URBANO DMT>5KM 3.1.5 COLCHÃO DE AREIA C/ m2 26.491,95 4,02 106.497,64 ESPESSURA DE 5 CM SUBTOTAL 3.1 886.192,24 3.2 CALÇAMENTO BLOQUETES 3.2.1 REGULARIZAÇÃO E COMPACTAÇÃO DO SUBLEITOm2 4.168,50 1,50 6.252,75 (VIAS) 3.2.2 EXECUÇÃO DE CALÇAMENTO EM BLOQUETS ESPE= 8,0 CM, m2 4.168,50 FCK= 35 MPA, INCLUINDO 39,48 164.572,38

15 de 39 07/03/2014 15:29 FORNECIMENTO DE TODOS OS MATERIAS 3.2.3 MEIO FIO DE CONCRETO PRÉ MOLDADO COM REJUNTE, m2 1.191,00 ARGAMASSA, CIMENTO E AREIA TRAÇO 1:4 30,64 36.492,24 TOTAL 3.2 207.317,37 TOTAL ITEM 3 1.093.509,61 Nas planilhas a seguir, encontram-se os logradouros contemplados com calçamento: Planilha II Calçamento em Bloquetes Sextavados Bairro Logradouro Área Prevista (m2) Meio Fio Previsto(ml) Belisário Travessa Sr Dias 619,00 189,00 Belisário Rua Carlos Muniz da 368,00 180,00 Silva Belisário R São Vicente 3.181,50 822,00 Totais 4.168,50 1.191,00 Planilha III Calçamento Poliédrico Bairro Logradouro Área Prevista (m2) Meio Fio Previsto (ml)

6 de 39 07/03/2014 15:29 São Fernando Acesso S. Fernando 15.970,95 6.389,30 Distrito Industrial Acesso Dist. Indust. 9.135,00 2.445,00 Vale Verde R. São Bernardo 1.386,00 414,00 Totais 26.491,95 9.248,30 Entretanto, ao se verificar o Relatório de Avaliação de Danos AVADAN, que serviu de base para esta contratação por Dispensa de Licitação, constatou-se que a localidade de Belisário não se encontrava consignada neste documento, porém, esta mesma localidade foi objeto de intervenções com recursos deste termo de compromisso. Tal prática contraria os preceitos basilares do programa, os quais preveem a execução de obras tipicamente para ações de prevenção a desastres. A inspeção física ao local demonstrou que esta localidade, por possuir cota topográfica bem acima do nível dos rios que cortam o Município, encontra-se, em tese, fora das chamadas áreas em situação de risco de enchentes. Ademais, não foram detectadas encostas onde tenham ocorrido desmoronamentos. Conforme já mencionado em item específico deste relatório, vale salientar que, ainda que se tratasse de locais com necessidade de melhorias, a Prefeitura poderia ter realizado um processo licitatório que contemplasse ampla divulgação e apreciação de propostas que fossem mais vantajosas ao município, tendo em vista tratar-se de local onde não se caracterizou urgência de atendimento de situação que pudesse ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas. Os valores medidos e pagos referentes ao item 3.2 da Planilha I acima totalizaram R$ 207.317,37. As fotos a seguir, ilustram a situação apontada pela equipe da CGU-R/MG: Foto 01-. Rua São Vicente, localidade Belisário, local Foto 02-. Outra visita da mesma Rua São Vicente, sem riscos de enchentes e deslizamentos. localidade Belisário, a mais extensa da localidade.

17 de 39 07/03/2014 15:29 Foto 03-. Rua Carlos Muniz da Silva, localidade Foto 04-. O mesmo se aplica à última rua inspecionada Belisário, também com as mesmas características da Rua em Belisário, Travessa Sr. Dias São Vicente. b) Manifestação da Unidade Examinada: Por meio do Ofício nº 127/2013, de 02/08/2013, a Prefeitura Municipal de Muriaé encaminhou o documento s/nº, de 02/08/2013, expedido pelo ex-prefeito municipal, o qual apresenta a seguinte manifestação: "A fiscalização da CGU alega ter sido feito calçamento de ruas em localidade não afetada por chuvas e não contemplada no AVADAN. Vejamos que isso não condiz com a realidade. As ruas do distrito de Belisário foram severamente afetadas por enxurradas, provocadas pelas chuvas, que atingiram as redes de esgoto/drenagem que não eram dimensionadas para tal volume pluviométrico, levando ao rompimento das mesmas em diversos pontos e muitas vezes de forma contínua nas ruas, que obrigou a reconstrução do pavimento. Desta forma houve um colapso deste sistema de esgotamento/drenagem, fazendo-se necessária a reconstrução do pavimento, para retomada da normalidade na vida no distrito. Além disso, o distrito de Belisário consta do AVADN complementar, assim como o distrito industrial e o bairro Vale verde (DOC.02). Os AVADAN's possuem versões que vão sendo atualizadas conformer são feitos levantamentos mais precisos sobre a abrangência e impacto do desastre. Certamente, o fiscal levou em consideração uma versão defasada do AVADAN da época. (DOC. 02)." c) Análise do Controle Interno: Preliminarmente, cabe aqui informar que o AVADAN disponibilizado à equipe é o informado no texto, lavrado no dia da ocorrência, ou seja, em 17/12/2008. No anexo intitulado DOC.2, constam outros dois, um assinado em 29/12/2008, o qual também não contempla os supracitados bairros e, por fim, um terceiro AVADAN, desta feita assinado em 31/12/2008, contendo a referida localidade. Tal documento foi apresentado como sendo complementar pelo ex-gestor, porém o mesmo se afigurou como substitutivo aos demais, pois contempla alguns bairros em comum. Sobre a afirmativa de que a fiscalização da CGU-R/MG tenha considerado a versão defasada do AVADAN da época, cabe salientar que durante os trabalhos de campo as duas últimas versões do AVADAN não foram disponibilizadas à equipe. A despeito de a localidade de Belisário constar no Avadan assinado em 31/12/2008 e o ex-gestor informar que as ruas da referida localidade foram severamente afetadas devido ao rompimento das redes de esgoto e de drenagem, não foram apresentados registros fotográficos e/ou documentos

8 de 39 07/03/2014 15:29 comprobatórios (tais como processo de contratação e despesas para a reconstrução de redes de drenagem e esgoto nas ruas objeto das intervenções) da ocorrência dos danos provocados por desastre. Cabe ressaltar que o Avadan descreve de forma genérica os danos decorrentes de rompimento de redes de esgoto/drenagem em diversas localidades, inclusive o distrito de Belisário, conforme a seguir: (...) Regiões como a de Belisário, Pirapanema, São Francisco, Vila Conceição, Vale Verde, Marambaia, Dornelas, Itamuri, Santa Terezinha, Inconfidência I e II, João XXIII, Aeroporto, São Joaquim, Santana, Cardoso de Melo, Dornelas, Joanópolis e Santo Antônio tiveram os seus pavimentos parcialmente ou totalmente destruídos em alguns pontos devido a fortes enxurradas e rompimento dos sistemas de água/esgoto e drenagem. Dessa forma, não ficou evidenciado que os logradouros da localidade de Belisário, objeto das intervenções do Termo de Compromisso nº 077/2009, foram afetados por desastre que demandassem a reconstrução completa das vias. Ressalta-se que, tendo em vista que na localidade em questão não se verificou situações de desmoronamento de encostas nem riscos eminentes ao deslocamento e à segurança das pessoas, as obras realizadas não evidenciaram a existência de situação emergencial no local das intervenções. Nesse sentido, a Prefeitura Municipal de Muriaé, no ato da tomada de decisões, poderia ter feito alguns reparos no pavimento antigo, nos pontos mais críticos e, posteriormente, deflagrado um processo licitatório para a reconstrução de todo o pavimento, dessa forma, contemplaria uma ampla divulgação e apreciação de propostas que fossem mais vantajosas ao município, sem prejuízos à segurança de pessoas. Diante disso, apesar da inclusão do supracitado distrito em AVADAN complementar, a equipe mantém o posicionamento no que se refere à realização de obras em locais sem caracterização de situação de risco e de emergência. Com relação ao fato de a localidade de Belisário constar na última versão do AVAVAN, a equipe acata a manifestação do ex-gestor. Recomendação : 2 Recomenda-se ao Ministério da Integração Nacional diligenciar o município de Muriaé a apresentar comprovação dos danos que ensejaram a realização das obras de calçamento no distrito de Belisário. 3.1.1.3 - CONSTATAÇÃO Ocorrência de superfaturamento por pagamentos de serviços executados a menor em serviços de calçamento poliédrico no âmbito do Termo de Compromisso nº 077/2009. a) Fato: Em 28/08/2009, foi celebrado o Contrato nº 022/2009, entre a prefeitura Municipal de Muriaé/MG e a empresa Urb- Topo Engenharia e Construções Ltda. (17.462.219/0001-05), no valor de R$ 5.000.000,00, contrato este celebrado por força da Dispensa de Licitação nº 022/2009. O objeto desta contratação foi a execução de obras de dragagem, calçamento, asfaltamento, reconstrução de rede de drenagem pluvial, construção de muros de concreto armado e retirada de barreiras em áreas de desastres no Município de Muriaé/MG. Com relação ao calçamento de ruas, além do calçamento em bloquetes sextavados na localidade de Belisário, o contrato emergencial previa a execução de calçamento poliédrico nos seguintes bairros (com seus logradouros correspondentes): Planilha I