Compositores do Barroco Hallyson de Oliveira Johann Sebatian Bach (1685-1750) Dados Biográficos Um dos nomes mais importantes, se não o mais importante da cena barroca foi o de J.S. Bach. Bach iniciou seus estudos com seu pai Johann Ambrosius Bach (1645-1695) antes mesmo de completar 10 anos de idade. Depois de perder seu pai continuou a estudar música com seu irmão Johann Cristoph Bach (1671-1721). Também nomes como Georg Böhm (1661-1733) e J.A. Reincken (1623-1722) foram fundamentais na sua formação musical, devido a sua influência adquirida. J.S. Bach foi um dos compositores da música erudita que mais produziram obras, ou seja, com maior número de composições. Talvez deva se ao fato de que Bach teve um longo período de sua vida sem obrigações de capela, visto que nessa época era comum a atividade musical ser quase que exclusivamente voltada à igreja. Nesta época Bach trabalhava para a corte de Cothen que era calvinista, tendo composto os seis concertos de Brandenburgo (1711-1720) e várias outras obras incluindo invenções. http://www.let.rug.nl/linguistics/diversen/bach/pictures/bach1.html
Sobre o gênio inventivo de Bach, William Mann, 1987. P. 99 nos traduz:...bach inventou a sonata para instrumento a solo com o acompanhamento para cravo totalmente escrito, sendo este um autêntico solo e não apenas acordes a serem preenchidos pelo executante de contínuos...... a condução possuía cadência escrita. Mann, 1987. P.99 ainda afirma que é o compositor de maior influência na história da música e as suas obras influenciaram compositores como Mozart, Haydn, Beethoven, Mendelson (a quem se deve a descoberta de sua obra), Shumman, Brahms, Reger, Busoni, Hindemith, Stravinski, Villa-lobos e até músicos do jazz e do pop. Rincón, 2005 cita a qualificação universal de que Bach caracteriza-se como o gênio máximo da música de todos os séculos. Principais Obras Sinfonia nº 9 Além dos contrapontos que também caracterizavam a sua música como mais pesada e ornamentada, Bach utiliza nesta peça intervalos muito dissonantes contrastando com as características harmônicas do barroco; Prelúdio e Fuga em Mi bemol maior Conhecido pelos ingleses como fuga de St. Anne devido à semelhança do tema como o famoso hino anglicano do mesmo nome. As fugas de Bach foram referências muito fortes para o barroco; Tocata e Fuga em Ré menor As tocatas de Bach eram de concepção muito pessoal incorporando movimento fugais. Sua tocata mais famosa, tocata em Ré menor foi escrita em 1708, bem antes de ser chamado para trabalhar na corte de Cothen. Minueto em Sol Dança de origem Francesa e em forma trinaria, assim como todos os minuetos. No minueto em Sol de Bach, percebe-se de maneira muito nítida a divisão fraseológica em idéias formadas por motivos melódicos que se estruturam em quatro compassos com progressões ascendentes e então quatro compassos com progressões melódicas descendentes, formando uma
frase de oito compassos ao todo, onde através de um ritornello, repete-se a mesma frase novamente. Abaixo segue o respectivo trecho desta composição de Johann Sebastian Bach: http://www.cifras.com.br/partitura/bach/minuet Apesar de toda a importância atribuída a J. Sebastian Bach nos dias de hoje, sabe-se que Bach não era muito reconhecido em seu tempo e era ofuscado por Telemann, outro compositor do período barroco. No entanto, foi redescoberto na Alemanha do séc. XIX pelo compositor Mendelssohn enquanto este achara suas partituras em uma igreja. É importante salientar que J.S Bach, assim como vinha de uma família de músicos, deixou uma prole muito numerosa (20 filhos) e que também seguiu a tradição musical. Certamente a família Bach foi uma das mais importantes para a música de todos os séculos. Georg Philipp Telemann (1681-1767) Dados Biográficos O alemão G.P. Telemann figura como um importante representante da música barroca. Percebe-se na música de Telemann fortes influências da música italiana e francesas o que se verifica através da percepção de sua música como alegre, agradável de escutar e com melodias muito fluídas. Qualificado pelo Guinness book como o compositor mais prolífico de toda a história, Telemann em seu tempo foi mais reconhecido e valorizado do que Bach. Conseguiu atribuir á ópera alemã, grande importância contrapondo a hegemonia italiana.
Sabe-se que Telemann foi um grande estudioso da instrumentação e sua obra passou a ser muito caracterizada principalmente pela combinação entre a expressividade melódica e a riqueza rítmica e atribui-se ao seu estilo renovador, um elo entre o contraponto barroco com o sistema harmônico do classicismo. Entre algumas de suas contribuições para a música alemã daquele período, encontra-se a criação das séries de concertos semanais por assinatura, do colégio Musicum a qual Bach dirigiu por vários anos. Estes concertos eram realizados em cafés da cidade de Leipzig. Se Bach deixou muitas composições para a posteridade, Telemann as fez mais ainda. Segundo MANN (1987), Telemann compunha de maneira muito rápida, era autodidata, mas estudava muitos instrumentos sendo um destes até mesmo a cítara. Telemann possuía uma formação muito robusta tendo estudado até Ciências e Línguas na Universidade de Leipzig. Mediante a estas afirmações respeitosas e que valorizam a obra de Telemann, nos perguntamos se Telemann foi tão importante assim, porque não é tão reconhecido quanto Bach nos dias atuais? A resposta pode estar exatamente relacionada à redescoberta de Bach, pois depois que Mendelsohn a fez, Bach vem sendo valorizado e mistificado em demasia a ponto de um mero contemporâneo e conterrâneo não poder compartilhar com o posto de compositor do barroco. Historiadores ensaiavam desde há muito sobre uma rivalidade entre os dois compositores e chegaram a concluir que Telemann era um rival de Bach, no entanto CARPEAUX (1977) afirma que Bach apreciava altamente Telemann como músico e como homem e ainda salienta que Romain Rolland afirmou que Teleman era na verdade amigo pessoal de Bach nunca tendo pensado em rivalizar em qualquer sentido como o grande gênio. http://www.classicos.hpg.ig.com.br/telemann.htm
Principais Obras Pimpinone Ópera cômica de 1725 onde se misturam o Italiano e o Alemão; Dom Quixote (1761); A Paciência de Sócrates (1721) Dueto para Flautas e Viola de Gamba em Sol maior (1728) Neste dueto, observamos a indicações para a execução da respectiva peça com a utilização da flauta doce, entre a transversa e a viola de gambá, o que nos representa por si só a destreza que o compositor deveria possuir com os instrumentos musicais do período barroco, pois compor com notas agudas e executar com flautas doces não seria tarefa fácil, a não ser para um flautista exímio, o que não se prova ser o seu caso. Telemann deveria possuir ligeira afinidade com alguns instrumentos e não com todos, não se tem registros de que Telemann era um multi-instrumentista. Abaixo, um trecho do dueto: http://imslp.info/files/imglnks/usimg/4/43/imslp17644-telemann_duet_twv_40-107.pdf Assim como dizemos que a obra de Bach foi redescoberta por Mendelsohn no séc. XIX, admitimos que a obra de Telemann foi resgatada no séc. XX e desde então tem sido gravada e executadas por músicos, orquestras, óperas, câmaras, etc. pelo mundo até os dias atuais.
Referências: ENCYCOPÉDIE Larousse Méthodique. Paris: Librairie Larousse. CARPEAUX.O. M. Uma Nova História da Música. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Editorial Alhambra, 1977. CLÁSSICOS. Página Ig. Disponível em: <http://www.classicos.hpg.ig.com.br/telemann.htm> Acesso em: 4 abr. 2010. DUETO. Telemann. Disponível em: <http://imslp.info/files/imglnks/usimg/4/43/imslp17644-telemann_duet_twv_40-107.pdf> Acesso em: 4 abr. 2010 GONÇALVES, N. S. Enciclopédia do estudante: música: compositores, gêneros e instrumentos do erudito ao popular. 1ª ed. São Paulo: Moderna, 2008. J. S. BACH Home Page: Biography, Portraits and Literature. Disponível em: <http://www.let.rug.nl/linguistics/diversen/bach/pictures/bach1.html> Acesso em: 02 abr. 2010. MANN, William. James Galway s Music in the Time. São Paulo: Martins Fontes Ed., 1987. MINUETO. Cifras. Disponível em: <http://www.cifras.com.br/partitura/bach/minuet> Acesso em: 4 abr. 2010. RINCÓN, Eduardo. Antonio Vivaldi, Johann Pachelbel, J.Sebastian Bach: Royal Philharmonic Orqhestra. São Paulo. Publifolha, 2005. SADIE, Stanley. Dicionário Grove de música: edição concisa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994.