1.0 INTRODUÇÃO TRILHANDO CAMINHOS PARA A INCLUSÃO: O ATENDIMENTO PEDAGÓGICO INDIVIDUALIZADO COM UMA ALUNA COM SÍNDROME DE DOWN.

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Transcrição:

1.0 INTRODUÇÃO TRILHANDO CAMINHOS PARA A INCLUSÃO: O ATENDIMENTO PEDAGÓGICO INDIVIDUALIZADO COM UMA ALUNA COM SÍNDROME DE DOWN. A inclusão de alunos com algum tipo de deficiência nas escolas regulares vem sendo ainda um grande desafio para as estâncias governamentais, assim como para educadores e familiares. Estamos falando em desafios porque muitos educadores em diversas regiões do Brasil ainda não receberam, durante seu percurso profissional, uma formação que contemplasse realmente os pressupostos da educação inclusiva, ou seja, uma educação que celebra a diversidade nas salas de aula em escolas regulares. Importantes documentos, tanto a nível internacional como nacional, vêm defendendo o respeito à diversidade nas escolas regulares, a exemplo da Declaração de Salamanca de 1994 e a LDB 9.394/96, respectivamente. Ambos os documentos defendem o direito que todas as pessoas independente de etnia, diferenças linguísticas, religião, possuir ou não uma deficiência, estejam matriculadas em escolas regulares. Essa concepção visa quebrar velhos paradigmas construídos ao longo da historia da humanidade em relação às pessoas com deficiência, como também aquelas pessoas que fazem parte de uma minoria étnica ou linguística. A Declaração de Salamanca afirma que: (...) o princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em todos os alunos aprenderem juntos, sempre que possível, independentemente das dificuldades e das diferenças que apresentem. Estas escolas devem reconhecer e satisfazer as necessidades diversas dos seus alunos, adaptando-se aos vários ritmos e estilos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de aprendizagem para todos (...). (UNESCO, 1994, p.11). O princípio fundamental desta linha de ação é que as escolas regulares devem receber todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Para tanto, as escolas regulares devem fazer adaptações curriculares e elaborarem procedimentos pedagógicos que venham a facilitar a aprendizagem de todos os alunos. Podemos entender como um dos traços de uma educação inclusiva, uma política de justiça social que alcança alunos com necessidades educacionais especiais, possibilitando que todos tenham a mesma oportunidade, favorecendo a igualdade de direitos. No que se refere à LDB Artigo 4 - III, sobre a inclusão de pessoas com deficiência em escolas regulares, enfatizamos a seguinte parte: o dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: [..] atendimento educacional especializado gratuitos aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino (BRASIL, 1996, p.2).

Nesse sentido, procura-se criar condições dentro da escola para que todos os alunos, com suas diferenças, possam se desenvolver e usufruir, com autonomia, do máximo de oportunidades de aprendizagem. Logo, as mudanças propostas para a escola, são as bases fundamentais do processo de inclusão educativa, constituindo-se, assim, como um imperativo moral, principalmente, numa sociedade excludente. A garantia que as pessoas com deficiência têm que estarem inseridas nas escolas regulares fez aumentando, nos últimos tempos, sua matrícula em tais instituições. Segundo o último senso do IBGE, o número de alunos estudando em escolas comuns em 2012 foi de 620,7 mil estudantes em classes comuns 11,2% mais que em 2011. (BRASIL, 2012). Diante do exposto, vimos a importância de produzirmos pesquisas que investiguem como se dá o processo de inclusão escolar de estudantes com deficiência, síndromes ou condutas típicas. Salientamos que as autoras do presente projeto, graduandas em Pedagogia na Universidade Estadual da Paraíba campus Campina Grande, vêm participando de projetos de extensão concernentes a inclusão escolar e social de crianças e jovens com deficiência. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo principal compreender a importância de um atendimento individualizado para a aprendizagem de uma jovem com síndrome de Down. Desenvolvemos nossa pesquisa com uma jovem com síndrome de Down que recebe um atendimento pedagógico individualizado, desde novembro de 2013, no Núcleo de Educação Especial da Universidade Estadual da Paraíba. O referido atendimento faz parte de um projeto de extensão denominado: Desenhando linhas inclusivas: o Núcleo de Educação Especial da UEPB em foco. Concernente à síndrome de Down, Capone (2004) diz que é uma desordem genética cujo diagnóstico clínico pode ser realizado, nas primeiras horas de vida da criança, devido as suas características físicas e, posteriormente, confirmado por análises cito genéticas do cariótipo de células em metáfase. Normalmente, as pessoas tem 20 cromossomos e os Down tem a trissomia 21 simples, ou seja um cromossomo a mais. As pessoas com síndrome de Down sofreram muitos estigmas ao longo da historia da humanidade. Elas foram chamadas, por muitos anos, de mongóis por suas características físicas lembrarem o povo da Mongólia. O presente estudo irá apresentar e discutir, em linhas posteriores, alguns resultados coletados, através da observação participante, do Atendimento Pedagógico Individualizado com uma jovem com Síndrome de Down, de 22 anos, inserida no quinto ano, em uma escola regular. Salientamos que o referido atendimento é realizado no Núcleo de Educação Especial da Universidade Estadual da Paraíba UEPB, campus Campina Grande PB. 2.0 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Estamos desenvolvendo um atendimento pedagógico individualizado, focalizando principalmente na construção da leitura e da escrita, com uma aluna com síndrome de Down matriculada no 5 ano em uma escola regular, no município de Campina Grande - PB. Estamos também trabalhando com outras disciplinas, como: matemática, geografia, ciências e artes. O referido atendimento é realizado no Núcleo de Educação Especial da Universidade Estadual da Paraíba UEPB. Esse núcleo vem desenvolvendo vários projetos, sejam de extensão ou pesquisa, que aborda a educação inclusiva. Ao desenvolver essas atividades, trabalhamos coordenação motora fina, o nível de leitura e escrita, como também sua capacidade de interpretação de textos. A aluna vem demonstrando um bom desempenho ao desenvolver as atividades, de acordo com suas limitações. Observamos que a aluna vem se desenvolvendo cognitivamente e mostrando um bom nível de aprendizagem. Após uma avaliação pedagógica, constatamos que a aluna apresenta capacidade para compreender as atividades escolares. No início, ela confundia as letras M e N, a letra era muito pequena e então fizemos as seguintes atividades: ditado para melhorar a escrita e memorizar as letras das palavras, ações pedagógicas com a utilização de um alfabeto móvel, caça palavras, construção de pequenos textos e a leitura de textos da nossa literatura. Também desenvolvemos atividades utilizando o treino ortográfico das letras, incluindo M e N. Sempre, procuramos variar as palavras. No decorrer das atividades, a aluna melhorou muito na escrita e aumentou a letra, pois sua letra era muito pequena, ficando às vezes invisíveis. Começamos a realizar nossas atividades no final do ano de 2013, e então realizamos várias atividades artísticas e uma delas era envolvendo o festejo natalino para ela ficar sabendo do seu real significado. Fizemos um treino ortográfico com palavras e frases envolvendo a temática do Natal. Pintamos e desenhamos varias figuras que simbolizam o Natal. Assim, trabalhamos com a coordenação motora. Nesse momento, trabalhamos também com musicas típicas do Natal. Tiramos palavras ou frases das musicas natalinas para fazer atividades que pudessem ajudar a referida aluna na construção da leitura e da escrita. Fizemos atividades sobre a divisão silábica com palavras diversificadas para saber quantidade de vezes que é dividida cada palavra e um ditado para o reconhecimento das palavras que usamos diariamente. Sobre a disciplina de matemática, fizemos atividades envolvendo as quatro operações. Utilizamos a tabuada para ajudar na memorização, atividades lúdicas utilizando os números e alguns jogos matemáticos, a exemplo do dourado e o ábaco. No campo do desenvolvimento do raciocínio lógico, observamos que a referida aluna, gostou muito de trabalhar com objetos concretos. A aluna tem uma necessidade de direcionar as atividades pedagógicas para o campo prático. Sempre, procuramos trabalhar com as operações matemáticas relacionando-as as atividades do cotidiano, como fazer compras no supermercado. Observamos que trazer as atividades do cotidiano da aluna para as aulas de matemática, a desperta um maior interesse e atenção. Procuramos mostrar a nossa aluna a importância da matemática no nosso cotidiano, ou seja, na medida em que compreendemos os conceitos matemáticos, podemos utilizá-los nas nossas atividades diárias. Como dizem Onrubia, Rochera e Barberà (2004, p. 333):

(...) a educação matemática pode e deve contribuir tanto para o desenvolvimento como para a socialização dos alunos e, em particular, que deve contribuir para a aquisição por parte dos alunos de um amplo conjunto de capacidades necessárias para atuar como cidadãos competentes, ativos, comprometidos e críticos: capacidade de pensamento autônomo e independente, de exploração e de indagação. Nas atividades lúdicas, observamos que a aluna tem ótima coordenação motora. Na aula de pintura ela realiza muito bem as atividades propostas pelas estudantes. Fizemos o treino ortográfico com base no seu entendimento sobre as consoantes principalmente M e N, para que a aluna tenha um bom desenvolvimento e domínio para usar essas letras. Através das atividades desenvolvidas a aluna aprendeu que só se escreve M antes de P e B. O aluno com Síndrome de Down tem uma forma diferente de aprender. Entretanto, com adaptações, podemos ver que ele aprende como qualquer outra pessoa. Durante o processo de aprendizagem a aluna fez uma atividade de artes envolvendo massa de modelar, criando uma árvore, arco Iris, flor e mato. A aluna é muito aplicada e vem apresentando um poder de criatividade. Importante saber que a nossa identidade vai sendo construída aos poucos desde que nascemos até a nossa morte porque o nosso saber vai se construindo formando a nossa identidade. O ser humano tem uma capacidade incrível, estamos aprendendo todos os dias. É importante que a nossa sociedade conscientize das potencialidades das pessoas com deficiência. Mantoan (citado por Voivodic, 2004) acredita que vai haver mudanças de paradigmas sociais se a mudança vier da sociedade porque é pela sociedade que o mundo é modificado. Para ela é a educação que muda tudo e se o aluno não tiver um nível de capacidade bom, não vai adiantar. A autora acredita que a educação é para todos e que todos devem ser incluídos. Para Stainback, S. e Stainback, W. (1999, p.69) a escola deve ser boa para todos os alunos (...) e que é um lugar onde todos fazem parte, onde todos são aceitos, onde todos ajudam e são ajudados por seus colegas e por toda a comunidade escolar. Tais atitudes favorecem a aprendizagem dos alunos, o envolvimento pessoal e profissional dos docentes com o ensino, além de um gerenciamento respeitoso. Bueno (citado por Voivodic, 2004) acha que a inclusão escolar de alunos com deficiência vai acontecer através da postura da escola de como saber lidar com as deficiências. A escola deve se adaptar as necessidades educacionais dos seus alunos. É importante que os alunos com deficiência obtenha sua potencialidade máxima. Masini (citado por Voivodic, 2004) vai dizer que o psíquico do aluno com deficiência não pode ser deixado de lado e que é preciso considerar as condições de como é formado sua personalidade. Atualmente, a escola regular está vivendo um grande desafio em relação a

inclusão dos alunos com deficiência que fazem parte do debate macro que a sociedade globalizada moderna, desde inicio do século XX, enfrenta em toda as suas esferas. Sabemos da importância da inclusão desse aluno com deficiência no cenário educacional, em prol de que o direito adquirido pelo o mesmo, seja qual for a sua necessidade, cognitiva ou física, de fato atendida nas escolas regulares. No entanto para que as escolas atendam as necessidades educacionais de cada aluno, se faz necessário que o educador seja preparado e qualificado adequadamente para poder responder as necessidades educacionais dos seus alunos. Vemos que uma formação de professores que enfatize o respeito ao outro e ajude o professor a criar ações pedagógicas inclusivas, quebrarà, certamente, velhos paradigmas. Segundo Goffman, (2008, p.18) a característica central da situação de vida do indivíduo estigmatizado pode, agora, ser explicada. É uma questão do que é com frequência, embora vagamente, chamado de aceitação. Nos dias atuais, convivemos com a política da inclusão onde na verdade existe a não aceitação do diferente. No entanto, o indivíduo com síndrome de Down sofre com o preconceito, não somente com o convívio social, mas também no seio da família. É importante que a família vai percebendo, ao longo do desenvolvimento, que a criança com síndrome de Down tem suas limitações, mas que é capaz de realizar atividades em geral, como qualquer outra pessoa sem deficiência. O estigma é conhecido a partir de suas falhas em relação com o outro indivíduo. Sendo do seu mesmo jeito, as pessoas diminuem oportunidades e faz uma imagem perturbada a essas pessoas. Para, além disso, podemos ressaltar que tendo em vista que o estigma é visto como falha, desvantagem em relação ao outro. Mesmo com todos os avanços na legislação, em relação à inclusão escolar de alunos com síndrome de Down, existem escolas regulares que ainda não estão preparadas para incluir esse aluno. Para que de fato aconteça essa inclusão é necessária à relação família e escola, pois juntas iram beneficiar o aluno independentemente qual seja sua necessidade. No entanto, nem sempre isso acontece, tem que existir um vínculo intrapessoal da família com a escola, assim envolvendo-as nas atividades escolares em prol do benefício do aluno, cabe ao professor fazer o papel de mediador favorecendo o mesmo. A escola deve ser uma ferramenta de informações e desconstruir todo esse preconceito existente em relação ao aluno com deficiência. Pois se o aluno com síndrome de Down não for bem acolhido na escola, o que acontecerá é a exclusão desse educando. Para que isso não aconteça tem que ser feito um trabalho de reciclagem onde o educador vai poder rever sua prática pedagógica participando de formações continuadas e capacitações onde poderão ter uma assistência para poder melhor atender esse aluno. 3.0 REFLEXÕES FINAIS

A inclusão da criança com síndrome de Down na rede regular de ensino vem se demonstrando benéfica, porém há ainda muitos desafios a serem vencidos, os quais demandam compromisso dos educadores para que se concretizem. Investigações futuras devem ser conduzidas para se ampliar a compreensão desse objeto de estudo a inclusão escolar dos alunos com síndrome de Down. Acreditamos que a convivência de crianças com síndrome de Down em ambientes inclusivos é muito produtiva para o seu processo de desenvolvimento geral. Constatamos, através das atividades que desenvolvemos, que o aluno com síndrome de Down pode desenvolver muito bem suas capacidades cognitivas. Dentro de suas limitações o indivíduo vai adquirindo o devido conhecimento em prol da melhoria de sua qualidade de vida. A escola deve adaptar o currículo e adotar ações pedagógicas, a exemplo de utilizar jogos matemáticos, que realmente venham a responder as necessidades educacionais dos alunos com síndrome de Down. Um atendimento pedagógico individualizado bem orientado pedagogicamente facilita o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social dos alunos com síndrome de Down. Assim, atendimentos educacionais realizados em salas de recursos multifuncionais ou em instituições educacionais que podem ser parceiras da escola regular contribuem para a aprendizagem e o desenvolvimento da criança com síndrome de Down. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação do Brasil MEC (2012). «Educação especial: cresce inclusão de estudantes com deficiência em sala comum». Acessado em novembro de 2012. In: www.mec.gov.br BRASIL. LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Acessado em 10 de maio de 2014. In: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm Capone, G. T. Down Syndrome genetic insights and thoughts on early intervention. Infants & Young Children, 17(1), 45-58, 2004. GOFFMAN, Erving. Estigma : notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008. STAINBACK, S ; STAINBACK, W. (org). Inclusão : um guia para educadores. Porto Alegre : Artmed, 1999. VOIVODIC, Maria Antonieta M. A. Inclusão Escolar de crianças com Síndrome de Down. 2ª Edição. Rio de Janeiro: Vozes, 2004. UNESCO. Declaração de Salamanca. Brasilia : CORDE, 1994.