Dr. Carlos Eduardo Larsson, professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia -USP,

Documentos relacionados
[ESPOROTRICOSE]

[LEPTOSPIROSE]

Dra Alessandra Nassar, médica veterinária, Pesquisadora Cientifica do Instituto Biológico

INFORME EBOLA (10/10/2014)

INFLUENZA A (H1N1) Protocolo de Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica da

Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo Coordenação da Atenção Básica ÁREA TÉCNICA DE SAÚDE BUCAL

NOTA TÉCNICA 12/2014 DIVEP/SVS. Assunto: Definição e atualização internacional de casos.

Febre amarela. Alceu Bisetto Júnior. Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores

UNIVERSIDADE POTIGUAR PRÓ REITORIA DE GRADUAÇÃO DE AÇÃO COMUNITÁRIA ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DISCIPLINA: EDUCAÇÃO EM SAÚDE

ESPOROTRICOSE EM FELINOS DOMÉSTICOS

MANUAL COLHEITA E REMESSA DE MATERIAL

NOTA TÉCNICA DVS/CCZ 001/2010 ZOONOSES

Programa Saúde e Longevidade

[DISPLASIA FOLICULAR DOS PÊLOS NEGROS]

Boa leitura! Luiz Carlos Motta, presidente

NOTA TÉCNICA DVS/DVE/SESACRE Nº 09/2009 INFLUENZA A (H1N1)

O HPV é um vírus que ataca homens e mulheres. Existem mais de 200 tipos diferentes de

HEPATITE A. Doença viral aguda. Manifestações clínicas variadas. Fulminante (menos 10% casos) Piora clínica de acordo com idade

CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS EM UM FELINO

OS-SantaCatarina. Um novo modo de pensar e fazer saúde. COMBATE AO MOSQUITO AEDES AEGYPTI

HPV Vírus Papiloma Humano. Nome: Edilene Lopes Marlene Rezende

deu zika? não abrigue esse problema na sua casa

Vigilância Epidemiológica e Profilaxia da Raiva Humana

Meningite: O que você PRECISA SABER

Veja 20 perguntas e respostas sobre a gripe H1N1 O VÍRUS 1. O que é a gripe H1N1? 2. Como ela é contraída? 3. Quais são os sintomas?

NarizSe sente que o nariz tem ficado entupido com freqüência, se têm aparecido cascas ou

Filariose Linfática. - Esses vermes, chamados de filarídeos, não são geo-helmintos. Eles precisam de um vetor (mosquito) para completar seu ciclo.

NOTA TÉCNICA EBOLA SITUAÇÃO NA ÁFRICA E CONDUTAS PARA PROFISSIONIAS DE SAÚDE

O Ministério da Saúde confirmou a terceira morte relacionada ao vírus da zika,

Acesso às Consultas Externas do Serviço de Estomatologia do Hospital de Santa Maria do Centro Hospitalar Lisboa Norte

INFORME TÉCNICO SEMANAL: DENGUE, CHIKUNGUNYA, ZIKA E MICROCEFALIA RELACIONADA À INFECÇÃO CONGÊNITA

DERMATÓFITOS - REVISÃO DE LITERATURA

Palavras-chave: aedes aegypti; aplicativo dengue; focos denunciados; tecnologia.

ÇÃO O DE SURTO DE DTA

INFECÇÕES PRIMÁRIAS DA CORRENTE SANGUÍNEA CRITÉRIOS NACIONAIS. Dra Rosana Rangel SMSDC/RJ 2011

Tratamento de Feridas

O MOSQUITO. O Aedes aegypti mede menos de um centímetro, tem cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas.

Informe Epidemiológico Raiva 25/11/2014

PREVENÇÃO E DIAGNÓSTICO DE MICOSES SUPERFICIAIS EM USUÁRIOS DO PROGRAMA ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA, JOÃO PESSOA-PB

Hipertensão Arterial. Promoção para a saúde Prevenção da doença. Trabalho elabora do por: Dr.ª Rosa Marques Enf. Lucinda Salvador

Assunto: Posicionamento do Ministério da Saúde acerca da integralidade da saúde dos homens no contexto do Novembro Azul.

Informações sobre Acidentes com Mãos & Braços e Prevenção

da tuberculose, entre outras), fungos, vírus, etc.

FERIDA BRAVA OU NARIZ DE TAPIR (LEISHMANIOSE TEGUMENTAR)

Guia Sanitário de Navios de Cruzeiro - Alterações

Prevenção de Infecção de Sítio Cirúrgico

CÁLCULO DE INDICADORES DENSIDADE DE INCIDÊNCIA. Dra Rosana Rangel 2011

SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PRIMARIA À SAÚDE NO BRASIL. Dr Alexandre de Araújo Pereira

Papel do Laboratório de Microbiologia no Diagnóstico Laboratorial: Orientações para a Prática e

Qual é a função do cólon e do reto?

Diagnóstico laboratorial das infecções fúngicas

História Natural da Doença

A única forma de evitar as três doenças é o combate do mosquito com a eliminação dos criadouros

Novos remédios revolucionam o combate ao câncer de próstata

QUALIDADE E SEGURANÇA ALIMENTAR / GESTÃO DE RECLAMAÇÕES. Susana Sousa Consultoria e Formação

ESTUDO DE CASO DE EUTÁSIA EM CANÍNO DE PORTE MÉDIO POSITIVO PARA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA

1. DENGUE. Gráfico 1 Incidência de casos de dengue por Distrito Sanitário em Goiânia 2015, SE 07. Fonte: IBGE 2000 e SINAN/DVE/DVS/SMS- Goiânia

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO NÚCLEO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE DE NITERÓI PROGRAMA MÉDICO DE FAMÍLIA

Lomytrat Cloridrato de amorolfina

- Evitar olhar diretamente nos olhos do animal, pois esta é uma atitude interpretada como desafio;

No mês mundial de Saúde Mental, Prefeitura divulga ações realizadas na área

Síndrome de Guillain-Barré

Eliminação do sarampo no Brasil

ORIENTAÇÕES GERAIS PARA AS FAMÍLIAS AMBULATÓRIO

Esporotricose canina: relato de caso

INFORME TÉCNICO 005/2014

TEMA: Broncoscopia com lavado broncoalveolar + biópsia

Ferimentos, Hemorragias e Choques

Importância da associação do ELISA IgM e Soroaglutinação Microscópica para diagnóstico e epidemiologia da leptospirose humana

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE INFLUENZA A(H1N1)

Agente etiológico. Leishmania brasiliensis

[DERMATITE ATÓPICA OU ATOPIA]

ESPOROTRICOSE EM GATOS NO RIO GRANDE DO SUL

Diabetes. Hábitos saudáveis para evitar e conviver com ela.

ATUAÇÃO DA CCIH NO CONTROLE DAS INFECÇÕES HOSPITALARES

ALTERAÇÕES DE INTESTINO DELGADO EM GATOS

NOTA TÉCNICA NT 01 / DVDTV / /01/2016 DENGUE CHIKUNGUNYA ZIKA

O QUE É? O RETINOBLASTOMA

Artrose do Ombro ou Artrose Gleno Umeral

Cancro Cítrico CANCRO CÍTRICO > SINTOMAS

TEORIAS E TÉCNICAS DE MASSAGEM PROF.ª DANIELLA KOCH DE CARVALHO UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA CURSO DE COSMETOLOGIA E ESTÉTICA

CONSENTIMENTO ESCLARECIDO DO USO DE CONTRASTE

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA VARICELA. Situação Epidemiológica da Varicela nos Municípios da Bahia com Reserva Indígena e Medidas de Controle

Doença de base 2. CARACTERIZAÇÃO DAS LESÕES

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA COQUELUCHE. Vigilância Epidemiológica e Atenção Básica. Maria do Carmo Campos

DECRETO Nº 707 DE 11 DE MARÇO DE 2013

7. Hipertensão Arterial

Boletim da Dengue, Chikungunya e Zika vírus. Estado do Acre Informe Técnico 13 (Semana epidemiológica 1 a 19 03/01/2016 a 14/05/2016)

Recomendações da vacinação contra febre amarela, após a declaração da Organização Mundial da Saúde.

Revolução Imunológica Acupuntura Japonesa no auxílio ao Tratamento de Câncer

Fluxo para pacientes internados:

Vacinação segura: Administração de imunobiologicos via intramuscular, subcutânea e via oral Divep/Cei/Covedi Outubro/2014

Transcrição:

ESPOROTRICOSE Dr. Carlos Eduardo Larsson, professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia -USP, Dra Elisabete Aparecida da Silva e Dra Fernanda Bernardi, ambas do veterinárias do Centro de Controle de Zoonoses, São Paulo médicas DEFINIÇÃO A esporotricose é uma micose cutânea ou subcutânea que afeta também os vasos linfáticos próximos ao local da lesão, de evolução subaguda ou crônica, causada pelo fungo dimórfico do Complexo Sporothrix, espécies schenckii e brasiliensis. A espécie S. brasiliensis foi considerada mais virulenta em modelos animais, fazendo com que a invasão de tecidos ocorra de forma rápida, com altas taxas de letalidade. Em temperaturas de 25 a 30 o C o fungo apresenta-se sob a forma de hifas nos componentes do ambiente, porém à temperatura de 37 o C assume a forma parasitária de levedura que se multiplica nas lesões de pele É uma saprozoonose e antropozoonose que pode infectar animais e humanos. A doença tem sido associada a arranhaduras ou mordeduras de ratos, cães e gatos, mas são estes últimos os animais mais suscetíveis. Desde 1998, a cidade do Rio de Janeiro convive com uma epidemia de esporotricose em gatos e seres humanos, onde a espécie S. brasiliensis tem sido predominantemente isolada. Cerca de 3.800 gatos, 120 cães e 4.000 casos humanos foram diagnosticados. No Estado de São Paulo é menos frequente; mas de 2011 a 2015, o Centro de Controle de Zoonoses, da Secretaria Municipal de Saúde-SP, detectou a ocorrência da doença nas regiões de Itaquera, Itaim Paulista, Pedreira, Campo Grande, V. Maria e Tremembé, em 148 gatos e um cão; e 13 pessoas foram encaminhadas para diagnóstico e tratamento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas. A esporotricose persiste como uma doença negligenciada, sub-diagnosticada e um grave problema de saúde pública.

Foto de Elisabete Aparecida da Silva Fonte: Centro de Controle de Zoonoses, Coordenação de Vigilância em Saúde, Secretaria Municipal de Saúde da Cidade de São Paulo, 2011 TRANSMISSÃO As espécies fúngicas do Complexo Sporothrix são encontradas nos componentes do meio ambiente como terra, vegetações com espinhos, troncos de arvores, galhos, madeira e solo rico em matéria orgânica em decomposição particularmente nas regiões de clima quente e úmido. A esporotricose é considerada zoonose ocupacional associada às atividades de agricultura e floricultura e de médicos veterinários, tratadores e responsáveis por animais. A infecção dos seres humanos corre quando há a inoculação traumática de material contaminado pelo fungo em feridas ou cortes na pele, assim como pelo contato direto com feridas dos animais doentes. Tanto gatos doentes quanto sadios carreiam na boca e nas unhas os fungos provenientes dos hábitos de esfregar-se no solo, enterrar excretas e afiar unhas. A infecção dos animais ocorre quando o fungo penetra pela pele devido a arranhões e mordeduras, principalmente por brigas. O animal que apresenta lesões deve ser isolado do contato com outros animais até que receba os cuidados do médico veterinário. Animais doentes não devem ser abandonados, pois darão origem a novos focos da doença para outros animais e seres humanos. Quando da morte do animal com esporotricose é essencial que o corpo seja cremado, e não enterrado, porque o fungo se mantém no ambiente, continuando o ciclo de transmissão...

MANIFESTAÇÕES CLINICAS NOS ANIMAIS Nos felídeos as principais manifestações clínicas da esporotricose iniciam-se comumente nos membros, cabeça ou base da cauda, eventualmente atingem a região dos olhos e da boca e se assemelham a feridas devido a brigas, principalmente em gatos machos livres; o que confunde o proprietário do animal. São lesões circulares elevadas (pápulas ou nódulos), com alopecia, que evoluem para ulceração com necrose central (gomas) crostosas e com exsudato purulento e hemorrágico. As lesões não cicatrizam, não respondem a antibioticoterapia e apresentam rápida evolução, difundindo-se pelo corpo. Por vezes, a partir do ponto de entrada do fungo, surgem nódulos enfileirados, às vezes exsudativos, que se constituem em linfonodos aumentados de volume, em cadeia linear, dando o aspecto de rosário (sinal do rosário esporotricótico). Essas lesões se espalham por todo o corpo, agravando o quadro, que evolui para esporotricose sistêmica, atingindo várias cadeias linfáticas, pulmões, fígado, baço, rins, trato gastrintestinal, sistema nervoso central, ossos, articulação, testículos e mamas. Os animais apresentam febre, prostração, anorexia e emagrecimento progressivo, vindo a óbito.

Esporotricose canina, Prof. Dr. Carlos Eduardo Larsson, FMVZ-USP

Esporotricose felina- quadro generalizado de felino, fungemia, Prof. Dr. Carlos Eduardo Larsson, FMVZ-USP SINTOMAS EM HUMANOS Em seres humanos, após os fungos penetrarem na pele, as lesões surgem entre poucos dias a 3 meses, mais frequentemente nos braços e na face. Pelo menos duas formas de esporotricose podem ser evidenciadas; cutâneas, restritas à pele, tecido subcutâneo e sistema linfático, que são as mais freqüentes e formas extra-cutâneas, que afetam outros órgãos e são mais raras. A presença de dor nas articulações e a elevação da temperatura corpórea também têm sido registradas. A forma cutânea, por sua vez, pode ser: cutâneo-localizada: restrita à pele caracterizada por um nódulo (lesão elevada) avermelhado, que pode ser verrucoso (endurecido e com superfície áspera) ou ulcerado (ferido), geralmente recoberto por crostas, com discreto comprometimento linfatico. Esta forma também pode ocorrer nas mucosas (boca, olhos); forma cutâneo-linfática: como os fungos do nódulo inicial são drenados para os vasos linfáticos locais, ao longo do trajeto formam um cordão de nódulos subcutâneos que configuram aspecto de rosário. Esses nódulos aumentam de tamanho, ficam soltos abaixo da pele e alguns podem ulcerar. Forma cutâneo-disseminada: as lesões nodulares, ulceradas ou verrucosas se disseminam pela pele. Esta forma é mais comum em pacientes imunodeprimidos. Pode ocorrer ainda a forma extra-cutânea, mais rara, que atinge outros órgãos como: pulmão, testículos, ossos, articulações e sistema nervoso. Nesta forma, a via de contaminação costuma ser a ingestão ou inalação do fungo. Diabetes, uso prolongado de corticoides, e

imunossupressão estão frequentemente associadas a forma extra- cutânea ou sistêmica Esporotricose humana, Prof. Dr. Carlos Eduardo Larsson, FMVZ-USP Foto de Elisabete A. da Silva Foto de Elisabete Aparecida da Silva Fonte: BEPA 2014;12(133):1-16

Esporotricose humana, Prof. Dr. Carlos Eduardo Larsson, FMVZ-USP Foto de Elisabete A. da Silva Foto de Elisabete Aparecida da Silva Fonte: BEPA 2014;12(133):1-16 DIAGNÓSTICO EM ANIMAIS E HUMANOS O diagnóstico da esporotricose animal baseia-se no histórico, exame físico e dermatológico feito pelo médico veterinário. O diagnostico diferencial com piodermatites, criptococose, carcinoma epidermóide, micobacteriose atípica, histoplasmose e leishmaniose tegumentar é obrigatório. A suspeita diagnostica nos seres humanos depende da investigação pelo médico da atividade ocupacional do paciente, contato com animais juntamente com verificação do aspecto das lesões. Para a confirmação diagnóstica há necessidade de exames laboratoriais como o cultivo do pus, exudato e do raspado de lesões abertas. O aspirado com seringa dos nódulos cutâneos fechados é controverso devido a possibilidade de disseminação do fungo via corrente sanguínea (fungemia). Nas formas mais graves, sistêmicas ou extra-cutânea, o

escarro e líquor também podem ser examinados. As colônias crescem rapidamente, em média em três a sete dias, mas o tempo total de observação é de no mínimo um mês A presença de dimorfismo do fungo nas diferentes temperaturas no cultivo tem valor diagnóstico. A biópsia de pele seguida da histopatológica, a intradermo-reação tem sido utilizadas para pacientes humanos ou para inquéritos epidemiológicos. Atualmente, o emprego de testes sorológicos e moleculares agilizam o diagnóstico da esporotricose., Um teste de ELISA foi validado clinicamente pelas Dras Leila Lopes Bezerra, da UERJ e Rosane Orofino Costa do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) da UERJ. No HUPE já é oferecido aos pacientes que desejem se beneficiar do mesmo, desde 2005. Para que seja ampliada a oferta, seria necessária a produção em uma escala industrial e uma parceria público privada. Para mais informações http://oglobo.globo.com/rio/pesquisadora-da-uerj-cria- teste-rapido-para-diagnosticar-esporotricose-em-gatos- 17358048#ixzz3rf3cKxRt O diagnóstico deve ser realizado rapidamente para que o animal e as pessoas envolvidas recebam o tratamento e as orientações adequadas. O Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo, disponibiliza o diagnóstico micológico para animais gratuitamente. O material colhido pelo médico veterinário deve ser encaminhado ao CCZ-SP, a Rua Santa Eulália, 86, Santana, São Paulo, com todas as informações clinicas e de contato com os responsáveis. Os casos de doença no município de São Paulo devem ser notificados ao CCZ/SP no email: zoonoses@prefeitura.sp.gov.br ou no telefone 3397-8918, para que se proceda à busca ativa de novos casos em animais e pessoas, principalmente nas áreas ainda não detectadas, de forma a intervir e diminuir a transmissão para outros animais e pessoas. Nas situações acompanhadas por equipe do CCZ em que se detecta a presença de pessoas com lesões suspeitas é feito o encaminhamento ao serviço do Ambulatório de Zoonoses do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, São Paulo-SP; localizado a Av. Dr. Arnaldo no.165, tel: 38961200 (PABX), Prédio dos Ambulatórios, sob responsabilidade do Dr. Marcos Vinicius da Silva (marcos.silva@emilioribas.sp.gov.br ou mvsilva@pucsp.br, as consultas poderão ser agendadas por telefone ou no site do Instituto de Infectologia Emílio Ribas).

Foto de Fernanda Bernardi Foto de Fernanda Bernardi Fonte: Centro de Controle de Zoonoses, Coordenação de Vigilância em Saúde, Secretaria Municipal de Saúde da Cidade de São Paulo, 2014 Colheita da superfície de lesão ulcerada com o auxílio de swab estéril FONTE: Prof.Dr. Luiz Celso Hygino da Cruz, UFRRJ,

Cultivo do Sporothrix schenckii FONTE: http://atlasmicologia.blogspot.com.br/2012/07/sporothrix-schenckii.html http://www.mycology.adelaide.edu.au/fungal_descriptions/hyphomycetes_(dematiaceous)/sporothrix/ TRATAMENTO A terapêutica de escolha para os animais e humanos é o antimicótico itraconazol de uso sistêmico (via oral), por meses ou anos e deve ser receitado pelos profissionais habilitados, respectivamente, médicos veterinários e médicos. Nas fomas graves onde a infecção se propaga por todo o organismo e puser em perigo a vida da pessoa pode ser necessário tratamento com antimicótico por via venosa. Alternativa é prescrever iodeto de potássio, mas não é tão eficaz e causa efeitos colaterais na maioria dos doentes, tais como erupção cutânea, congestão nasal e inflamação dos olhos, boca e garganta. Para os animais, a medicação deve ser administrada misturada ao alimento palatável de consistência pastosa (patês ou ração úmida, por exemplo) para evitar a manipulação e risco de infecção dos tratadores no momento de medicar. Casos de reinfecção ou recidiva podem ocorrer, devendo-se então

reavaliar o animal e reiniciar a medicação. O tratamento pode prolongar-se por meses ou até anos sob avaliação médica. Nas formas graves onde a infecção se propaga por todo o organismo e puser em perigo a vida da pessoa pode ser necessário tratamento com antimicótico por via venosa. Nas áreas mais excluídas do município de São Paulo e identificadas com surto de casos, o CCZ-SP disponibiliza o tratamento para o animal. Foto de Elisabete Aparecida da Silva Fonte: Centro de Controle de Zoonoses, Coordenação de Vigilância em Saúde, Secretaria Municipal de Saúde da Cidade de São Paulo, 2011 Antes do tratamento Foto de Elisabete A. da Silva

Foto de Pos Tratamento abete A Silva Fotos de Elisabete Aparecida da Silva Fonte: Centro de Controle de Zoonoses, Coordenação de Vigilância em Saúde, Secretaria Municipal de Saúde da Cidade de São Paulo, 2011 PREVENÇÃO E CONTROLE As ações de prevenção e controle da esporotricose animal dependem dos diagnósticos clinico e laboratorial precisos, do correto tratamento incluindo o tempo necessário e das orientações prescritas pelo médico veterinário. Na suspeita de infecção humana, a pessoa deve ser encaminhada aos serviços médicos de saúde. Os trabalhadores que lidam com jardins e terra devem usar luvas e até máscara e procurar a assistência medica caso apareçam feridas na pele. Até o presente, não existem vacinas contra a esporotricose tanto para animais quanto para os seres humanos. Os animais em tratamento devem ficar isolados em local seguro, mantendo o ambiente sempre limpo e desinfetado. Para execução de todas as tarefas de lida com animais doentes e seu ambiente, deve-se usar luvas e máscara. As feridas dos animais não deverão ser cobertas com curativos. Os animais não poderão tomar banho. Animais infectados nunca devem ser abandonados e caso venham a morrer deverão ser cremados e jamais enterrados. A castração de felinos saudáveis evita que saiam de casa e venham a se infectar.