República de Moçambique Ministério da Mulher e da Acção Social Intervenção de S.Excia a Ministra da Mulher e da Acção Social na Reunião Consultiva Nacional sobre a Protecção social Maputo, 10 de Março de 2008
Excelentíssimos Senhores Membros do Conselho de Ministros, Excelentíssimos Senhores Membros do Corpo Diplomático, Excelentíssima Senhora Governadora da Cidade de Maputo, Excelentíssima Senhora Governadora da Província de Maputo, Excelentíssima Senhora Primeira Dama, Caros Convidados, Minhas Senhoras, Meus Senhores Antes de mais gostaria de saudar a todos os participantes aqui presentes e desejar boas vindas a esta Reunião Nacional de Consulta sobre Protecção Social em Moçambique, que irá decorrer sob o lema Investindo na Protecção Social em África. O encontro que hoje se realiza tem como objectivo principal avaliar o grau de cumprimento das recomendações das Declarações de Livingstone e Yaoundé de Março e Setembro de 2006, respectivamente, bem como preparar a participação de Moçambique nos encontros regionais e da União Africana sobre a protecção social em África. Nos dois encontros, ressalvou-se a necessidade dos países africanos protegerem os mais carenciados 1
tendo em conta os elevados índices de pobreza dos países africanos. Deste modo, o lema escolhido enquadra-se nas prioridades definidas pelos países africanos tendentes a melhoria dos investimentos feitos na área de protecção social possibilitando a perspectivação de estratégias mais concretas para os grupos alvo beneficiários. Encontros da mesma natureza terão lugar em 6 países africanos e terão como resultado a avaliação da situação dos mesmos no que se refere ao cumprimento dos compromissos assumidos na área de protecção social. Minhas senhoras e, Meus senhores A Declaração de Livingstone recomenda ao maior cometimento nacional e internacional na promoção da protecção social incluindo a elaboração de planos nacionais, a institucionalização da realização de conferências bi-anuais sobre Protecção Social sob auspícios da União Africana e o aumento de investimentos para os grupos alvo carenciados, para a capacitação institucional e formação dos recursos humanos. Por conseguinte, a Conferência de Yaoundé, que incidiu sobre a protecção social da terceira idade, recomendou aos Governos signatários dentre outros aspectos a implementação da Declaração de Livingstone, a adopção de esquemas mais abrangentes de protecção social especialmente 2
tendo em atenção a defesa dos direitos das pessoas da terceira idade. Visando operacionalizar os compromissos assumidos, o Governo de Moçambique em coordenação com vários parceiros nacionais e internacionais, se preocupou em fortalecer os mecanismos de assistência e protecção social dos grupos vulneráveis vivendo em situação de pobreza absoluta, tendo definido instrumentos programáticos, políticas e várias iniciativas que beneficiam as populações mais carenciadas nas áreas da saúde, educação, trabalho dentre outras. Distintos convidados, Um dos marcos importantes em Moçambique em termos de regulamentação da protecção social, destaca-se a aprovação da Lei de Protecção Social que contempla três níveis do sistema de protecção social, nomeadamente: a segurança social básica, a segurança social obrigatória e a segurança social complementar. A aprovação da Lei de Protecção Social tem em vista garantir os direitos sociais das pessoas em situação de vulnerabilidade, previstos nos demais instrumentos legais existentes no País, concorrendo deste modo para a implementação das Declarações de Livingstone e de Yaoundé. Diversos programas tem sido desenvolvidos visando garantir a protecção social dos grupos mais vulneráveis, estando em curso por exemplo na área da segurança social básica, diferentes intervenções beneficiando as pessoas idosas, crianças, pessoas 3
portadoras de deficiência, e outros grupos vulneráveis com ou sem capacidade para o trabalho. A criação de oportunidades de emprego e auto emprego foi definida como uma das estratégias chaves, encontrando-se a mesma explanada na Estratégia de emprego e formação profissional aprovada pelo Governo de Moçambique. A garantia de cuidados de saúde condignos, bem como a garantia do acesso a educação para todos, tem sido encorajadas e adoptadas como estratégias chaves para a segurança social dos cidadãos. É importante destacar, que as intervenções que tem sido feitas tem contribuído sobremaneira para a melhoria da vida de muitas famílias representando assim o investimento que é feito na área social com impactos directos na área económica. Estes programas contribuem para a melhoria da saúde, nutrição, elevação da auto-estima, garantindo a participação dos beneficiários dos mesmos na vida económica, social e cultural do País. Minhas Senhoras, Meus senhores Algumas barreiras tem sido enfrentadas na implementação dos programas de protecção social e de transferência monetária em Moçambique, estando em parte ligadas a exiguidade de fundos para alargar o número de beneficiários bem como para expandir os programas para as zonas rurais e aumentar o valor do subsídio alocado as pessoas 4
carenciadas, a deficiente formação técnica e profissional dos beneficiários. Deste modo, o Governo tem prosseguido com os esforços visando aumentar a cobertura e os níveis de satisfação das necessidades dos grupos alvo através do incremento gradual dos níveis dos subsídios bem como cobertura para mais grupos de beneficiários em especial as pessoas vulneráveis Para se garantir um investimento com retorno na área de protecção social em países como Moçambique, consideramos ser importante a garantia da sustentabilidade dos programas e o desenho de mecanismos eficazes de planificação e orçamentação. A adopção de políticas que favorecem os grupos alvo carenciados, bem como o direcionamento das mesmas atendendo o seu contexto regional, cultural, é importante. Consideramos também ser imperiosa a conjugação de esforços dos diferentes organismos estatais chaves, da sociedade civil, do sector privado das agências doadoras para de forma conjunta garantir um impacto positivo das nossas intervenções junto aos cidadãos garantindo deste modo a todos, o acesso aos seus direitos elementares mais básicos. 5
Minhas Senhoras, Meus Senhores, Esta é mais uma oportunidade para fazer uma reflexão crítica e construtiva sobre a nossa responsabilidade na garantia da protecção social e os investimentos que estão sendo feitos nesta área. Acreditamos que com os frutíferos debates que teremos a oportunidade de participar, iremos contribuir para identificar os avanços registados, as lacunas prevalecentes, os desafios e oportunidades no âmbito da Protecção social para que juntos possamos contribuir para melhorar a vida das populações carenciadas. Assim, todos somos chamados a participar activamente neste encontro. Deste modo, declaro aberta a Reunião Nacional de Consulta sobre a Protecção Social em Moçambique. Pela atenção dispensada, muita obrigada! Maputo, 10 de Março de 2008 6
República de Moçambique Ministério da Mulher e da Acção Social Intervenção de S.Excia a Ministra da Mulher e da Acção Social no encerramento da Reunião Consultiva Nacional sobre a Protecção social Maputo, 10 de Março de 2008 Excelentíssimos Senhores representantes das instituições do Governo, 7
Excelentíssimos Senhores representantes das Organizações Não Governamentais, Caros parceiros de cooperação Caros Convidados, Minhas Senhoras, Meus Senhores É com satisfação que terminamos os debates sobre um tema tão importante para todos nós: o investimento da protecção social em África. Durante o dia de hoje tivemos a oportunidade de partilhar conceitos e experiências na área de protecção social básica. Foram apresentados alguns desafios que Moçambique deverá ultrapassar na implementação de iniciativas na área de protecção social básica, especialmente os que concorrem para a implementação das Declarações de Livignstone e de Yaoundé. Identificamos algumas acções que contribuirão para o atendimento das crianças, das pessoas idosas, das pessoas portadoras de deficiência e outros grupos alvo carenciados com acesso limitado a recursos. Distintos convidados, A questão da alocação de recursos, na perspectiva dos mesmos serem considerados como um investimento, foi destacada nos nossos debates pois teve-se em conta que esta alocação de recursos 8
garante múltiplas vantagens aos seus beneficiários, e não só. Apontou-se aqui a necessidade de se desenharem esquemas mais abrangentes para atendimento das pessoas idosas, crianças e outros grupos populacionais vulneráveis e prosseguir com maior sustentabilidade a implementação das iniciativas em curso. O cometimento no financiamento dos programas de protecção social a longo prazo, bem como a necessidade dos mesmos partirem de iniciativas locais tendo em conta o contexto e realidade do nosso País, foi hoje destacado. Minhas senhoras e Meus senhores Mais uma vez reconhecemos que a garantia da protecção social é responsabilidade de todos nós. Pois assim, estaremos a garantir que o futuro das pessoas vulneráveis seja próspero, havendo um envolvimento de todos os segmentos da nossa sociedade. Moçambique sendo um País da África subsahariana, uma região onde se constatou haverem menores investimentos na área de protecção social, é chamado a reflectir sobre a melhor estratégia de organização das suas intervenções na área de protecção social básica. 9
Deste modo, comprometemo-nos a registar os desafios que nos foram lançados, reflectir sobre as estratégias propostas e na medida do possível desenhar melhores alternativas de atendimento dos nossos beneficiários. É de frisar que para ultrapassar tais desafios, contamos com a colaboração e intervenção de todos os parceiros governamentais e não governamentais. Acreditamos que buscando as melhores soluções tendo em conta a nossa realidade, o nosso País continuará a apresentar avanços na melhoria da providência social aos cidadãos carenciados e na implementação das Declarações de Livingstone e Yaoundé. Assim, dou por encerrada a reunião de consulta Nacional sobre a Protecção Social. Pela tenção dispensada, Muito Obrigada. Maputo, 10 de Março de 2008 10