FAMÍLIA COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Documentos relacionados
FAMÍLIA COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

O SUAS COMO PARCEIRO NA PROMOÇÃO, DEFESA E GARANTIA DO DIREITO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

[Digite aqui] GUIA PARA OS CMDCAS A RESPEITO DA RESOLUÇÃO 164/2014

D e win g 2. I n tr odução:

O MP E A FISCALIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SUAS

PROGRAMA EDUCAÇÃO INFANTIL PROJETO PARALAPRACÁ

Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.

Rede Protetiva às Mulheres Vítimas de Violência em Viçosa, MG

Educação Infantil: como fazer valer esse direito?

participar da centros urbanos Como sua comunidade pode plataforma dos Plataforma dos Centros Urbanos Aliados estratégicos:

3) Preencher Ficha de Cadastro da Instituição de Acolhimento. 3.1) Promotoria da Instituição de Acolhimento

Olhe os autistas nos olhos DIREITOS DE CIDADANIA, DEVER DA FAMÍLIA, DO ESTADO E DA SOCIEDADE.

CRAS Centro de Referência de Assistência Social. Coordenadores, Assistentes Sociais, Técnicos. (Organização)

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA CRIANÇA / ADOLESCENTE

ANEXO IV. Roteiro para Inspeção Anual das Unidades de Semiliberdade. (artigo 94 do Estatuto da Criança e do Adolescente)

A Tipificação e o Protocolo de Gestão Integrada

MINUTA SERVIÇOS DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Apresentação da Lei de Criação do CMDCA

EDITAL DE SELEÇÃO DE ACADÊMICO DO CURSO DE NUTRIÇÃO PARA AS ATIVIDADES DO PROJETO DE PESQUISA E EXTENSÃO COMER,

A Tipificação e o Protocolo de Gestão Integrado

CONCURSO PÚBLICO PARA BOLSA DE ESTÁGIO SECRETARIA DE AÇÃO SOCIAL E CIDADANIA

Documentos e Formulários para o Processo de Sinistro

PROJETO DE LEI N.º 56

O PREFEITO MUNICIPAL DE SÃO MIGUEL DO OESTE, ESTADO DE SANTA CATARINA.

Talking Points: Curso Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes Teoria e Prática para o Enfrentamento

PCERJ- DGPE- DCAV A CRIANÇA E O ADOLESCENTE QUAIS MEDIDAS DEVEMOS TOMAR PARA EVITAR QUE SEJAM VÍTIMAS DE PEDOFILIA?

EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA SELEÇÃO DE PROJETOS FINANCIADOS PELO FUNDO MUNICIPAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE TANGARÁ DA SERRA, MT - N.

QUANDO A VIDA. DOS BRASILEIROS MUDA, O BRASIL MUDA TAMBÉM. Saiba como participar dessa mudança. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME

A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL. Silvia Helena Vieira Cruz

SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PRIMARIA À SAÚDE NO BRASIL. Dr Alexandre de Araújo Pereira

O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E O CONTEXTO DO NEDIJ: A LUTA PELA EFETIVAÇÃO DO SISTEMA DE GARANTIA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.

COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA

PLANO DE TRABALHO PEDAGÓGICO

LICENÇA POR ACIDENTE EM SERVIÇO

3. DAS CONDIÇÕES PARA INSCRIÇÃO

PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO

Normas do Laboratório de Práticas de Enfermagem

Luiz Carlos Lopes Desenvolvimento de Programas. aqui no último slide

Programa de Formação. Código - Designação

EDITAL DO PROCESSO DE ADESÃO VOLUNTÁRIA À PARTICIPAÇÃO NO PROJETO DE CONSULTORIA PARA CERTIFICAÇÃO ISSO 9001 NA APAC DE NOVA LIMA

Processo seletivo ADRA/Prefeitura Municipal de Cariacica. Conforme oferta descrita no quadro a seguir:

PLANO DE AÇÃO. Equipe Pedagógica

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Secretaria de Recursos Humanos. Ofício-Circular nº 03 /SRH/MP Brasília, 10 de março de 2004.

CAPÍTULO II DA NATUREZA E DOS OBJETIVOS

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE RONDÔNIA CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DA INFÂNCIA E JUVENTUDE E DA DEFESA DOS USUÁRIOS DOS SERVIÇOS DE EDUCAÇÃO

Abuso Sexual Técnicas de Entrevista e Abordagem. Lícia Nery Fonseca Técnica em Psicologia MP-GO licia.fonseca@mpgo.mp.br

Módulo 06 Professora Isa Guará 1

Plano de Promoção. e Proteção dos Direitos da Criança. do Concelho de Marvão

PREFEITURA MUNICIPAL DE BAURU ESTADO DE SÃO PAULO Secretaria Municipal do Bem-Estar Social

PREFEITURA MUNICIPAL DA ESTÂNCIA TURÍSTICA DE SALESÓPOLIS

Trabalhador direitos e deveres

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 47, DE 2015

Portal de Carapicuíba Painel Administrativo

PLANO DE AÇÃO. O presente plano tem como objetivo estabelecer políticas que contribuam para a democratização e melhoria da escola pública.

Ministério da Educação Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense Câmpus Charqueadas

O Brasil cresceu porque a pobreza diminuiu. Já pensou quando acabarmos, de vez, com a miséria?

Perguntas frequentes sobre missão de casais missionários

O que é o CMDCA O Que é o FUMCAD Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente aprovados pelo CMDCA O que faz o CMDCA

Plano Integrado de Capacitação de Recursos Humanos para a Área da Assistência Social CAPACITAÇÃO CONSELHEIROS MUNICIPAIS.

INSTRUMENTO DE PRIORIZAÇÃO DOS CONSELHOS MUNICIPAIS DE POLÍTICAS PÚBLICAS MUNICÍPIO DE GUARANTÃ DO NORTE

QUADRO COMPARATIVO ENTRE O NOVO CÓDIGO CIVIL, O CÓDIGO CIVIL DE 1916 E O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE QUANTO A ADOÇÃO.

Rompendo o silêncio: a implantação da Notificação de Violências no estado de São Paulo

PROTEÇÃO BÁSICA. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos - 06 a 14 anos. RH Assistente Social Coordenador Educador Social

para esta temática que envolvem o enfrentamento ao trabalho infantil tais como o Projeto Escola que Protege.

Sistema de Informação e Gestão da Assistência Social de Pernambuco SIGAS/PE CADASTRO DE ENTIDADE

Vacinação Contra a Gripe 2015 Perguntas e Respostas

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente Mallet PR. Mallet Pr. Incentivo Fiscal

Cadastrando uma nova denúncia

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº /2013

Educação para a PAZ Teresina-PI 2006

Avaliação de impacto do Programa Escola Integrada de Belo Horizonte

EDITAL PARA O PROCESSO DE ADMISSÃO DE CANDIDATOS À VAGA ESCOLAR INSCRIÇÃO E MATRÍCULA

Que nossos materiais tenham papel relevante em seus estudos e no aprimoramento profissional e sejam parceiros nas suas aprovações nos concursos.

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO - PPGCOM

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, DE 05 DE OUTUBRO DE 1988

Produção do texto: Ilustração e Diagramação:

EDUCAÇÃO INFANTIL QUAL REALIDADE? QUAIS POSSIBILIDADES? QUAIS DESAFIOS? Material elaborado por Instituto Abaporu de Educação e Cultura

ENSINO SUPERIOR E REFORMULAÇÃO CURRICULAR

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 218, DE 2015

SÍNTESE DO LEVANTAMENTO DE DEMANDAS DE PROJETOS DO TERRITÓRIO

O que é uma Rádio Comunitária?

POLÍTICAS PÚBLICAS: RECORTE MUNICÍPIO DE NITERÓI

Formulário fora do período de validade!

Regimento interno Laboratório de Cromatografia CAPÍTULO I. Dos Objetivos e Definições

Política Nacional de Assistência Social SUAS Plano 10: Estratégias e Metas para Implementação da Política Nacional de Assistência Social

Os direitos das pessoas com deficiência. Atuação da Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais na desefa dos direitos das pessoas com deficiência.

Controle Social no Programa Bolsa Família 1

EDITAL N.º 06/2016 PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO PARA INGRESSO NO CURSO DE EXTENSÃO DE INTRODUÇÃO À PROGRAMAÇÃO

FUNÇÕES EM UMA RÁDIO

Normas de Funcionamento da Componente de Apoio à Família (CAF)

Para a Lei /2008, a jornada de estágio é de, no máximo 6 horas diárias, e semanalmente no mínimo 20 e no máximo 30 horas.

PROJETO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE CONSULTORIA EM COMUNICAÇÃO E PUBLICIDADE INSTITUCIONAL Nathalia Fagundes Jornalista

QUESTÕES DE LÍNGUA PORTUGUESA

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA EDITAL Nº. 01, DE 05 DE FEVEREIRO DE 2016

SISTEMÁTICA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

A sexualidade é a expressão do desejo, do amor e da comunicação com o outro.

PLATAFORMA SUPRACONCELHIA PENÍNSULA DE SETÚBAL REUNIÃO 19/03/2012. Instituto da Segurança Social, I.P. Centro Distrital de Setúbal

Transcrição:

CARTILHA DA FAMÍLIA COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO Porto Alegre, 2016

Dedicada a todas as famílias com crianças e adolescentes em serviços de acolhimento, especialmente às famílias que contribuíram para minha pesquisa de mestrado. HIVANA RAELCIA ROSA DA FONSECA Elaboração Profª Drª SILVIA HELENA KOLLER Orientação Sumário - Apresentação 3 - Por que crianças e adolescentes têm um estatuto? 4 - Quais os direitos das crianças e adolescentes? 4 - O que significa violar os direitos das crianças e adolescentes? 5 - Quais os tipos de violência contra crianças e adolescentes? 5 - Quem deve proteger as crianças e os adolescentes? 7 - O que é a família e qual sua importância para crianças e adolescentes? 7 - O que pode acontecer para que uma criança ou adolescente seja encaminhado para um serviço de acolhimento? 8 - O que são serviços de acolhimento? 8 - Quais são os tipos de serviços de acolhimento? 9 - Minhas crianças e adolescentes foram para um serviço de acolhimento, e agora? 9 - Motivo de acolhimento 10 - O que acontece com a criança ou adolescente quando está em um serviço de acolhimento? 10 - O que acontece com a família quando suas crianças ou adolescentes estão em serviços de acolhimento? 11 - Quanto tempo pode demorar até que as crianças e adolescentes possam voltar a morar com suas famílias? 11 - Posso ver ou ter notícias das crianças e adolescentes? 12 - O que é necessário fazer para que as crianças e adolescentes retornem para família? 12 - Caso as crianças e adolescentes não voltem para a família, o que pode acontecer? 13 - Acolhimento em processo 14 - Serviços de Acolhimento 15 - Serviços da Rede de Proteção 16 - Agenda de atendimentos e atividades 18 É muito importante que você entenda todo o processo de acolhimento. Aproveite o espaço abaixo para anotar suas dúvidas para o próximo atendimento. 19

Agenda de atendimentos e atividades Aqui você pode combinar os atendimento e atividades marcadas junto a rede de proteção e assim não perder nenhum compromisso. Local: Observação: Local: Observação: Local: Observação: Apresentação Esta cartilha tem o objetivo de auxiliar as famílias com crianças e adolescentes em serviços de acolhimento a organizarem e entenderem o processo de acolhimento. Foi formulada com base na legislação, normas técnicas e estudos relacionados aos serviços de organizada em perguntas e respostas. A cartilha oferece espaço para anotações dos serviços de referência que poderão dar apoio às famílias durante e depois do acolhimento. Local: Observação: Local: Observação: Local: Observação: Local: Observação: Local: Observação: 18 Caros membros da família A criança ou adolescente que estava sobre os seus cuidados até agora foi encaminhado para um serviço de acolhimento. Vocês devem ter muitas dúvidas. Esta cartilha tem o objetivo de ajudá-los a resolver algumas delas e a acompanhar o acolhimento, com o registro de detalhes importantes. 3

4 Por que crianças e adolescentes têm um estatuto? Os direitos atualmente reconhecidos estão organizados no Estatuto da Criança e do Adolescente, também conhecido como ECA. Esses direitos existem para garantir que todas as crianças e adolescentes tenham oportunidade de se desenvolverem Quais os direitos das crianças e adolescentes? Todas as crianças e os adolescentes têm os mesmos direitos que qualquer pessoa, não importa sua cor ou etnia, gênero, crença, condição socioeconômica, local de moradia, ou se tem ou não alguma necessidade especial. Seus direitos são considerados prioritários no Brasil. As crianças e adolescentes têm direito a oportunidades e facilidades para se desenvolver bem física, mental, moral, espiritual e socialmente, em condições de liberdade e dignidade. É dever da família, da comunidade e do Estado proteger as crianças e adolescentes e defender seus direitos. Quando a família não tem condições de proteger ou cuidar das crianças e adolescentes, o Estado, por meio de políticas públicas, deverá auxiliá-la. Todos, de algum modo, são responsáveis para que os direitos das crianças e adolescentes sejam garantidos e não sejam violados. Família, anote também informações sobre o andamento do processo, inclusive as datas das audiências e alguma observação importante sobre o que aconteceu. Nº do Processo: Defensoria Pública Endereço: Telefone: Defensor(a) Público: Promotor de Justiça Vara de Justiça Endereço: Telefone: Juiz(a): Audiências Data: / / Horário: Observação: Data: / / Horário: Observação: Data: / / Horário: Observação: Data: / / Horário: Observação: 17

16 Serviços da Rede de Proteção Aqui você pode anotar as informações de espaços onde também buscar apoio na rede de proteção durante e depois o processo de acolhimento das crianças e adolescentes. Centro de Referência da Assistência Social CRAS Endereço: Telefone: Pessoa de Referência: Centro de Referência Especializado da Assistência Social CREAS Endereço: Telefone: Pessoa de Referência: Conselho Tutelar Conselheiros: Endereço: Telefone: Unidade de Saúde de Referência Endereço: Telefone: Agente de Saúde: Outros Serviços: Endereço: Telefone: Pessoa de Referência: Endereço: Telefone: Pessoa de Referência: O que significa violar os direitos das crianças e adolescentes? Violar significa não respeitar. Os direitos das crianças e adolescentes são violados quando eles não têm acesso ao que é garantido na lei, seja por ação ou omissão da família ou do Estado, ou quando sofrem violência. Quais os tipos de violência contra crianças e adolescentes? A violência pode acontecer dentro ou fora da família e de muitas formas diferentes, prejudicando a saúde e o desenvolvimento das crianças e adolescentes. Nenhuma criança ou adolescente pode ser vítima de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Negligência ocorre quando a família deixa de prover as condições necessárias para o desenvolvimento das crianças e adolescentes, quando poderia fazê-lo. A negligência pode acontecer em episódios isolados, algumas vezes ou sempre. Ela pode ocorrer em relação à saúde, quando a família, mesmo tendo acesso, e não cuida da saúde da criança ou adolescente, como vacinação, doenças e etc. Pode ser também em relação à educação, quando a família não matricula, acompanha ou promove a frequência regular das crianças e adolescentes na escola, além de não auxiliá-la a desenvolver valores morais e comportamento social adequado. A negligência também pode ser identificada em relação ao desenvolvimento emocional, quando a família não valoriza a criança, nem a trata com amor, respeito e carinho. 5

Em relação à nutrição, a negligência pode ocorrer quando, mesmo podendo, a família não dá alimentos saudáveis e em quantidade adequada para as crianças. Pode acontecer também quando a família não oferece abrigo e condições seguras como, por exemplo, ao deixar a criança ou adolescente em situação de rua ou desacompanhadas, com vestimentas inadequadas ao clima, entre outros. A violência pode ser física, psicológica ou sexual. A violência física é usar a força para machucar crianças e adolescentes, podendo causar lesões leves ou até a morte. A punição física não pode ser usada como uma forma de educar as crianças ou adolescentes, pois todos tem direito de crescer em um ambiente livre de violência. A violência psicológica envolve a desvalorização, humilhação, ameaça, constrangimento, entre outras ações que causam dano emocional. Apesar de não deixar marcas físicas, prejudica o desenvolvimento das crianças e adolescentes. A violência sexual contra crianças e adolescentes envolve o jogo ou ato sexual com adultos ou adolescentes mais velhos. Na violência sexual pode ou não haver toque e contato físico. Pode envolver o assédio, exibicionismo, exposição a material erótico, sexo oral ou outras práticas com ou sem penetração. A criança ou adolescente menor de 14 anos não pode dar consentimento, sendo assim, não se pode dizer que eles quiseram, aceitaram ou procuraram. O adulto ou adolescente mais velho e, portanto, com mais condições de entendimento é o responsável pela situação. A exploração sexual também é um tipo de violência. Tem como objetivo o lucro seja através da pornografia, tirando ou divulgando fotos e vídeos com crianças e adolescentes, ou a exploração quando se usa a criança ou adolescente para prostituição. A exploração do trabalho infantil ocorre quando a criança ou adolescente se torna responsável direta ou indiretamente por trabalhos que seriam de adultos. O trabalho infantil afeta o desenvolvimento das crianças e prejudica seu crescimento e aprendizagem. As crianças podem auxiliar a família em tarefas domésticas, desde as atividades que sejam compatíveis com sua idade e haja algum adulto que as supervisione. 6 Serviços de Acolhimento Aqui você pode registrar as informações sobre os serviços de acolhimento nos quais suas crianças e adolescentes estão inseridos Serviço: Endereço: Telefone: Coordenador (a): Psicólogo (a): Assistente Social: Serviço: Endereço: Telefone: Coordenador (a): Psicólogo (a): Assistente Social: Serviço: Endereço: Telefone: Coordenador (a): Psicólogo (a): Assistente Social: Serviço: Endereço: Telefone: Coordenador (a): Psicólogo (a): Assistente Social: 15

Acolhimento em processo Quem deve proteger as crianças e os adolescentes? Aqui você pode registrar algumas informações importantes sobre o acolhimento. Criança / adolescente Data do acolhimento O Estatuto da Criança e do Adolescente diz que é dever primeiro da família, depois da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, saúde, alimentação, educação, esporte, lazer, profissionalização, cultura, dignidade, respeito, liberdade e convivência familiar e comunitária. O que é a família e qual sua importância para crianças e adolescentes? 14 FAMÍLIA Responsável 1 RG: CPF: Telefone: Responsável 1 RG: CPF: Telefone: PESSOAS DE REFERÊNCIA DA CRIANÇA/ADOLESCENTE/FAMÍLIA Nome: Contato: Nome: Contato: Nome: Contato: A família é a comunidade de pessoas que possuem um vínculo afetivo, de cuidado e responsabilidade. Pode ou não haver vínculo sanguíneo e o modelo da família pode variar bastante: a família pode ser um pai e uma mãe com ou sem filhos; só a mãe ou só o pai com filhos; dois pais ou duas mães com os filhos; a avó e os netos; os tios e os sobrinhos; a mãe com filhos e um padrasto; um grupo de irmãos e assim por diante. Enfim, não existe um modelo único de família e o importante é que funcione de forma saudável e proteja a seus membros contra situações de violência ou de violação de direitos. A família é o primeiro espaço de interação e desenvolvimento da criança, portanto, é muito importante para que ela cresça saudável e seja feliz. Por isso, todas as crianças e adolescentes, mesmo que afastadas de sua família, têm direito à convivência familiar e comunitária. 7

O que pode acontecer para que uma criança ou adolescente seja encaminhado para um serviço de acolhimento? Para proteger as crianças e adolescentes da violência e dos riscos, existem várias medidas, que vão desde a orientação da família, encaminhamento para escola, serviços de convivência e até a separação temporária do contexto familiar. A criança ou adolescente vai para um serviço de acolhimento quando não é possível garantir que estarão protegidos no ambiente familiar, sendo necessário o afastamento para que a família consiga se reorganizar. Caso as crianças e adolescentes não voltem para a família, o que pode acontecer? Caso se entenda que as crianças e adolescentes não podem, definitivamente, voltar para seu núcleo familiar, é possível que se trabalhe a família extensa ou alguma pessoa de referência passa assumir os cuidados e a guarda. Se nada disso for viável, as crianças e adolescentes poderão ser destituídas do poder familiar. Isso significa que juridicamente as crianças e adolescentes perderão o vínculo com a família, podendo ser encaminhados para adoção. O que são serviços de acolhimento? Cara família Caso as informações anteriores não tenham sido claras para você, pergunte e tire suas dúvidas com os profissionais que estão acompanhando seu caso. Estar bem orientado e entender o que acontece é muito importante. A seguir você encontrará espaço onde poderá fazer algumas anotações sobre o processo de acolhimento. Você também pode pedir que uma pessoa do serviço de acolhimento ou de outras instituições lhe ajudem a preencher e organizar essas informações para quando você precisar. São medidas de proteção às crianças e adolescentes que não podem, provisoriamente, permanecer no seu ambiente familiar. 8 Terá espaço para você anotar as informações sobre os serviços de acolhimento nos quais estão suas crianças e adolescentes, endereço, telefone e o nome de uma pessoa com quem você possa conversar quando necessário. 13

Posso ver ou ter notícias das crianças e adolescentes? A não ser que haja determinação judicial que proíba o contato das crianças ou adolescentes com a família, é possível ter notícias junto à equipe técnica (psicólogos e assistentes sociais) do serviço de acolhimento. As visitas deverão ser organizadas progressivamente pela equipe dos serviços de acolhimento junto à família, garantindo, de forma segura e adequada, o direito à convivência familiar e comunitária das crianças e adolescentes. É necessário dialogar com o serviço de acolhimento para entender o que será necessário para que as visitas ocorram, seja na instituição ou na casa das famílias. O que é necessário fazer para que as crianças e adolescentes retornem para família? 12 Não existe uma receita para isso. Entretanto, quando a família tem conhecimento sobre os motivos que ocasionaram o acolhimento das crianças e adolescentes, é importante buscar estratégias para superar tais dificuldades. Nesse processo, a família contará com o apoio da equipe do serviço de acolhimento, da vara da infância, conselho tutelar e de toda a rede de proteção. O objetivo de toda rede de proteção não será afastar a criança ou adolescente de sua família, mas auxiliar para que possam retornar à família e que esta consiga protegê-los de violações de direito e situações de violência. Quais são os tipos de serviços de acolhimento? Os serviços de acolhimento para crianças e adolescentes podem ser no formato institucional, em abrigos institucionais ou casas lares, ou em famílias acolhedoras. Os abrigos institucionais atendem até 20 crianças e adolescentes. Além dos cuidadores ou educadores, existe uma equipe técnica formada por psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais. As casas lares são espaços menores que atendem até 10 crianças e adolescentes e devem contar com pelo menos um cuidador residente, além de um cuidador auxiliar (podem ser dois cuidadores residentes). É no formato de uma casa, sendo que a equipe técnica que vai orientar e acompanhar o trabalho é vinculada a uma instituição de referência específica. As famílias acolhedoras são selecionadas e preparadas para cuidar temporariamente de crianças e adolescentes em medida de acolhimento. Cada família atende uma criança ou adolescente ou um grupo de irmãos.também são orientadas por uma equipe técnica. É possível que os serviços de acolhimento não correspondam exatamente ao que foi descrito aqui. Entretanto, é fundamental que seja um espaço apropriado, que possibilite um cuidado individualizado e adequado a todas as crianças e adolescentes. Minhas crianças e adolescentes foram para um serviço de acolhimento, e agora? Quando a criança ou adolescente vai para o acolhimento, é necessário que a família compreenda o que aconteceu antes do acolhimento, o que ocorrerá durante o processo e o que será necessário para que ocorra a reintegração familiar. 9

Motivo de acolhimento É importante que a família pergunte e entenda qual o motivo de acolhimento das crianças e adolescentes. Deve conversar com a equipe dos serviços de acolhimento, conselho tutelar ou com a equipe da vara da infância. A família tem o direito de questionar o acolhimento das crianças e adolescentes. Entretanto, mesmo que não concorde, precisará entender qual o motivo que foi alegado para o acolhimento. Mais importante do que provar que algo não aconteceu, é mostrar que violação de direitos ou situação de violência não aconteça novamente. Lembrem: o objetivo central do acolhimento é melhorar as condições de convivência da criança ou adolescente com sua família. O que acontece com a criança ou adolescente quando está em um serviço de acolhimento? 10 Durante o período de acolhimento, as crianças e adolescentes receberam todos os cuidados necessários ao seu desenvolvimento saudável. Deverá ter acesso a todos os direitos (educação, saúde, alimentação, etc.). Cada serviço pode ter regras e uma rotina própria. É importante que a família pergunte e entenda o que acontece dentro do serviço. O que acontece com a família quando suas crianças ou adolescentes estão em serviços de acolhimento? Enquanto as crianças e adolescentes estão em serviços de acolhimento, deverá ser realizado um trabalho pelos serviços de acolhimento em articulação com toda a rede de proteção, com a família para que fortaleça sua função protetiva e possa receber as crianças e adolescentes novamente. Nesse período a família pode ser convidada para reuniões, entrevistas, grupos e outras atividades que podem ajudá-la a superar as situações que provocaram o acolhimento das crianças e adolescentes. A família pode ainda receber visitas domiciliares ou encaminhamentos para outros setores, como saúde, assistência, etc. Todos esses serviços e instituições têm o objetivo de ajudar a família para que possa ser feita a reintegração das crianças e adolescentes. A família precisa dialogar com a equipe dos serviços, colocando suas dificuldades e potencialidades. É importante que se estabeleça um bom vínculo entre a família e a equipe, com confiança e respeito. Quanto tempo pode demorar até que as crianças e adolescentes possam voltar a morar com suas famílias? Não há como definir exatamente o tempo que as crianças e adolescentes precisarão ficar no serviço de acolhimento. O tempo de acolhimento dependerá do andamento do processo e das condições da família para recebê-los. Entretanto, no máximo a cada seis meses, os casos deverão ser reavaliados pela justiça. As crianças devem ficar no máximo dois anos em serviços de acolhimento, salvo em casos que o juiz ou juíza perceba que é necessário mais tempo para que as situações sejam resolvidas. 11