Prof. Neto
Recursos minerais: materiais rochosos utilizados pelo homem ou passíveis de ser utilizados, compõem a litosfera. Minerais: massa inorgânica natural, de composição química definida, caracterizados por um ou mais tipos de cristalização Rochas: conjunto mineral consolidado ou apenas um mineral isolado Minérios: minerais empregados na atividade econômica Mercúrio em estado natural
Em terrenos cristalinos ou em áreas de movimentação de placas encontram-se pedras preciosas e grande parte de minérios metálicos. Em outras áreas sedimentares, encontram-se pedras ornamentais, cascalho ou combustíveis fósseis. Com os avanços tecnológicos é possível obter informações sobre a morfologia do terreno e fazer o mapeamento das características geológicas e estruturais, além de localizar jazidas minerais.
Erosão e sedimentação Processos de erosão Processos de acumulação Bacia sedimentar Escudo cristalino Bacia sedimentar Escudo cristalino
O Brasil apresenta grandes jazidas de minério de ferro, localizadas em terrenos précambrianos. Calcula-se que existam cerca de 28 bilhões de toneladas em reservas de minério de ferro em nosso território. Os principais produtores de minério de ferro (2007)
Os principais minérios de ferro encontrados no Brasil são: Hematita e magnetita (óxidos de ferro), teor de mais de 60% Limonita, teor entre 50% e 60% Siderita (carbonato ferroso), teor médio de cerca de 48% Pirita (bissulfeto de ferro), explorada para aproveitamento do enxofre
Quadrilátero Ferrífero
A produção do Quadrilátero Ferrífero destinase às usinas siderúrgicas da região e ao mercado externo, para o qual são exportados cerca de 50% da produção obtida. Os principais compradores no exterior são países da Europa ocidental e o Japão. A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) é a maior exportadora desse produto do mundo.
As jazidas de minério de ferro desse estado possuem teor médio de 60% e localizam-se no Pantanal mato-grossense, onde também existem jazidas de minério de manganês. Em virtude da distância e da falta de meios de transporte para os principais centros consumidores, além da pequena utilização in loco, a produção é modesta, sendo escoada em chatas pelo rio Paraguai, para abastecer os países do Mercosul.
A Vale do Rio Doce explora o minério de ferro de Carajás, destinado a abastecer um consórcio de indústrias japonesas criado para a importação do produto. A companhia produz minério metalúrgico (manganês) para ligas de ferro, dióxido de manganês para a fabricação de baterias elétricas e minério para as indústrias química, cerâmica, de fertilizantes e de pesticidas. O Projeto Grande Carajás faz o aproveitamento do minério de manganês, do cobre e da bauxita.
O Brasil ocupa o terceiro lugar entre os maiores produtores de bauxita, respondendo por 12% do total mundial. As principais jazidas de bauxita do Brasil são a de Paragominas e a do vale do rio Trombetas (PA). Mineração de bauxita no vale do rio Trombetas, Pará
O Brasil possui a segunda maior reserva do minério e é o seu segundo maior produtor, com 10% do total mundial. As principais áreas de ocorrência e produção são: Minas Gerais (Quadrilátero Ferrífero), Mato Grosso do Sul (maciço do Urucum) e Pará (serra dos Carajás). Em 1953, a Indústria e Comércio de Minérios (Icomi), associada à Bethlehem Steel Corporation (grupo produtor de aço nos Estados Unidos), obteve a concessão da exploração pelo prazo de 50 anos.
Os estados produtores de cassiterita no Brasil, Amazonas e Rondônia, produzem, respectivamente, 60% e 40% do minério. Em 1971 o governo federal favoreceu a transnacionalização dos recursos minerais, do espaço geográfico e da economia de Rondônia, proibindo a garimpagem da cassiterita no estado. Deu a concessão de exploração a várias empresas estrangeiras e nacionais, como a Brascan, a British Petroleum, a Billiton-Grupo Shell, o Grupo Itaú, a Paranapanema e a Patiño.
Áreas de exploração de outros minerais no Brasil
A busca de ouro e pedras preciosas é realizada no Brasil desde a chegada dos portugueses. Com a expansão da fronteira econômica em direção à Amazônia aumentou a migração de brasileiros para essa região, e o garimpo de ouro, diamantes e outros recursos minerais tornou-se uma profissão para milhares de pessoas durante as últimas décadas do século XX. Existem muitos garimpos abandonados devido ao esgotamento dos minérios ou da proibição governamental, como Serra Pelada, no Pará.
Serra Pelada SAMUEL IAVELBERG/KINO
O uso de recursos minerais é inevitável, mas a exploração não pode ser mais uma causa de desastres ecológicos. A exploração mineral a céu aberto arrasa paisagens inteiras, retira a cobertura vegetal e destrói o relevo. A mineração em larga escala, como na Amazônia, causa danos ao ecossistema ainda não convenientemente avaliados.
As fontes de energia ou recursos energéticos são classificados em: Recursos energéticos não renováveis: uma vez utilizados e esgotados não podem ser repostos ou têm um ritmo de reposição muito lento (petróleo, carvão mineral ou hulha, gás natural, urânio). Recursos energéticos renováveis: regeneram-se espontaneamente ou pela intervenção adequada do homem: energia das plantas e animais, biogás. Recursos energéticos inesgotáveis ou permanentes: mesmo quando utilizados em larga escala não se esgotam, energia solar, do vento, das marés, geotérmica (aproveitamento do calor do interior da Terra) etc.
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Mudanças na matriz energética entre 1973 e 2007 Matriz energética mundial
ICONOGRAPHIA/REMINISCÊNCIAS 1892: procura de petróleo no Brasil 1946/1953: O petróleo é nosso. 1951: Vargas retoma a política nacionalista do petróleo. 3 de outubro de 1953: monopólio estatal do petróleo e lei relativa à política do petróleo e criação da Petrobras Pesquisa do subsolo e a lavra das jazidas de petróleo e outros hidrocarbonetos fluidos e gases raros Refinação do petróleo nacional e importado Transporte de petróleo por mar ou oleodutos Campanha O petróleo é nosso.
Com base no tripé privatização/desregulamentação/abertura econômica, o neoliberalismo passou a exercer pressões sobre as economias ou Estados nacionais. No primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso (1994-1998) a questão dos recursos minerais e do petróleo passou a ser discutida no plenário do Congresso Nacional. Em 1997, foi aprovado o fim do monopólio estatal do petróleo com a criação da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Manifestação contra leilão da ANP
O Brasil insere-se no grupo de países cuja atividade econômica industrial está largamente assentada na utilização do petróleo. Participação do petróleo no consumo total de energia no Brasil
Alguns fatores explicam a expressiva participação do petróleo como fonte de energia no Brasil: Motor energético do século XX e da sociedade industrial Internacionalização e exportação de técnicas de produção seguiu o modelo americano, calcado na energia fornecida pelo petróleo. Adoção de um modelo de desenvolvimento caracterizado pelo consumismo em grande escala de produtos manufaturados. Invenção do motor à explosão e sua aplicação nos veículos automotores revolucionaram os transportes e a construção de estradas.
Até 1970 a produção de petróleo em território brasileiro era muito pequena. Em 1974, a descoberta de reservas no litoral fluminense e a exploração dos campos de Garoupa, Marlim, Albacora, Barracuda e Roncador levaram a um aumento significativo de sua produção. Foi apenas no final da década de 1990, graças aos investimentos tecnológicos feitos no setor, que o Brasil passou a conquistar uma posição de destaque na produção de petróleo, especialmente em águas profundas.
Cerca de 89% do total de petróleo produzido no país provém da plataforma continental, sendo o estado do Rio Janeiro o maior produtor nacional. Produção e consumo de petróleo Brasil (em milhões de TEPs)
Reservas de petróleo e produção por UF (2007)
O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos gasosos, originados da decomposição de matéria orgânica fossilizada ao longo de milhões de anos. Após tratado e processado, pode ser utilizado em residências, comércios, indústrias e em veículos, substituindo a gasolina, o óleo diesel e o álcool. É considerado um combustível ecológico, pois tem uma combustão mais limpa e evita os desmatamentos e queimadas como na produção do álcool. Embora o Brasil possua uma grande reserva de gás natural, os investimentos no setor sempre foram pequenos. A maior parte do gás natural consumido no Brasil provém da Bolívia.
Gasoduto Bolívia-Brasil
Refinarias da Petrobras no Brasil e na América do Sul (2004)
A poluição provocada pelo derramamento de petróleo no mar causa danos à flora e fauna marinhas, além de afetar as atividades pesqueiras e até mesmo o turismo nas praias.
O Proálcool (Programa Nacional do Álcool) foi criado em 1975, durante o governo Geisel. Visava fazer do álcool uma fonte alternativa de energia, em vista da crise do petróleo e da grande dependência brasileira das importações do produto. Beneficiou os usineiros com subsídio governamental. A partir de 2003, com a introdução no mercado brasileiro dos carros com motores bicombustíveis, o plantio de cana-de-açúcar e a construção de novas usinas tiveram novo impulso.
Estimulou o desenvolvimento de tecnologias relacionadas ao aproveitamento energético da cana-de-açúcar e de seus subprodutos. Contribuiu para que a sociedade brasileira se sentisse menos dependente da gasolina e mais segura diante das crises do petróleo. Mas reafirmou as plantations e, com o aumento das áreas de plantação de cana-de-açúcar, contribuiu para a expulsão de culturas alimentares. Cultivo de cana-de-açúcar
Cinturão carbonífero do sul do Brasil
O carvão mineral constitui uma fonte de energia não renovável. Por ser um combustível fóssil, quando queimado emite gases poluentes na atmosfera, causando problemas de várias ordens para o meio ambiente. Existem quatro tipos básicos de carvão: a turfa, a lignita, o carvão betuminoso ou hulha e o antracito. A queima do carvão mineral é um dos fatores responsáveis pelo aquecimento global.
Brasil: usina hidrelétrica
Brasil: consumo de energia elétrica por setores (2007)
Apesar da operação Muiraquitã, que efetuou o resgate de animais da área que seria inundada, a construção da usina de Balbina (AM) é considerada um grave desastre ecológico.
A necessidade de dotar o Brasil de tecnologia nuclear levou as Indústrias Nucleares do Brasil a realizar o desenvolvimento das primeiras centrífugas para o enriquecimento de urânio em 1967. As usinas termonucleares de Angra I e Angra II respondem por cerca de 2,8% da produção de energia elétrica no Brasil. Em 2007, foi aprovada a construção da usina Angra III, que deverá ficar pronta em 2013. Angra I
Em 1987, ocorreu o acidente com o césio-137, em Goiânia: dois homens encontraram uma peça metálica, parte de um aparelho radiológico abandonado num depósito de sucatas. Eles abriramna e encontraram dentro dela algumas pedrinhas azuis e cintilantes. Fascinados pelo pó nelas contido, usaram o material como se fosse purpurina, enfeitando seus corpos. A partir de então, toda a cidade se viu ameaçada de contaminação pelo césio-137. Dentre as 112 mil pessoas monitoradas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, em 1987, 249 apresentaram indícios de superexposição ao minério industrializado.