PROCESSO Nº: 0803179-95.2014.4.05.8000 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO RELATÓRIO A Fazenda Nacional opôs embargos de declaração ante acórdão assim ementado (Identificador: 4050000.2926218): "ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO. AUTO DE INFRAÇÃO. DÉBITOS DE MICROEEMPREENDEDOR INDIVIDUAL - MEI. CLONAGEM DOS DADOS DA AUTORA PARA A CONSTITUIÇÃO DAS MICROEMPRESAS. BOLETIM DE OCORRÊNCIA. TOMOU CIÊNCIA DA UTILIZAÇÃO FRAUDULENTA DE SEUS DADOS QUANDO ACESSOU O SITE DO SEBRAE-AL PARA ABRIR UMA MICROEMPRESA. INDÍCIOS DE QUE AUTORA UTILIZOU DE EXPEDIENTES PARA AFASTAR SUA RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA NÃO SÃO SUFICIENTES, DIANTE DAS PROVAS APRESENTADAS. APELAÇÃO IMPROVIDA. 1 - A Fazenda Nacional apela ante sentença que extinguiu o feito em relação ao pedido de cancelamento do ato constitutivo de microempreendedor individual, com base no art. 267, VI, do Código de Processo Civil, e procedente o pedido da autora para declarar inexistentes os débitos decorrentes da inscrição no CNPJ sob o n.º 12.213.588/0001-40. Condenou ainda a Fazenda Nacional ao pagamento das custas e honorários advocatícios em 10% sobre o valor da causa. 2 - A Fazenda Nacional alega que a prova documental é absolutamente inidônea para elidir a presunção de legitimidade e de validade dos atos de lançamentos questionados na execução. Assevera que o ônus de desconstituir os atos administrativos do lançamento e cobrança dos débitos do Simples Nacional apontados na inicial, referentes à MEI de CNPJ 12.213.588/0001-40, é todo do contribuinte (autora), que deve amparar sua pretensão com todas as provas pertinentes ao caso, a fim de se alcançar a plena certeza quanto à suposta ilegitimidade da cobrança. 3 - A autora sustenta que houve fraude na utilização de seus documentos extraviados, decorrendo a abertura de duas empresas em São Paulo, registradas na JUCESP com os nomes de " Pisos Estrela Comércio LTDA " e "Comercial Império dos Pisos e Revestimento Ltda." e uma inscrição de microempreendedor individual, realizada através do Portal do Microempreendedor, na internet. Afirma que só tomou ciência do ocorrido quando foi cadastrarse perante o SEBRAE-AL para registrar uma microempresa em seu nome. 4 - A CDA caracteriza por ser um título que goza de certeza e liquidez, e que cujos atributos só podem ser afastados por prova robusta. Em síntese, a Fazenda Nacional argumenta mediante vários indícios e suposições que a apelada, na verdade, pretende fugir do pagamento de obrigações tributárias. Da leitura dos autos digitalizados, constato que a apelada muniu-se de documentação suficiente para afastar qualquer imputabilidade, a não ser que a documentação apresentada pela apelada seja fruto de ato ilegal, o que a Fazenda Nacional não foi capaz de comprovar.
5 - Os documentos apresentados foram emitidos por órgãos estatais que gozam de fé pública, a exemplo da Junta Comercial do Estado de São Paulo, a Secretaria da Receita Federal e o Boletim da Secretaria do Estado de Defesa Social da Polícia Civil do Estado de Alagoas. 6 - Conclui-se, assim, dada à presunção de certeza e boa fé do conjunto probatório dos autos que a autora não objetivou elidir-se ou, ainda, frustrar o adimplemento da obrigação tributária, os documentos foram suficientes para presumir credibilidade às suas alegações. 7 - Apelação improvida." A Fazenda Pública alega que ao julgar a apelação esta Relatoria foi omissa sobre o fato específico suscitado, isto é, sobre a cronologia dos fatos, na medida em que se constata que o mencionado Boletim de Ocorrência que atestaria a perda dos documentos da pessoa física é posterior à abertura da empresa. Aduz que pela cronologia dos acontecimentos, hão há como se sustentar a frágil e inverossímil tese da autora de que não teria sido ela, mas um terceiro que teria promovido sua inscrição como MEI, pois, segundo ela mesma admitiu nos autos, o alegado extravio da sua documentação somente teria se dado após o transcurso de mais de 01 ( um) ano da data em que o referido cadastro empresarial foi efetuado. É o relatório. PROCESSO Nº: 0803179-95.2014.4.05.8000 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO VOTO A Fazenda Pública suscita omissão porquanto não houve pronunciamento explícito acerca de Ora, conforme já mencionado pelos documentos reunidos no processo, a recorrida foi vítima de fraude. A empresa fora formada mediante preenchimento de formulário eletrônico, através do Portal do Empreendedor, o que não exigiu a participação da autora nos atos
constitutivos da empresa instituída em São Paulo. E, conforme já mencionado, a recorrida só tomou conhecimento do ato fraudulento quando tentou cadastrar-se perante o SEBRAE-AL para registrar uma microempresa em seu nome. Não há omissão no v. acórdão. Foram discutidas todas as questões consideradas relevantes declaração. Assim,com estas considerações, nego provimento aos embargos de É como voto. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. COMPROVAÇÃO DOS FATOS DE QUE HOUVE CLONAGEM DOS DADOS DA AUTORA PARA A CONSTITUIÇÃO DAS MICROEMPRESAS. BOLETIM DE OCORRÊNCIA. TOMOU CIÊNCIA DA UTILIZAÇÃO FRAUDULENTA DE SEUS DADOS QUANDO ACESSOU O SITE DO SEBRAE-AL PARA ABRIR UMA MICROEMPRESA. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO IMPROVIDOS. 1 - A Fazenda Pública suscita omissão porquanto não houve pronunciamento explícito acerca de 2 - Conforme já mencionado pelos documentos reunidos no processo, a recorrida foi vítima de fraude. A empresa fora formada mediante preenchimento de formulário eletrônico, através do Portal do Empreendedor, o que não exigiu a participação da autora nos atos constitutivos da empresa instituída em São Paulo. E, conforme já mencionado, a recorrida só tomou conhecimento do ato fraudulento quando tentou cadastrar-se perante o SEBRAE-AL para registrar uma microempresa em seu nome. 3 - Não há omissão no v. acórdão. Foram discutidas todas as questões consideradas relevantes 4 - Embargos de declaração improvidos.
PROCESSO Nº: 0803179-95.2014.4.05.8000 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO EMENTA PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. COMPROVAÇÃO DOS FATOS DE QUE HOUVE CLONAGEM DOS DADOS DA AUTORA PARA A CONSTITUIÇÃO DAS MICROEMPRESAS. BOLETIM DE OCORRÊNCIA. TOMOU CIÊNCIA DA UTILIZAÇÃO FRAUDULENTA DE SEUS DADOS QUANDO ACESSOU O SITE DO SEBRAE-AL PARA ABRIR UMA MICROEMPRESA. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO IMPROVIDOS. 1 - A Fazenda Pública suscita omissão porquanto não houve pronunciamento explícito acerca de 2 - Conforme já mencionado pelos documentos reunidos no processo, a recorrida foi vítima de fraude. A empresa fora formada mediante preenchimento de formulário eletrônico, através do Portal do Empreendedor, o que não exigiu a participação da autora nos atos constitutivos da empresa instituída em São Paulo. E, conforme já mencionado, a recorrida só tomou conhecimento do ato fraudulento quando tentou cadastrar-se perante o SEBRAE-AL para registrar uma microempresa em seu nome. 3 - Não há omissão no v. acórdão. Foram discutidas todas as questões consideradas relevantes 4 - Embargos de declaração improvidos. ACÓRDÃO Vistos etc. Decide a Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, negar provimento aos embargos de declaração, à unanimidade, nos termos do voto do Relator.
Recife, 08 de setembro de 2015. (data do julgamento)