TEMA - INDICADORES DE RECURSOS FLORESTAIS. Indicador Cobertura florestal por bioma



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Transcrição:

TEMA - INDICADORES DE RECURSOS FLORESTAIS Indicador Cobertura florestal por bioma As florestas do Brasil abrigam a maior diversidade biológica do Planeta e contribuem de maneira notável na conservação dos recursos hídricos, regularização da vazão dos rios, manutenção de encostas e minimização dos riscos de assoreamento dos rios e lagos, entre outros. Além disso, essas florestas abrigam imensos estoques de carbono e, por isso, desempenham uma função estratégica na regulação do clima regional e global. A importância das múltiplas funções que as florestas desempenham tem sido crescentemente reconhecida desde a Conferência Mundial sobre Meio Ambiente, a Rio 92. No caso do Brasil, que detém a segunda maior área de florestas do mundo, a importância do tema florestas é reconhecida nos níveis nacional e global, tanto pela extensão de suas florestas como dos valores associados, notadamente a biodiversidade de que suas florestas são repositório. Os recursos florestais do Brasil estão distribuídos em seis biomas com características particulares e ocupam aproximadamente 524 milhões de hectares (61,5% do seu território) cobertos de florestas naturais e plantadas. Para a produção do indicador de cobertura florestal, considera-se como floresta as tipologias de vegetação lenhosas que mais se aproximam da definição de florestas da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação - FAO, ou seja, com área medindo mais de 0,5 ha com árvores maiores que 5 m de altura e cobertura de copa superior a 10%, ou árvores capazes de alcançar estes parâmetros in situ (FAO, 2004). Estas tipologias correspondem às seguintes categorias de vegetação do Sistema de Classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE: Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Ombrófila Mista; Floresta Estacional Semidecidual; Floresta Estacional Decidual; Campinarana (florestada e arborizada); Savana (florestada e arborizada) - Cerradão e Campo-Cerrado; Savana Estépica (florestada e arborizada) - Caatinga arbórea; Estepe (arborizada); Vegetação com influência marinha, fluviomarinha, (arbóreas); Vegetação remanescente em contatos em que pelo menos uma formação seja florestal; Vegetação secundária em áreas florestais; Reflorestamento. As informações sobre a extensão das florestas naturais e outras terras florestais foram obtidas através dos Mapas da Cobertura Vegetal dos Biomas Brasileiros - PROBIO (MMA, 2007), isto porque, até o presente, no Brasil não existem estudos sistematizados que componham uma série histórica com informações sobre áreas das florestas. O PROBIO é um estudo elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente através do Projeto de Conservação e Utilização da Diversidade Biológica Brasileira - PROBIO. O mapeamento nacional da vegetação apresentado pelo PROBIO foi realizado na escala 1:250.000, com base em imagens do satélite Landsat, tendo como referência o ano de 2002 e a Classificação da Vegetação Brasileira adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de acordo com Manual Técnico da Vegetação Brasileira (IBGE, 1992). A

área mínima de mapeamento foi de 40 hectares, por ser o limiar de visualização para a escala 1:250.000. Foram feitos os cálculos da área de cada uma das tipologias vegetais que ocorrem em cada um dos seis biomas continentais brasileiros: Bioma Amazônia, Bioma Caatinga, Bioma Cerrado, Bioma Pantanal, Bioma Mata Atlântica e Bioma Pampa. Nas cartas de vegetação 1:250.000, produzidas pelo PROBIO, a unidade de mapeamento pode ser composta por até três legendas que representam os tipos de vegetação ou cobertura do terreno. Para o cálculo da área de cada tipologia foi utilizada uma proporcionalidade em relação à área do polígono que representa cada unidade mapeada, de forma que o polígono com um elemento corresponde a 100% da área do polígono; com dois elementos o primeiro corresponde a 60% e o segundo a 40% da área total do polígono; com três elementos o primeiro corresponde a 50%, o segundo 40% e o terceiro corresponde a 10% da área do polígono. Desta forma, partindo-se das planilhas originais de cálculo obtidas no SIG de cada bioma, foram obtidas as áreas das tipologias por bioma, obtendo-se a situação de cobertura para o ano 2002 (Tabela 1). Tabela 1 Áreas de cobertura florestal nos biomas brasileiros no ano de 2002, em km². Tipologia de Vegetação Amazônia Mata Atlântica Cerrado Caatinga Pantanal Pampa Floresta Densa (Da+Db+Dl+Ds+Dm) 1.545.790,97 97.374,91 575,42 0,8 30,3 Floresta Aberta (Aa+Ab+Am+As) 1.043.126,65 1.629,09 7.794,60 2.599,00 Floresta Mista (Ma+Ml+Mm+Ms) 40.144,61 Floresta Semi-decidual (Fa+Fb+Fl+Fm+Fs) 24.920,56 55.971,13 121.391,65 8.027,01 6.226,16 2.032,19 Floresta Decidual (Ca+Cb+Cm+Cs) 2.976,62 21.332,05 24.409,75 17.231,77 1.439,64 15.014,59 Campinarana (La+Ld) 84.890,77 Savana Florestada e Arorizada (Cerradão e Cerrado) (Sa+Sd) 45.631,51 2.949,71 530.768,41 6.365,85 58.638,49 Savana Estépica Florestada e Arborizada (Caatinga Densa) (Ta+Td) 2.796,12 7.591,90 13.950,88 340.583,20 636,8 2.774,19 Estepe Aborizada (Ea) 232,77 10.725,47 Restinga e Mangue (Pf+Pm) 14.126,80 7.011,59 4.228,02 2.284,90 1.586,29 Vegetação remanescente em contatos (TN, TP, EM, EN, LO, NM, NP, OM, ON, OP, SE, SM, SN, SO, SP, ST, STN) 652.899,37 12.162,76 104.234,99 25.820,53 Vegetação secundária em área florestal 232.797,26 54.539,65 72.730,05 11.014,13 108,87 891,84 Plantação Florestal 1.629,32 27.398,85 30.467,53 3.710,70 Total 3.651.585,95 328.339,02 806.316,31 492.341,65 92.870,49 36.765,57 Fonte: Serviço Florestal Brasileiro, com base nos dados de mapeamento do PROBIO (MMA,2007). A periodicidade de 5 anos para a produção do indicador de cobertura florestal é definido pela necessidade de gerar informações para o Forest Resources Assessment - FRA, relatório produzido pelo Serviço Florestal Brasileiro para a FAO. A série histórica disponível até o presente compreende os anos 1990, 1995, 2000, 2005 e projeção para 2010. As estimativas da cobertura florestal para 1990, 1995, 2000 e 2005, e as projeções para 2010 foram realizadas utilizando-se informações sobre as áreas desmatadas ou as taxas de desmatamentos disponíveis para cada bioma. Todos os cálculos e estimativas realizadas são baseados nas áreas de abrangência dos biomas segundo o mapa dos biomas do Brasil (IBGE, 2004), conforme descrito a seguir. Bioma Amazônia: para calcular a área de floresta no bioma Amazônia utilizou-se as estimativas de desflorestamento do INPE/PRODES no período de 1988-2009 (www.inpe.gov.br), que utiliza imagens do satélite Landsat para mapear uma área mínima de 6,25 ha e estimar a extensão do

desmatamento bruto na Amazônia Legal, tendo como referência para o cálculo a data de 1º de agosto (Câmara et al., 2006). Considerando que o PRODES fornece estimativas de desflorestamento para os Estados da Amazônia Legal, incluindo parte do bioma Cerrado, e para toda cobertura vegetal (floresta e não floresta) foi necessário fazer uma correção. Assim, nos estados da Amazônia Legal em que ocorre o bioma Cerrado utilizou-se os dados do PRODES apenas para a porção que compreende o bioma Amazônia, Mato Grosso (54%), Maranhão (34%) e Tocantins (9%). Bioma Cerrado: para calcular a área de floresta no bioma Cerrado utilizaram-se as estimativas de percentual da área total desmatada até 2002 que foi de 43,67% e até 2008 que foi de 47,84%. Isso representa uma taxa média de 14.156 km 2 de perda de área de floresta por ano para o período Bioma Pantanal: para calcular a área de floresta no bioma Pantanal utilizaram-se as estimativas de percentual da área total desmatada até 2002 que foi de 12,35% e até 2008 que foi de 15,18%. Isso representa uma taxa média de 709,2 km 2 de perda de área de floresta por ano para o período Bioma Caatinga: para calcular a área de floresta no bioma Caatinga utilizaram-se as estimativas de percentual da área total desmatada até 2002 que foi de 43,38% e até 2008 que foi de 45,39%. Isso representa uma taxa média de 2.829 km 2 de perda de área de floresta por ano para o período Bioma Mata Atlântica: para calcular a área de floresta no bioma Mata Atlântica utilizaram-se as estimativas de desflorestamento obtidas para o período de 2002 a 2008 através do Projeto de Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélites - PMDBBS do CSR/Ibama. Considerou-se o percentual da área total desmatada até 2002 que foi de 75,62% e até 2008 que foi de 75,88%. Isso representa uma taxa média de 537 km 2 de perda de área de floresta por ano para o período Bioma Pampa: para o cálculo da extensão de florestas no bioma Pampa nos anos de 1990, 2000, 2005 e 2010 foram empregadas taxas de desmatamento anual calculadas considerando-se os valores de área do relatório PROBIO (2007) para o ano de 2002. A taxa de desmatamento anual utilizada para o Pampa foi de 0,40 %.

2,0 1,8 1,6 1,4 1,2 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Porcentagem Brasil Amazônia Caatinga Cerrado Mata Atlântica Pampa Pantanal Figura 1 Taxas médias % de desmatamento por bioma e por ano. Os resultados da produção dos indicadores de cobertura florestal para os anos anteriormente especificados podem ser observados nas Tabelas 2 e 3. Tabela 2 Área de cobertura florestal nos biomas brasileiros, em km². Ano Amazônia Caatinga Cerrado Mata Atlântica Pampa Pantanal 1990 3.934.718 535.464 1.515.428 389.865 75.749 142.850 1995 3.867.925 521.073 1.402.010 384.201 74.252 137.854 2000 3.800.813 506.681 1.288.591 379.280 72.785 132.857 2005 3.710.764 492.290 1.175.173 376.469 71.343 127.861 2010 3.665.284 477.899 1.061.755 374.139 69.928 122.865 Tabela 3 Área de cobertura florestal nos biomas brasileiros, em porcentagem. Ano Amazônia Caatinga Cerrado Mata Atlântica Pampa Pantanal 1990 90,8 62,3 46,4 27,9 19,6 67,4 1995 89,3 60,6 43,0 27,5 19,3 65,1 2000 87,7 59,0 39,5 27,2 18,9 62,7 2005 85,6 57,3 36,0 27,0 18,5 60,4 2010 84,6 55,6 32,5 26,8 18,1 58,0 A cobertura florestal do Brasil tem sido reduzida ao longo do tempo. Nos últimos 20 anos (1990 a 2010), aproximadamente 822 mil quilômetros quadrados de florestas foram convertidas em outros usos, principalmente pecuária e cultivo de grãos como soja e milho. Isso significou uma perda anual de aproximadamente 41 mil quilômetros quadrados.

Entre as áreas nativas, o Cerrado perdeu áreas extensas (29% da área original) entre 1990 e 2010 em função da expansão do cultivo de grãos e da pecuária. A situação também é crítica no Pantanal onde foram desmatados 14% de sua cobertura original no mesmo período. Esse processo de redução da cobertura florestal chegou a níveis críticos, principalmente em razão da especulação imobiliária e do crescimento desordenado de grandes centros urbanos nos últimos anos. A Amazônia acumulou uma perda de, aproximadamente, 15% de sua floresta original desde o início do desmatamento na década de 1970 até julho de 2010. O aprimoramento da produção do indicador de cobertura florestal se dará com a implementação do Inventário Florestal Nacional. O Inventário Florestal Nacional é um esforço multi-institucional coordenado pelo Serviço Florestal Brasileiro que visa prover o Brasil com informações sobre todas as florestas do País. Uma rede de mais de 8000 parcelas amostrais distribuídas por todo território nacional serão detalhadamente medidas em períodos de 5 anos, e juntamente com análise espacial e de paisagem permitirá conhecer a composição das nossas florestas, o volume de carbono, as variações de cobertura florestal além de importantes informações sobre a biodiversidade, solos, e crescimento da floresta. Metadado do indicador Para maiores esclarecimentos sobre construção deste indicador, veja Folha Metodológica. Fontes BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Mapas de cobertura vegetal dos biomas brasileiros [2007]. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/portalbio> INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Mapa da Vegetação do Brasil. Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_impressao.php?id_noticia=169> INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE). Projeto PRODES: monitoramento da floresta amazônica brasileira por satélite. 2010a. Disponível em: <http://www.obt.inpe.br/prodes/>. INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS (IBAMA). Centro de Sensoriamento Remoto. Monitoramento do desmatamento nos biomas brasileiros por satélite: PMDBBS - Projeto de Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélites. Disponível em: < http://siscom.ibama.gov.br/monitorabiomas/>