AÇÃO RESCISÓRIA Rescisória não é recurso, é uma ação. Prazo: de 2 anos do trânsito em julgado da decisão (art. 495 do CPC) Não esquecer de mencionar o depósito de 5% sobre o valor causa. Nas hipóteses previstas nos incisos I a IV do art. 485: pedir a rescisão. Para as hipóteses dos incisos V a IX do art. 485: pedir a rescisão mais novo julgamento. Requesitos: Art. 282 do CPC combinado com o artigo 488 do CPC. Partes: Autor e Réu Legitimidade para propor a ação: 487 e incisos. Hipóteses de cabimento: sentença (ou acórdão) com trânsito em julgado, em que haja a ocorrência de uma das hipóteses previstas nos incisos I a IX do ar. 485 do CPC. Fatos: narrativa do todo o ocorrido, apontando, principalmente, a causa da propositura da ação.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. (10 linhas) ANDRÉ, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da RG nº..., inscrito no CPF/MF sob nº..., residente e domiciliado..., em Campinas, neste Estado, vem, mui respeitosamente, por seu advogado infra-assinado, que recebe intimação em seu escritório, com endereço profissional sito a rua..., com fundamento no artigo 485 e seguintes do Código de Processo Civil, propor a presente AÇÃO RESCISÓRIA da decisão definitiva que transitou em julgado, na Ação reivindicatória que tramitou perante a 5ª Vara Cível da Comarca de Campinas São Paulo, sob o número..., proposta por CLÉBER WINKLER, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da RG nº..., inscrito no CPF/MF sob nº..., residente e domiciliado..., em Campinas, figurando como Réu o ora Autor. I DA TEMPESTIVIDADE E DA LEGITIMIDADE O trânsito em julgado da sentença rescindenda se deu em 25 de março de 2004. Com efeito, a teor do artigo 495 do CPC, propõe o Autor, tempestivamente, a presente demanda, por ser proposta antes do vencimento dos dois anos. O ora Autor, tendo figurado como réu na ação reivindicatória, cuja sentença se pretende rescindir, tem legitimidade para a propositura da presente ação, conforme disposto artigo 487, I, CPC. II DOS FATOS O Autor, proprietário de uma gleba de terras, denominado Sitio dos Quintos situado na cidade de Campinas, foi demando, em ação reivindicatória, por Cleber, ora Réu, que se julgava o verdadeiro proprietário daquele imóvel. Para provar as suas alegações, juntou contrato de compra e venda do terreno, bem como certidão de registro do referido documento expedido pelo cartório de registro de imóveis competente. A ação foi distribuída à 5ª vara Cível, e, em sua contestação, o causídico que representava o autor desta demanda, deixou de apresentar documentos que demonstrassem a pretensão do autor naquele processo...(relatar os fatos) III DO DIREITO
A pretensão do Autor em ver rescindida a sentença de primeiro grau, que julgou procedente a ação proposta por Cléber Winkler, é agasalhada pelo ordenamento jurídico, tendo em vista os fatos narrados. Como já acima narrado, o juiz da causa era tio do autor, e, portanto, era impedido de atuar naquele feito. O artigo 134, V do CPC, dispõe: (...) cite o artigo Portanto, caberia ao magistrado, com a distribuição do feito para 5ª vara cível de Campinas, de sua competência, declarar-se de plano, impedido para atuar naquele feito, tendo em vista o grau de parentesco com Cléber Winkler. Ora, a teor do inciso II do art. 485, do CPC, cabível a presente demanda para que seja rescindida a decisão de primeira instância, bem como os autos sejam remetidos para a Comarca de origem para nova distribuição. Não obstante...(fundamente) - juiz impedido - o autor jamais firmou contrato com o réu - falsidade dos documentos - laudo pericial que confirma a falsidade - o art 485 do CPC fundamento legal Não vê o autor, por isso, motivos para que a decisão de primeira instancia não seja rescindida, tendo em vista os fatos narrados bem como a fundamentação jurídica capaz de deferir a pretensão. IV DO PEDIDO Diante do exposto requer: A que essa Egrégia Presidência digne-se a ordenar a distribuição do feito para uma das colendas Câmaras que compõem esse Tribunal para que sorteado seja o relator que deverá julgar a presente ação; B Expedido mandado de citação do réu, por oficial de justiça, nos termos do artigo 491, do CPC, com os benefícios do art. 172, 2º do CPC, para, querendo, responder a presente demanda, sob pena de serem tidos como verdadeiros os fatos alegados; C que o presente pedido seja julgado totalmente procedente, a fim de que seja rescindida a sentença de mérito proferida pelo MM Juiz da 5ª Vara Cível da Comarca de Campinas, impedido de atuar no feito, ordenando-se, por conseguinte, a redistribuição dos autos a uma
das varas daquela comarca, ou, subsidiariamente, caso seja acolhido a tese de prova falsa, seja rescindida a sentença, proferindo este Egrégio Tribunal, desde logo, novo julgamento; D a juntada de guias de depósito recolhido, no valor correspondente a 5% do valor da causa, em cumprimento ao teor do art. 488, II, do CPC. Protesto provar o alegado por todos os meios em direito admitidos. Termos em que, Pede deferimento. Dá-se a causa o valor de R$10.000,00 (dez mil reais) Local e data Advogado OAB... AÇÃO RESCISÓRIA A ação rescisória, prevista nos arts. 485 a 495, CPC, é a ação autônoma de impugnação, e não um recurso, por meio da qual se pede a desconstituição da sentença trânsitada em julgado, com eventual rejulgamento, a seguir, da matéria nela julgada. Sua admissibilidade diz respeito apenas às decisões passíveis de rescisão, que são as sentenças de mérito (art. 485, CPC) nas quais se vislumbra uma das cinco hipóteses do art. 269, CPC, sendo estas as sentenças sobre as quais se formará a coisa julgada material. Aqui também cabe incluir a decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça, que acolhe ou rejeita o pedido de homologação de sentença estrangeira. Tais sentenças não significam sentenças inexistentes, que são aquelas, por exemplo, que não possuem dispositivo, que sejam proferidas em processo em que falte pressuposto de
existência ou instaurado perante órgão não investido de jurisdição e que devem ser declaradas por qualquer juiz, sempre que alguém invoque, sem ser necessário outra providência para desconstituí-las ou, até mesmo, sentenças nulas, como são as sentenças que julgam extra petita. Contudo, cabe destacar que a nulidade, após o trânsito em julgado, converte-se em rescindibilidade. Ressalte-se que atinente ao mérito precisa ser a decisão rescindenda, mas não necessariamente o vício que se imputa, isto é, o mérito diz respeito ao objeto (a sentença a ser rescindida), mas não ao fundamento do pedido de rescisão. A sentença portadora de um dos vícios do art. 485 não deixa de se revestir da autoridade da coisa julgada, uma vez que esta tem efeito de sanar todas as invalidades extrínsecas ao processo (inclusive nulidades absolutas, relativas e anulabilidade), enquanto não for rescindida, produzindo efeitos como se nenhum vício contivesse. Tanto que a sentença é exequível e, decorrido o prazo de dois anos do art. 485, ela faz coisa soberanamente julgada, prevalecendo em caráter definitivo. O único vício que subsiste ao período de dois anos após o trânsito em julgado consiste no caso de o processo haver transcorrido sem citação inicial ou com citação nula. No julgamento da ação rescisória, estão presentes duas fases, o juízo rescindente (iudicium rescidens), quando se julga a pretensão da rescisão da decisão atacada, e o juízo rescisório (iudicium rescissorium), quando, após ser procedente a primeira fase, passa-se à análise do que foi objeto de apreciação pela sentença rescindenda. Ressalte-se que essas duas fases podem ou não estar presentes, dependendo do fundamento do pedido de rescisão da sentença, como ainda será analisado. Já no caso de reiteração de ação rescisória, a segunda ação tem que se referir à decisão sobre a primeira, e não sobre a anterior. Sentenças de mérito e cabimento da ação rescisória
As sentenças de mérito podem surgir nos processos cognitivos incidentes ou na execução. Nesta última hipótese, cabe destacar que não há, em princípio, mérito a ser julgado, embora se encerre por sentença. Todavia, pode se reconhecer na execução a ocorrência da prescrição e essa sentença extinguirá o processo nos termos do art. 269, CPC. A nomenclatura decisão interlocutória por si só não impede que seja ajuizada a ação rescisória. Para se ter certeza sobre o cabimento da ação rescisória, é preciso atentar para o conteúdo da decisão, que é mais importante que o seu título. Quanto ao processo cautelar, a sentença de mérito não se confunde com o processo principal. Nele, o juiz profere sentença de mérito toda vez que defere ou indefere a providência cautelar pleiteada. Contudo, é pacífico que não é cabível ação rescisória em face de sentença proferida em processo cautelar, porque não forma coisa julgada material, ressalvados apenas os casos de prescrição e decadência, previstos no art. 810, CPC. As sentenças proferidas em jurisdição voluntária, por opção legislativa, também não formam coisa julgada material e, por isso, são insuscetíveis de ser atacadas através da ação rescisória. A expressão sentença utilizada pelo art. 485 possui sentido amplo, abrangendo não só sentença como também acórdãos, ou seja, não só as decisões proferidas pelos juízes em primeira instância como também as decisões dos Tribunais e se caracteriza pela sua imutabilidade. Contudo, acórdãos ou sentenças rescindíveis são aqueles que julgarem o mérito da causa, em competência originária ou em duplo grau de jurisdição, desde que tenham conhecido do recurso, não importando que tenham confirmado ou reformado a decisão anterior, substituindo-a. Já o acórdão que julga recurso contra decisão interlocutória não é passível de rescisão. No que tange aos Juizados Especiais, há exceção expressa à regra do art. 485, caput, CPC, prevista no art. 59 da Lei n. 9.099/95. Para as causas sujeitas a tal procedimento, julgadas por um juiz monocrático ou pela turma recursal, não se admite ação rescisória. Nesse caso, a solução é se ingressar com ação anulatória ou até com mandado de segurança, sendo esta última hipótese excepcional, já que é discutível o cabimento de mandado de segurança em face de decisão transitada em julgado.
Também não é cabível ação rescisória em face de decisão do Supremo Tribunal Federal, que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de lei em ação direta (art. 26 da Lei n. 9.868) e que julga procedente ou improcedente o pedido em arguição de descumprimento de preceito fundamental (art. 12 da Lei n. 9.882).