LICENÇA URBANÍSTICA LICENÇA AMBIENTAL. Diana Miranda 27 de Janeiro de 2012

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Transcrição:

LICENÇA AMBIENTAL Diana Miranda 27 de Janeiro de 2012

Acto administrativo; Forma de controlo preventivo das operações urbanísticas (artigo 4.º RJUE); Operações urbanísticas sujeitas a licenciamento vide artigo 4.º, n.º 2, RJUE.

LICENÇA AMBIENTAL Princípio de proibição sob reserva de permissão; Acto administrativo; Forma de controlo preventivo das actividades económicas potencialmente poluidoras; Decisão escrita que visa garantir a prevenção e o controlo integrados da poluição proveniente das instalações abrangidas pelo Decreto-Lei n.º 173/2008, de 26 de Agosto, estabelecendo as medidas destinadas a evitar, ou se tal não for possível, a reduzir as emissões para o ar, a água e o solo, a produção de resíduos e a poluição sonora, constituindo condição necessária da exploração dessas instalações;

LICENÇA AMBIENTAL Directiva n. º 96/61/CE, do Conselho, de 24 de Setembro, relativa à Prevenção e Controlo Integrados da Poluição (PCIP), revogada pela Directiva n.º 2008/1/CE de 15 de Janeiro; O funcionamento das instalações onde se desenvolvem actividades potencialmente poluidoras depende da prévia obtenção de licença ambiental; Actividades sujeitas a licenciamento ambiental vide Anexo I ao Decreto-Lei n.º 173/2008, de 26 de Agosto (Diploma relativo à Prevenção e Controlo Integrados da Poluição PCIP).

Em especial, a nulidade da licença urbanística e os (eventuais) efeitos materiais de actos nulos de gestão urbanística Vide (1) Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo, de 13.07.2011, proferido no âmbito do Processo n.º 0545/11; (2) Sentença proferida pelo Tribunal Administrativo de Círculo do Porto, de 14.12.2000, no âmbito do Processo n.º 678/95.

Regime geral da nulidade dos actos administrativos artigo 134.º CPA VS Nulidade de acto de gestão urbanística, em particular a nulidade da licença urbanística artigo 68.º RJUE QUID JURIS?

Causas de nulidade do acto de licenciamento de operação urbanística: a) Nulidade decorrente do facto de se ter permitido a realização de uma operação num solo que não tem vocação urbanística; b) Nulidade decorrente de violação de normas constantes dos planos; c) Nulidade decorrente de violação de normas de natureza formal ou procedimental.

Regime geral da nulidade dos actos administrativos Acto nulo não produz efeitos Operações urbanísticas consolidadas? Princípio da boa fé e da protecção da confiança?

Demolição da operação urbanística ultima ratio A demolição de operações urbanísticas efectuadas ao abrigo de actos administrativos nulos não pode deixar de ser uma ultima ratio; isto é, a demolição só deverá ser determinada quando não for possível manter a operação urbanística. Fernanda Paula Oliveira, Pedro Costa Gonçalves, O Regime da Nulidade dos Actos Administrativos de Gestão Urbanística que investem o Particular no Podes de realizar Operações Urbanísticas, Revista do CEDOUA, n.º 1, 1999

Acto de licenciamento urbanístico nulo Possibilidade de atribuição de efeitos jurídicos a situações de factos geradas por um acto nulo Não acto administrativo

Como tratar os efeitos materiais de actos nulos de gestão urbanística? Legalização da operação urbanística; 1. Não alteração da situação de facto ou de direito; 2. Alteração da situação de facto ou de direito;

Jurisdicização enquanto aplicação do regime constante do artigo 134.º, n.º 3, CPA Case Study: Shopping do Bom Sucesso Carácter excepcional: Interesses preponderantes em jogo; Número significativo de operações urbanísticas em causa.

Nulidade do acto de gestão urbanística: modelação do regime da nulidade A solução preconizada pelo artigo 69.º, n.º 4, RJUE: Consagração de um regime de nulidade mista; Não resolução de muitas situações que reclamavam a modelação do regime da nulidade dos actos de gestão urbanística.

A modelação do regime geral da nulidade previsto no CPA à luz do regime previsto no RJUE Influência do regime de nulidade mista previsto no artigo 69.º, n.º 4, RJUE

Muito Obrigada. diana.miranda@plmj.pt