Teoria e Exercícios Parte 03



Documentos relacionados
AGENTE E ESCRIVÃO DA POLICIA FEDERAL Disciplina: Contabilidade. Aula: 04 Prof.: Adelino Corrêa DATA: 26/10/ Operações com mercadoria

2.2 Resultado com mercadorias 2.3 Impostos que afetam as mercadorias 2.4 Critérios de avaliação do estoque

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Vamos à prova: Analista Administrativo ANEEL 2006 ESAF

DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO

Cada prova possuirá 20 (vinte) questões objetivas e 1 (uma) questão discursiva. A prova terá duração de 2 (duas) horas, com início às 9h.

CADERNO DE QUESTÕES PROCESSO SELETIVO TRANSFERÊNCIA VOLUNTÁRIA (TRV) 2ª ETAPA EDITAL 02/2015-COPESE DATA: 08/02/2015. HORÁRIO: das 09 às 12 horas

QUESTÕES POTENCIAIS DE PROVA TROPA DE ELITE CURSO AEP PROF. ALEXANDRE AMÉRICO

CONTABILIDADE GERAL. Adquira esta e outras aulas em CONCURSO PÚBLICO PARA TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL

CONTABILIDADE BÁSICA Aula: Operações com Mercadorias

Prof. Walter Dominas

Obrigações. Fornecedores Salários a pagar Impostos a recolher Patrimônio Líquido. Capital Social Reservas 30.

CAPÍTULO 5 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS - DLPA LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS

Naquele artigo, de maneira elucidativa, como de costume, o Vale ministrou que:

Contabilidade Geral e Avançada Correção da Prova AFRFB 2009 Gabarito 1 Parte 1 Prof. Moraes Junior CONTABILIDADE GERAL E AVANÇADA

13. Operações com mercadoria

CONTABILIZAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES NÃO-CUMULATIVAS AO PIS E COFINS

6/8/2012. Contabilidade Intermediária. Aula 1 Apuração do Resultado do Exercício. Objetivos. Objetivos. Profa. Ma. Simone Maria Menezes Dias

Princípios Fundamentais Contabilidade

Professor conteudista: Hildebrando Oliveira

TÓPICO ESPECIAL DE CONTABILIDADE: IR DIFERIDO


10. Balanço Patrimonial Plano de Contas

Unidade II CONTABILIDADE. Prof. Jean Cavaleiro

Contabilidade Básica PRINCÍPIOS CONTÁBEIS E OPERAÇÕES COM MERCADORIAS. Prof. Me. Antonio Luiz Santos

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Lista de Exercícios ENADE

APOSTILA DE INTEGRAÇÃO CONTROLLER

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE JUNDIAÍ

Boletim. Contabilidade Internacional. Manual de Procedimentos

AULA 9 - OPERAÇÕES COM MERCADORIAS

ASPECTOS GERAIS NA ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DAS EMPRESAS

Inepar Telecomunicações S.A. Demonstrações Contábeis em 31 de dezembro de 2008 e 2007

Contabilidade Empresarial e Comercial ETEC GUARACY. Prof. Procópio 2º CONTAB Aula - 8

Contas. Osni Moura Ribeiro ; Contabilidade Fundamental 1, Editora Saraiva- ISBN

1. INVENTÁRIOS 1.2 INVENTÁRIO PERIÓDICO. AGENTE E ESCRIVÃO DA POLICIA FEDERAL Disciplina: Contabilidade Prof.: Adelino Corrêa. 1..

Curso: Ciências Contábeis. Disciplina: ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Entrega dia 30 de Novembro

CONTABILIZAÇÃO DE OPERAÇÕES FINANCEIRAS

IBRACON NPC nº 25 - CONTABILIZAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONSTRIBUIÇÃO SOCIAL

Professor Gabriel Rabelo Contabilidade 15 QUESTÕES SOBRE ESTOQUES PARTE DO E-BOOK CONTABILIDADE FACILITADA PARA A ÁREA FISCAL PROVAS COMENTADAS

Contabilidade Comercial

1. Fluxo de documentação

GLOSSÁRIO DE TERMOS CONTÁBEIS

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Retenção na fonte sobre adiantamento pago por PJ a outra Pessoa Jurídica

Vamos, então, à nossa aula de hoje! Demonstração de Fluxo de Caixa (2.ª parte) Método Indireto

Comentários da prova SEFAZ-PI Disciplina: Contabilidade Geral Professor: Feliphe Araújo

Questões de Concursos Tudo para você conquistar o seu cargo público ]

Unidade III CONTABILIDADE COMERCIAL. Profa. Divane Silva

GESTÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA I

Questão 01 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA

Resolução. ALTERNATIVA: c. Comentário

ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL - REGRAS APLICÁVEIS PARA MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE

CURSOS ON-LINE CONTABILIDADE EM EXERCÍCIOS ESAF PROFESSOR ANTONIO CÉSAR

Resolução da Prova de Contabilidade de Custos Professor Luciano Moura

ATIVO IMOBILIZADO

Parecer Consultoria Tributária de Segmentos ICMS na Base de Cálculo do PIS e da COFINS nos Registros F500 e 1900 da EFD Contribuições

Unidade II ESTRUTURA DAS. Prof. Me. Alexandre Saramelli

ÁREA DE CONHECIMENTOS CONTÁBEIS

CURSOS ON-LINE CONTABILIDADE GERAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR ANTONIO CÉSAR AULA 11: EXERCÍCIOS (CONTINUAÇÃO)

IFRS TESTE DE RECUPERABILIDADE CPC 01 / IAS 36

Fonte: Conceituação das variáveis (Dados a partir de Empresa):

2. IOF na determinação do custo do bem importado.

Empresa de Transmissão do Alto Uruguai S.A. Demonstrativo das mutações do ativo imobilizado em 31 de dezembro de 2011

RESOLUÇÃO CFC N.º 1.409/12. Aprova a ITG 2002 Entidade sem Finalidade de Lucros.

EXEMPLO COMPLETO DO CÁLCULO DO FLUXO DE CAIXA COM BASE EM DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS

31/03/2015. Aspectos contábeis aplicados ao Terceiro Setor: Escrituração e plano de contas

Palestra. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e Demonstração do Valor Adicionado (DVA) - Novas Normas Contábeis. Março 2012.

BONIFICAÇÃO EM MERCADORIAS - EMBALAGENS E CONJUNTOS PROMOCIONAIS

De acordo com a NBC TG16(R1), estoques, seu item número 9 define como os estoques devem ser mensurados, assim transcrito abaixo:

ANO XXVI ª SEMANA DE NOVEMBRO DE 2015 BOLETIM INFORMARE Nº 46/2015

Contabilidade Geral - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Aula 10 Demonstração do Fluxo de Caixa. Conteúdo

ANÁLISE E APLICAÇÃO DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ APLICADOS AS EMPRESAS EM GERAL COM BASE EM SEUS EMONSTRATIVOS CONTÁBEIS

PARECER DE ORIENTAÇÃO CVM Nº 17, DE 15 DE FEVEREIRO DE 1989.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 07. Subvenção e Assistência Governamentais

Unidade I CONTABILIDADE EMPRESARIAL. Prof. Amaury Aranha

PROVOU 2011 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:


Instituto Odeon - Filial Demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2012 e relatório de revisão dos auditores independentes

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS ORIENTAÇÃO OCPC 01 (R1) Entidades de Incorporação Imobiliária

Especial Imposto de Renda 2015

CONTABILIDADE GERAL I

Importação por Conta e Ordem e Importação por Encomenda (LUCIANO - 15/05/2006)

Eólica Faísa V Geração e Comercialização de Energia Elétrica S.A.

SPED Contribuições Pis, Cofins e INSS

Plano de Contas Referencial da Secretaria da Receita Federal 1 de 32

CAPÍTULO 2 - MATERIAIS QUESTÕES TEÓRICAS

Básico Fiscal. Contabilidade Avançada. Módulo Exercícios de Apoio. Prof. Cláudio Cardoso

LAUDO DE AVALIAÇÃO DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO A MERCADO

ABERTURA DAS CONTAS DA PLANILHA DE RECLASSIFICAÇÃO DIGITAR TODOS OS VALORES POSITIVOS.

REGIMES CONTÁBEIS RECEITAS E DESPESAS

Elementos Operacionais e Não Operacionais nas Demonstrações Contábeis

LEI Nº , DE 13 DE MAIO DE LEI DE CONVERSÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 627, DE 11 DE NOVEMBRO DE ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Termos e Condições Gerais de Vendas

Contabilidade Geral - Teoria e Exercícios Curso Regular Prof. Moraes Junior Aula 5

Deliberação CVM nº 561 (DOU de 22/12/08)

6 Item revogado com a edição da Circular nº 3.717, de 11 de setembro de 2014.

DICAS DE ECONOMIA TRIBUTÁRIA - PJ Por Júlio César Zanluca Verifique se as dicas se aplicam ou não a sua empresa, pois pode haver restrições quanto a

CONTABILIDADE DE CUSTOS. Avaliação de Estoques

Intercâmbio Nova Sistemática de Contabilização

Transcrição:

PF Turmas Todas Teoria e Exercícios Parte 03 Prof. Anderson Data de impressão: 08/04/11 ELABORAÇÃO E PRODUÇÃO: UMA PARCERIA Visite o Portal dos Concursos Públicos WWW.CURSOAPROVACAO.COM.BR/CURITIBA MATERIAL DIDÁTICO EXCLUSIVO PARA ALUNOS DO CURSO APROVAÇÃO

OPERAÇÕES COM MERCADORIAS E ESTOQUES Há uma frase, em particular do autor, que cita o seguinte: Um ser humano não vive sem o coração e sem seus pulmões. O coração de uma empresa é o dinheiro e seus pulmões, os estoques. IUDÍCIBUS, MARTINS E GELBKE (2003, p. 115) tratam o assunto, principalmente relacionado à estoques, como bens intimamente ligados às principais áreas de operação das Cia s e envolvem problemas de administração, controle, contabilização e, principalmente, avaliação. No caso de Cia s industriais e comerciais, os estoques representam um dos ativos mais importantes do capital circulante e da posição financeira, de forma que sua correta determinação no início e no fim do exercício é essencial para uma apuração adequada do lucro líquido do exercício. Os estoques nada mais são que bens tangíveis adquiridos ou produzidos pela empresa com objetivo de venda ou utilização própria no curso normal de suas atividades. Normalmente os estoques são representados por: a) Itens que existem fisicamente em estoques, excluindo-se os que estão fisicamente na empresa, mas que são de propriedade de terceiros, seja por terem sido recebidos em consignação, seja para beneficiamento ou armazenagem por qualquer outro motivo; b) Itens adquiridos pela empresa, mas que estão em trânsito, a caminho da entidade, na data do balanço, quando sob condições de compra FOB, ponto de embarque (fábrica ou depósito do vendedor); c) Itens da empresa que foram remetidos para terceiros em consignação, normalmente em poder de prováveis fregueses ou outros consignatários, para aprovação e possível venda posterior, mas cujos direitos de propriedade permanecem com a sociedade; d) Itens de propriedade da empresa que estão em poder de terceiros para armazenagem, beneficiamento, embarque, etc. Conceitos Básicos Compra: Ato pelo qual uma empresa comercial adquire a propriedade sobre as mercadorias para revenda ou materiais para produção. Venda: Ato pelo qual a empresa vende ou revende suas mercadorias, produtos ou serviços, havendo a transferência de propriedade do fornecedor ao cliente. Devolução: Ato em que as mercadorias compradas retornam do cliente ao fornecedor, por não estarem de acordo com o pedido de compra. Deverá existir, na devolução, uma nota fiscal a fim de acompanhá-la, com a devida tributação gerada na compra, caso o comprador seja contribuinte do tributo (ICMS). Abatimento: Se o cliente estiver insatisfeito com a mercadoria adquirida, por culpa do fornecedor, e não julgar necessário devolvê-la pode o mesmo solicitar ao fornecedor um acordo e exigir um abatimento, evitando assim a devolução. Fatos como deterioração parcial, perda da qualidade, divergências técnicas, atrasos na entrega podem gerar abatimentos. Este ato não terá Nota Fiscal por ocorrer posteriormente à venda, sendo assim, não haverá tributação sobre o abatimento, visto que a mercadoria não circula. Desconto Incondicional (comercial): É aquele dado incondicionalmente pelo fornecedor ao cliente, visto que não depende das condições de pagamento, e sim em função de outros fatores, tais como a qualidade adquirida, interesse promocional ou cliente preferencial. Este é concedido no ato da venda e aparece na nota fiscal. Assim, não haverá a incidência de ICMS sobre a parcela do desconto. Como exemplo, se a Empresa CLS vender para a empresa XYZ mercadorias no valor de R$ 500 com desconto incondicional de 10%, o total da nota será de R$ 450 (500 50). Para o Fornecedor (CLS) houve um Desconto Incondicional Concedido (Dedução da Receita Bruta) de R$ 50. Para o cliente (XYZ) houve um Desconto Incondicional Obtido de R$ 50. Existe também o Desconto Condicional (Despesa ou Receita Financeira) que ocorre em função de uma condição para o pagamento da duplicata, geralmente na antecipação do pagamento. Transferência: É a movimentação de mercadorias entre estabelecimentos componentes da mesma empresa (geralmente matriz e filial). Como há circulação de mercadorias, há também a incidência do ICMS. Consignação: É a remessa de mercadorias de propriedade da empresa para terceiros, os quais, de posse das mesmas, se encarregarão da sua venda, ganhando estes comissão. Para a proprietária das mercadorias, esta comissão será uma despesa operacional (comercial ou de vendas) por nome de Comissões Passivas. Para a empresa que tem a posse, tal comissão será uma receita (outras receitas operacionais) por nome de Comissões Ativas. Nota fiscal: Sempre que houver circulação de mercadorias, a qualquer título (venda, devoluções, remessa, consignação, transferências etc.) e, para as prestadoras de serviços, deve ser emitida nota fiscal. Para empresas varejistas comerciais, pode, em substituição da nota fiscal, ser emitido o Cupom Fiscal, através de equipamentos emissores deste documento. Duplicata: É um título de crédito comercial, usado em vendas a prazo. Recebe este nome, por possuir os mesmos dados principais da fatura (número de notas fiscais, valores de vendas, vencimentos). Quem emite a duplicata é o credor (vendedor ou fornecedor) e quem aceita é o devedor (comprador ou cliente). Aceite de Duplicata: É o ato pelo qual o cliente assina a duplicata, reconhecendo assim, a autenticidade da dívida. Caso o cliente não concorde com a duplicata, não dará o aceite. Fatura: Não é um título de crédito, mas é um documento comercial que comprova a venda a prazo efetuada ao mesmo cliente, o qual pode englobar uma ou mais notas fiscais. A FATURA deve ser emitida pelas empresas que realizam venda de mercadorias a prazo não inferior a 30 dias. Sua principal finalidade é informar ao cliente a relação de notas fiscais, para que o mesmo confira suas compras a prazo, e as datas em que o mesmo deverá efetuar o pagamento parcelado ou em quota única. Nota Fiscal Fatura: Pode ser usada quando se deseja evitar o trabalho do faturamento após a emissão das notas fiscais. Tal documento é, ao mesmo tempo, uma nota fiscal e uma fatura. Critério de avaliação O inciso II do Art. 183 da Lei 6.404/76 trata do critério básico de avaliação dos estoques, como segue: Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 1

Os direitos que tiverem por objetos mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, serão avaliados pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo a valor de mercado, quando este for inferior. Cabe lembrar que esta provisão (para ajuste a valor de mercado), a partir de 01/01/1996 tornou-se indedutível conforme o Art. 13 da Lei 9.249/95, inciso I. Apuração do Custo de Aquisição Segundo IUDÍCIBUS, MARTINS E GELBKE (2003, p. 119), a apuração do estoque é um dos aspectos mais complexos na contabilidade, não apenas por ser um dos ativos de maior significância, mas também pelo fato de sua determinação por um ou outro valor tem reflexo direto na apuração do resultado do exercício, e ainda, em face da grande quantidade de itens que normalmente compõe o estoque, cuja movimentação de entradas e saídas é constante. Logicamente, por ser extensa, trataremos aqui seus aspectos principais, considerando seus reflexos nas Demonstrações Contábeis. Componentes do custo Um primeiro aspecto a ser considerado sobre o custo de aquisição é saber o que representa e o que inclui tal custo. Os itens do estoque têm normalmente seu custo identificado pela documentação da compra (notas fiscais citadas anteriormente). Todavia, o conceito de custo de aquisição é que deve agrupar o preço do produto comprado, mais os custos incorridos adicionalmente, até estar o item no estabelecimento da empresa. Nesse sentido, os custos de embalagem, transporte e seguro, quando por conta da empresa, devem ser considerados como parte do custo de aquisição e debitados a tais estoques. No caso dos tributos, devem-se considerar: ICMS No caso de ser incluso no preço, ou pago, e não sendo recuperável fiscalmente, tal imposto deve integrar o custo de aquisição (caso das não contribuintes do ICMS como algumas prestadoras de serviços). No caso, todavia, em que o ICMS é fiscalmente recuperável, não deverá fazer parte dos estoques. IPI Este tributo não está incluso no preço da compra, mas é agregado ao valor da compra por ser um imposto por fora. Caso a empresa adquirente não seja contribuinte do IPI, este também deverá agregar o custo de aquisição. Do contrário, caso a empresa adquirente seja contribuinte, o valor do IPI não deverá fazer parte dos estoques. PIS Mediante a Lei 10.637/2002 o PIS deixou de ser um tributo cumulativo passando a ter um tratamento semelhante à não cumulatividade. Algumas empresas contribuintes do Imposto de Renda e da Contribuição Social com base no Lucro Real têm o direito de descontar do PIS devido o montante equivalente a 1,65% do valor das mercadorias e matérias-primas adquiridas no mês, desde que os bens adquiridos não sejam submetidos à incidência monofásica nem à substituição tributária. Nesse caso, o PIS equivalente à 1,65% do custo de aquisição, não deverá fazer parte dos estoques. COFINS A partir de Fevereiro de 2004, com base no Decreto Lei nº 10.833 29/12/2003 e IN SRF nº 381 30/12/2003, a COFINS (contribuição para financiamento da seguridade social) incidente sobre a compra de mercadorias ou materiais para o estoque, também deixou de ter o caráter cumulativo para empresas contribuintes do IR e CS pelo Lucro Real, podendo, assim como o PIS e o ICMS, ser recuperável. A alíquota para tal recuperação é de 7,6% sobre o custo de aquisição dos produtos. Este também não deverá fazer parte dos estoques. Lembrando que: - Atualmente, pela Constituição Federal, o IPI (Imposto s/ produtos Industrializados) e o ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) são os únicos impostos não cumulativos. Sendo assim, as empresas que cobram estes dois impostos em suas vendas (contribuintes), devem recolher este valor ao Estado e/ou à União, deduzidos do valor pago pelos mesmos quando da compra de mercadorias (comércio) ou materiais (indústria). Se o saldo dos impostos sobre as compras for maior que o saldo dos impostos sobre as vendas, haverá créditos contra o governo. Caso o saldo dos impostos sobre as compras for menor que o saldo dos impostos sobre as vendas, haverá débitos com o governo. - O ICMS é um tributo de competência estadual, chamado de por dentro, ou seja, já embutido no valor da operação. Porém, o IPI, tributo federal, é um imposto chamado de por fora, ou seja, não está incluso no valor da operação. O IPI somente será recuperável se a empresa adquirente também for CONTRIBUINTE do imposto. O mesmo ocorre para o ICMS. - O ICMS não incide sobre o valor da compra mais o IPI, SOMENTE sobre o valor da compra. - Todos os gastos assumidos pela empresa comercial para que as mercadorias adquiridas cheguem ao seu estabelecimento, devem integrar o custo de aquisição, tais como fretes, seguros e armazenagens. O frete e o seguro podem ser cobrados pelo próprio fornecedor, incluindo os respectivos valores na nota fiscal. Sendo assim, haverá a tributação do ICMS e do IPI também sobre os dois custos, cujo valor será recuperável. Todavia, se o transporte não for pago (ou a pagar) pela empresa adquirente (compradora), não haverá tal recuperação. - O PIS e a COFINS, tem caráter não cumulativo para as empresas que apuram o Imposto de Renda pelo Lucro Real. Sendo assim, não fazem parte dos estoques e podem ser recuperados. - Caso a mercadoria adquirida seja importada, a empresa compradora ainda pagará o II (Imposto sobre Importação). Como este imposto tem caráter cumulativo, visto que apenas o ICMS e o IPI não o são, o mesmo deverá compor o custo de aquisição, não podendo ser recuperado. Exemplo: A Industrial Prata Ltda. realizou operações de venda para a Comercial Ouro Ltda. no valor de R$ 22.000, cujo ICMS sobre a venda foi de R$ 4.700. O IPI foi de 10% do valor da venda. Ao comprar o mesmo produto antes de revendê-lo, o custo foi de R$ 15.000, com ICMS de R$ 3.600 e IPI de R$ 1.200. Sendo assim: Na Industrial Prata: Total da nota fiscal: 15.000 + 1.200 = 16.200 *Note que o IPI não está incluso no valor da compra, sendo assim, deve ser adicionado ao custo de aquisição. Entrada em estoques: CB = 15.000 + 1.200 1.200 3.600 = 11.400 ICMS s/ venda (a pagar) = 4.700 ICMS s/ compra (a recuperar) = 3.600 2 Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

Saldo (a pagar a recuperar) = 1.100 (ICMS a recolher para o governo) IPI s/ vendas (a pagar) = 2.200 (10% de 22.000) IPI s/ compra (a recuperar) = 1.200 Saldo (a pagar a recuperar) = 1.000 (IPI a recolher para o governo) *Note que na Industrial, o IPI também é recuperável pelo fato da empresa ser contribuinte do mesmo. Caso o valor do ICMS e do IPI a recuperar fossem maiores que o valor a pagar, a empresa poderia se beneficiar da recuperação nos próximos exercícios. Escrituração: Pela entrada do produto em estoque quando da compra: D Estoques 11.400 D ICMS a recuperar 3.600 D IPI a recuperar 1.200 C Caixa /Bancos/ Duplicatas a pagar 16.200 Pela saída do produto em função da venda: D Custo do produto vendido (CPV) 11.400 C Estoques 11.400 Pelo reconhecimento da receita de vendas: D Caixa /Bancos/ Duplicatas a receber 24.200 C Faturamento Bruto (Receita + IPI)* 24.200 * Veremos a seguir. Pelo lançamento dos impostos (ICMS e IPI): D ICMS s/ vendas (despesa) 4.700 C ICMS a recolher 4.700 D IPI s/ vendas (despesa) 2.200 C IPI a recolher 2.200 Pela confrontação dos impostos a recolher e a recuperar: D ICMS a recolher 3.600 C ICMS a recuperar 3.600 D IPI a recolher 1.200 C IPI a recuperar 1.200 * Note que, como o saldo das contas ICMS e IPI a recolher é maior que o saldo a recuperar, estas últimas serão encerradas (zeradas) para que se possa apurar o saldo a recolher. Sendo assim, o saldo da conta ICMS a recolher no período será de R$ 1.100 (já calculado anteriormente) e o saldo da conta IPI a recolher será de R$ 1.000 (também já calculado anteriormente). Na Comercial Ouro: Total da nota fiscal: 22.000 + 2.200 = 24.200 *Note que o IPI não está incluso no valor da compra, sendo assim, deve ser adicionado ao custo de aquisição. Entrada em estoques: CB = 22.000 + 2.200 4.700 = 19.500 ICMS s/ compra (a recuperar) = 4.700 *Note que, enquanto a Comercial Ouro não vender esta mercadoria, o ICMS será recuperável até o prazo de cinco anos. Pelo fato de ser uma empresa comercial, a mesma não é contribuinte do IPI, não podendo assim, recuperar o imposto. O valor do IPI (2.200) pago pela comercial deverá ser agregado ao valor da compra, como foi feito. Escrituração: Pela entrada do produto em estoque quando da compra: D Estoques 19.500 D ICMS a recuperar 4.700 C Caixa /Bancos/ Duplicatas a pagar 24.200 CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS Custo da mercadoria / produto ou serviços vendidos O cálculo do CMV / CPV é simples. Como já sabemos, uma empresa procura manter sempre sua continuidade ano a ano. Se a empresa apresentou o estoque no final do ano, este será o mesmo no início do ano seguinte, portando, descobriremos o valor dos estoques da seguinte maneira: Fórmula : CMV = EI +CL - EF onde: CMV / CPV = Custo da mercadoria / produto vendido EI = Estoque Inicial CL = Compras Líquidas EF = Estoque Final *Obs.: Geralmente, nesta fórmula do CMV, utiliza-se apenas as Compras Líquidas. Porém, se no ato da compra efetuada não houver fretes, seguros ou deduções, utilizar-se-á então, as Compras Brutas. VENDAS BRUTAS ou RECEITAS BRUTAS O valor das vendas brutas ou receitas brutas corresponde ao valor original da operação, sem nenhuma adição ou subtração. O Faturamento Bruto corresponde à RECEITA BRUTA + IPI. Como o IPI é um imposto por fora, ele não será uma dedução Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 3

da receita (despesa que veremos a seguir), ao contrário dos outros tributos incidentes diretamente sobre as vendas. Assim podemos ter: Venda da Industrial Prata: Valor da venda: 22.000 ICMS s/ venda: 4.700 IPI s/ venda: 2.200 O valor da RECEITA BRUTA será de: 22.000 O valor do FATURAMENTO BRUTO será de:22.000 + 2.200 = 24.200 Obs.: O Faturamento Bruto é deduzido do IPI sobre as vendas e demonstrado anteriormente à Receita Bruta na elaboração da DRE Demonstração do Resultado do Exercício. É comum encontrarmos esta demonstração elaborada diretamente com o valor da Receita Bruta. VENDAS LÍQUIDAS ou RECEITA LÍQUIDA Como vimos anteriormente (vide item 8.1.1.2), a receita líquida é o resultado entre as RECEITAS OPERACIONAIS BRUTAS e as DEDUÇÕES DA RECEITA. Dentre as deduções diretas sobre as vendas estão: - Devoluções de vendas - Abatimentos sobre as vendas - Descontos Incondicionais concedidos - Impostos e Contribuições incidentes s/ a receita bruta (PIS, COFINS, ICMS, ISS, SIMPLES e IE). ***** Atenção: As DEDUÇÕES DA RECEITA devem ser consideradas despesas, até mesmo para facilitar o entendimento. Porém, na DRE, são indicadas como RETIFICADORAS DA RECEITA BRUTA. O ISS (Imposto sobre serviços, também conhecido como ISSQN qualquer natureza) é de competência municipal. Será dedução da Receita de Serviços, caso a empresa tenha esta atividade. IE (Imposto sobre a Exportação) também será dedução para as empresas que tem operações de vendas de mercadorias ou produtos para o exterior. Pode alterar bastante em função de incentivos à exportação. PIS (programa de integração social) é uma contribuição social de competência federal. Sua alíquota era, até o ano de 2001, de 0,65% sobre o faturamento mensal (receita de vendas). Atualmente, a alíquota continua a mesma para as empresas que não apuram o IR pelo Lucro Real. Caso a empresa adote o Lucro Real, a alíquota do PIS será de 1,65% e poderá recuperar o PIS sobre a compra quando do recolhimento. COFINS (contribuição para financiamento da seguridade social) também é uma contribuição social de competência federal. Sua alíquota era, até Janeiro de 2004, de 3,00% sobre o faturamento mensal (receita de vendas). Atualmente, a alíquota continua a mesma para as empresas que não apuram o IR pelo Lucro Real. Caso a empresa adote o Lucro Real, a alíquota da COFINS será de 7,6% e poderá recuperar a COFINS sobre a compra quando do recolhimento. Na elaboração da DRE, verificamos que a mesma começa da seguinte forma: Receita Operacional Bruta (-) Deduções da Receita (=) Receita Operacional Líquida (-) CMV / CPV / CSP (=) Lucro Operacional Bruto (ou Resultado com Mercadorias) Este valor do Lucro Operacional Bruto é o mesmo que RESULTADO COM MERCADORIAS. Por ser a operação principal da empresa, a apuração deste resultado é disposta primeiramente na elaboração da demonstração. Apuração Contábil das operações com Mercadorias e Estoques Vimos anteriormente como encontrar o valor do CMV (custo da mercadoria vendida) e o valor do RCM (resultado com mercadorias conhecido também como LUCRO OPERACIONAL BRUTO) de forma extra contábil, ou seja, matematicamente. A partir deste momento, será visto como é feita a apuração dos estoques contabilmente, por meio de razonetes e no livro diário. Para a apuração dos estoques, as empresas podem adotar duas formas distintas chamadas de INVENTÁRIOS que podem ser divididos em: Periódicos Permanentes Inventário Periódico RIBEIRO (2002, p. 160) comenta que, por este sistema, o valor do estoque só é conhecido no final do período, mediante o levantamento (inventário) físico realizado. Este conceito pode ser complementado por FERRARI (2003, p. 352) em função de que este sistema é utilizado quando a empresa não controla seus estoques ao longo dos períodos. Este sistema é mais utilizado em pequenas empresas, estendendo-se também a algumas médias empresas em função da facilidade em realizar o levantamento físico em um determinado período. Existem duas formas de se contabilizar os estoques por este sistema: Conta Mercadorias Mista Conta Mercadorias Desdobrada CONTA MERCADORIAS MISTA Consiste em utilizar uma única conta, que poderá ser chamada de MERCADORIAS para registrar todas as operações com mercadorias (estoque inicial, final, compras, vendas, devoluções de compras e vendas). Ao mesmo tempo ela é uma 4 Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

conta PATRIMONIAL e conta de RESULTADO. Identifica-se ai a mistura entre estes dois tipos de contas, dando origem a esta denominação. Cabe salientar que este é um caso exclusivo, visto que nenhuma outra conta tem este aspecto misto. A conta desdobrada, desmembra todas as operações que envolvem os estoques. Exemplo: No Início de um período, o estoque de mercadorias da Comercial Lindolfo Ltda. totalizava R$ 13.000. Ao longo do período ocorreram as seguintes operações: a - Compra de mercadorias a prazo no valor de R$ 20.000 b - Devoluções de R$ 4.000 das compras anteriores c - Vendas de mercadorias a prazo R$ 40.000 d - Recebimento em devolução de R$ 5.000 das vendas Sabendo-se que o inventário físico do estoque foi, ao fim do período, de R$ 8.000, o resultado com mercadorias matematicamente e contabilmente utilizando conta mista. Matematicamente: CMV = EI + CL EF CMV = 13.000 + (20.000 4.000) 8.000 = 21.000 RCM = VL - CMV RCM = 40.000 5.000 21.000 = 14.000 Inventário Permanente Para RIBEIRO (2002, p. 160), consiste em controlar permanentemente o valor do estoque de mercadorias, Assim, a cada compra efetuada, seu custo é incluído no estoque e, a cada venda efetuada, seu custo é diminuído do estoque, permitindo que o estoque fique atualizado constantemente. FERRARI (2003) atribui este sistema às grandes empresas, tendo em vista o grande volume de estoques e a necessidade de um controle mais preciso dos resultado brutos, sendo possível saber o custo do produto em cada venda efetuada. O controle é feito por meio de fichas de estoques (atualmente em sistemas informatizados com softwares específicos). Conhecendo os componentes do custo de aquisição, o problema agora prende-se ao fato de a empresa ter em estoque o mesmo produto adquirido em datas distintas e com custo unitários diferentes. Assim, surge a dúvida sobre qual preço unitário deve ser atribuído a tais estoques na data do balanço. As possibilidades de atribuição desse valor unitário, sempre baseadas no custo ou valor de aquisição, são os seguintes métodos de avaliação de estoques: Preço Específico PEPS ou FIFO (Primeiro que entra, primeiro que sai / first in, first out) UEPS ou LIFO (Último que entra, primeiro que sai / last in, first out) Média Ponderada Móvel ou custo médio ponderado 1 Preço Específico Talvez seja o método mais correto de se apurar os estoques, porém, com uma praticidade menor, o que pode colocar em risco a produtividade ou a competitividade da empresa. Consiste em considerar, no ato da saída da mercadoria, o custo específico daquela unidade ou daquele produto. Exige um controle mais rígido, nem sempre trazendo vantagens para a empresa. 2 - PEPS ou FIFO Chamado de Primeiro que entra, primeiro que sai (em inglês First in, First out). Consiste em considerar, no ato da saída da mercadoria, o primeiro valor que entrou como sendo o valor de custo do produto que está saindo. É um método bastante utilizado pelas empresas em geral. 3 UEPS ou LIFO Chamado de Último que entra, primeiro que sai (em inglês Last in, First out). Consiste em considerar, no ato da saída da mercadoria, o último valor que entrou como sendo o valor de custo do produto que está saindo. Este método não é aceito pela Legislação brasileira por sub avaliar os estoques e super avaliar os custos das vendas (CMV e CPV), reduzindo assim, a base de cálculo para o Imposto de Renda e Contribuição Social. 4 MPM - Chamado de Média Ponderada Móvel. Consiste em considerar, no ato da saída da mercadoria, a média unitária do valor das compras como sendo o valor de custo do produto que está saindo. Criado para atender às diferenças entre o valor mais antigo e o valor mais novo dentro da empresa. Também é bastante utilizado no Brasil. Obs. Existem outros métodos específicos de apuração de estoques, como Estocagem por família de produtos, que são mais específicos e tem um critério particular de apuração, utilizado em especial para fins gerenciais. Exemplo: A Cia Mercante realizou as seguintes operações: 26/09 Compra de 100 un. por R$ 5,00 cada 27/09 Compra de 200 un. por R$ 6,00 cada 28/09 Venda de 150 un. por R$ 9,00 cada 29/09 Compra de 300 un. por R$ 8,00 cada 30/09 Venda de 400 un. por R$ 10,00 cada Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 5

Modelo de Ficha de estoques método PEPS: Evento Entradas Saídas Saldo Quant. unit. Total quant. unit. total quant. unit. total compra 100 5,00 500,00 100 5,00 500,00 compra 200 6,00 1.200,00 100 5,00 500,00 venda 100 5,00 500,00 200 6,00 1.200,00 50 6,00 300,00 150 6,00 900,00 compra 300 8,00 2.400,00 150 6,00 900,00 venda 150 6,00 900,00 300 8,00 2.400,00 250 8,00 2.000,00 50 8,00 400,00 total entradas 4.100,00 total cmv 3.700,00 50 8,00 400,00 Modelo de Ficha de estoques método UEPS: Evento Entradas Saídas Saldo quant. unit. total quant. unit. total quant. unit. Total compra 100 5,00 500,00 100 5,00 500,00 compra 200 6,00 1.200,00 100 5,00 500,00 200 6,00 1.200,00 100 5,00 500,00 venda 150 6,00 900,00 50 6,00 300,00 compra 300 8,00 2.400,00 100 5,00 500,00 venda 300 8,00 2.400,00 50 6,00 300,00 50 6,00 300,00 300 8,00 2.400,00 50 5,00 250,00 50 5,00 250,00 total entradas 4.100,00 total cmv 3.850,00 50 5,00 250,00 6 Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

Modelo de Ficha de estoques método MPM: Evento Entradas Saídas Saldo quant. unit. total quant. unit. total quant. unit. total compra 100 5,00 500,00 100 5,00 500,00 compra 200 6,00 1.200,00 300 5,67 1.700,00 venda 150 5,67 850,00 150 5,67 850,00 compra 300 8,00 2.400,00 450 7,22 3.250,00 venda 400 7,22 2.888,89 50 7,22 361,11 total entradas 4.100,00 total cmv 3.738,89 50 7,22 361,11 Observando os modelos apresentados anteriormente, visualiza-se que as operações no inventário permanente, em qualquer um dos métodos, são controladas a cada entrada e cada saída (por isso inventário permanente). Observações: - O valor de entrada das mercadorias em estoque deverá ser deduzido dos impostos recuperáveis (ex: ICMS). - Se houver devoluções de compras, as mesmas deverão ser registradas na coluna de entradas, com sinal matemático negativo. - Se houver devoluções de vendas, as mesmas deverão ser registradas na coluna de saídas, com sinal matemático negativo. Uma compra a vista de mercadorias para revenda com ICMS por dentro, deverá ser lançada a débito de mercadorias e crédito de caixa pelo valor total. Uma venda de mercadorias a prazo deverá ser lançada a débito de duplicatas a receber e crédito de estoque pelo valor total. Uma compra a prazo de mercadorias para revenda por R$ 1.000,00 com ICMS de 12% deverá ser lançado a débito de mercadorias R$ 880,00; débito de ICMS a recuperar R$ 120,00 e crédito de fornecedores R$ 1.000,00. Uma venda de mercadorias por R$ 8.000,00 a vista, recebida em cheque, deverá ser lançada a débito de bancos conta movimento e crédito de receita de venda. Ao efetuar, diretamente da fábrica, uma compra, a prazo, de 200 latas de tinta, de 18 litros cada, ao preço unitário de R$ 35,00, sofrendo incidência de IPI a 8% e ICMS a 12%, destinando essa tinta para revender, a empresa deverá lançar a débito da conta estoques de mercadorias o valor de R$ 6.720,00. O balancete de verificação da empresa Firma Livre, levantado em 31 de dezembro, antes do ajuste de ICMS sobre compras e vendas, apresentava compras de Mercadorias de R$120.000,00 e Vendas de Mercadorias de R$300.000,00. O ICMS incidente sobre as vendas alcançou o valor de R$ 54.000,00. Examinando-se o balancete acima e considerando-se que o imposto sobre circulação de mercadorias e serviços incide sobre as compras à alíquota de 12% pode-se afirmar que essa empresa tem ICMS a Recolher no valor R$ 39.600,00. As mercadorias são itens de alta rotação, que sofrem movimentação constante. Por isso, demandam o uso de critérios matemáticos para sua avaliação. Um desses critérios é o custo médio ponderado. Vejamos o exemplo abaixo: estoque inicial de 100 unidades ao custo unitário de R$ 20,00 compras de 100 unidades ao custo unitário de R$ 30,00 vendas de 140 unidades ao preço unitário de R$ 35,00 compras de 50 unidades ao custo unitário de R$ 40,00 Se o fluxo físico ocorreu na ordem indicada, o critério de avaliação é a média ponderada móvel e não incidência de impostos, podemos dizer que o estoque final será de R$ 3.500,00. Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 7

A empresa Mártir S/A apresentou a seguinte movimentação de mercadorias, isentas de tributação, referente à última semana do mês de outubro: Estoque de mercadorias em 23/10: 50 unidades a R$ 8,00 1ª compra realizada em 24/10: 50 unidades a R$ 10,00 2ª compra realizada em 28/10: 50 unidades a R$ 12,00 1ª venda realizada em 25/10: 50 unidades a R$ 14,00 2ª venda realizada em 30/10: 50 unidades a R$ 16,00. Considerando os dados fornecidos acima, pode-se dizer que, se for utilizado o critério de avaliação conhecido como preço médio, o estoque final de mercadorias terá o valor de R$ 500,00 A Cia Comercial Fernandópolis utiliza o sistema de inventário permanente. No mês de início de suas atividades, apresentou a seguinte movimentação de mercadorias, em ordem cronológica (desconsidere a incidência de impostos): - aquisição de 50 unidades a R$ 40,00 cada uma; - aquisição de 100 unidades a R$ 50,00 cada uma; - venda de 120 unidades a R$ 40,00 cada uma. O valor do estoque final de mercadorias, caso a empresa utilize o método UEPS (último que entra, primeiro que sai) será de R$ 1.200,00 No início do mês de maio, o estoque de mercadorias estava avaliado ao custo unitário de R$ 15,00 e constava de 80 unidades. Durante o mês ocorreram duas compras, uma dia três, de 120 unidades por R$ 2.400,00; e outra, no dia 10, de 160 unidades, por R$ 4.000,00. A única venda do mês aconteceu no dia 8 e foi feita a prazo por R$ 6.000,00. O inventário físico final acusa a existência de 200 unidades. Considerando que as compras e vendas são tributadas com ICMS de 20% e que os estoques são avaliados pelo critério técnico-matemático do Custo Médio, podemos afirmar que o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), no aludido mês de maio, alcançou o valor de R$ 2.496,00. A Comercial Lunar, que controla seus estoques pelo critério PEPS, informou as seguintes operações com mercadorias, ao final de um determinado mês: Dia Compra Venda Quantidade Preço Unitário Quantidade Preço Unitário 5 50 R$ 10,00 6 25 R$ 13,00 8 40 R$ 20,00 10 35 R$ 15,00 12 40 R$ 22,00 O custo das mercadorias vendidas no dia 12, em reais, é R$ 525,00 No balancete de 30 de junho, a firma Zimbra Comercial Ltda., apresentava um estoque de mercadorias no valor de R$ 75.000,00. Durante o mesmo mês, o movimento de entradas e saídas demonstrou: estoque inicial de R$ 60.000,00, com compras de R$ 120.000,00 e vendas de R$ 100.000,00. As operações foram tributadas em 10% com IPI nas compras; em 12% com ICMS nas compras; e em 17% com ICMS nas vendas. No mês seguinte, ao acertar as contas com o fisco, a empresa demonstrará, em relação ao movimento de junho passado ICMS a Recolher de R$ 17.000,00. OPERAÇÕES COM DUPLICATAS Segundo RIBEIRO (2003, p. 197), as empresas comerciais, freqüentemente, vendem mercadorias a prazo. Quando as vendas são efetuadas mediante a emissão e aceite de duplicatas, estas poderão ser negociadas pelas empresas. Com esses títulos, as empresas efetuam transações junto aos bancos, sendo as mais comuns: cobrança simples de duplicatas, desconto de duplicatas e empréstimos mediante caução de duplicatas. Cobrança Simples de Duplicatas A cobrança simples consiste na remessa de títulos aos bancos, os quais prestam serviços à empresa, cobrando-os dos respectivos devedores. Para efetuarem as cobranças de suas duplicatas, as empresas poderão utilizar os serviços de outras empresas especializadas em cobrança ou até mesmo de cobradores particulares. Nesse tipo de operação, a empresa transfere a posse dos títulos ao banco, porém a propriedade continua sendo da empresa. Para remeter os títulos ao banco, a empresa os relaciona através do borderô, ao qual anexa os respectivos títulos. A operação de cobrança se resume nas seguintes fases: 1ª Pela remessa dos títulos ao banco: 1 Registro da operação, nas contas de Compensação (Ativo e Passivo Compensado). 2 Registro das despesas cobradas pelo bando com a cobrança de tarifas de cobrança. 2ª Pelo recebimento das importâncias referentes aos títulos: O banco comunica que os títulos foram quitados. 3 Baixa da responsabilidade nas contas de compensação. 4 Baixa dos direitos, através do débito da conta bancos conta movimento pelo recebimento e crédito da conta duplicatas a receber para baixa dos direitos. Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 8

Exemplo: A empresa BBB S/A efetuou uma venda de R$ 100.000 a prazo no dia 08/01/2009. Registro da venda D Duplicatas a receber C Receita de vendas Valor ref. venda a prazo conf. NF xxx...r$ 100.000 A empresa BBB S/A emitiu R$ 100.000 em duplicatas em função de suas vendas a prazo no dia 08/01/2009, com vencimento para 10/02/2009. No dia 12/01/2009, enviou em cobrança simples as mesmas duplicatas, conforme borderô para o Banco Alfa S/A, pagando uma tarifa de R$ 2.000. Registro: Despesa bancária D Despesas bancárias (ARE) C Bancos c/ movimento Valor referente aviso de cobrança nº yyy...r$ 2.000 No dia 10/02/2006, o banco comunicou o recebimento (quitação) dos títulos conforme aviso de movimentação. Baixa do direito D Bancos c/ movimento C Duplicatas a receber Pelo recebimento das duplicatas conf. aviso R$ 100.000 Pode ocorrer a situação em que as duplicatas são recebidas na empresa, sendo assim, ao invés do registro ser realizado na conta bancos c/ movimento, será debitada a conta caixa, mesmo que seja em cheque. Nota-se que o envio dos títulos ao banco para cobrança simples não é registrado por não afetar o patrimônio da empresa. Duplicatas Descontadas O desconto de duplicatas consiste na transferência dos títulos ao banco, mediante endosso ao portador. De posse das duplicatas com vencimentos futuros, a empresa poderá desconta-las em banco, afim de obter o recurso financeiro antecipadamente. No desconto, a empresa transfere ao banco o direito de recebimento dos títulos. O valor do desconto é determinado em função do número de dias que faltam para que os títulos sejam liquidados. Nesse tipo de transação, a empresa endossante é responsável, coobrigada pela liquidação de tais títulos descontados, ou seja, se o cliente não honrar o compromisso, a empresa que descontou terá a obrigação de pagá-los ao banco. A obrigação então, desaparece após o pagamento efetuado pelo devedor. A remessa dos títulos ao banco é semelhante à cobrança simples, sendo que a empresa endossante desconta os títulos e recebe do banco o valor nominal, descontados os juros e taxas correspondentes ao prazo que falta para o vencimento dos títulos negociados. Sendo assim, a propriedade dos títulos é transferida ao banco até a data do vencimento dos mesmos. 10.2.1 Desconto de duplicatas com quitação normal Supondo que a Cia Comercial Xenxen descontou duplicatas no valor de R$ 150.000 com vencimento para 30 dias no Banco Xauxau com juros de R$ 4.500 e tarifas bancárias no valor de R$ 500. Contabilização 1: da emissão das duplicatas D - Bancos conta movimento...r$ 145.000 Valor líquido creditado D - Juros passivos a vencer...r$ 4.500 Juros cobrados antecipadamente D - Despesas bancárias...r$ 500 Tarifas bancárias C - (-) Duplicatas Descontadas...R$ 150.000 Pela emissão de duplicatas conforme borderô. Observações: - Neste caso, houve a entrada no banco de R$ 145.000, pois foram cobrados antecipadamente os juros no valor de R$ 4.500 e as tarifas bancárias de R$ 500. - A conta duplicatas descontadas é uma conta retificadora de duplicatas a receber no ativo circulante (ou RLP), pois representa a obrigação da empresa com o banco, caso o cliente não honre seu compromisso. - A conta juros passivos a vencer é uma conta do ativo circulante (despesa antecipada), pois está sendo cobrado antes do vencimento da duplicata. Após 30 dias, o cliente liquidou a dívida junto ao Banco Xauxau, que emitiu aviso de movimentação de títulos. Contabilização 2: baixa das duplicatas descontadas em função do recebimento D - Duplicatas descontadas C - Duplicatas a receber Baixa pela liquidação dos títulos conf. aviso...r$ 150.000 Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 9

Contabilização 3: reconhecimento da despesa com juros D - Juros passivos C - Juros passivos a vencer Pela apropriação dos juros pagos antecipados...r$ 4.500 Observações: - A conta duplicatas descontadas foi debitada, pois houve a baixa dela junto ao banco. - A conta juros passivos a vencer foi creditada, pois só agora, segundo o regime de competência, as despesas com juros podem ser reconhecidas na apuração do resultado. Desconto de duplicatas não quitadas pelo devedor na data do vencimento - Caso as duplicatas não sejam quitadas na data do vencimento, a empresa fará o seguinte registro: D - Duplicatas Descontadas C - Bancos conta movimento Pelo pagto da dupl. anteriormente descontada..r$ 150.000 Cabe a empresa, a partir de então, buscar o cliente para que o mesmo cumpra com o pagamento. Desconto de duplicatas com transferência para cobrança simples - As duplicatas descontadas e não quitadas pelo devedor podem ser transferidas para cobrança simples. Os lançamentos serão os seguintes: 1º lançamento: pagamento da duplicata. D - Duplicatas Descontadas C - Bancos conta movimento Pelo pagto da dupl. anteriormente descontada..r$ 150.000 2º lançamento: sistema de compensação. D - Duplicatas em cobrança (ativo compensado) C - Endosso para cobrança (passivo compensado) Títulos em transferência da operação de desconto para cobrança simples...r$ 150.000 3º lançamento: despesas bancárias (se houver): D - Despesas bancárias C - Bancos conta movimento Tarifas bancárias conf. novo aviso de cobrança...r$ 50 - Se houver quitação após a data do vencimento, depois de transferidas para cobrança simples: 1º lançamento: baixa do sistema de compensação. D - Endosso para cobrança (passivo compensado) C - Duplicatas em cobrança (ativo compensado) Baixa pelo recebto das duplicatas...r$ 150.000 2º lançamento: recebimento da duplicata com juros de 5%. D - Bancos conta movimento... R$ 157.500 C - Duplicatas a receber Baixa do valor da duplicata...r$ 150.000 C - Juros ativos Valor dos juros por atraso na quitação...r$ 7.500 Desconto de duplicatas com quitação na empresa - Se a quitação da duplicata ocorrer na empresa, então os registros serão os seguintes: 1º lançamento: recebimento em caixa. D - Caixa C - Duplicatas a receber Recebimento de títulos mediante recibo de Duplicatas que se encontram descontadas...r$ 150.000 2º lançamento: pagamento da duplicata ao banco. D - Duplicatas Descontadas C - Bancos conta movimento Pelo pagamento da duplicata anteriormente Descontada quitada no caixa da empresa...r$ 150.000 Desconto de duplicatas com quitação após a data do vencimento - Se houver quitação após a data do vencimento, os registros serão os seguintes: 1º lançamento: pagamento da duplicata. D - Duplicatas Descontadas C - Bancos conta movimento Pelo pagto da dupl. anteriormente descontada..r$ 150.000 2º lançamento: recebimento da duplicata com juros de 5%. D - Bancos conta movimento...r$ 157.500 C - Duplicatas a receber Baixa do valor da duplicata...r$ 150.000 C - Juros ativos Valor dos juros por atraso na quitação...r$ 7.500 10 Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

Exercícios: A empresa Comercial Paz e Amor Ltda. efetuou em 01/02/2008, uma remessa de duplicatas ao Banco da Paz para cobrança simples, conforme borderô nº 0015 no valor de R$ 50.000. Na operação, o banco cobrou tarifa de 5% a título de comissão e taxas de cobrança. Após 30 dias o banco enviou aviso de movimentação comunicando o recebimento das duplicatas. O registro do dia 01/02/2008 será débito de duplicatas a receber e crédito de receita de vendas de R$ 50.000 e o registro do dia do recebimento será débito de caixa e crédito de duplicatas a receber de R$ 47.500. O lançamento contábil referente o recebimento de um cheque do cliente, em pagamento de uma duplicata no valor de R$ 40.000,00, mais juros de 10% será: D - Bancos conta Movimento 44.000 C - Duplicatas a Receber 40.000 C - Juros Ativos 4.000 A emissão de um cheque no valor de R$ 500 para pagamento de uma duplicata, com juros de 25%, deve receber o seguinte lançamento contábil: C - Bancos conta movimento... 500 D - Duplicatas a pagar... 400 D - Juros passivos... 100 A empresa Comércio Bola de Couro Ltda. efetuou remessa de duplicatas ao Banco Bola de Meia S/A para operação de desconto no valor nominal de R$ 700.000. O banco cobrou juros de 5% e comissões e taxas de R$ 10.000. O registro correto do fato deverá indicar débito de bancos conta movimento de R$ 655.000, débito de juros a vencer de R$ 35.000, débito de despesas bancárias de R$ 10.000 e crédito de duplicatas descontadas de R$ 700.000. O aviso de um banco comunicando o recebimento de duplicatas descontadas anteriormente pela empresa deverá ser lançado a débito de duplicatas descontadas e crédito de bancos conta movimento. A conta duplicatas descontadas é uma conta classificada no passivo circulante, por representar um empréstimo junto ao banco e o compromisso da empresa em honrar o pagamento. Ela é retificadora de duplicatas a pagar. O aviso de não recebimento de duplicatas descontadas no valor de R$ 20.000 deverá ser lançado a débito de duplicatas a receber e crédito de duplicatas descontadas. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO (ATIVO E PASSIVO) A Lei 6.404/76 determina em seus artigos 183 e 184, que os elementos do balanço sejam representados de forma a evidenciar sempre o valor mais próximo do real, de acordo com as convenções contábeis. Aqui, surgem as PROVISÕES (do ativo e do passivo), a DEPRECIAÇÃO, a AMORTIZAÇÃO e a EXAUSTÃO. Vejamos cada um dos critérios a seguir. PROVISÕES As provisões sejam elas do ativo ou do passivo, representam valores cujas perfeitas quantificações dependem de fatos ainda não concretizados, mas que, devido aos Princípios da Oportunidade, Competência e principalmente o da Prudência (ver Resolução CFC 750/93 do Conselho Federal de ) devem ser contabilizadas. Em outras palavras, são fatos que possivelmente se realizarão no futuro e não se sabe o valor exato no momento da contabilização, então se faz a provisão. (NEVES, VICECONTI, 2003) apresentam provisões como sendo despesas com perdas de ativos ou com a constituição de obrigações que, embora já tenham seu fato gerador contábil ocorrido, não podem ser medidas com exatidão e têm, portanto, caráter estimativo. Cabe aqui ressaltar que as provisões não são dedutíveis na apuração do imposto de renda das empresas que o fazem pelo Lucro Real. Provisões do Ativo Todas as contas de provisões que houver no Ativo, são contas RETIFICADORAS, ou seja, reduzem o valor do Ativo por meio das contas retificadas. Quando ocorrer a provisão no ativo, a contrapartida será sempre uma conta de despesa, que irá influenciar diretamente na apuração do resultado do exercício. As provisões mais conhecidas são: Provisão para ajuste a valor de mercado Provisão para crédito de liquidação duvidosa Provisão para perdas prováveis na realização de investimentos ****Provisão para ajuste a valor presente (Lei 11.638/07) Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 11

Provisão para ajuste a valor de mercado De Estoques Essa conta credora, que deve ser classificada como redutora (retificadora) do grupo Estoques, destina-se a registrar o valor dos itens de estoque que estiverem a um custo superior ao valor de mercado. O gasto relativo à constituição dessa provisão não é dedutível para fins fiscais (Art. 13 da Lei 9249/95) e deve ser reconhecido em conta específica (Despesa com provisão para redução ao Valor de Mercado). De acordo com o inciso II do Art. 183 da Lei 6.404/76 que trata do critério básico de avaliação dos estoques, expõe o seguinte: Os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, serão avaliados pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo a valor de mercado, quando este for inferior. Cabe aqui citar que, de acordo com o Art. 13 da Lei 9249/95, a partir de 01/01/1996, inciso I, tornou indedutível qualquer provisão (o que gera um tributo diferido registrado em Ativo Circulante ou Realizável a Longo Prazo), excetuadas aquelas expressamente ressalvadas, entre as quais, não se inclui a provisão para ajuste a valor de mercado. Desse modo, como a Lei das S/As (Art. 183, inciso II) determina que o valor dos estoques seja deduzido de provisão para ajustá-lo a valor de mercado, quando este for menor que o custo de aquisição ou produção, o valor que for debitado ao resultado em contrapartida à contribuição dessa provisão, deve ser adicionado ao lucro líquido, para fins de determinação do Lucro Real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o lucro. Exemplo: A Comercial Ltda. no fim do exercício de 2003, tinha em seus estoques: Descrição Quantidade Custo Mercado Canetas Azuis 100 1,00 0,90 menor Canetas Vermelhas 500 1,20 1,10 menor Canetas Pretas 300 1,50 1,60 maior Atendendo em especial, ao Princípio da Prudência, a empresa deve adotar o lançamento de ajuste, como segue: Provisão para Ajuste a valor de mercado = 100 x (1,00 0,90) + 500 x (1,20 1,10) = 10,00 + 50,00 = 60,00 D Despesa c/ Provisão p/ajuste a Valor de Mercado 60,00 C Provisão para Ajuste a Valor de Mercado (Conta Retificadora do Ativo Circulante) 60,00 Pelo ajuste realizado a valor de mercado conforme Princípio da Prudência em 2003 Provisão de Crédito de Liquidação Duvidosa Essa Provisão deve ser feita para cobrir as perdas estimadas na cobrança das contas a receber, embora as despesas com esta provisão não sejam dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda e Contribuição Social. Também conhecida como Provisão com créditos incobráveis ou PDD (provisão para devedores duvidosos), é uma conta retificadora de Duplicatas a Receber (Clientes), visto a possibilidade de não recebimento das mesmas. Existem dois critérios para sua apuração: Pelas perdas prováveis Pelas perdas efetivas Perdas Prováveis Neste critério, aplica-se uma taxa sobre uma base de cálculo. Esta provisão, como dito anteriormente, não é dedutível da base de cálculo do Imposto de Renda e Contribuição Social, mas devem ser realizadas em atendimento ao Princípio da Prudência. Não fará parte da Base de cálculo: - Créditos com pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, mistas ou subsidiárias a elas. - Venda com reserva de domínio, alienação fiduciária ou garantia real (Móveis, imóveis ou títulos) - Créditos com coligadas e controladas - Créditos com Instituições Financeiras - Créditos com sócios ou acionistas, administradores, titular ou cônjuge, parentes de até 3º grau e afins - Créditos com coobrigação (duplicatas descontadas fazem com que a empresa esteja coobrigada a pagar) - Que não tenham transitado por contas de resultado - Às empresas que trabalham com arrendamento mercantil (direitos de garantia) Exemplo: Na empresa Apolo Ltda., os saldos das contas a receber apresentam os seguintes valores no fim de 2003: Duplicatas a Receber 36.000 Dupl. a Receber (com garantia) 5.000 (vencidas à 2 meses) Duplicatas a Receber de Coligadas 16.000 Empréstimos a Controladas 10.000 Adiantamentos a Fornecedores 2.000 TOTAL 69.000 Para a Base de Cálculo, apenas as Duplicatas a receber, sem garantia (as primeiras) serão reconhecidas, pois os demais créditos da empresa não compõem a base de cálculo. Sendo assim, somente consideraremos 36.000. 12 Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

TAXA = Perdas dos últimos três anos x 100 Créditos a receber dos últimos três anos Exemplo: Ano Perdas Dupl. Receber (Início do ano) 2001 4.000 110.000 2002 6.000 105.000 2003 5.000 160.000 TOTAL 15.000 375.000 TAXA = 15.000 x 100 = 4% 375.000 Logo; 36.000 x 4% = 1.440 Lançamento no Diário D Despesa com PCLD 1.440 C PCLD 1.440 Lançamento em Razonetes: Despesa c/ PCLD (-) PCLD D C D C 1.440 1.440 * PCLD Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa Obs. Se no exercício subseqüente ao do valor provisionado não houver créditos incobráveis, será feita a Reversão integral da PDD formada no exercício anterior, conseqüentemente não sendo tributável. Caso o valor incobrável dentro do exercício subseqüente for inferior ao valor provisionado anteriormente, será dada a baixa dos créditos incobráveis e o restante será revertido da mesma forma que o mencionado anteriormente. Perdas Efetivas Neste critério, diga-se de passagem, o único aceito pela legislação do imposto de renda como sendo DEDUTÍVEL, poderá contemplar esta situação quando: a) Os créditos são baixados em decorrência de sentença proferida pelo poder judiciário, ou seja, quando já existir a declaração de insolvência do devedor de forma judicial. b) Os créditos sem garantia apresentam as seguintes condições: Títulos vencidos há mais de seis meses, de valor igual ou inferior a R$ 5.000,00, por operação, mesmo que não haja procedimentos judiciais transcorrendo; Títulos vencidos há mais de um ano, com valor acima de R$ 5.000,00 até R$ 30.000,00 por operação, mesmo que os procedimentos judiciais não tenham sido iniciados, mantendo a cobrança administrativa (protesto de títulos em cartórios); Títulos vencidos há mais de um ano, com valor acima de R$ 30.000,00 por operação, desde que iniciados os procedimentos judiciais para o efetivo recebimento. c) Os créditos com garantia, de qualquer valor, vencidos há mais de dois anos, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento; Os créditos contra devedor declarado falido ou PJ concordatária, relativamente à parcela que exceder o valor que se tenha comprometido a pagar. Em outras palavras, quando houver declaração de Falência ou concordata do devedor, em relação à parcela incobrável a partir da data da decretação da falência ou da concessão de concordata, mantidos os procedimentos judiciais. Provisão para ajuste a valor presente (Lei 11.638/07) Segundo alteração da Lei 6.404/76, os valores a receber e os valores a pagar registrados como LONGO PRAZO, deverão ser ajustados a valor presente, na data do balanço. Os juros e correções que estiverem embutidos nos respectivos valores deverão ser ajustados conforme determina o art. 183 e 184 alterados pela Lei 11.638/07: VIII os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. III as obrigações, encargos e riscos classificados no passivo exigível a longo prazo serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. DEPRECIAÇÃO / AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO Baseados no Art. 183 2º da Lei 6.404/76, o qual estabelece que: A diminuição de valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada periodicamente nas contas de: a) Depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgastes ou perda da utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 13

b) Amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos de propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto seja bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado; c) Exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente de sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração. Depreciação Conforme RIBEIRO (2003, p. 182), depreciação corresponde à diminuição do valor dos elementos do Ativo Permanente Imobilizado (ou seja, bens destinados à atividade da empresa), resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza ou obsolescência normal. Na mesma linha de raciocínio, FERRARI (2003, p. 292), comenta que depreciação é a despesa com a perda do valor dos bens do Ativo Permanente, sujeitos ao mesmo desgaste citado anteriormente. Com exceção de terrenos e de alguns outros itens, os elementos do Ativo Permanente Imobilizado têm um período limitado de vida útil econômica. Dessa forma, o custo de tais ativos deve ser alocado aos exercícios beneficiados por seu uso no decorrer de sua vida útil econômica. (Equipe de professores da USP Fipecafi). Porque Depreciar? Quando a empresa compra bens para uso próprio, ela efetua um gasto e, por este ser considerado investimento, não pode ser contabilizado como despesa. Entretanto, esses bens, sendo utilizados pela empresa, desgastam-se e perdem o valor. Esta é a razão de fazer a depreciação. Bens intrinsecamente relacionados com a produção ou comercialização de bens e serviços São considerados: - os bens móveis e imóveis utilizados no desempenho das atividades de contabilidade; - os bens imóveis utilizados como estabelecimento da administração; - os bens móveis utilizados nas atividades operacionais, instalados em estabelecimento da empresa; - os veículos do tipo caminhão, caminhoneta de cabine simples ou utilitário, utilizados no transporte de mercadorias e produtos adquiridos para revenda, de matéria-prima, produtos intermediários e de embalagens aplicados à produção; - os veículos do tipo caminhão, caminhoneta de cabine simples ou utilitário, as bicicletas e motocicletas utilizadas pelos cobradores, compradores, vendedores nas atividades de cobrança, compra e venda; - os veículos do tipo caminhão, caminhoneta de cabine simples ou utilitário, as bicicletas e motocicletas utilizadas nas entregas de mercadorias e produtos vendidos; - Os veículos utilizados no transporte coletivo de empregados; - os bens móveis e imóveis utilizados em pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos; - os bens móveis e imóveis próprios, locados pela pessoa jurídica que tenha a locação como objeto de sua atividade; - os bens móveis e imóveis objeto de arrendamento mercantil nos termos da Lei 6099 de 1974, pela pessoa jurídica arrendadora; - os veículos utilizados na prestação de serviços de vigilância móvel, pela pessoa jurídica que tenha por objeto essa espécie de atividade. Vedações à Depreciação pela Legislação do Imposto de Renda. Não são depreciados: - Terrenos, salvo em relação a benfeitorias e construções; - Bens que aumentam de valor com o tempo, como antiguidades e obras de arte; - Bens para os quais sejam registradas quotas de amortização ou exaustão; - Bens móveis ou imóveis que não estejam intrinsecamente relacionados à atividade da empresa. Início da Depreciação FERRARI (2003, p. 292) expõe que a depreciação de um bem é contada, não em função da data de aquisição, mas sim a partir do mês em que o bem for instalado, posto em funcionamento ou em condições de uso, independentemente do dia do mês, isto é, conta-se o primeiro mês integralmente, qualquer que seja o dia. Desta forma, se um bem for adquirido por exemplo, no dia 13 de agosto, e posto em operação em 22 de outubro, a depreciação será contada a partir de outubro, contando-se este mês integralmente, sem proporção de dias. RIBEIRO (2003, p. 184) comenta que a depreciação pode ser anual ou mensal. Será anual quando calculada e contabilizada uma única vez ao ano. O valor da quota anual é obtido aplicando-se a taxa normal de depreciação sobre o valor do bem. Será mensal quando calculada e contabilizada mensalmente. O valor da quota mensal é obtida dividindo-se o valor da quota anual por 12. Taxas de Depreciação O RIR/99 (Regulamento do Imposto de Renda de 1999), nos seus artigos de números 305 e 323 são quem estabelece os critérios de depreciação. As taxas anuais de depreciação normalmente admitidas pelo Fisco para uso normal de bens em turno de oito horas diárias constam, todavia, de publicações à parte, da Secretaria da Receita Federal. Para se chegar à esta taxa, é necessário que se saiba o período de vida útil do bem, o que aquele regulamento traz com clareza e que as publicações - Instruções Normativas SRF 162/98 e 130/99 também discriminam em duas partes: - Anexo I, bens relacionados na Nomenclatura Comum do Mercosul NCM; - Anexo II Demais bens. Vejamos alguns exemplos: 14 Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

BENS VIDA ÚTIL TAXA MÁQ. E EQUIP. 10 ANOS 10% A.A. VEÍCULOS 5 ANOS 20% A.A. COMPUTADORES 5 ANOS 20% A.A. MÓVEIS 10 ANOS 10% A.A. EDIFICAÇÕES 25 ANOS 4% A.A. INSTALAÇÕES 10 ANOS 10% A.A. TERRENOS SEM PRAZO NÃO TEM Após definida a vida útil do bem e a respectiva taxa anual de depreciação, deve-se verificar qual o método de depreciação a ser utilizado. Métodos de Depreciação Existem vários métodos de depreciação, tais como: - Método das Quotas Constantes, Linear ou em Linha Reta - Método da Soma dos Dígitos ou Método de Cole - Método do Saldo decrescente - Método das unidades produzidas - Método de Horas de Trabalho Método das Quotas Constantes, Linear ou Linha Reta Apesar de os Professores Iudícibus, Gelbke e Martins (FEA/USP FIPECAFI) declararem que este método é impropriamente chamado de linear, isto devido a sua simplicidade, é o método de maior utilidade pela grande maioria das empresas. Ao aplicar a taxa de depreciação sobre o valor registrado do bem, obtém-se o valor da depreciação anual. Vejamos Supondo o Custo de um bem de R$ 6.000 Vida útil estimada em 5 anos (60 meses) Não há a estimativa de valor residual Depreciação = 6.000 = R$ 100 por mês 60meses ou 6.000 = R$ 1.200 ao ano 5 anos R$ 1.200 / 12 meses = R$ 100,00 por mês Vemos que, se o bem já tivesse 6 meses de uso, o mesmo teria sido depreciado em R$ 600,00 restando um VALOR CONTÁBIL de R$ R$ 5.400 (6.000 600). Ao passar dos 54 meses restantes (60 6 = 54), o valor contábil do bem será igual a zero. Caso o bem apresente valor residual, e isto acontece quando o bem, após sua vida útil, apresenta um valor de provável realização, este valor deve ser extraído da base de cálculo da depreciação. Quase sempre, em função da dificuldade em se avaliar o residual de um bem, o mesmo é igual a zero. Seguindo o exemplo anterior e estipulemos um saldo residual estimado de R$ 1.000, assim teríamos: Custo do Bem R$ 6.000 Residual estimado R$ 1.200 Valor Depreciável R$ 4.800 4.800 = 80 ao mês 60 Assim teremos: 6 meses (6 x 80 = 480), seria: 6.000 480 = 5.520 12 meses (6 x 80 = 480), seria: 6.000 960 = 5.040 18 meses (6 x 80 = 480), seria: 6.000 1.440 = 4.560 24 meses (6 x 80 = 480), seria: 6.000 1.920 = 4.080 30 meses (6 x 80 = 480), seria: 6.000 2.400 = 3.600 36 meses (6 x 80 = 480), seria: 6.000 2.880 = 3.120 42 meses (6 x 80 = 480), seria: 6.000 3.360 = 2.640 48 meses (6 x 80 = 480), seria: 6.000 3.840 = 2.160 54 meses (6 x 80 = 480), seria: 6.000 4.320 = 1.680 60 meses (6 x 80 = 480), seria: 6.000 4.800 = 1.200 RESIDUAL TAXAS INFERIORES ÀS ADMITIDAS Caso a pessoa jurídica adote taxa inferior à permitida, o valor não contabilizado em um período não poderá ser recuperado posteriormente através da utilização de taxas superiores às máximas permitidas para cada período. Nesse caso, haverá uma dilatação no prazo durante o qual se poderia depreciar o respectivo bem. CONTABILIZAÇÃO Como visto anteriormente, a escrituração contábil é feira com base no método das partidas dobradas e, a depreciação, como já sabemos, é a perda do valor contábil dos bens, sendo assim, isto gera para a empresa uma despesa não desenbolsável (ou custo caso esteja indiretamente ligada a produção), ou seja, não é paga ou não ocorre dispêndio de dinheiro para depreciar um bem. Sendo assim, o registro da depreciação seria, simplesmente: D Depreciação (ou despesa com depreciação) C Depreciação Acumulada Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 15

Exemplo: A empresa Perde Tudo S/A adquiriu um caminhão para transporte dos seus produtos no valor de R$ 30.000 em 15 de Outubro de 2006. Vejamos que, normalmente a taxa utilizada e admitida é 20% ao ano. Vejamos 30.000 x 20% = 6.000 ao ano 6.000 / 12 meses = 500 ao mês Em 2000 = 3 meses (out/nov/dez)=500 x 3 = 1.500 Reparo e Conservação de bens do Ativo Imobilizado A legislação do imposto de renda dispõe que os gastos com reparo, conservação ou substituição de partes e peças de bens do ativo imobilizado da pessoa jurídica, destinados a mantê-los em condições eficientes de operação, caso não resultem em aumento da vida útil do bem, poderão ser lançados como custo ou despesa operacional. Entretanto, se de tais melhorias resultar em aumento da vida útil do bem superior a um ano, os gastos respectivos deverão ser ativados para servirem a base de futuras depreciações. Exemplo: Máquinas R$ 500.000 Taxa anual de depreciação 10% Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 16 Depreciação ou Despesa c/ Depreciação Depreciação Acumulada D C D C 1.500 1.500 Em 2001 = 12 meses = 500 x 12 = 6.000 Depreciação ou Despesa c/ Depreciação Depreciação Acumulada D C D C 6.000 1.500 anterior 6.000 atual No balanço Veículos 30.000 Depreciação Acumulada 7.500 Valor contábil 22.500 Em 2002 = 12 meses= 500 x 12 = 6.000 Depreciação ou Despesa c/ Depreciação Depreciação Acumulada D C D C 6.000 7.500 anterior 6.000 atual No balanço Veículos 30.000 Depreciação Acumulada 13.500 Valor contábil 16.500 Em 2003 = 12 meses= 500 x 12 = 6.000 Depreciação ou Despesa c/ Depreciação Depreciação Acumulada D C D C 6.000 13.500 anterior 6.000 atual No balanço Veículos 30.000 Depreciação Acumulada 19.500 Valor contábil 10.500 DEPRECIAÇÃO DE BENS ADQUIRIDOS USADOS Neste caso, o prazo de depreciação será o maior dentre os seguintes: a) Metade do prazo de vida útil do bem quando adquirido novo; b) Restante do prazo de vida útil do bem, considerando este em relação à primeira instalação ou utilização desse bem. Exemplo: A Cia Holocausto adquiriu um equipamento novo, em 15/02/2001 sendo o tempo de vida útil estimado em 4 anos. Dessa forma, em janeiro de 2005, o bem estará 100% depreciado. No entanto, tal bem foi vendido para a Cia Iraque em 10/01/2003. Sendo assim, na Cia Iraque: Metade da vida útil - 4/2 = 2 anos (24 meses) Tempo restante 25 meses (uso de 11 meses em 2001 e 12 meses em 2002 que somados dá 23 meses usados) Como deve ser adotado o maior entre os dois, utilizar-se-á a taxa de: 100% do bem ou 40% ao ano 25 meses

Valor depreciado (60%) R$ 300.000 Gastos de reparos R$ 100.000 Aumento da vida útil em 4 anos Contabilização da baixa da depreciação D Depreciação Acumulada 300.000 C Máquinas 300.000 Contabilização do gasto ativado D Máquinas 100.000 C Caixa ou Bancos 100.000 Novo valor contábil (500.000 300.000) + 100.000 = 300.000 (valor a ser depreciado no novo prazo de vida útil, ou seja, 8 anos (4 anos do valor original e 4 anos do acréscimo de vida útil). Venda de Bens do Ativo Imobilizado Qualquer entidade pode realizar seus bens registrados no ativo permanente por meio de venda dos mesmos. Esta operação não caracteriza sua atividade usual. Por este motivo, os ganhos ou perdas na alienação de investimentos ou bens do imobilizado, serão registrados como Despesas ou Receitas Não Operacionais na apuração do resultado e, conseqüentemente, deverão ser dadas as baixas dos referidos ativos. Exemplo: A Cia Carmem Miranda, possuidora de um veículo registrado em seu imobilizado pelo valor de R$ 20.000, vendeu à Cia Gilberto Gil o mesmo por R$ 14.000. O referido veículo com vida útil estimada em 5 anos, estava sendo usado na Cia Miranda há exatos 2 anos. Sendo assim: Pelo registro da venda: D Caixa ou Bancos c/ movimento 14.000 C Ganhos ou Perdas na alienação do imobilizado (despesa/receita não operacional) 14.000 Pelo registro da saída do bem do ativo: D - Ganhos ou Perdas na alienação do imobilizado (despesa/receita não operacional) 20.000 C Veículos (Ativo Permanente Imobilizado)20.000 Pela baixa da depreciação registrada 20.000 / 5 anos = 4.000 ao ano -2 x 4.000 = 8.000 (depreciação registrada no período) D Depreciação Acumulada 8.000 C - Ganhos ou Perdas na alienação do imobilizado (despesa/receita não operacional) 8.000 Neste lançamento, a depreciação acumulada tem o sentido de receita pelo fato de representar o tempo que a empresa já usou o bem, sendo assim, se o bem já estivesse totalmente depreciado, qualquer que fosse o valor da venda, a empresa apresentaria lucros na operação. Saldo da conta Ganhos ou Perdas na alienação do imobilizado Saldo = 14.000 20.000 + 8.000 = 2.000 (Neste caso houve lucro. Caso o saldo seja negativo, obviamente haverá prejuízo na operação. Este ganho é tributado pelo IR. Quando há perda, a mesma é dedutível da base de cálculo do imposto). No Balanço Patrimonial, os saldos das contas Veículos e Depreciação Acumulada estarão com saldo zero, pois o bem foi vendido, não restando motivos para existir também o saldo da conta de depreciação acumulada. Nova interpretação (Lei 11.941/09) De acordo com a nova lei, a empresa fará uma análise sobre a vida útil para recuperação de ativos, o que afeta o cálculo da depreciação dos bens, haja vista que a vida útil poderá mudar. Assim, a empresa poderá ter duas vidas úteis diferentes para o mesmo bem. Vejamos a nova redação dada pela lei 11.941/09 que altera o Art. 183 da Lei 6.404/76: 2 A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado; c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração. 3 A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) I registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para recuperação desse valor; ou (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) II revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) Neste sentido, a vida útil dos bens definidos no RIR/99 (tabela NCM), terá validade única e exclusivamente para fins de apuração do imposto de renda, não mais sendo utilizada na contabilidade da empresa para fins de balanço. Porém, a Cia poderá deixar de usar registros auxiliares, tais como é o LALUR, e considerar os dados contábeis para apuração do imposto, segundo a nova lei. Isso reflete no que alguns chamam de LALUC, (livro de apuração do lucro contábil) que servirá de base apuração do imposto. Cabe lembrar que a Receita federal, no que diz respeito ao imposto de renda deverá se pronunciar a respeito da nova legislação. Vejamos a redação da lei: Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 17

Art. 177 2 A companhia observará exclusivamente em livros ou registros auxiliares, sem qualquer modificação da escrituração mercantil e das demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a elaboração de outras demonstrações financeiras. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) AMORTIZAÇÃO De acordo com o Art. 183, 2º da Lei 6.404/76, recentemente alterado pela Lei 11.638/07, os elementos intangíveis, ao invés de depreciação, sofrem amortização. É a mesma perda com o nome diferente; os bens tangíveis de uso na atividade sofrem depreciação e os bens intangíveis sofrem amortização (ex: direitos de uso de marcas e patentes). Ocorrerá a amortização quando a perda ocorrer com o capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou duração limitada (ex: concessões obtidas), ou cujo objetos sejam de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado (ex: benfeitorias em propriedade de terceiros). RIBEIRO (2002, p. 185) simplesmente define Amortização como sendo a diminuição do valor dos bens imateriais em razão do tempo. NEVES e VICECONTI (2003, p. 81) estendem um pouco mais e mencionam a amortização como sendo a importância correspondente à recuperação do capital aplicado em bens intangíveis, ou dos recursos aplicados em despesas que contribuam para a formação do resultado de mais de um exercício social, a ser lançada como custo ou encargo em cada exercício. De modo geral, as três definições estão corretas e, não cabe a nós questioná-las e sim, entendê-las. A Amortização, no INTANGÍVEL será aplicada, mediante duas características básicas e cumulativas: Prazo de duração limitado Inexistência de indenização FERRARI (2003, p. 312) cita um exemplo: No caso de Benfeitorias em propriedades de terceiros, somente se sujeitam a amortização caso sejam atendidas as seguintes condições: - o contrato de locação, arrendamento ou cessão seja celebrado por prazo determinado; - não haja direito à indenização das benfeitorias edificadas por ocasião do término do prazo contratual estabelecido. Caso o contrato seja celebrado por prazo indeterminado, serão computados os encargos de depreciação, ao invés dos encargos de amortização. Caso no contrato haja previsão de indenização as benfeitorias edificadas, não há sentido algum em se falar de encargos de amortização ou depreciação. Bens Intangíveis Sujeitos à Amortização - Marcas e Patentes - Logiciais (software) - Recursos florestais (direitos contratuais de exploração) - Fórmulas ou processos de fabricação, direitos autorais, autorização ou concessões - Ponto Comercial, Fundo de Comércio - Benfeitorias em propriedades de terceiros - Custos de Projetos técnicos - Despesas pré-operacionais, pré-industriais, de organização, reorganização, reestruturação ou remodelação de empresas. Assim como a depreciação, o montante da amortização não poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem ou direito. Se a existência ou exercício do direito, ou a utilização do bem, terminar antes da amortização integral de seu custo, o saldo não amortizado constituirá encargo do período de apuração em que se extinguir o direito ou terminar a utilização do bem. Prazos de amortização do Intangível A taxa de amortização do intangível ocorre em função do tempo de utilização do bem intangível, podendo tal tempo ser estabelecido em lei que regule os direitos sobre o bem; ser fixado no contrato de aquisição do bem; ou ser proveniente da natureza do bem de existência limitada. De forma semelhante à depreciação, as taxas de amortização também são obtidas pelo método linear (quotas constantes), isto é, o custo de aquisição do bem intangível amortizável é distribuído, através do sei prazo de duração ou existência, de forma uniforme. Exemplo: Se uma empresa adquirir o direito de explorar, ao longo de 25 anos, uma determinada marca, a taxa anual de amortização será: 100% 25 anos = 4% ao ano. Cálculo da Amortização É absolutamente simples. Basta aplicar a taxa, anual ou mensal, de amortização sobre a base de cálculo, ou seja, sobre o custo de aquisição do bem ou direito amortizável, somados os acréscimos posteriores. Exemplo: A Cia Paraíso adquiriu, em 15/10/2001, uma patente de invenção por R$ 48.000 com duração de 10 anos. Taxa 100% - 10 anos = 10% ao ano Quota de amortização R$ 48.000 x 10% = 4.800 ao ano Quota mensal R$ 4.800 / 12 meses = 400 18 Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

Contabilização Como já era de se esperar, a contabilização dos encargos de amortização, seguem a mesma linha da depreciação. Assim teremos: D Despesa com Amortização (ou apenas Amortização Despesa) C Amortização Acumulada (Retificadora do Ativo Intangével) Exemplo: A Comercial Andrade Ltda. em Agosto de 2002 iniciou suas atividades. Antes deste início a empresa teve gastos préopercionais de R$ 60.000 que beneficiarão os próximos 10 anos. A empresa respeita a Lei das Sociedades Anônimas e o Regulamento do Imposto de Renda. Sendo assim, no encerramento do exercício a empresa registrou encargos de amortização de: Valor = 60.000 Taxa = 100% / 10 anos = 10% ao ano então 60.000 x 10% = 6.000 / 12 meses = 500 ao mês 500 x 5 meses = 2.500 Contabilização: D Amortização 2.500 C Amortização Acumulada 2.500 1 Julgue os itens a seguir como certo ou errado: ( ) Não apareceriam num balanço patrimonial as seguintes contas: Provisão para crédito de liquidação duvidosa, Provisão para Imposto de renda e Provisão para ajuste ao mercado. ( ) A redução do saldo de uma provisão para crédito de liquidação duvidosa é indício de que pode ter havido baixa pelo valor não recebido dos clientes, estorno ou reversão de períodos anteriores. A empresa Chapada Diamantina S/A ao encerrar o exercício social de 31/12/2009 tinha estoques de bens de venda de 100 mil unidades, com custo unitário de R$ 1,00 e duplicatas emitidas em suas vendas a prazo no valor de R$ 200.000. - a empresa sabe que, nos últimos três exercícios, 2% de seus créditos se tornaram incobráveis; - o valor de mercado de suas mercadorias foram cotados a R$ 1,20 a unidade no encerramento do exercício; - as duplicatas a receber não estão vencidas ( ) Ao aplicar integralmente o princípio da prudência, a referida empresa apresentará, em balanço, esse Ativo circulante pelo valor contábil de R$ 296.000. A Cia Comercial CKF sabe, ao final do exercício social de 2009, que determinados créditos em relação a terceiros, decorrentes de suas atividades operacionais, não deverão ser honrados porque alguns de seus clientes estão com concordata ou falências decretadas ou passando dificuldades financeiras insolúveis a curto prazo. A perda é praticamente certa, embora seu valor não seja conhecido com precisão. Sabe também que os valores a receber no início dos exercícios eram: 2007 2008 2009 Duplicatas a receber 150 120 130 Créditos sem garantia 100 110 140 Créditos com Estatais 20 30 32 Créditos com coligadas 60 40 30 Adiantam. a fornecedores 5 11 3 TOTAL DE CRÉDITOS 335 311 335 PERDAS NO PERÍODO 15 22 38 ( ) Ao final do exercício os valores permitidos como base para constituir provisão para crédito de liquidação duvidosa era de R$ 800. Diante dos fatos, o valor registrado como provisão para crédito de liquidação duvidosa pela contabilidade na Comercial CKF foi R$ 80,00. ( ) Ao constituir uma provisão para crédito de liquidação duvidosa e provisão para ajuste ao mercado o o passivo sofrerá um aumento e o resultado do exercício sofrerá uma redução. ( ) Em outubro de 2007, a empresa adquiriu um caminhão por R$ 50.000,00. O procedimento usual de depreciação utilizou o método linear, com resíduo estimado em 10% e vida útil prevista para 5 anos. No balanço patrimonial de 2010, encerrado em 31 de dezembro, a conta Depreciação Acumulada, em relação a esse veículo, deverá ter saldo credor de R$ 29.250,00. ( ) O único Jeep da empresa Vásculo Ltda., foi adquirido há algum tempo, por R$ 2.000,00 e vem sendo usado ininterruptamente, desde então, com um nível de desgaste físico estimado em 20% ao ano. Se a empresa tem contabilizado essa depreciação, levando em conta o valor residual de 10% e sabendo-se que ainda resta ao veículo uma vida útil de quatro anos e três meses, pode-se dizer que o valor contábil atual desse veículo é de R$ 1.530,00. Atualizada 08/04/2011 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 19